03 novembro 2014

Cristo e a sexualidade - Parte 4: fornicação, divórcio, homossexualismo e eunucos




Por Jorge Fernandes Isah

Na seqüência 3, Cristo e a sexualidade: a mentira liberal, afirmei que não foi por causa do sexo que Cristo não se casou. Exatamente porque o sexo, dentro do padrão bíblico, estabelecido por Deus, é santo. As corrupções humanas à idéia original de Deus é que tornaram o sexo em pecado, pois descumpriram os propósitos ao qual foi estabelecido pelo Criador. Então, deixei a pergunta: Por que Cristo não se casou? A qual, tentarei responder a seguir; após algumas considerações ulteriores.

Ao falar sobre casamento e divórcio, Cristo disse que o homem jamais poderia repudiar a sua mulher, a não ser por causa de fornicação, ou seja, a mulher ter relações sexuais ilícitas com outro homem. Não entendo que Cristo está a falar de adultério. O adultério acontece dentro do casamento, e a Lei exigia a morte do adúltero, não o divórcio. O divórcio, mesmo entre os judeus, era praticado por outros motivos que não fosse o adultério. O adultério exigia a pena capital para o infrator. Penso que Cristo não veio "suavizar" a penalidade do adúltero, mas esclarecer que o divórcio somente era possível nos casos em que a fornicação fosse comprovada. Os judeus divorciavam-se por qualquer motivo, normalmente, banais. Cristo veio colocar um ponto final na banalização do divórcio, de tal forma que, apenas a depravação antes do casamento era a condição. Descobrindo o marido o que a esposa fizera, sem que o soubesse antes de casar, estaria permitido o divórcio. Qualquer outro motivo alegado para o divórcio não seria considerado, e ambos, ao se casarem novamente, cometeriam adultério [Mt 19.4-9].

Ao que os discípulos de Jesus disseram: "Não convém casar" [v.10]. Ao que o Senhor respondeu: "Nem todos podem receber esta palavra, mas só aqueles a quem foi concedido" [v.11].

Um aparte: o fato de Jesus ter dito que somente nos casos de fornicação o homem poderia repudiar a mulher e pedir o divórcio, não o torna a única opção. Há ainda a opção do marido perdoar a esposa, pelo passado que ela viveu e não lhe confiou antes do casamento. É claro que o marido terá de perdoar a esposa ainda sobre a omissão do seu passado. Mas creio que essa é uma possibilidade mais que real, especialmente se houver arrependimento da esposa em relação aos dois pecados. Não seria apenas um ato "nobre" do marido, mas, sobretudo, de amor e piedade, revelando o seu caráter cristão. É claro que isso envolverá várias circunstâncias, inclusive de personalidade e caráter de ambos, mas deixo registrado como uma probabilidade que eu defenderia nesse caso, como um princípio igualmente bíblico.

Os discípulos se assustaram com a afirmação de Jesus. Já que o homem não podia dispor da mulher e do casamento como e quando bem quisesse, assim, era melhor não se casar. A ideia é mais ou menos a seguinte: se não posso ter o que quero, do jeito que quero, prefiro não ter. Eles estavam dispostos a abrir mão de um privilégio, o casamento, por não querê-lo na forma como instituído por Deus. E estavam dispostos à intransigência, a um comportamento intolerante de não suportar a Lei de Deus. Acontece que a obediência à Lei deve ser entendida como a prova do nosso amor e temor por Deus, e a prova do nosso amor para com o próximo. A dicotomia Lei versus amor, não existe. Ela foi criada exatamente para que o homem cultivasse a desobediência e o desamor.

Cristo então dá outra ducha de água fria sobre os discípulos, ao dizer que nem todos podem suportar a condição de solteiro. Provavelmente, devem ter-lhes passado pela cabeça: “estamos num beco-sem-saída”. Como diz o ditado popular: se correr, o bicho pega; se ficar, o bicho come. Nem todos, implicaria que muitos deles não estariam aptos a viverem solteiros sem fornicar, sem pecar. A voz de Paulo podia ecoar em seus ouvidos [pois é a voz do próprio Deus]: "Mas, se não podem conter-se, casem-se. Porque é melhor casar do que abrasar-se" [1Co 7.9]. Em outras palavras, ou resistiam ao pecado da fornicação e mantinham-se solteiros, ou teriam que ser obedientes a Deus no casamento, e não divorciar. Era a encruzilhada em que muitos deles se viram,  senão, todos.

Novo aparte: O casamento somente é possível dentro do princípio divino de unir macho e fêmea. Qualquer outra conceituação, seja macho-macho, fêmea-fêmea, macho-fêmea-macho, macho-rodentia, fêmea-canis lupus familiaris, etc, pode ser chamada de qualquer outra coisa, menos casamento. O casamento pressupõe o casal, e para se ser um casal, tem-se de ser macho e fêmea, originalmente [Mc 10.6]. "Por isso deixará o homem a seu pai e sua mãe, e unir-se-á a sua mulher, e serão os dois uma só carne" [Mc 10.7-8]. Formas deturpadas de casal, como dois homens coexistindo maritalmente, em que um faz o "papel" da mulher enquanto o outro o do homem, nada mais é do que a corrupção da criação. Operações de mudanças de sexo também são corrupções da criação, de tal forma que não são nada mais do que aberrações, imposturas ao padrão normativo de Deus. Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, "por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si" [Rm 1.24]. Deus denomina as formas de sexo não bíblicas [pois há apenas uma forma bíblica: entre homem e mulher, no casamento] como imundícia, e desonra aos que assim agem.  A palavra imundícia quer dizer porcaria, sujidade, lixo. É nisso que os homens e mulheres que praticam o sexo fora dos padrões bíblicos se tornam. Seja o sexo heterossexual ou homossexual, apesar deste ter um percentual ainda maior de torpeza e depravação. A fornicação heterossexual é pecado, onde se preserva o gênero. Há uma rebelião não quanto ao que Deus criou, mas na forma como os criou. A fornicação homossexual além de pecado contra a forma, a Lei, peca-se também contra a criação. Portanto, o homossexual é um pecador duplamente condenável, pois se rebela em duas frentes; ele guerreia contra Deus em duas batalhas distintas, resistindo-lhe como Senhor e como Criador.

Voltando a Mateus, Cristo explicou aos discípulos porque nem todos podiam ser solteiros, visto ser necessário preencher uma das três condições seguintes:
1) Há os que são eunucos de nascença;
2) Há os que foram castrados pelos homens, que tiveram parte ou o todo do seu órgão sexual extirpado;
3) Há os que se fizeram a si mesmos eunucos, por causa do reino dos céus.
Ou seja, provavelmente, a maioria não estaria capacitada a ser e permanecer solteira.

No primeiro caso, o eunuco seria alguém em cuja natureza não haveria nenhuma disposição ao sexo, do ponto de vista físico [uma deficiência congênita em seus órgãos genitais, ou hormonais, p. ex] ou uma condição estabelecida por Deus, em que não houvesse nenhum desejo pelo sexo, a fim de que ele cumprisse um determinado propósito divino. Aqui, vai um novo aparte. Alguns cristãos pensam, erroneamente, que Cristo se referiu a homossexuais quando disse "eunucos de nascença"; e o detalhe é simples: os eunucos eram impossibilitados de realizar o ato sexual. Um sinônimo para eunuco é castrado. A sua função mais importante era como guardião das mulheres, do harém do rei. Por isso, eram castrados, ou escolhidos aqueles que não eram funcionais, por motivos óbvios. O homossexual, que na Bíblia é chamado muitas vezes de sodomita ou efeminado, não tem disfunção sexual, e pratica uma sexualidade antinatural. Eunuco não é sinônimo de homossexual, pois o homossexual, via de regra, é ativo sexualmente, enquanto o eunuco, não. O que os homossexuais reivindicam é a posição de um terceiro sexo, quando mesmo um retardado, diante da foto de um homem e de uma mulher nus apontaria quem é quem. A questão é que se está levando a discussão para o lado da subjetividade, e, com isso, tudo o que é subjetivo adquire o caráter objetivo, ao ponto de se promulgar leis que defendem a subjetividade do terceiro sexo. O fato é que, por mais que se queira distorcer as palavras de Cristo, o "eunuco de nascença"não será, jamais, um homossexual. Apenas a ignorância poderá sustentar esse falso argumento.

Quanto aos eunucos que são castrados, já falei deles, e não há muito mais o que se dizer.

Há, também, aqueles que se fazem eunucos, por causa do reino dos céus. Com isso, Jesus não está a dizer que são homens que se automutilaram fisicamente. Foi-lhes dado por Deus o privilégio de viverem exclusivamente para o Evangelho. Eles optaram em manterem-se castos, abstendo-se voluntariamente dos prazeres e da prática de qualquer relação sexual, por amor ao Reino. Eles não são eunucos no corpo, mas na mente. Estes são, verdadeiramente, os que podem receber as palavras de Cristo; e assim, como Paulo, ficarem como ele, porque "o solteiro cuida das coisas do Senhor, em como há de agradar ao Senhor" [1Co 7.32].

Na fala de Paulo, em conformidade com o que disse Cristo, nem todos podem ser solteiros porque "cada um tem de Deus o seu próprio dom, um de uma maneira e outro de outra" [1Co 7.7], de forma que aquele que casa tem o dom para o casamento, e o que não casa tem-no para a solteirice. E o importante é que, esteja casado ou não, o nome de Cristo seja glorificado, vivendo em obediência aos seus mandamentos.

E a resposta para a pergunta: Por que Cristo não se casou?

Tenho duas hipóteses; as mesmas respostas para a sexualidade de Cristo:
1) Cristo já nasceu casto, para se cumprir o propósito divino de se dedicar integralmente à sua obra e ministério.
2) Cristo se fez casto para cumprir a vontade do Pai e se dedicar integralmente à sua obra e ministério.

Pode ser qualquer uma das duas respostas, mas tenho para mim que são ambas. Cristo nasceu para fazer a vontade do Pai, e quis viver para realizá-la, perfeita, santa, e completamente. Para que os eleitos pudessem ingressar no seu reino de glória, através da sua obra consumada; o fruto do trabalho da sua alma, no qual se satisfez [Is 53.11]; abstendo-se do sexo, não porque fosse pecado, mas para entregar-se completamente à sua divina missão. De certa forma, podemos afirmar que Cristo foi um eunuco de nascença, pela vontade de Deus, não porque tinha algum problema físico ou congênito, e, também, alguém que se fez eunuco por causa do Reino dos céus.

Que Deus nos capacite, no casamento ou não, a viver em santidade, assim como o nosso Senhor é santo; sendo conformados, dia a dia, à sua imagem e semelhança, que nos levará a ser, pelo poder do Espírito Santo, como ele sempre foi e é.

Nota: Falar da sexualidade de Cristo talvez não excedesse uma lauda escrita. Está mais do que claro os motivos pelos quais o Senhor Jesus não se casou. Porém, a ideia possibilitou-me expor algumas distorções sobre o assunto e falar da sexualidade humana segundo os princípios bíblicos. Por isso, desde o início desta série afirmei que não haveria nenhuma "bomba" ou polêmica; e, creio, cumpri a promessa.

2- Texto publicado originalmente em 11 de Junho de 2011, aqui mesmo, no Kálamos. 

25 comentários:

  1. Estou meio sem tempo e sem o tempo que gostaria de ter para ler com calma. Apenas passei os olhos e quero parabe izá-lo mais uma vez meu querido irmão.

    Um abraço. Acho que fui o primeiro de novo. ( acho que o deixei em paz com meus comentários inúteis por duas semanas...rs...rs...rs...)

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  2. Paz Jorge,

    Pergunta: Por que Cristo não casou?

    Resposta: Ele não casou porque ama demais a sua noiva para olhar para outra mulher. De certo ponto de vista Ele veio assinar o contrato de noivado e voltou para o Pai, a fim de preparar lugar para sua noiva, quando voltar, sua noiva lhe será entregue, e então Ele casará com ela.

    "Vem, mostrar-te-ei a esposa, a mulher do Cordeiro" Ap. 21.9b

    "Aí vem o esposo, saí-lhe ao encontro." Mt 25.6

    Como já foi dito nas postagens anteriores (e na atual com palavras diferentes), um casamento terreno não afetaria a santidade de Cristo, porém afetaria diretamente sua missão.

    A esposa de Cristo é a Igreja, da qual Ele é o/a Cabeça, "e a si mesmo se entregou por ela"!

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  3. Helvécio,

    seus comentários nunca são inúteis; podem estar errados, algumas vezes [assim como qualquer um de nós], mas jamais inúteis, pois nos levam a refletir sobre questões pertinentes e que envolvem a fé bíblica.

    Grande abraço, e bom retorno!

    Cristo o abençoe!

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  4. Ednaldo,

    seu comentário além de correto complementa o que eu escrevi; sou-lhe grato pela inserção.

    Na verdade, minha série de postagens sobre "Cristo e a sexualidade" se prendeu à sua natureza humana e, em sua santidade e perfeição, relacionando-a com os demais homens. Sei que é impossível dissociar a divindade e humanidade de Cristo, mas quis tentar uma abordagem em que um eventual casamento terreno de Cristo em nada afetaria a sua divindade e missão se exercido conforme os princípios instituídos por Deus para ele [o casamento]. Assim como, se Cristo fosse sexualmente ativo, dentro do casamento, em nada afetaria a sua santidade e perfeição. Por isso, não entrei propriamente na questão de Cristo como o Noivo, e da Igreja como a sua Noiva.

    Mas certo é que a Igreja é a verdadeira noiva do Senhor, e por ela, ele encarnou; e por ela, cumpriu sua missão e obra; e por ela, morreu; e por ela, ressuscitou.

    Grande abraço!

    Cristo o abençoe!

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  5. Pô o Helvécio de novo é o primeiro, achei que hoje seria eu!! grrrrr!! Acho que vou ter que hackear o computador do Helvécio, para impedi-lo da próxima vez.

    Jorge, eu entendi o propósito de suas postagens, apenas quis ser chato, explicitando aos leitores "leigos" e não a você o motivo teológico, pois ao que parece muitos crentes tem se esquecido de que a Igreja Universal é a noiva do Cordeiro, e que devemos amá-la como Cristo a (nos) ama. Vemos hoje muito amor às denominações, porém pouco apreço pela Igreja Universal (que não a IURD - rsrsrs).

    Estoulendo um livro muito bom do Bp. James Ian Packer sobre o livro de Neemias, editado pela CPAD, e nesse livro ele fala que o eclesiocentrismo é uma expressão licita e necessária do cristocentrismo, pois devemos amar o objeto de amor do nosso Amado.

    Acho que este é um bom tema para ser trabalhado pelo seu "kalamos" em uma outra oportunidade. rsrs

    Fique na paz,

    Ednaldo.

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  6. Ednaldo,

    Sim, claro, entendi! Tanto que agradeci pelo seu comentário, por não nos deixar esquecer do motivo principal e primordial da vinda do Senhor: separar para si mesmo um povo eleito, a Noiva; que se juntará a ele em sua segunda vinda.

    E, reconheço, que poderia ter colocado uma observação sobre isso na postagem, se eu tivesse me me lembrado [rsrs]. Estava tão "obcecado" em esclarecer a questão do casamento e sexualidade que me esqueci da união espiritual que há entre Cristo e os seus. Por isso, foi ótima a sua lembrança! Tanto para os leitores como para mim, também.

    Obrigado, mais uma vez!

    Abraços.

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  7. Concordo plenamente com o texto e comentários.
    Só penso também em uma questão mais prática. Se Jesus tivesse se casado e tido filhos, acho que isso poderia gerar um problema religioso prático. Por favor, não pensem que estou afirmando coisas estapafúrdias como aquele Feliciano (ver postagem atual no ministerioforcaparaviver.blogspot.com ). Só penso que a relação dos seres humanos que formam a igreja poderia ser confusa com os descendentes de Jesus. Poderia haver uma tendência a idolatrá-los. Claro, não estou afirmando que esse seja o motivo principal do não-casamento.
    Abraço,
    Cesar

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  8. Parabéns de novo com os devidos esclarecimentos: a sexualidade de Cristo foi, a meu ver, de certa forma um gancho, uma desculpa para tratar e defender algo importantíssimo em tempos de apostasia no que concerne às verdades claramente reveladas nas Escrituras, no caso, a plena humanidade de Cristo. Jesus não é meio-homem, semi-deus, o ser humano "diferente", um ET, um anjo ( como dizem as TTJ). Foi a meu ver uma reafirmação de uma verdade com o apontamento devido de detalhes, que por falso pudor ( e não temor genuínos ) não são abordados.

    Quanto a igreja ser noiva, aí é uma figura de linguagem para que pudéssemos entender. A relação entre Cristo e os salvos é a que idealmente deveriam ter um noivo e uma noiva. Se alguém não alcança o entendimento e a experiência e plena cumplicidade e união de noivos, não vai entender a relação entre Cristo e a Assembléia de Eleitos ( O verdadeiro sentido da palavra igreja ). Não digo que desista dessa compreensão, mas será impossível se não puder vivenciar, visualizar a primeira. Se não amarmos a nosso irmão a quem vemos como amaremos a Deus a quem não vemos. Aliás o ateu não só não crê em Deus, de fato não O ama. O ateu de fato ODEIA a Deus, essa é a grande verdade.

    Um abraço mais uma vez.

    P.S.: Irmão Ednaldo... o Jorge merece a nossa assiduidade como leitores do seu blog.

    Querido Jorge...quando estou errado? (rs...rs...rs...rs...brincadeira )

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  9. Oi, César!

    Bom tê-lo novamente por aqui!

    Essas, certamente, seriam implicações de um eventual casamento do Senhor, dado o fato do homem sempre estar em busca de novos ídolos e, assim, rejeitar a Deus.

    No próprio seio da igreja temos sempre os lobos a ganir suas loucuras, nitidamente com o desejo de dispersar e destruir o rebanho do Senhor. Então, é bem provável que pudesse haver, mesmo na igreja, alguns ou muitos que defendessem a "divindade" dos descendentes de Cristo.

    Interessante que a Igreja Primitiva não tratou os irmãos e irmãs do Senhor [nem mesmo Maria, sua mãe] como "deuses". Parece que a exceção de Tiago, não houve entre os demais membros da família de Jesus nenhum que influenciasse de forma marcante a liderança da igreja. Ela distinguiu muito bem a diferença que havia entre Cristo e seus parentes, não lhes dando o crédito além da fé em Cristo, que também os outros membros da igreja tinham.

    Grande abraço!

    Cristo o abençoe!

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  10. Jorge,
    É verdade. Cheguei a pensar no caso dos outros parentes. Louvável o fato de os primeiros cristãos não terem errado nisso (louvável o Espírito Santo, que bem lhes instruiu no que era necessário fazer). Mas o tempo passa. Lembra da serpente que Deus mandou Moisés fazer com uma finalidade específica? Depois a encontramos sendo destruída (livro de Reis), porque as pessoas haviam passado a adorá-la. É como você diz, temos essa tendência de trocar Deus por substitutos mais palpáveis ou convenientes, ainda que menos reais.
    Abraço.

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  11. Jorge,

    pequenas observações apenas:

    Não estou certo que sua interpretação sobre o divórcio como saída apenas para uma situação) de vida pregressa (mas achei muito interessante . Há motivos textuais suficiente para pensarmos que o divorcio era uma maneira menos violenta(nem por isso mais correta) de resolver a questão do adultério. Contudo a aplicabilidade de tal interpretação para nós (Igreja) é mais que saudável. Ou seja, somente o pecado do adultério é motivo para um divórcio. É preciso acrescentar que o termo significa relação sexual ilícita (incestos, bestialismo, pornografia e etc), assim ter relações com outro(a) que não o conjugue era tb relação ilícita, no mínimo um concatenado de pecados que deveriam ser punidos distintamente.

    Outra questão é da dupla conclusão que vc aponta. Cristo foi tentado a semelhança humana, por isso não vejo a menor possibilidade dele ter sido casto no sentido de sem a fisiologia funcional, isso é, Jesus não era impotente, até porque ele era homem sem defeito. A situação do não casamento de Jesus está tão somente ligada a mais estrita obediência a Deus-pai, não havendo oportunidade para ele gastar-se com outras preocupações que não o ministério.

    No mais,
    Esli Soares

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  12. Helvécio,

    foi mais ou menos isso [rsrs]. Não foi nada premeditado; na primeira postagem, eu iria responder à pergunta feita por um irmão, mas o texto tomou outra direção, a de falar da sexualidade do homem dentro dos princípios bíblicos, em santidade, e fora dele, pecaminosamene.

    Mas foi bom porque, na verdade, eu nunca havia pensado mesmo nessa questão de Cristo se casando, exercitando a sua funcionalidade sexual, tendo filhos, etc. E a Bíblia é muito clara em afirmar todos esses pontos.

    Também, pude pensar um pouco mais sobre a questão do casamento, divórcio, homosseuxalismo, fornicação, etc.

    E sobre os princípios estabelecidos por Deus para que vivamos em santidade e retidão diante dele.

    Abraços.

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  13. César,

    é, como o Senhor diz: "O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento" [Os 4.6]. Ao rejeitá-lo, por mais que se diga não, o homem rejeita a si mesmo, pois não há nada em si que pode satisfazê-lo. Por isso, a necessidade de novos e cada vez mais frequentes ídolos, apresentados na forma de prazeres carnais, para tentar saciar essa "fome".

    Ao contrário, nós, que fomos chamados e justificados por Deus, pelo sacrifício de Cristo na cruz, podemos dizer como o profeta: "Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor" [Os 6.3].

    Abraços.

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  14. Esli,

    A releitura de Mateus 19, enquanto redigia o texto, fez-me pensar em algumas coisas:

    1)Primeiro, Cristo não veio abrogar a Lei {anulá-la], mas cumpri-la. Portanto, creio que a Lei, ainda que como princípios, está em vigor.

    2)Segundo, a pena para o adultério não era o divórcio. O divórcio era justificativa para qualquer tolice que o homem considerasse "justa" para se separar da mulher. Em caso de adultério, não havia divórcio, mas a pena capital, a morte do(s) adúltero(s). Então, creio que o Senhor não estivesse falando de adultério em relação ao divórcio.

    3)O que então poderia ser considerado motivo para o divórcio? Acredito que algo do passado oculto de uma das partes [a fornicação, que é, ao meu ver, o sexo fora do casamento, ou seja, antes do casamento] e que poderia ofender a outra parte, a ponto dele pedir o divórcio.
    Mas sempre há a possibilidade de perdão, tanto em um como em outro caso. Mesmo numa situação de adultério é possível que a parte ofendida perdoe a parte que ofendeu, sem ser preciso o divórcio ou a pena capital [se se aplicar a Lei de Deus].

    Caso emblemático é o de José e Maria. Mesmo ainda não tendo sido visitado pelo anjo, José preferiu afastar-se de Maria do que denunciá-la.

    Mas como está escrito: cada um tem de Deus o dom que ele deu.

    Sobre Cristo, eu não disse, em momento algum que ele tinha problemas de funcionalidade sexual. Ele era plenamente homem, em todos os aspectos, à exceção do pecado. Cristo era casto por Deus, como dom de Deus, para cumprir a obra que o Pai lhe dera; e casto por sua vontade, para dedicar-se integralmente à obra que o Pai lhe dera, como você disse.

    Grande e forte abraço, meu irmão!

    Cristo o abençoe!

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  15. Caro Jorge

    Sobre a questão de Cristo não ter casado, nada a acrescentar. Concordo e ponto.

    Sobre a sua singular interpretação sobre o divórcio... hummmmm... Sei não...

    Sou avesso a propaganda, mas segue o link do que eu penso sobre o divórcio:

    http://oliveira-reflexoes-reformadas.blogspot.com/2009/10/sobre-o-divorcio.html

    Sobre a pena de morte para o caso de adultério, vou ter que acabar fazendo uma pesquisa séria a respeito e lendo todos os textos bíblicos a respeito.

    Me parece (de lembrança) que a pena não era para todo o caso e me parece que Jesus aboliu tal pena, me parece também que relações sexuais ilícitas após o casamento também "são ilícitas". Mas não estou disposto agora a brigar sobre o assunto.

    A forma como sugeres me parece problemática, pois teria aplicação prática apenas para a mulher, pois como a mulher saberia que o homem não era virgem antes de casar...?

    Um abraço e fica na Paz!

    Mas que foi inteligente sem dúvida, nunca tinha lido tal proposta, mas... isto pouco importa pois não sou tão esfomeado na leitura quanto tu.

    Natan

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  16. Natan,

    sei que é um ponto difícil, e carece de que eu o estude mais profundamente, mas, não concordo com a afirmação de que Cristo aboliu a pena-capital para o adultério. Ao meu ver, o que temos no trecho de Mateus 19 é o Senhor falando da possibilidade de divórcio em outros casos, não o adultério.

    Mas como não tenho muito mais o que acrescentar além do que está escrito no texto e da resposta ao comentário do Esli, vou esperar você fazer o seu estudo e postá-lo para discutirmos a questão. Enquanto isso, vou meditar sobre o tema.

    Sobre publicidade dos seus textos, faça-o! Já lhe disse não sei quantas vezes. Esse que você indicou, em especial, já li, e considero-o muito bom, ainda que eu também discorde de uma ou outra coisa. Mas isso é normal entre nós [rsrs].

    Grande abraço!

    Cristo o abençoe!

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  17. Caro irmão Jorge, gostaria de convidá-lo a ler ( se ainda não o pode ou não viu ) a minha postagem acerca do crente e a informação, uma abordagem rápida ( gostaria de não estar tão casado no dia e gastar mais tempo com a reflexão pretendida. Ficou sucinta e trabalha com o que o leitor já conhece, portanto sendo menos didática e mais reflexiva mesmo. Se puder dê a sua opinião. Mas esse comentário é acerca do fato mensionado nos coments,que foia abolição ou não da Lei, e como Jesus não aboliu a lei,como Ele mesmo afirmara, em que sentido ela pode ser praticada de modo diferente. Por exemplo, a mulher adúltera seria morta, mas perante Jesus foi perdoada e os acusadores rebaixados na sua auto-justiça ao mesmo nível do pecado dela. Não vejo contradição, e acho que você também não vê, o desafio é explicitar essa aparente contradição aos outros, sejam crentes ou não, com base em tudo que a Bíblia, as Escrituras uniformente nos revelam.

    Um abraço e não deixe de escrever ( e de pregar ).Afinal quando será a próxima vez...que não demore muito, vá preparando o sermão. a propósito no meu blog há um link para baixar um excelente Editor de Sermões.

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  18. Helvécio, no caso da adúltera, jesus obedeceu a lei, mandando que fosse apedrejada por alguém justo. Ele agiu com sabedoria porque sabia que a intenção deles não era cumprir a torah de moisés, mas sim testá-Lo. Devemos também levar em consideração que a missão de Jesus naquela época não era julgar, e sim chamar ao arrependimento. Foi o que Ele fez com maestria, não abolindo a lei (...atirem a primeira pedra) e chamando-os ao arrependimento (...quem não tiver pecado).
    Um abraço.

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  19. Muito bem lembrado, irmão Eric, didático e simples.

    Parabéns.

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  20. Jorge,
    muito bom seu post! Me emocionei quando li sobre a questão do divórcio e o perdão. Indiscutivelmente, DEUS não criou o casamento para ser dissolvido.
    Parabéns pela abordagem, sem bombas e sem surpresas, mas clara e bíblica!

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  21. Joelma,

    obrigado pela visita e comentário.

    Como conversamos no "talk", estou pensando em escrever algo mais específico sobre o tema "casamento e divórcio". Não sei quando, mas acho que deveria fazer uma abordagem mais exaustiva sobre a questão, aprofundando no ponto em que entendo que Cristo não considerou o divórcio possível em caso de adultério.
    Na verdade, ao meu ver, ele não considerou divórcio em hipótese alguma, mas se alguém quiser se divorciar, que não se case novamente.
    Espero detalhar esse ponto em outro texto.

    Grande e forte abraço, minha irmã!

    Cristo a abençoe!

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  22. Querido irmão Jorge, se a lei não foi abolida por que não matamos os adúlteros hoje? Não sobraria um para tacar as pedras, isso já seria um problema legal e de logística. Brincadeiras a parte, temos que lembrar que a lei ( que não salvava ) tinha um caráter didático e preventivo ( mais ou menos como deveriam, ser as leis nacionais atuais ). O objetivo da lei não era a punição do pecador (algo a se dar na eternidade ) mas como se encontra registrado nas Escrituras "tirar do meio de vós ". Israel deveria ser exemplo e uma nação limpa dessas práticas. Quanto ao divórcio ele é improvável para o casamento ideal: "o que Deus ajuntou não o separe o homem". Sabemos que casais longe de Deus e até nas igrejas se constituem sem o assentimento de Deus. Ou seja não eram plano de Deus que tal desastre societário ( o casamento é uma sociedade de fato )jamais acontecesse. O ideal de Deus, o homem e uma adjuntora ( uma companheira do mesmo nível ) é o que Deus viu no ínício e "viu que era bom". Outro elemento importante é que quando um casal desconexo vai a Cristo tudo se faz novo e todas "as coisas velhas de passaram". O perdão de Deus a sua iluminação e o perdão do homem e da mulher em questão, ambos igualmente pecadores, abre a possibilidade para um novo começo de todas as coisas. Isso é o Evangelho.Essa é a graça.

    Um abraço.

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  23. Paz a todos,

    Helvécio, você diz "...se a lei não foi abolida por que não matamos os adúlteros hoje?", infelizmente sua frase demonstra uma falha interpretativa que Jesus corrige no sermão do monte, que é a da justiça feita com as próprias mãos, ou seja, por interpretar mal uma demanda da lei, aplica mal esta mesma demanda, e a transforma num absurdo "inaceitável" para nossa "justa" e "civilizada" cultura.

    1º As demandas de pena capital na Lei de Moisés deveriam ser levadas aos magitrados para serem julgados, ou seja, deveria haver uma denuncia, bem como deveriam haver no mínimo duas testemunhas idoneas. De forma que não era somente apedrejar um adultero que se encontrasse na rua, como a maioria das pessoas querem fazer parecer.

    Na verdade a maioria das pessoas que "falam contra a lei' sequer sabem do que estão falando, já que a maioria das igrejas atualmente negligencia seu estudo pois segundo elas "estamos debaixo da graça e não da lei", mostrando mais uma vez pouco, ou nenhum, conhecimento daquilo que Paulo estava desejando dizer com estas palavras.

    Ao contrário do que você disse o objetivo prático da lei é a punição do infrator, sim. OU você prefere abolir qualquer lei? Pois se a Lei dada por Deus não é válida, porque deveria seguir leis dadas por homens? Vamos fazer o seguinte, não vamos punir ninguém, deixemos livres e impunes ladrões, estupradores, sequestradores aguardando apenas o julgamento divino!!

    Evidentemente o objetivo da lei, nas leis que não exigiam uma punição capital, era levar o pecador ao arrependimento e remissão através dos sacrificios que tipificavam Cristo. E mesmo as que exigiam, tinham também o objetivo de levar ao arrependimento.

    Agora não entendi o que você quis dizer com "casamento ideal", pois ficou parecendo que você defende que as pessoas podem divorciar-se até que encontrem o par perfeito. Certamente não é isso que você desejou dizer, mas foi isso que ficou parecendo.

    Ednaldo.

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  24. Caro irmão Ednaldo , obrigado por suas colocações, mas vamos pro partes, esclarecendo o que eu disse de fato e o que eu não disse. Só fiz uma provocação: se a lei perdeu a validade explica-se o fato de não a cumprirmos do mesmo modo. Não há outra justificativa ( pelo menos o cumprimento da mesma, a sua execução ). O adultério quando aceito em qualquer cultura não é padrão. O assassinato, o roubo, etc não são aceitos como virtudes em nenhuma cultura. Quanto a matar por apedrejamento, é óbvio que o objetivo não era o apedrejado, ainda eu o fosse na mente sem misericórdia dos algozes, mas livrar do meio do povo o mau exemplo. A lei não evitava o pecado e o erro do pecador, mas enchia de medo os demais para não caírem no mesmo erro ( nem sempre funcionava, como hoje, funciona mas nunca cem por cento )Nunca a lei promovia o arrependimento, mesmo porque se ele acontecesse, seria inútil. A lei para o pecador era instrumento de morte, de maldição e perdição. Havia males que pediam uma indenização pelo dano, mas era outra história.

    Sobre o casamento perfeito, ou unidos por Deus, separemos "casamento perfeito" |( improvável, são duas pessoas diferentes ) e casamento constituído por Deus. Homens e mulheres que andam com Deus podem rer seus companheiros e companheiras escolhidos por Deus, ou não? serão todos? serão a maioria? certamente que não. Maria e José, mesmo Adão e Eva ( sem opção coitado, até reclamou com Deus _Davi e Betseba dos quais nasceram Salomão, depois da confusão toda. Cá entre nós que Deus nos livre de ficarmos sem nossas esposas, por separação, ou numa suposição, casado com uma doida varrida, uma anti-Deus, depravada e maluca...o que faríamos? Casais que não são casais de fato perante o Senhor têm duas opções legítimas: arrependimento mútuo e submissão ao Senhor, e caso um dos dois não queira servir a Deus, separação e um novo começo, diante de Deus. Quanto ao incrédulo, primeiro conhecer ao Senhor e aí vamos a solução 1. O grande problema é que a igreja, o pacote teológico legalista, desconhece a solução e cria saídas piores que a situação e até patéticas. Em algumas igrejas os pastores podem divorciar-se ( só eles, e casar de novo ) as mulheres deles não (!!!) Aí não dá outra, nem a razão e nem as Escrituras.

    Um abraço meu irmão. Deus o abençoe. Irmão Jorge, estás atrazado com o texto dessa semana ( rs...rs...rs...)

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  25. jesus veio a terra, com uma missão expecifica. Implantar o reino de Deus, trazer a salvação á aquele que quizer.
    grato josias

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