31 março 2015

Os Cinco Pontos do Calvinismo por Jesus Cristo



Por Jorge Fernandes Isah


A biblicidade das "Doutrinas da Graça" ou, costumeiramente chamadas de "Os Cinco Pontos do Calvinismo", é colocada em xeque pelos insistentes detratores da fé verdadeiramente bíblica. Não é uma acusação de não biblicidade deles, de que desprezam a Escritura, não é isso; porém, algo tão verdadeiro não poderia causar uma reação tão desproporcional ou destituída de acuidade entre os filhos de Deus. Ao invés de desprezo, ela deveria nos colocar aos pés de Cristo, humildes e resignados diante de uma obra tão poderosa e sobrenatural como a salvação, a qual não poderia ser realizada por ninguém menos do que o próprio Deus.

Para os que ainda não conhecem os cinco pontos das "Doutrinas da Graça", também conhecidos como "TULIP", em inglês,  enumerarei-os a seguir: 

1) Depravação Total do Homem;
2) Eleição Incondicional;
3) Expiação Limitada;
4) Graça Irresistível;
5) Preservação dos Santos.

Todos eles são muito bem condensados nessa pequena, mas poderosa, didática e elucidativa, exortação de Cristo aos judeus:


          "E Jesus andava passeando no templo, no alpendre de Salomão.

Rodearam-no, pois, os judeus, e disseram-lhe: 
Até quando terás a nossa alma suspensa? Se tu és o Cristo, dize-no-lo abertamente.
Respondeu-lhes Jesus: Já vo-lo tenho dito, e não o credes. As obras que eu faço, em nome de meu Pai, essas testificam de mim.
Mas vós não credes porque não sois das minhas ovelhas, como já vo-lo tenho dito.
As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem;
E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão.
Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai.
Eu e o Pai somos um". (João 10:23-30).


Por que então você ainda duvida?

Ou as palavras do Senhor não são suficientes?



24 março 2015

O pecado do adultério segundo John Wenham, e do divórcio segundo eu



Por Jorge Fernandes Isah


Li, nesta manhã, uma postagem no Facebook, atribuída a John Wenham¹, a qual copiei e colei abaixo. Após, uma pequena reflexão a partir do que o teólogo e pastor Wenham escreveu:

"Hoje em dia, consideramos o adultério como tão natural que deixamos de perceber quão distorcidos se tornaram os nossos valores. Quando um homem rouba um bem valioso de uma outra pessoa, a lei o trata com severidade. Mas quando um homem seduz e rouba a esposa de um outro homem e rouba dos filhos a mãe, provavelmente escapará de qualquer punição. Entretanto, em termos do mal provocado e da destruição da felicidade humana, o primeiro crime é insignificante em comparação com o segundo." - John Wenham


E, nessa linha de pensamento, incluo também o divórcio, pois praticamente ninguém se divorcia para ficar solteiro ou sozinha. Todos, em princípio, já têm um ou uma pretendente nova, se é que já não fez a ele ou ela um "juramento" de romper o seu casamento para viverem finalmente juntos e para sempre (a mesma promessa feita e não cumprida ao primeiro(a) cônjuge. 

O divórcio rouba dos filhos o pai e/ou a mãe, e, em muitos casos, até mesmo os dois; e dos maridos e esposas parte de si mesmo, como afirmou o Senhor Jesus: 


"Ele respondeu: "Vocês não leram que, no princípio, o Criador 'os fez homem e mulher' e disse: 'Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne'? Assim, eles já não são dois, mas sim uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, ninguém separe" [Mc 19.4-6].

O problema é que muitos alegam não terem feito uma boa escolha, mas, quem garante que não o farão novamente? Se os critérios de escolha fossem a observância da palavra de Deus, em oração e prudência, e não meramente a carnalidade (podendo ser simplesmente o impulso carnal), muita coisa seria diferente; inclusive, o poder para suportarem-se mutuamente nas várias dificuldades que haveriam de surgir.

De outra maneira, há crentes que se aventuram a um risco desnecessário, como se dispusessem a participar de uma "roleta-russa", ao casarem-se com incrédulos apostando na possibilidade de Deus vir a convertê-los um dia [leia 1 Co 7.16]. Conheço o testemunho de muitos irmãos e irmãs que escolheram esse caminho errado e pagaram um preço alto, as vezes resultando no divórcio e em um lar desfeito, em filhos que rejeitam o Evangelho exatamente pelo mau testemunho dos pais divorciados, entre outros tantos problemas². Eventualmente, Deus pode derramar a sua graça sobre o cônjuge incrédulo, convertendo-o, e pode valer a pena dizem, mas deixará para trás, quase sempre, um rastro de destruição e de incredulidade pelo caminho. Porém, não vale o perigo de ser a causa para o endurecimento ainda maior do coração incrédulo; e nada disso aconteceria se o cristão não se rebelasse contra Deus, não se dispusesse a ser independente ou autônomo, esperando que o Senhor "abençoasse" uma união biblicamente reprovável.

O adultério é apenas mais um pecado cometido pelo afastamento da vontade divina, a rebeldia que muitos dizem não ter mas têm-na dissimuladamente, uma forma de se omitir da responsabilidade, a principal causa e origem das outras péssimas escolhas que fazemos.

Infelizmente, o padrão vigente em boa parte da igreja e em boa parte dos cristãos atualmente reflete a sua adequação ao "estilo secular e mundano de vida", e o desprezo a Deus e sua vontade expressamente revelada, a qual finge-se não ler, saber ou existir.


Notas: 1- Não duvido da autoria do texto, de que seja realmente de John Wenham, por conhecer e confiar em quem o citou, o Eric N. de Souza, autor do blog "Outdoor Teológico", apenas não a confirmei.
2 - Tratei da questão do casamento misto na postagem "Pode o Cristão se casar com uma incrédula?"
3- É claro que, como calvinista, acredito que tudo, inclusive a rebeldia do homem, está dentro do decreto eterno de Deus, mas isso, de maneira alguma, eximi-nos da responsabilidade pelos nossos atos, logo, a desculpa de que Deus quis assim é apenas "furada", e coloca o seu proponente em mais uma categoria, a dos "infantes na fé", senão, dos cínicos. 

06 março 2015

Pequena reflexão sobre a 'injustiça social'"



Por Jorge Fernandes Isah


Andei lendo por aí, que a esquerda tem muito a dizer sobre injustiça social. Realmente, ela tem mesmo: justificar o porquê de, em nome da justiça social, cometer-se cada vez mais injustiça, ao invés de minimizá-la. Na verdade, eles precisam abandonar o "dizer", o discurso ideológico, e ver se fazem algo na prática, de fato. Um dos graves problemas da ideologia é colocar o homem no "mundo da lua", fora da realidade, como se o teletransportasse até um mundo mágico e irreal, aos moldes de Alice no País das Maravilhas. E, com isso, ele nunca entenderá o mundo real, e sonhará com um mundo utópico e impossível, onde acreditará fielmente (uma fé cega, diga-se de passagem) em contribuir com a injustiça aumentando-a sensivelmente. 

Quanto ao argumento de que a direita não se preocupa com a "injustiça social" e deveria fazê-lo politicamente, saliento que o objetivo do Estado não é paparicar grupo(s) ou indivíduo(s), mas sustentar a ordem institucional e legal de maneira que todos possam alcançar, pelo esforço e mérito próprios, seus objetivos, ao invés de distribuir privilégios aqui e acolá (normalmente aos alinhados ideologicamente com o governo). Acredito que a liberdade de mercado e o empreendedorismo são as melhores formas de se gerar "justiça social", seja lá o que isso represente, pois onde há uma economia forte e produtiva os níveis de pobreza e miséria são baixos, e onde cada vez mais há a mão forte do Estado, normalmente limitando a iniciativa privada e cobrando altos impostos, a proporção de pobreza e miséria aumenta em relação ao maior nível de intervencionismo. Um Estado menos interventor (e se levarmos em consideração que o governo administra mal e porcamente os recursos, a maioria dele servindo aos interesses do próprio governo) produz uma sociedade mais "justa", não no sentido de uma justiça igualitária, onde todos serão contemplados com os mesmos benefícios (algo utópico e irreal servindo apenas à manutenção hegemônica da ideologia, no caso, a marxista), mas onde as possibilidades do cidadão sair da indigência econômica são realmente factíveis. A história prova-o; e a mais recente... nem é preciso falar. 

Um detalhe: biblicamente, a responsabilidade de cuidar do próximo, dada pelo Senhor, foi à igreja e não as forças seculares, de maneira que há um desvirtuamento de propósitos quando a igreja transfere a sua prerrogativa bíblica para um Estado não-bíblico. É uma delegação invalidada pois está posto na incapacidade e desautorização da igreja em fazê-lo. Qualquer tentativa nesse sentido é desrespeitosa, negligente e insubordinada. Não compete à igreja subdelegar o que lhe foi expressamente incumbido pelo Senhor. Se uma igreja age assim, está em flagrante pecado. 

Ah!, apenas para não haver confusão, assim como na parábola do Bom Samaritano, há um dever individual de cada cristão no auxílio ao próximo, realizando-se concomitantemente com a sua participação na obra eclesial. Uma coisa não exclui a outra, e ambas fazem parte do mandato cristão.