27 abril 2011

Cristo: a negação do pecado


OU A IMPOSSIBILIDADE DE PECAR


Por Jorge Fernandes Isah*

Retornarei a um tema do qual me afastei por algum tempo, que causou alguma polêmica por aqui e exortações públicas de alguns irmãos para que eu voltasse à verdade. As postagens as quais me refiro são, entre outras:

A questão é que no conjunto do meu pensamento, sempre afirmei ser Cristo 100% Deus e 100% homem, em acordo com o que a Bíblia define claramente e que a ortodoxia ou a tradição da Igreja confirmou por séculos. Não tenho dúvida alguma de que a doutrina da divindade e humanidade de Cristo é bíblica e verdadeira. Portanto, não há o que se discutir quanto ao fato de que eu, eventualmente, esteja comprometendo esse princípio bíblico basilar da fé cristã, pois não estou, visto crer plenamente nele.

A Escritura está recheada de referências tanto à humanidade como à divindade de Cristo, de tal forma que não há como não reconhecê-la, a menos que se seja  movido pelo sentimento de querer destruir a verdade e corromper a revelação especial de Deus para os homens. Apenas mentes acostumadas à mentira e formadas nela podem conceber que o Senhor não seja homem e Deus ao mesmo tempo, de que ele não possua as duas naturezas. Não entrarei nos pormenores de como se deu a união hipostática do Senhor[1], visto não ser esse o objetivo deste texto. Se Deus quiser, no futuro, poderei abordar o tema.

Nos artigos citados, a questão que aventei e que gerou algum mal-estar foi o fato de fazer duas declarações e distinções não tanto ortodoxas [2]:

1) De que a natureza humana do Senhor Jesus era eterna [a essência; a mesma que nos foi dada por Deus e nos tornou à sua imagem e semelhança];
2) De que ele era diferente do homem, ou seja, não completamente igual ao homem por não possuir o pecado nem a possibilidade de pecar.

Em relação ao ponto 1, talvez eu faça uma nova abordagem mais à frente; talvez, não sei. Focarei agora o ponto 2, a nítida distinção que há entre Cristo e nós por causa do pecado que ele não tem e nós temos. Como sempre, farei a pergunta inicial: Não seria o pecado um diferencial fundamental a nos distinguir de Cristo?

Primeiro, a definição de pecado, o qual "é tudo o que é contrário ao caráter de Deus. Como a glória de Deus é a revelação do seu caráter, o pecado é uma insuficiência do homem em relação à glória ou ao caráter de Deus (Rm 3.23)" [3].

Considero uma ótima definição pois ela estabelece que o pecado é algo completamente exterior a Deus, e cuja natureza não se opõe meramente a ele, mas anula-o completamente. O pecado poderia ser entendido como uma reação radical à Deus, à santidade, autoridade, essência e natureza, bondade e perfeição, justiça e graça, numa tentativa pífia de tomar o seu lugar, substituindo-o por elementos antagônicos, díspares e viciados, como se a falsificação pudesse, em algum momento, revestir-se da autenticidade do Autor Supremo; onde a imitação assumisse o caráter próprio do original. Pois, onde há ordem, é impossível a desordem. Onde há o bem, é impossível o mal. Onde há santidade, não há pecado. Onde há justiça, não há injustiça. Onde há vida, não há morte. Na origem, não existe incerteza. Na unidade, não há dispersão. No eterno, não há efêmero. Por isso o pecado é a resistência ou a obstinação do homem em reconhecer a glória do Altíssimo.

É possível que alguém avente a hipótese de eu estar me entregando ao dualismo, o que não é o caso. A Bíblia afirma que todas as coisas foram criadas por Deus, estabelecidas eternamente em seu Decreto, de tal forma que nada, absolutamente nada, surgiu à sua revelia; pois toda a criação, seja espiritual ou material, veio a existir do nada; não havia substância pré-existente a qual Deus utilizou para formar o universo. O que vale dizer que tanto o mal como o pecado não são autocriados ou originários de outra "força", mas vieram à existência pela vontade decretiva de Deus. Portanto, tudo, em seus mínimos e irrelevantes detalhes, está sujeito ao Criador, sem que pudesse existir alheio à sua deliberação; e aqui, como já disse, inclui-se o pecado, o mal, a Queda, etc.

Mas o que isso tem a ver com Cristo?

Tudo!

Visto ser Deus, e por ele todas as coisas virem a ser, pois se assim não fosse não se realizariam; e por todas elas serem sustentadas pelo poder da sua palavra; reconhecemos o seu poder, autoridade e perfeição. Mais especificamente, o fato é que por suas naturezas e atributos perfeitos, Cristo jamais pecou. Mesmo em sua humanidade, ele não poderia pecar. O pecado é-lhe algo completamente exterior e estranho, assim como é para Deus, de tal forma que, em Cristo, o pecado não teria qualquer oportunidade de se manifestar, como não teve nem terá. Por isso é-me inconcebível a idéia da "possibilidade de Cristo pecar", como uma blasfêmia, uma afronta à sua santidade e perfeição. A humanidade de Cristo não é perfeita porque ele não pecou, mas ele não pecou porque ela é perfeita. Há uma diferença brutal nisso. A mera possibilidade de Cristo vir a pecar, ainda que como hipótese remota, afetaria a sua perfeição. Se não cogitamos o mesmo de Deus, porque o cogitaríamos para Cristo, sendo ele Deus? Ou seria Cristo duas pessoas em uma? Ou a combinação das duas naturezas gerando uma terceira? E assim teríamos uma personalidade esquizofrênica e conflituosa? A disputar, na confusão, um sentido incompreensível e não declarado na Escritura? Se na sua humanidade fosse possível, metafisicamente falando, o pecado, isso afetaria a sua perfeição e divinidade, pois ainda que as suas naturezas não se comuniquem, elas fazem parte da mesma pessoa, o Verbo. Não há dualidade em Cristo, mas unidade. Não é possível a imperfeição no perfeito. Nem o transitório no perpétuo. A singularidade de Cristo está em sua divindade-humanidade, mas também no fato de sua humanidade ser exclusiva. Nem mesmo o Adão pré-queda era como Cristo, visto ter pecado, e não ter podido não pecar [4].

Sabemos que o pecado traz consigo uma série de anomalias, e seus efeitos noéticos tornam o homem em inimigo de Deus; de maneira que ele sempre se oporá ao Criador, rebelando-se em sua pretensa autonomia, rejeitando-o, e agradando-se de não obedecer à sua vontade. O homem, se Cristo não o resgatar, estará irremediavelmente perdido, condenado. Este é o maior e definitivo dano provocado pelo pecado: a eterna separação de Deus. Seria a obra completa de sua realização: a morte eterna. Então, como é possível imaginar que Cristo poderia se enquadrar nessa condição, ainda que como uma probabilidade impossível? O próprio decreto eterno estabeleceu que Cristo encarnaria, assumiria a forma humana, e não pecaria. E ele é inexorável; não se movendo em sua irredutibilidade. Porém, a perfeição e santidade do Redentor vai muito além do decreto eterno, pois são atributos da sua natureza, mesmo em relação à sua natureza humana, que não estava sujeita à influência ou coerção do pecado.

Isso, por si só, já seria argumento suficiente para distinguir Cristo dos demais homens. Mas ao se dizer que a natureza de Cristo não é idêntica à do restante da humanidade, toma-se uma proporção desproporcional, ao ponto de se concluir que assim a sua obra expiatória não seria possível. Mas onde mesmo a Bíblia afirma que Cristo é idêntico, em todos os detalhes, ao homem? Esta não seria uma acertiva na qual se está mais preocupado em preservar a nossa condição de semelhantes a ele do que em reverenciá-lo por sua obra consumada? Ou mesmo revelar a sua singularidade na normalidade do homem? Ou sua pessoalidade na nossa incapacidade pessoal de ser como ele é? E poder glorificá-lo naquilo em que ele é, mesmo diferente de nós?

Veja bem, não nego ou relativizo nenhum ponto da ortodoxia cristã, mas acho um exagero e mesmo um despropósito, afirmar que Cristo é 'ipsis litteris" como nós, à parte de sua divindade. Com isso, não estou questionando a sua humanidade, nem que seja homem, mas questiono o fato de como nós, seres imperfeitos, iníquos, rebeldes e inconstantes em nossa irregularidade poderíamos ser comparados a ele, perfeito, santo, obediente, um com o Pai em sua absoluta unidade. Cristo é "sui generis", único, peculiar, fora do comum em sua Pessoa, ainda que tenha a mesma humanidade que nós... à exceção da disposição adâmica ao pecado.

Contudo, o pecado não é um mero detalhe... Assim como a disposição ao pecado também não é. E se todos, sem exceção, temos essa disposição, ao ponto em que o pecado se tornou inevitável em nossas vidas, Cristo não a tem, por isso, não pecou. A sua natureza humana, ainda que semelhante à nossa, é impecável. E isso faz uma enorme, grandiosa diferença, tanto nele, como na boa obra operada em nós, e que nos levará, infalivelmente a não mais pecar, pois, naquele glorioso dia, seremos feitura sua, de tal forma que em nós a sua glória imaculada consumar-se-á, e adquiriremos, por sua graça, a  sua perfeição que anulará o pecado, tornando-o extinto e ineficaz em sua inocuidade.

E essa é a mais viva esperança que o cristão pode desejar, quando, face a face com o Senhor e Salvador, seremos finalmente como ele é. E teremos enfim a sua natureza humana, em todos os seus detalhes, capacitando-nos à santidade e à impossibilidade de ceder ao pecado. Quando toda a obra planejada e posta em execução por Deus no tempo, na história, se consumará definitivamente. E somente ali os eleitos reconhecerão que nunca foram como ele, mas agora, eternamente, serão! Pois Cristo é a negação do pecado!

Notas: * Escrito e narrado por mim... mas o áudio chega sempre algumas horas ou dias depois.
[1] União Hipostática: é a união das duas naturezas, divina e humana, em uma Pessoa; o que faz de Cristo uma Pessoa Teoantrópica, ou seja, ele é ao mesmo tempo Deus e homem. 
[2] O fato da minha declaração não ser considerada "ortodoxa" não a inviabiliza como biblica. Muito da ortodoxia, e tem-se de definir o que seja ortodoxia primeiramente, é discutível inclusive por ortodoxos. E o que vale, necessariamente, é o princípio estabelecido na Escritura, mesmo que ele não seja considerado ortodoxo. Especificamente no meu caso, eu nego a heterodoxia do que disse, e afirmo que os meus postulados são bíblicos. 
[3] Dicionário Bíblico Wycliffe - pg. 1.485 - Editora CPAD.
[4] Sobre não concordar com a posição de Agostinho quanto à idéia de que o Adão pré-queda poderia "não pecar e pecar", ler o meu texto: "Todos esses anos... e nunca fica fácil"


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19 abril 2011

Livro do Mês: A Soberania Banida

Ouça este artigo:



A RUÍNA DO LIVRE-ARBÍTRIO

                                 Escrito e narrado por Jorge Fernandes Isah

Fiz uma primeira leitura do livro em 2008, quando já era calvinista... bem, um calvinista ainda inconsistente, mas posso garantir que a partir das refutações de Wright ao arminianismo, paganismo e ao humanismo, não ficaram dúvidas, nem pedra sobre pedra. Então, vi-me seduzido a novamente ler o livro. Não sem antes fazer a pergunta: "Por que reler 'A Soberania Banida'?"... Não foi difícil relacionar alguns motivos:

1- Grandes livros devem ser lidos e relidos.
2- A Soberania Banida é um grande livro, cujo tema é pouco divulgado e cujo material é escasso em português [Há de se ressaltar o esforço da Editora Monergismo em publicar obras sobre o assunto, em especial, as de Gordon Clark e Vincent Cheung].
3- Quando da primeira leitura, ainda caminhava meio que titubeante pelo Calvinismo, pois até pouco tempo antes era um amyraldiano sem saber, crendo ser calvinista. Então, provavelmente, muito do que li ficou perdido ou sequer foi visto por meus olhos limitados quanto à doutrina da graça.
4- Queria, e quero, avaliar o pensamento do Wright com o de Clark e Cheung, e ver até que ponto eles são semelhantes ou conflitantes.
5- A oportunidade de detalhar melhor aqui no blog o livro, o que não pude fazer na primeira leitura [o livro estava fora de catálogo, e peguei-o emprestado; fiz uma leitura rápida, para não "prender" muito o exemplar em minhas mãos]. 
6- Acho que este título merece ser mais conhecido e divulgado, e oro para que Deus me capacite a analisá-lo em alguns dos seus detalhes, sem tirar o desejo de quem porventura queira lê-lo. Ou seja, não ser explícito por demais e acabar por revelar mais da leitura do que deveria.

Entrando propriamente no cerne do livro, ele combate a falsa idéia de que o homem tem alguma influência em sua salvação, de tal forma que ela se tornaria uma obra humanamente meritória. E sua relevância está exatamente em não deixar que o homem, em momento algum, pense que isso possa ser possível; usurpando de Deus a honra, glória e louvor por toda a obra de salvação, desde quando a decretou na eternidade até a sua realização e consumação no tempo. Wright ressalta a impossibilidade de haver cooperação entre Deus e o homem, de maneira que somente um ou outro é o autor da salvação... Como o homem não pode salvar a si mesmo, e acredito que nem queira fazê-lo, a conclusão é de que todo o planejamento, execução e resultado podem ser creditados exclusivamente a Deus.

Em relação ao arminianismo, há de se dizer que, além de sua posição nitidamente antibíblica, ele foi uma espécie de irmão "univitelino" tanto do Iluminismo como do Racionalismo, gerando dessa depravação doutrinária/ideológica o liberalismo cristão e um sem número de apostasias e heresias; os seus filhos bastardos, a partir da formação do que se pode chamar a "tríade do Mal". Historicamente nenhum movimento esteve ligado a tantas distorções e corrupções do Evangelho quanto o arminianismo, e o que se pode perceber é sua influência autônoma em todas as formas de degeneração do Cristianismo bíblico criadas pelo homem natural. Entre várias  delas podemos citar como descendência direta o Universalismo, o Unitarismo [ao pender vergonhosamente para o Arianismo], o Reavivalismo de Finney e seu abominável evangelismo de resultados, pragmático, sentimentalóide, e avesso à doutrina e a razão. Muitas seitas têm em comum com o arminianismo o mesmo princípio: a suposta liberdade e poder da criatura de frustrar os desígnios do Criador.

Wright demole, ponto a ponto, os argumentos arminianos, os quais são provados inconsistentes e falsos, cujos princípios servem apenas à vontade autônoma do homem [o desejo em tê-la independente de Deus], capaz de se sobrepor e se impor até mesmo sobre a vontade divina. Para eles, é possível Deus ser Todo-Poderoso, soberano, controlar todas as coisas e, ainda assim, o homem ser livre e capacitado a ter em suas mãos as decisões de maneira totalmente livre, podendo até mesmo aprisionar "Deus" em suas vontades, anulando-o, como se o placebo pudesse, em sua inatividade e ineficácia, controlar, determinar e administrar a cura em sua neutralidade indeterminada.

Nesse quadro, onde fica a graça salvadora de Deus? Se é pela graça que somos salvos, seria possível ela estar sujeita ao livre-arbítrio humano? E como esse suposto livre-arbítrio se relacionaria com a natureza pecaminosa e a Queda? Estaria ele dissociado delas? Ao ver do arminiano, isso é possível, porém, ilógico e insustentável, especialmente quando a Bíblia nos revela que todos estamos debaixo do pecado, não promovemos o bem mas o mal, e não queremos nada com Deus, não ao ponto de nos arrepender da nossa iniquidade e sujeitar-nos ao senhorio de Cristo espontaneamente. Na verdade, o homem natural quer um Deus submisso e sujeito, uma espécie de “deus da lâmpada”, um gênio das mil e uma noites sempre disposto a realizar os desejos das suas criaturas,  numa obediência lacaíca, carnal e tola.

O fato é que, se Deus não operar em nós a regeneração, o novo-nascimento, chamando-nos eficazmente a reconhecer a obra de Cristo como suficiente e única para a salvação e justificação do ímpio, nada feito! Permaneceremos mortos em nossos pecados e iniquidades, distantes de Deus, longe da sua graça, sem a menor vontade de arredar um centímetro em direção ao seu trono de glória; refestelando-nos no pecado como porcos na lama.

Em quase todos os aspectos, o pensamento de Wright está em acordo com o de Clark e um pouco menos com o de Cheung, [provavelmente por McGregor e Gordon serem presbiterianos ao contrário de Vincent; e aí reside a necessidade daqueles subscreverem a C.F.W. enquanto este não] o que o torna em calvinista no sentido pleno da palavra, pois não se encontram presentes no livro as comumentes expressões antinomia, paradoxo ou mistério, para explicar algum princípio bíblico que não se queira reconhecer baseado na Escritura, a fim de não causar "mal-estar" entre leitores e ouvintes mais suscetíveis à verdade. Normalmente paradoxo ou mistério é utilizado para respaldar algum conceito humanista e enfraquecer ou desqualificar um princípio bíblico, a não ser no caso especifício da "graça comum", a qual o autor parece dar algum crédito, assim como a maioria dos calvinistas, mesmo que não se encontrem evidências para ela, ao contrário, a razão indica a sua inexistência como princípio revelado por Deus. Porém, reconheço que Wright não detalha o que venha a ser "graça comum", revelando, talvez, a sua irrelevância doutrinária.

O livro é um excelente tratado sobre a "soberania divina x livre-arbítrio" [quem considera possível uma união de forças entre elas está completamente enganado, pois são conceitos antagônicos e rivais], e os argumentos e princípios bíblicos são reveladores de que Deus é 100% soberano e o homem não é livre para fazer escolhas autônomas à parte do Criador, como se houvesse chance desse homem ser, de alguma forma, livre de Deus. Nada no universo é livre de Deus; portanto, o homem é livre apenas para pecar conforme a sua natureza iníqua.

Um capítulo deveras interessante é o que Wright destina a análise dos supostos "versículos arminianos" na Bíblia. Escolhendo aqueles usados pelos autonomistas para defenderem suas posições [a partir da descontextualização], o autor, partindo-se do pressuposto de que não há contradição na Bíblia, e de que é impossível se afirmar um sistema e o outro ao mesmo tempo, ou propor uma simbiose entre eles [o que chamou de "calminianismo"], assegurou que o versículo em si pode não ensinar qualquer doutrina distintivamente calvinista, mas o ponto a ser estabelecido é que os arminianos não têm qualquer base para citá-los em seu favor.

Desta forma, provado que os supostos "versículos arminianos" não ensinam o arminianismo, livres de preconceito, poderiam explorar a possibilidade de realmente haver versículos na Bíblia que tornam inevitável o conceito calvinista da salvação.

Os versículos são agrupados tematicamente da seguinte forma:
1) Sobre o livre-arbítrio;
2) O termo vontade;
3) Escolhas humanas;
4) Ordens;
5) Convites;
6) A utilização do termo "livre-arbítrio" em algumas versões da Bíblia;
7) E, mais detidamente, nos únicos dois versículos "obviamente arminianos", ironicamente assim chamados por Wright, demonstram não haver nada de arminianismo neles.

Há a indicação do livro de John Owen "The Death of Death in the Death of Christ", publicado pela Banner of Truth, e disponível no Brasil resumidamente com o título "Por Quem Cristo Morreu?", publicado pela Editora PES.

Qualquer arminiano que ler esse capítulo em especial [desde que não se endureça a ponto de não ver a verdade, apegando-se tolamente à mentira], se certificará da fraqueza e verá desmoronar a sua interpretação quanto ao "arminianismo bíblico". Ele até poderá não aceitar a doutrina calvinista da salvação, mas não haverá como continuar proclamando a teoria antibíblica do arminianismo e o seu mote principal: o livre-arbítrio.

O autor aborda ainda a questão do determismo bíblico, da responsabilidade x liberdade, e do suposto dilema "Deus e o mal", prato-cheio para humanistas ignorantes e cristãos igualmente mal-informados.

Ao final do último capítulo, Wright esboça 5 razões para não se aderir à teoria do livre-arbítrio a partir das 5 máximas dos próprios "livre-arbitriristas".

Creio que, por isso, muitos decidem fugir de livros tão reveladores como "A Soberania Banida", contando-se com exposições frágeis, conflituosas, incoerentes e irracionais de autores não comprometidos com a verdade ou que apenas se enganam, iludidos pela mentira.

Notas: 1- Ao final de cada capítulo há uma lista de leitura adicional; infelizmente, em sua esmagadora maioria, não disponível em português.
2- "A Soberania Banida", escrito por R. K. McGregor Wright, e publicado pela Editora Cultura Cristã
3- Todos os meus comentários ao livro podem ser lidos AQUI
4- Na seção "Textos Selecionados", em "Cristologia & Soberania de Deus" e "Apologética & Outros", pode-se encontrar vários artigos em que abordo as questões da impossibilidade do "livre-arbítrio" e também sobre "responsabilidade x liberdade".
5- Avaliação do livro: [*****] Excelente!

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