29 novembro 2021

Moby Dick, ou a Baleia, de Herman Melville

 



Jorge F. Isah


Em meio a outras leituras, quase no final de "A Baleia"; e o que dizer do calhamaço de Herman Melville? 

Muitos acham se tratar de um livro de aventuras, o que não é mentira; mas considerá-lo apenas como tal é não compreender toda a trama intricada e, muitas vezes, trabalhosa que é decifrar a escrita de Melville. Não tenho nada contra livros de aventura, pelo contrário, gosto de muitos, e creio que a literatura tem entre suas várias finalidades a diversão, o vislumbrar mundos desconhecidos, pessoas imaginárias, cenários paradisíacos, e situações mágicas e sobrenaturais. O fato de existir, desde a antiguidade, as lendas, não as impossibilita de transmitir verdades e aspectos reais da vida, em seus símbolos e personagens. Portanto, não me entenda mal. 

De volta a Moby Dick, ele transcende em muito essa ideia, a de pura e simples diversão. Existem mesmo aqueles que a consideram própria para adolescentes, como já ouvi dizer, e não se tratar de um livro “sério”. Ora, Hermann pode ter escrito tudo, mas nada está tão distante dessa suposição, provavelmente emitida por alguém que não lerá, nem quer ler, e ainda tem raiva de quem leu. Existe uma profusão tão grande de detalhes nas descrições dos personagens, dos cenários, da vida marinha e das manobras e comércio naval que surpreenderia o mais empolgado diletante dessas curiosidades; e uma profusão de descrições em pormenores minuciosíssimos.

Como disse, há de tudo um pouco no livro, desde metafísica, religião, psicologia, história, biologia, ódio, vingança, amizade, e tantas outras qualidades que tornam este livro um grande romance, uma tragédia com todos os elementos reais e imaginários, a lançá-lo no panteão das obras imortais.

É um livraço; mas não é leitura para todos. Há momentos em que, não raro, se pensa em desistir ou pular trechos inteiros (como as descrições sobre a natureza dos cachalotes ou barcos). Muitas vezes percebi-me perguntando: por que o autor está dando essas descrições? O que pode haver de indispensável nas minúcias de um golfinho (cetáceo), por exemplo, para a narrativa? E, um pouco mais adiante, compreender que era necessário, pois Melville queria que "víssemos" claramente tudo o que ele via, e não escapássemos ao seu realismo e à verdade da sua narrativa, entrando nela como um partícipe, a flutuar nas águas turbulentas e perigosas dos mares mundo afora, perseguindo os fantasmas a assombrarem desde o capitão até o mais reles marinheiro. Seja a cobiça, o ódio, a frustração ou a loucura, Melville relata as angústias, esperanças e incertezas da tribulação do navio Pequod, na saga do Capitão Ahab de encontrar a cachalote branca de qualquer maneira, e vingar-se da catástrofe ocorrida no último embate entre eles.

 De certa forma, o domínio e o conhecimento de cada particularidade da história, por menor que seja, confere-lhe autoridade e factualidade, e nos faz cúmplices da narrativa. Não sei se foi essa exatamente a intenção do autor, mas pareceu-me claro como objetivo, em suas mais de 600 páginas. Mais uma vez, não darei nenhum spoiler, a fim de instigá-lo, caro leitor, a aventurar-se nessa notável narrativa.

Certo é que abandonar livro tão precioso será um dissabor para o bom leitor, ainda que ele não o perceba, se optar pela interrupção. Nesse caso, a persistência e insistência serão fundamentais, e vencer cada frase, cada página, resultará certamente no alcance da recompensa; o “ouro” que jamais esquecerá e o auxiliará, particularmente, na escolha de outras obras tão ou mais “difíceis” e trabalhosas.

E o prêmio não tarda em chegar; e chegará, para deleite e satisfação daqueles que não querem apenas uma aventura marítima, mas um mergulho na alma humana.


_______________________ 

Avaliação: (****)

Título: Moby Dick

Autor: Herman Melville

Editora: 34

Páginas: 648

Sinopse: "Herman Melville nasceu em Nova York, em 1º de agosto de 1819. Em 1830 muda-se com a família para Albany, NY, onde frequenta a Albany Academy. Após a bancarrota e a morte do pai, embarca em 1839 como auxiliar no navio mercante St. Lawrence, rumo a Liverpool. No início de 1841 embarca em New Bedford no baleeiro Acushnet. Chega à Polinésia em junho de 1842, e no mês seguinte abandona o navio para viver junto aos nativos. Em agosto embarca no Lucy Ann. Após apoiar um motim é preso no Taiti, mas foge em outubro para Moorea. Embarca então no baleeiro Charles & Henry, chegando ao Havaí em abril de 1843. Após um período trabalhando na ilha, entra na marinha em agosto e viaja com a fragata United States por mais de um ano até voltar a seu país em outubro de 1844. Seus primeiros livros são baseados em suas viagens marítimas: Typee (1846), Omoo (1847), ambos sucessos de vendas, Mardi (1849), Redburn (1849) e White-Jacket (1850). Após mudar-se com a esposa para um casarão rural em Pittsfield, Massachusetts, escreve Moby Dick (1851), Pierre (1852), Israel Potter (1855), a coletânea Piazza Tales (1956, que trazia "Bartleby, the Scrivener", "The Encantadas" e "Benito Cereno") e The Confidence-Man (1857). Abandona então a prosa e lança os poemas de Battle-Pieces and Aspects of the War (1866), o épico Clarel (1876) e as coletâneas John Marr and Other Sailors (1888) e Timoleon (1891), período em que também trabalha como fiscal aduaneiro em Nova York. Quando volta a se dedicar a um romance (o inacabado Billy Budd, só publicado em 1924), falece de um ataque cardíaco em 28 de setembro de 1891."




12 novembro 2021

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