15 setembro 2014

Certeza em meio à incredulidade



Por Jorge Fernandes Isah


Diante de todo o mal ao qual estamos expostos neste mundo, vendo, ouvindo e sentido os seus efeitos, fazendo-nos entristecer, sei que devemos combatê-lo, e não nos entregar ao cinismo e à indolescência e ao pecado. Contudo, mesmo as coisas indo de mal a pior, nada pode tirar-nos a esperança e a certeza de que Deus, em sua providência, age perfeita, santa e benignamente com o seu povo, preservando-o. Ainda que contrariando a nossa vontade.

Por isso, deixo abaixo, alguns versos do Salmo 27, o qual foi o primeiro a ler após a minha conversão [O Espírito já me preparava para o que haveria de vir, e julguei impossível, naquela época, alcançar-me], e tem sido um alento e um encorajamento nos dias difíceis. 

Pois, se não esperamos no Senhor, quem nos socorrerá? Quem nos fortalecerá? E aperfeiçoará? E confirmará? Após havermos padecido um pouco ou muito?

É por ele, nele, e para ele, que vivemos!

Glória ao bom Deus, e bendito seja o teu nome!

*****

"O SENHOR é a minha luz e a minha salvação; a quem temerei? O SENHOR é a força da minha vida; de quem me recearei?
Quando os malvados, meus adversários e meus inimigos, se chegaram contra mim, para comerem as minhas carnes, tropeçaram e caíram.
Ainda que um exército me cercasse, o meu coração não temeria; ainda que a guerra se levantasse contra mim, nisto confiaria.
Uma coisa pedi ao Senhor, e a buscarei: que possa morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a formosura do Senhor, e inquirir no seu templo.
Porque no dia da adversidade me esconderá no seu pavilhão; no oculto do seu tabernáculo me esconderá; pôr-me-á sobre uma rocha...
Pereceria sem dúvida, se não cresse que veria a bondade do Senhor na terra dos viventes.
Espera no Senhor, anima-te, e ele fortalecerá o teu coração; espera, pois, no Senhor." [Salmo 27: 1-5; 13-14]


Pereceria sem dúvida, se não cresse que veria a bondade do Senhor na terra dos viventes.
Espera no Senhor, anima-te, e ele fortalecerá o teu coração; espera, pois, no Senhor.

Salmos 27:13-14

04 setembro 2014

Todo cristão deve votar em muçulmanos!



Por Jorge Fernandes Isah


Em época de eleições, o passado e suas promessas parecem simplesmente não existirem, e o tempo faz-se hoje, como se antes nada houvesse, e toda a história estivesse contida em apenas três ou quatro meses. É de se estarrecer como a memória do brasileiro é sazonal e efêmera, compreendendo todo universo político em um punhado de dias, nos quais os elegíveis e eleitos não passam por qualquer crivo que não seja o emocional, aparente e simpático. Como em um teatro mambembe, pouco importa a história dos personagens, o passado, suas convicções e ações, suas decisões e omissões, o realmente admitido e rejeitado; nada disto importa ou é relevante na hora da defesa ou acusação; fica-se apenas com a torcida por algo que nem mesmo a intuição pode explicar, quanto mais a razão. É um pressentimento que não pondera com nada, a não ser com a falta de valores [e a palavra valor tem o significado de merecimento, talento, reputação, grau de aproveitamento], ficando cada vez mais entregue e baseada no achismo, ou na opinião pessoal sem qualquer contato com a realidade e os fatos; uma das marcas evidentes do relativismo pós-moderno no qual a sociedade está submersa, ou, se preferirem, atolada até o cocuruto. 

Por isso, a cada quatro anos, elegemos os "salvadores da pátria", aqueles mesmo que, por décadas, transitaram em salões, gabinetes, auditórios, salas e esconderijos, desconstruindo o pouco que nos restou de soberania e identidade nacionais [interessante como parece, ao ver da maioria da população, que esses personagens nunca tiveram vida, e surgiram, como do nada, três meses antes de Outubro], como se para eles e seus eleitores não houvesse passado, trajetória, uma linha temporal percorrida desde a maternidade. Foram abduzidos após o registro da Certidão de Nascimento, e pousaram agora, como semideuses oriundos do Olimpo, com um discurso tão invisível como suas vidas pregressas aparentam ser. 

Acontece que, no fundo, visto a superfície revelar apenas uma maquilagem mal elaborada, mas suficiente para esconder a sujeira e podridão debaixo dela, defendem a ferro e fogo um tipo de colonialismo que dizem objetar mas advogam canhestramente. Afirmam que o Brasil está sob controle do imperialismo americano e do capital estrangeiro, mas querem, a todo custo, subjugar-nos ao imperialismo russo, chinês, cubano, coreano, e do capital que os financia [ou alguém acha que todos esses movimentos "sociais" e progressistas prescindem de financiamento e dinheiro, cuja origem não é outra senão o capital internacional de grandes corporações pró-comunistas?], certamente nos fazendo tão pobres e miseráveis como eles são e sempre serão. Porque mesmo com o crescimento econômico, à custa da escravidão do seu povo, a China, como um todo, é miserável, à exceção dos redutos em que a burocracia comunista fomenta o enriquecimento dos "novos capitalistas", aqueles amigos mais chegados e que sustentam boa parte da elite estatal. 

No Brasil, ações que deveriam chamar a atenção da sociedade são negligenciadas e tidas como "teoria de conspiração" ou acusação leviana, sem que nenhum destes acusadores apresente um argumento que comprove seus pitacos. Senão, vejamos, por que muitos dos partidos políticos brasileiros [PT, PC do B, PSB, PPS, PDT, entre outros] são fundadores ou aliados do Foro de São Paulo? Subscrevendo suas diretrizes? Um organismo internacional criado com o único intento de transformar os países latino-americanos em um único bloco a serviço do comunismo globalizado[1]? Mas a este imperialismo ninguém, ou quase ninguém, nas tribunas, assembleias e na mídia, tece uma única linha. Há um silêncio mortal, e que parece deixar muitos deles num estado continuamente morrediço.

E, tudo isso culmina com um número exorbitante de cristãos defendendo partidos e candidatos esquerdistas, como se fosse a coisa mais natural e coerente a se fazer; algo do tipo, os comunistas são nossos amigos, querem o nosso bem, e farão tudo por nós. Mas onde está a lógica? Somente na cabeça de quem, por ignorância ou má fé, é incapaz de avaliar o antagonismo existente entre o Cristianismo e o Marxismo [e suas variantes totalitárias, como o fascismo]. O que me leva a perguntar: você, cristão, votaria em um candidato muçulmano, sabendo que esta religião tem perseguido, expropriado, torturado e matado milhares de irmãos mundo afora? E de que, no decorrer dos séculos, matou milhões por recusarem sujeitar-se a Alá? Você diria que eles são amigos, querem o seu bem, e farão tudo por você? Diria? E afirmaria em alto e bom som: o meu voto é seu? Se, sim, aconselho-o a uma interação harmoniosa com eles, especialmente nos países teocratas islâmicos, onde você, declaradamente cristão, se sentirá acolhido e em um permanente estado de fraternal interreligiosidade.

Pois bem, juntamente com o islamismo, o comunismo é a ideologia [e, porque não, a religião, cujo deus é o Estado] que mais perseguiu, expropriou e matou cristãos no século XX e XXI. Mas aqueles que têm Mao, Stalin, Lênin, Castro, Guevara, Chaves, Lula e Dilma por ídolos, jamais reconhecerão o trabalho árduo ao qual se empenharam: o morticínio e o genocídio de populações inteiras de cristãos que não se curvaram ao deus daquele e deste século: o diabo e seus sequazes; os quais falam muito de amor, de caridade, de perdão, mas, na hora agá, são defensores empedernidos de déspotas patrocinadores diretos de prisões, torturas e mortes, contra as quais lançam o seu ódio, desprezo, atrocidade e brutalidade. Então, se do ponto de vista moral e ético não posso votar em um aliado do islamismo [lembrando-se de que o Islã tem como objetivo o controle e domínio mundial, o imperialismo do califado; e a mídia insiste em nada divulgar sobre o assunto], cujos princípios são opostos e flagrantemente contrários ao Cristianismo, por que raios votaria em um marxista, cujos fundamentos são igualmente contrários à fé cristã?

E, se, Dilma e o PT, Marina e o PSB, para ficar nos dois casos de polarização da atual eleição presidencial, são declaradamente comunistas ou socialistas ou outro jargão da novilíngua adotado [cujos partidos são fundadores do Foro de São Paulo], defendem causas que obstam a fé cristã, são aliados e promotores dos maiores tiranos ainda vivos [e de muitos já mortos], insisto, é-se possível, sendo cristão, votar nelas? O mesmo serve para qualquer outro candidato alinhado com o pensamento esquerdista, o que, convenhamos, em maior ou menor grau, praticamente todos os políticos apoiaram, significando que o atual nível de estatização do país tem a colaboração, explícita ou implícita, de todos eles. Portanto, não há inocentes; todos são culpados em maior ou menor grau, mas o são.

A Bíblia nos exorta à prudência, mas é simplesmente estarrecedor notar que em muitos púlpitos, exatamente aqueles que deveriam aconselhar e orientar a congregação à prudência e sabedoria, haja apoio à corja anticristã, fazendo a si mesmos, e aos outros, escarnecedores deste princípio revelado por Deus. Ao se dar ouvido ao inimigo, nega-se definitivamente a fé que se diz abraçar e defender. Sem uma história, ninguém deve ser levado a sério, mas muito pior é dar credibilidade para alguém que a escreveu e está escrevendo-a com sangue, e sangue inocente. Não é preciso ir ao Sudão, ao Irã, à Síria, Iraque ou Paquistão para reconhecer a perseguição que os cristãos sofrem nestas nações, patrocinadas por governos islâmicos empenhados em erradicar o Cristianismo. Da mesma forma, não é preciso ir à Coreia do Norte, China, Laos, Vietnã ou Cuba para reconhecer a perseguição que os cristãos sofrem nestas nações, patrocinadas por governos comunistas, empenhados em erradicar o Cristianismo. Porém, estes fatos são relegados ao desprezo, irrelevância e, em muitos casos, tratados com cinismo e dolo, como se o problema não existisse, ou, pior, não passasse de um ataque gratuito por parte dos reacionários e retrógrados. Mas, não se deve reagir ao assassínio e morticínio? Ou recuar, ao deparar-se com um abismo? Logo, quem não é reacionário e retrógrado diante da ameaça comunista e islâmica é um assassino e suicida, direta ou indiretamente, com a mão na massa ou defendendo e permitindo a outros fazê-lo por si mesmo. No frigir dos ovos, é indesculpável a qualquer cristão defender regimes e estados fomentadores do flagelo e morte de milhões de cristãos ou de qualquer outro grupo. Certamente o cristão não deve se curvar a nenhum outro deus, somente ao único e verdadeiro Deus, o qual se autorrevelou nas Escrituras Sagradas, sob pena de cometer o pecado da idolatria, a qual muitos têm cedido e entregado sua fé.

Por isso, não há desculpas! Quem vota em partido que subscreve a tirania, a miséria, a perseguição e morte de inocentes e diz não haver problema, como o cão que volta ao próprio vômito, torna-se pior do que já foi. E cúmplice de crime, criminoso é! Por mais que se diga e queira-se fazer de santo. 

Pense bem, especialmente você, cristão, se não está atirando no próprio pé; mas, talvez, você pergunte: que pé?!!

Como, sabiamente, dizia a minha avó: Diga-me com quem andas, que direi quem és!

Notas: 1 - O Foro de São Paulo, o qual muitos insistiram por anos, afirmando a sua inexistência, é uma organização internacional, comunista e imperialista [redundância das redundâncias] que tem atos constitutivos e organizacionais, atas de assembléias, pautas de discussões, metas a serem alcançadas, e uma lista de membros afiliados. Se nada disto é suficiente para demonstrar a sua existência, como um agente totalitarista na América Latina, nada mais é real; tudo é ficção, inclusive você, leitor.

Merecimento; talento; reputação.

"valor", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/DLPO/valor [consultado em 03-09-2014].
Merecimento; talento; reputação.

"valor", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/DLPO/valor [consultado em 03-09-2014].

01 setembro 2014

Cristo e a sexualidade - Parte 3: A mentira liberal




Por Jorge Fernandes Isah

Para quem esperava uma revelação bombástica na parte final do estudo sobre Cristo e a sexualidade, será uma decepção. Mas antes de entrar propriamente neste assunto, gostaria de relembrar o que já foi escrito:
1) Nos dois textos anteriores desta série, disponível aqui e aqui, afirmei que o sexo, dentro do padrão bíblico instituído por Deus, não é pecado. A falsa idéia gnóstica de que sexo é pecado, assim como tudo o que se refere à carne o é, não passa de um conceito antibíblico e pagão.
2) Disse também que qualquer aceitação ou defesa de práticas antibíblicas, inclusive sexuais, é idolatria; portanto, pecado. E o pecado nada mais é do que o desejo íntimo de se rebelar contra a Lei de Deus; é a sublevação da criatura contra o Criador, onde aquela quer tomar o lugar deste por usurpação, crendo em uma suposta autonomia que o "livre" de DeuS.
As correntes teológicas liberais [modernas e pós-modernas] não reconhecem Cristo como Deus. Tentam deformar a sua imagem fazendo-no um simples guru, mestre ou profeta. Quando se lê os liberais têm-se a nítida ideia de que, a despeito da linguagem empolada [quero dizer, confusa e ininteligível, a maioria das vezes] e aparentando piedade, o objetivo de todo o discurso cristológico é diminuir Cristo, de forma que ele não seja nada além de um homem iluminado. Cristo para eles é um espectro, quase uma ilusão. E, se ele era apenas um homem iluminado, por que não agiria como qualquer outro homem? Por que não se entregaria aos desejos como nós? E prescindiria do ato sexual? Bastaria mostrar-lhes a Bíblia e revelar o quanto ela fala do Senhor Jesus, afirmando em sua extensão a divindade, a humanidade sem pecados, e a Pessoa única de Cristo. Mas, reside exatamente na Escritura o problema dos liberais. Ou melhor, o ceticismo deles em relação ao Redentor.
A questão é que, para se chegar a esse ponto, de incredulidade quase absoluta, primeiro tem-se de desqualificar o Evangelho. O que faz com que o ataque primeiro dos liberais seja claramente voltado para a desmitificação da Palavra; uma busca obstinada em humanizar e desdivinizar o Cânon, tornando-o em um livro moral como qualquer outro, de qualquer religião. Cristo é equiparado nesse quesito a Confúcio, Buda, Maomé e outros "profetas" menos votados.
O fato é que os liberais se acham muito espertos e originais em suas loucas pretensões, mas há mais ou menos dois mil anos isso vem sendo intentado pelas forças do mal, por homens muito mais capacitados do que eles. Com isso, não estou dizendo que a capacidade intelectual daqueles os tornam melhores, mas a alusão de como o pensamento humano pode-se deteriorar e se tornar em uma réplica mal acabada de um destroço. O que é ruim, essencialmente, não pode se tornar melhor, antes aprimora-se em estragar-se em progressão. Se o homem não nascer de novo, não for regenerado, tornando-se em nova criatura, a sua ruína é certa, e irá sempre de mal a pior. 
Para um grupo de gnósticos, se Cristo veio em carne, não pode ser Deus, visto a carne ser má. Por não terem a fé que vem do alto, era-lhes impossível conceber que Deus, mesmo encarnando-se, não poderia ser afetado pelo mal; não poderia ter nada acrescentado à sua natureza; não poderia descer do seu estado santo e perfeito para assumir um estado corrompido e imperfeito. Ao formularem esse conceito, demonstraram claramente não ter a mente de Cristo, perfeita, a lhes revelar a verdade. Por isso diziam que Cristo era uma imagem, de que não tinha um corpo, mas parecia ter um corpo. Cristo para eles nada mais era que um ilusionista, um dissimulador primoroso, mas ainda assim um enganador. Por isso o apóstolo nos diz: "E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade" [Jo 1.14]. E, ainda: "Nisto conhecereis o Espírito de Deus: Todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus" [1Jo 4.2]. Cristo fez-se carne, chorou, emocionou-se, teve fome e sede, padeceu, e, "como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado" [Hb 4.15]
Outro grupo de gnósticos empreendeu a tentativa de retirar a divindade de Cristo, tornando-o em um homem comum, porém iluminado por Deus. É o que se convencionou chamar de a busca pelo Jesus histórico. Para esses, ele veio cumprir uma missão, mas não tinha nada de especial em si mesmo. Pois comia, bebia, se emocionava, chorava, e até morreu. A ressurreição, para eles, era outra história, uma lenda como tantas outras criadas pelo imaginação do homem. Assim como a obra de remissão e expiação que Cristo veio realizar por amor do seu povo não passava de invenção dos autores da Bíblia. Logo, já que não passava de um simples homem, nada mais natural do que ele se entregar aos prazeres da carne, e até mesmo ter uma amante furtiva [como livros e filmes insinuam e tentam provar a partir de narrativas gnósticas. Interessante que o relato bíblico não tem, para eles, o mesmo valor histórico que os apócrifos].
Como atacar a natureza humana do Senhor Jesus faria poucos estragos, e as evidências históricas apontavam para a sua existência, não somente pelos testemunhos bíblicos mas também por muitos relatos extra-bíblicos da sua época, aprouve aos liberais atacar a divindade do Senhor, tirando dele qualquer aspecto sobrenatural. Mas, como disse, isso não foi exclusividade dos teólogos liberais do sec. XVIII e XIX, nem dos atuais, mas por séculos e séculos tentou-se criar uma história factível de um Cristo tão humano e sujeito a todas as fraquezas humanas quanto impossível reconhecê-lo Deus. 
Este preâmbulo teve como objetivo mostrar algumas coisas:
1) A incompreensão da Pessoa de Cristo por parte daqueles que se dizem dele mas não são, pois não o conhecem: "Mas vós não credes porque não sois das minhas ovelhas, como já vo-lo tenho dito. As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as e elas me seguem" [Jo 10.26-27]
2) Quando se abandona a Escritura, e navega-se por águas turbulentas, o homem, seja erudito ou não, precisa desconstruir a verdade, ao ponto de criar uma rede de mentiras em que a verdade seja enterrada em uma cova profunda. Mas, onde há a verdade, nenhuma mentira se constrói; e os esforços de erguê-la é o mesmo de se querer levantar uma parede em meio a um terremoto de 9.0 na escala Richter
3) Quando se quer um Cristo apenas divino, ou apenas carnal, não estamos falando do Cristo  biblico, e as bases para essas afirmações terão de ser a conjectura e a improbabilidade, pois o Senhor é revelado apenas na Bíblia. Qualquer outra fonte pode indicar a sua existência, mas jamais como ele é. Em outras palavras, o homem pode ter a convicção do personagem histórico que o Senhor Jesus foi, mas não será capaz de conhecê-lo, nem o seu ministério, se não lhe for revelado pelo Espírito Santo[1].
4) Por causa da carne, o sexo era visto como mau. Muitas deturpações originaram-se através da corrupção do seu sentido inicial, estabelecido por Deus: a prostituição, o incesto, o homossexualismo, a zoofilia, e tantos outros pecados que nada têm a ver com o princípio bíblico do sexo.
O que nos levará à pergunta inevitável: Por que Cristo não se casou?  
Muitos afirmam que, caso Cristo tivesse se casado [e praticado atos sexuais], não seria Deus, nem seria o Cristo, Senhor e Salvador. Mas, pergunto, qual a base bíblica para tal afirmação? Ela simplesmente inexiste. Não há na Escritura nada que pudesse afirmá-la. Como já vimos, o sexo, dentro do padrão bíblico, é santo. Se Cristo tivesse se casado, praticado atos sexuais, tido filhos, constituído família, em nada a sua divindade e obra estaria comprometida. Cristo não comeu? Cristo não bebeu? Dormiu? Chorou? Afligiu-se? Por que o sexo seria o componente que afetaria a sua divindade? Não afetaria. E sua humanidade perfeita e santa? Também não seria afetada. Logo, não foi por isso que Cristo não se casou. Então, foi por quê?
   Continua na próxima semana... 
   Nota: [1] Leia o texto "Revelação: O Deus Irredutível - Parte 1"
Texto publicado originalmente, aqui mesmo, em 04/06/2011