Por Jorge Fernandes Isah
O argumento mais usado para não se dar o dízimo e ofertas é de que há pastores e igrejas que nada fazem para a obra de Deus, mas antes usam o dinheiro para o seu próprio benefício, muitos deles nitidamente carnais, ligados a tantos outros pecados como a ostentação, a vaidade, orgulho, soberba e megalomania. Isto é um fato, mas o que ele representa na totalidade da igreja? E, por haver homens corruptos e apóstatas, a palavra de Deus é anulada? E a sua vontade também? Claro que não. O problema é que muitas igrejas negligenciam a fiscalização de como os recursos são empregados, deixando-os por conta de uns poucos. Sabemos que há bodes na igreja, e deixar as galinhas aos cuidados dos lobos é insano e estúpido. A não participação de muitos membros nas decisões eclesiásticas, a sua recusa em participar até mesmo das reuniões deliberativas, a omissão e o descaso para com a obra de Deus, faz com que alguns poucos se sintam "livres" para agirem conforme os seus corações corruptos e infiéis. Mas isso, em nada, anula a ordem divina, nem faz daquele que dizima fielmente um tolo. O problema está em onde se dizima e qual a doutrina do dízimo é defendida. A maioria das igrejas, infelizmente, utilizam-no como instrumento de ganância, fraude e sucesso pessoal, aplicando uma doutrina espúria e antibíblica a um princípio que é nitidamente revelado na Escritura. Tem-se de estar atento, pois se os nossos recursos são desviados para fins que não sejam santos, também somos cúmplices dos criminosos.
Outro ponto escuso, e que deve ser repreendido, é o de muitos ter o
dízimo como uma espécie de barganha com Deus, no sentido de que se faz um “negócio”
com o Senhor; ao dar-se, espera-se receber, o que fere vergonhosamente o
princípio de que damos o dízimo porque Deus nos deu primeiro, e não porque nos
retribuirá por darmos. A fé bíblica, e não a fé casuística, é o motivo
pelo qual devotamos o dízimo, como uma oferta de agradecimento ao Senhor por
tudo quanto nos deu, tem dado e dará. Qualquer conceito que se apresente fora
disso não passará de heresia e blasfêmia e apostasia.
Alguns textos para
meditar
- II Co 9.1-13: "E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também
ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará. Cada um contribua
segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque
Deus ama ao que dá com alegria".
- I Coríntios 16.1-2: "Ora, quanto à coleta que se faz para os
santos, fazei vós também o mesmo que ordenei às Igrejas da Galácia. No primeiro
dia da semana, cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua
prosperidade, para que não se façam as coletas quando eu chegar".
- Mt 23:23: "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que
dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei,
o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir
aquelas".
Algumas Perguntas
- Podemos dizer que aquele que não dizima e oferta está em rebeldia
contra Deus?
- Por que não devo dizimar?
- A minha preferência pelas ofertas, antes de obediência aos princípios
bíblicos, não seria uma forma de “despistar” e contribuir com menos do que
deveria dar?
- O dízimo não é um sinal de fé? Pois a Bíblia diz que sem fé é
impossível agradar a Deus?
- Por que penso que a minha oferta, sem fé, agradaria ao Senhor?
- E como aplicar o princípio de que a oferta deve ser segundo a
prosperidade de cada um?
- Ou seja, no dízimo temos um percentual fixo, 10%, e no caso das
ofertas, se tenho sido abençoado com muito, não devo dar proporcionalmente?
Muito além dos 10%?
- Não estaria aí a distinção e os motivos pelos quais o NT refere-se às
ofertas e não aos dízimos, já que este era claramente definido e não precisaria
de novas definições?
Notas: 1- Aula realizada na EBD do Tabernáculo Batista Bíblico
2- Para mais explicações, ouça o áudio da aula em Aula 64. Dizimo II.MP3