28 setembro 2021

Uma semana com a fiel testemunha: William Carey

 


Jorge F. Isah


        Durante anos, tenho lido bastante, não o suficiente (e nunca o será), e realizado anotações no meu blog de leituras e em outros lugares. Decidi então postar essas anotações tal qual foram escritas, sem burilá-las ou alterar-lhes o sentido. Tento assim ser fiel ao apreendido na época da leitura, apenas com a correção de erros datilográficos e ortográficos. Em alguns casos, foram feitas dezenas de anotações; na maioria, algumas. Começarei por um livro que marcou a minha caminhada cristã, e através do qual Deus falou imensamente comigo. Trata-se da biografia do primeiro missionário moderno, o inglês William Carey. Enviado pela Sociedade Missionária de Londres para a Índia, pais pobre, politeísta em cuja tradição praticava-se sem remorsos o infanticídio e o assassinato de esposas, Carey nos deu o testemunho de que, contra tudo e todos, "se Deus é por nós, quem será contra nós?" (Rm 8.31)

        Desejo que a leitura destas notas estimule-o(a) à leitura do livro; pois, tenho como certo o fato de a igreja fraquejar atualmente em parte pelo desprezo (o não querer conhecer ou o querer não conhecer) ao testemunho fiel dos santos em todos os tempos. 

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Notas de uma semana lendo "Fiel Testemunha"

em 2008

        
        Sabia pouco sobre o pr. William Carey: era inglês, tornou-se missionário na Índia e, após seis anos de pregação, houve a primeira conversão através do seu ministério. Sabia também que ele foi o primeiro missionário moderno. Portanto, aí está o interesse em ler a sua biografia.
        Estou um pouco além da pag. 100, e Carey ainda está em solo britânico.
        Timothy George descreve as lutas e oposições que Carey e seu grupo (formado por Andrew Fuller, Robert Hall, John Ryland Jr. e John Sutcliff) tiveram para implementar o trabalho missionário, cumprindo a Grande Comissão da qual Cristo nos responsabilizou (Mt 28.18-20).
        O livro relata o amadurecimento espiritual de Carey; e as vias doutrinárias da época (o início do hipercalvinismo, por exemplo), os avivamentos na Europa e América, e um apanhado geral dos trabalhos missionários de Jonathan Edwards, John Elliot e David Brainerd.
     A escrita é agradável e, muitas vezes, torna a leitura compulsiva.

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    Na segunda parte, vemos Carey e Thomas na Índia, ilegalmente, e experimentamos um pouco do sofrimento, aflição e angústia pelos quais passaram. Carey perdeu o seu filho Peter, de 5 anos, vítima de uma febre, e viu o nascimento de outro filho, Jonathan, enquanto a sua esposa enlouquecia, e irmãos e amigos morriam pelo caminho. Tendo de sobreviver sem ainda dominar o idioma bengalês, abandonado por todos, com o desejo fervoroso de pregar o Evangelho de Cristo aos pagãos, sofreu sobremaneira com a injustiça, e abandono, da sociedade inglesa missionária, que alegou vê-lo afastar-se do seu real compromisso com as missões para entregá-lo à própria sorte (quando, na verdade, essa sociedade foi quem "esqueceu-se" de Carey, Thomas e seus familiares, sem lhes dar qualquer apoio em sua jornada no oriente).
        É evidente o amor de Willian  para com a obra do Senhor, e o seu único objetivo é a glória de Deus e a conversão de almas. Fica evidente também a providência de Deus em favor dos seus filhos, sustentando-os  espiritual e materialmente.
    Timothy George não poderia ter escolhido título mais apropriado para o livro: Fiel Testemunha.

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    A terceira parte aborda a implementação de grupos missionários na Índia, sob a supervisão de Carey, e a sua entrada na vida acadêmica como professor de bengali, sânscrito e outros dialetos hindus; a tradução da Bíblia para esses dialetos; a morte das duas primeiras esposas e do seu filho Félix; o rompimento com a Sociedade Missionária de Londres, e o surgimento de grupos "liberais" mais jovens (em sua maioria heréticos) entre os batistas que se opunham aos métodos de Carey.
        Ele foi professor, pastor, missionário, tradutor, editor, mas o seu objetivo principal era a proclamação do Evangelho de Cristo, sem se esquecer das causas sociais como a luta contra o infanticídio e o ritual de sati (onde as viúvas eram queimadas vivas juntamente com os corpos dos seus maridos mortos), o que acabou sendo proibido depois de muitos anos de luta (nas quais foi apoiado por Wilberforce). Mas em tudo havia o desejo de glorificar a Deus e de obedecê-lo naquilo que era a Sua vontade, como ficou claro em suas palavras,  ao completar 70 anos: 
        "Hoje estou fazendo setenta anos, o que é um monumento à misericórdia e bondade divina, apesar de, numa revista de minha vida, eu encontrar muitas coisas pelas quais devia ser humilhado no pó. Meus pecados ostensivos e concretos são inumeráveis, minha negligência no trabalho do Senhor foi grande, não promovi sua causa nem busquei sua glória e honra como deveria. Apesar de tudo isso fui poupado até agora e ainda sou mantido em sua obra, e tenho confiança de ser recebido na presença de Deus por meio dele. Eu queria ser mais consagrado ao seu serviço, mais santificado, praticando as virtudes cristãs e produzindo frutos de justiça, para louvor e honra do Salvador que deu sua vida em sacrifício pelo pecado" (Carta escrita por William Carey a Jabez Carey, em Serampore, índia, 17/08/1831).

        Apenas alguém que não buscou a glória pessoal, mas honrar ao bom Deus em obediência poderia dizer tais palavras; sabendo que tudo feito só foi possível graças à Ele, que nos amou primeiro.

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        Há dois apêndices no livro, um fazendo um paralelo da relevância de Carey para hoje (cap. XI), e outro, o livro escrito por Carey "Uma Averiguação...", o qual é fundamental para se entender os seus pensamentos sobre missões e evangelismo.

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            Existe um filme contando a vida do "pai das missões modernas", denominado "Uma Chama na Escuridão", disponível no Youtube e provavelmente em outras plataformas de streaming. 

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Avaliação: (*****)

Título: Fiel Testemunha - A vida e a obra de William Carey

Autor: Timothy George

No. Páginas: 296

Editora: Vida Nova

Publicação: 1a. Edição (1997)

Sinopse: 

    "William Carey é universalmente reconhecido como o “Pai das Missões Modernas”. Seu nome se confunde com o período heroico do movimento missionário protestante iniciado com seus 40 anos de ministério na Índia, período que inclui a saga de outras personagens notáveis como Henry Martin, Adoniram Judson e David Livingstone, cujas vidas foram profundamente influenciadas pelo exemplo de Carey. Sapateiro, botânico, tradutor, pregador, gerente de fábrica – William Carey foi tudo isso e muito mais. Acima de tudo, ele foi uma fiel testemunha do evangelho de Jesus Cristo no meio de uma vida de sofrimento pessoal, de desprezo profissional e de discórdias internacionais. Livro de cabeceira, Fiel Testemunha o conduzirá pelos caminhos trilhados por William Carey, numa linguagem cheia de vida, de emoções e de convicções intensas, que Timothy George sabe expressar com maestria indiscutível, a exemplo de sua outra obra publicada pela Vida Nova, Teologia dos Reformadores."











27 setembro 2021

A Superfluidade Humana em “Retrato de Uma Senhora”, de Henry James

 



Jorge F. Isah


Retrato de uma Senhora é um livro de conflitos, a perpassá-lo em cada página, parágrafo, linha. Henry James é um autor e tanto. Ele penetra e fustiga seus personagens até espremê-los à exaustão e ao limite de suas forças (dele, e deles). E o amor parece ser a causa, a origem de todos os embates e hostilidades nessas relações. Seja o amor à pátria, ou alguém, ou a si mesmo, seus desejos ou convicções, nada é fácil, ou melhor, puro, aos olhos dos personagens. Existe sempre uma áurea de maldade, de oposição, a impedi-lo de se concretizar, materializar-se, em meio às imperfeições e sutilezas aspiradas por almas incapazes de fazer o bem, ainda que o almejem (Ralph, certamente o personagem mais fascinante do livro, mesmo pretendendo fazer o bem, acaba por reconhecer que o bem pretendido não foi além do mal realizado. Ainda que seus esforços sejam nobres, dar à sua prima, Isabel, os meios para realizar o seu idealismo: ser uma mulher do mundo, conhecendo-o, em sua ânsia por liberdade; motiva-o a satisfação de ser o benfeitor anônimo, numa prova de desprendimento, mas também de ascetismo mórbido – Quem ler o livro entenderá).

A ideia do autor de narrar a trajetória de Isabel, no decorrer de alguns anos, menos de uma década, e, especialmente, o que lhe sucederia, sendo uma jovem moderna, independente e visionária, leva-o, contudo, a investigar o fracasso, digo, a frustração de homens e mulheres a circundá-la; satélites em desarmonia, perturbados e caóticos, enquanto a estrela central se implode, incapaz de manter a si mesma, e ao seu círculo, na rota da felicidade. Estão sempre a colidir uns com os outros; e amontoam-se em camadas de orgulho, vaidade e pernosticismo. Não é o retrato de uma senhora, mas da alma humana, de uma sociedade na qual a busca da felicidade e realização tem tão duros e insuperáveis obstáculos que o desgosto parece ser a forma natural de se viver enquanto os sonhos se dissipam, como barcos em naufrágios.

O mal se faz sentir nas doenças, nos encantamentos, nas aspirações, nos convívios, amizades, casamentos, traições e tentativas; percorre os sentimentos, os atos, os desejos, e nem mesmo uma alma angélica e adorável como a de Pansy está imune à tristeza de, sendo cândida, pagar pela impureza dos outros; mais especialmente de seu pai, Osmand e de sua amiga, madame Merle. Esta, com certeza, é ladina, finória, vivendo em uma constante trama, planejando tirar dos outros, em especial o seu círculo mais próximo, as vantagens necessárias para sobreviver, sem ser ela mesmo capaz de retribuir além das intrigas.

É difícil escrever sobre uma história sem contá-la; e é o que venho tentando fazer, sem as vezes obter sucesso. A ideia é relatar o mínimo necessário para aguçar o interesse do leitor, de que ele se disponha a comprar o livro e, ele mesmo, venha a descobrir coisas que não descobri, e ver o que não vi. Tomara que eu possa, com o mínimo, levar alguns a desejarem o muito.

Retrato de uma Senhora é um grande livro, dos melhores que li ultimamente. A trama é elaborada, sem os constantes e desnecessários “sustos” e “perplexidades” que as obras atuais se especializaram, como a maneira mais fácil de fisgar o leitor (de maneira artificial. Escrevem como se fosse um thriller de suspense e emoções “sem pé nem cabeça”). Não é um livro fácil; mas certamente, à medida que se dá voz às personagens, acaba-se por criar uma empatia e cumplicidade com alguns deles. E o grande livro somente o é se amamos e odiamos, apiedamos ou desprezamos certas personagens. Escrito no final do século XIX, é uma obra universal. Talvez, e somente talvez, eu gostaria que James tivesse reduzido o volume total de páginas em algumas dezenas; me parece que cinquenta seria um bom número. Mas, certamente, não serei eu a desprezar uma linha sequer do enredo; pelo contrário, tenho-as, cada uma, como importante para o desenrolar da história.

Voltando a ela, creio que a maioria desprezaria ou não entenderia os percalços, dúvidas e esquemas abusivos e caprichosos em que as pessoas se inseriam ou eram cooptadas. A questão pode ser entendida como o apelo à “primitividade” humana, tão distante da “liberdade” com que se goza atualmente. A verdade é que o livro vai muito além da superficialidade das relações e seus meandros, e que parecem desmerecê-los em prol dos modernosos avanços do sec. XXI. Ledo engano. O homem certamente descrito por James conhecia mais de si mesmo e do outro, e por isso não tinha ilusões, ao menos não se entregava a elas como um cão ao osso. Ao contrário da aparente fleuma de superioridade, da autoconfiança e da quase infalibilidade das apreciações e conceitos “modernos”, o homem permanece o mesmo, em sua busca de felicidade, de satisfação, de realização, mas esquecendo-se de que nelas reside o seu ser. Ele nada mais é do que aquilo que faz ou pensa fazer, para o bem ou para o mal. Ele não é, se não fizer; e mesmo fazendo, deixa de ser. Não o que é, mas o que deseja ser ou pensa ser. Por que isso? Porque a leitura de qualquer obra deve, no mínimo, não ser apenas a apreciação da história pela história, mas o que ela revela do homem, do mundo, do conhecido, do desconhecido, do tangível, do intangível, do natural e do sobrenatural, do homem e de Deus.

Henry James não pretendeu escrever sobre a necessidade do homem de Deus, mas ao descrever a insuficiência humana e o seu fracasso, deixou nas entrelinhas essa exigência; pela falta pode-se saber a ausência, e naquilo em que somos carentes. E, “Retrato de uma Senhora”, é a síntese da superfluidade que em nada preenche ou pode preencher o homem.

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Avaliação: (****)

Título: Retrato de Uma Senhora

Autor: Henry James

No. de Páginas: 680

Editora: Cia das Letras

      Sinopse: "Retrato de uma senhora, publicado pela primeira vez em 1881, é o primeiro grande romance de Henry James, e talvez sua obra máxima. Num século em que a esposa burguesa insatisfeita tornou-se um personagem literário central, e o adultério um motivo romanesco recorrente - o século da Madame Bovary, de Flaubert, e de Anna Karenina, de Tolstói -, Henry James colocou em cena uma heroína singular, cuja carência essencial é de outra ordem. Com uma narrativa que, astuciosamente, começa lenta, quase contemplativa, e aos poucos se acelera, ganhando dramaticidade, James constrói sua história como um jogo em que cada coisa se transmuta em seu oposto: liberdade em destino, afeto em traição, pureza em artimanha - e vice-versa"







01 setembro 2021

Tiros na Noite: Nenhum pela Culatra

 




Jorge F. Isah


O que esperar de uma compilação de contos de um ícone do gênero policial noir, sendo a maioria deles escritos para publicações baratas, as chamadas Pulp fiction[1], muito antes da fama?

Para ser sincero, foi uma surpresa positiva. Ao contrário de alguns que não veem mérito no processo de formação do escritor, tenho certo interesse por ler os primeiros trabalhos, aqueles raramente tidos como obras-primas ou relevantes (seja lá qual significado carregue) para, exatamente, descobrir, ainda que um pouco, a trajetória e caminhos pelos quais o autor atravessou. Dashiell Hammett não é o meu predileto do gênero. Gosto mais de Chandler, apesar de ter algumas ressalvas. Mas, dizer que ele não foi importante ou um mau escritor, vai uma diferença enorme. Considero, como já disse em outro lugar, O Falcão Maltês acima da média e, para mim, disparado o melhor livro de Hammett (mas suponho que este seja um ponto sem discordância entre a maioria dos seus leitores).

E “Tiros na Noite”[2]? Bem, são 20 contos escritos entre 1920 e 1930, publicados aqui e acolá em revistas populares, alguns muito bons, outros nem tanto. Mas os primórdios estão lá: o detetive durão, seco, que desconfia de tudo e de todos e não mede esforços para desvendar crimes e levar os autores à prisão. Diferente dos livros policiais clássicos, onde a linguagem mais sofisticada, personagens aristocratas, sutilezas e uma trama onde o protagonista é um mero coadjuvante, as histórias de Chandler, Goodis e Hammett colocam o “herói” (se podemos chamá-lo assim) no papel de proeminência no texto. Não sei se me fiz entender mas Agatha Christie, Edgar Wallace, George Simenon, entre outros, privilegiavam a trama, ou melhor, o crime em si, e desvendá-lo era mais importante do que criar personagens bem delineados e concebidos. Com isso, não digo inexistir marca ou valor nos protagonistas desses autores, apenas são mais conhecidos pela capacidade de elucidar dilemas do que exatamente por suas personalidades.

Ao contrário, os autores “noir” primam pela concepção do herói e a trama se ajustará ao caráter dele (não faço qualquer tipo de comparação aos talentos, no sentido de Chandler ser maior que Simenon, p.ex.; a diferença é estrutural). O enigma é importante, contudo, tão ou mais importante é o agente a desnudá-lo. Então, temos Spade ou Marlowe, homens comuns (mesmo em suas singularidades), obstinados, intransigentes em suas missões, dispostos às últimas consequências, mas muito mais próximos do cidadão com o qual trombamos todos os dias. A força dos seus caráteres, aliada à necessidade de comer, beber e pagar o aluguel, e o senso de “utilidade” pública, move a narração até o seu desfecho final. Nem sempre é a soma do intelecto, da razão, perspicácia ou engenho; as vezes são coincidências, fortuitas, ambíguas, obscuras. Os “tropeços” nas evidências e provas.

Pois assim são os contos deste volume. Um mundo onde o crime é crime, em sua vulgaridade, doença, crueldade, sem adornos ou disfarces, apenas a realidade nua a despojar-se diante do leitor. Quase ninguém está disposto a desempenhar um papel benigno ou satisfatório em suas relações pessoais. A maioria é covarde, bêbada, violenta, nociva, mesmo em suas superfícies de aparência indelével, de caráter nobre e virtuoso. Ainda que a alma humana não seja exposta em argúcia e lúcido propósito, o autor a apresenta em flashes, pegadas em terra dura, capazes de fornecer muitos traços e aspectos daqueles a marcá-la. Estão lá, para todos verem, e cada um meça a si mesmo pela régua de Hammett; não quanto à criminalidade mas a humanidade.

Como disse, há boas estórias e outras nem tanto. Nelas se vê, pela primeira vez, a aurora de Sam Spade, ainda anônimo, sem os holofotes a iluminá-lo no panteão dos heróis detetivescos, mas os sinais do brilho advir fazem-se notar. Encontramos os indícios do que Hammett viria a se tornar, nos anos seguintes, e de como a sua escrita impactaria e influenciaria a categoria por gerações.

É um livro a introduzir os não iniciados em “Noir” ou “Hammett”, e a perscrutar um dos principais modeladores do gênero. Com isso, não há como não indicar o livro, e esperar que o leitor encontre, como encontrei, as muitas faces do mal moldadas nas mais díspares figuras: gordas, altas, baixas, magras, homens, mulheres, gays, muita cobiça e devassidão, e um pouco, um tiquinho de decência e honradez, a mostrar que mesmo no pior dos mundos a Imago Dei não se extinguiu por completo.  Afinal, no homem se trava a maior de todas as lutas entre o bem e o mal, e nem sempre este vence; porque o sopro de vida, o vento a conceber a alma, não extingue.

 


[1]  Quanto ao título desta postagem, não resisti a tomá-lo na linha “Pulp”, estilo com o qual muitas das estórias criadas por Hammett se integraram.  

[2] “Tiros na Noite”, volume único, foi o que li. Existe nova edição da LP&M dividida em dois volumes.

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Avaliação: (***)

Título: Tiros na Noite - Volume ùnico

Autor: Dashiel Hammett

Páginas: 567 Páginas

Editora: LP&M

Sinopse: 

"Em Tiros na noite, o leitor encontrará reu­nidas vinte histórias de Hammett que permaneceram fora das livrarias nos quarenta anos após a morte do autor. São contos ambientados em um mundo corrupto, onde o crime organizado é rei e em que o ganho desonesto e paixões violentas regem as vidas humanas. Este primeiro volume é dominado pela figura de Con­tinental Op, um durão e taciturno detetive particular de San Francisco sempre cercado por vítimas, traidores e cadáveres, e dono de uma habilidade única para chegar à verdade das coisas.
O próprio Hammett dizia que sua ambição era elevar as histórias de mistério a grande arte. Tiros na noite comprova o absoluto sucesso do autor."