Por Jorge Fernandes Isah
Em época de eleições, o passado e suas promessas parecem simplesmente não existirem, e o tempo faz-se hoje, como se antes nada houvesse, e toda a história estivesse contida em apenas três ou quatro meses. É de se estarrecer como a memória do brasileiro é sazonal e efêmera, compreendendo todo universo político em um punhado de dias, nos quais os elegíveis e eleitos não passam por qualquer crivo que não seja o emocional, aparente e simpático. Como em um teatro mambembe, pouco importa a história dos personagens, o passado, suas convicções e ações, suas decisões e omissões, o realmente admitido e rejeitado; nada disto importa ou é relevante na hora da defesa ou acusação; fica-se apenas com a torcida por algo que nem mesmo a intuição pode explicar, quanto mais a razão. É um pressentimento que não pondera com nada, a não ser com a falta de valores [e a palavra valor tem o significado de merecimento, talento, reputação, grau de aproveitamento], ficando cada vez mais entregue e baseada no achismo, ou na opinião pessoal sem qualquer contato com a realidade e os fatos; uma das marcas evidentes do relativismo pós-moderno no qual a sociedade está submersa, ou, se preferirem, atolada até o cocuruto.
Por isso, a cada quatro anos, elegemos os "salvadores da pátria", aqueles mesmo que, por décadas, transitaram em salões, gabinetes, auditórios, salas e esconderijos, desconstruindo o pouco que nos restou de soberania e identidade nacionais [interessante como parece, ao ver da maioria da população, que esses personagens nunca tiveram vida, e surgiram, como do nada, três meses antes de Outubro], como se para eles e seus eleitores não houvesse passado, trajetória, uma linha temporal percorrida desde a maternidade. Foram abduzidos após o registro da Certidão de Nascimento, e pousaram agora, como semideuses oriundos do Olimpo, com um discurso tão invisível como suas vidas pregressas aparentam ser.
Acontece que, no fundo, visto a superfície revelar apenas uma maquilagem mal elaborada, mas suficiente para esconder a sujeira e podridão debaixo dela, defendem a ferro e fogo um tipo de colonialismo que dizem objetar mas advogam canhestramente. Afirmam que o Brasil está sob controle do imperialismo americano e do capital estrangeiro, mas querem, a todo custo, subjugar-nos ao imperialismo russo, chinês, cubano, coreano, e do capital que os financia [ou alguém acha que todos esses movimentos "sociais" e progressistas prescindem de financiamento e dinheiro, cuja origem não é outra senão o capital internacional de grandes corporações pró-comunistas?], certamente nos fazendo tão pobres e miseráveis como eles são e sempre serão. Porque mesmo com o crescimento econômico, à custa da escravidão do seu povo, a China, como um todo, é miserável, à exceção dos redutos em que a burocracia comunista fomenta o enriquecimento dos "novos capitalistas", aqueles amigos mais chegados e que sustentam boa parte da elite estatal.
No Brasil, ações que deveriam chamar a atenção da sociedade são negligenciadas e tidas como "teoria de conspiração" ou acusação leviana, sem que nenhum destes acusadores apresente um argumento que comprove seus pitacos. Senão, vejamos, por que muitos dos partidos políticos brasileiros [PT, PC do B, PSB, PPS, PDT, entre outros] são fundadores ou aliados do Foro de São Paulo? Subscrevendo suas diretrizes? Um organismo internacional criado com o único intento de transformar os países latino-americanos em um único bloco a serviço do comunismo globalizado[1]? Mas a este imperialismo ninguém, ou quase ninguém, nas tribunas, assembleias e na mídia, tece uma única linha. Há um silêncio mortal, e que parece deixar muitos deles num estado continuamente morrediço.
E, tudo isso culmina com um número exorbitante de cristãos defendendo partidos e candidatos esquerdistas, como se fosse a coisa mais natural e coerente a se fazer; algo do tipo, os comunistas são nossos amigos, querem o nosso bem, e farão tudo por nós. Mas onde está a lógica? Somente na cabeça de quem, por ignorância ou má fé, é incapaz de avaliar o antagonismo existente entre o Cristianismo e o Marxismo [e suas variantes totalitárias, como o fascismo]. O que me leva a perguntar: você, cristão, votaria em um candidato muçulmano, sabendo que esta religião tem perseguido, expropriado, torturado e matado milhares de irmãos mundo afora? E de que, no decorrer dos séculos, matou milhões por recusarem sujeitar-se a Alá? Você diria que eles são amigos, querem o seu bem, e farão tudo por você? Diria? E afirmaria em alto e bom som: o meu voto é seu? Se, sim, aconselho-o a uma interação harmoniosa com eles, especialmente nos países teocratas islâmicos, onde você, declaradamente cristão, se sentirá acolhido e em um permanente estado de fraternal interreligiosidade.
Pois bem, juntamente com o islamismo, o comunismo é a ideologia [e, porque não, a religião, cujo deus é o Estado] que mais perseguiu, expropriou e matou cristãos no século XX e XXI. Mas aqueles que têm Mao, Stalin, Lênin, Castro, Guevara, Chaves, Lula e Dilma por ídolos, jamais reconhecerão o trabalho árduo ao qual se empenharam: o morticínio e o genocídio de populações inteiras de cristãos que não se curvaram ao deus daquele e deste século: o diabo e seus sequazes; os quais falam muito de amor, de caridade, de perdão, mas, na hora agá, são defensores empedernidos de déspotas patrocinadores diretos de prisões, torturas e mortes, contra as quais lançam o seu ódio, desprezo, atrocidade e brutalidade. Então, se do ponto de vista moral e ético não posso votar em um aliado do islamismo [lembrando-se de que o Islã tem como objetivo o controle e domínio mundial, o imperialismo do califado; e a mídia insiste em nada divulgar sobre o assunto], cujos princípios são opostos e flagrantemente contrários ao Cristianismo, por que raios votaria em um marxista, cujos fundamentos são igualmente contrários à fé cristã?
E, se, Dilma e o PT, Marina e o PSB, para ficar nos dois casos de polarização da atual eleição presidencial, são declaradamente comunistas ou socialistas ou outro jargão da novilíngua adotado [cujos partidos são fundadores do Foro de São Paulo], defendem causas que obstam a fé cristã, são aliados e promotores dos maiores tiranos ainda vivos [e de muitos já mortos], insisto, é-se possível, sendo cristão, votar nelas? O mesmo serve para qualquer outro candidato alinhado com o pensamento esquerdista, o que, convenhamos, em maior ou menor grau, praticamente todos os políticos apoiaram, significando que o atual nível de estatização do país tem a colaboração, explícita ou implícita, de todos eles. Portanto, não há inocentes; todos são culpados em maior ou menor grau, mas o são.
A Bíblia nos exorta à prudência, mas é simplesmente estarrecedor notar que em muitos púlpitos, exatamente aqueles que deveriam aconselhar e orientar a congregação à prudência e sabedoria, haja apoio à corja anticristã, fazendo a si mesmos, e aos outros, escarnecedores deste princípio revelado por Deus. Ao se dar ouvido ao inimigo, nega-se definitivamente a fé que se diz abraçar e defender. Sem uma história, ninguém deve ser levado a sério, mas muito pior é dar credibilidade para alguém que a escreveu e está escrevendo-a com sangue, e sangue inocente. Não é preciso ir ao Sudão, ao Irã, à Síria, Iraque ou Paquistão para reconhecer a perseguição que os cristãos sofrem nestas nações, patrocinadas por governos islâmicos empenhados em erradicar o Cristianismo. Da mesma forma, não é preciso ir à Coreia do Norte, China, Laos, Vietnã ou Cuba para reconhecer a perseguição que os cristãos sofrem nestas nações, patrocinadas por governos comunistas, empenhados em erradicar o Cristianismo. Porém, estes fatos são relegados ao desprezo, irrelevância e, em muitos casos, tratados com cinismo e dolo, como se o problema não existisse, ou, pior, não passasse de um ataque gratuito por parte dos reacionários e retrógrados. Mas, não se deve reagir ao assassínio e morticínio? Ou recuar, ao deparar-se com um abismo? Logo, quem não é reacionário e retrógrado diante da ameaça comunista e islâmica é um assassino e suicida, direta ou indiretamente, com a mão na massa ou defendendo e permitindo a outros fazê-lo por si mesmo. No frigir dos ovos, é indesculpável a qualquer cristão defender regimes e estados fomentadores do flagelo e morte de milhões de cristãos ou de qualquer outro grupo. Certamente o cristão não deve se curvar a nenhum outro deus, somente ao único e verdadeiro Deus, o qual se autorrevelou nas Escrituras Sagradas, sob pena de cometer o pecado da idolatria, a qual muitos têm cedido e entregado sua fé.
Por isso, não há desculpas! Quem vota em partido que subscreve a tirania, a miséria, a perseguição e morte de inocentes e diz não haver problema, como o cão que volta ao próprio vômito, torna-se pior do que já foi. E cúmplice de crime, criminoso é! Por mais que se diga e queira-se fazer de santo.
Pense bem, especialmente você, cristão, se não está atirando no próprio pé; mas, talvez, você pergunte: que pé?!!
Como, sabiamente, dizia a minha avó: Diga-me com quem andas, que direi quem és!
Notas: 1 - O Foro de São Paulo, o qual muitos insistiram por anos, afirmando a sua inexistência, é uma organização internacional, comunista e imperialista [redundância das redundâncias] que tem atos constitutivos e organizacionais, atas de assembléias, pautas de discussões, metas a serem alcançadas, e uma lista de membros afiliados. Se nada disto é suficiente para demonstrar a sua existência, como um agente totalitarista na América Latina, nada mais é real; tudo é ficção, inclusive você, leitor.
Merecimento;
talento;
reputação.
Merecimento;
talento;
reputação.