JORGE F. ISAH
Diante do lodaçal moral e político em que o pais está submerso (um círculo vicioso sem fim que persiste há mais de um século), penso que o fechamento do Congresso Nacional e a convocação de eleições gerais¹ (com um número não superior a 250 eleitos, entre senadores e deputados), no prazo máximo de 3 meses, seria a melhor saída, ainda que paliativa; sem as urnas eletrônicas da Smartmatic, claro!
Contudo, seria pedir demais, pois estamos sempre à procura do "jeitinho" para acomodar, da melhor maneira, a falta de consciência dos nossos próprios pecados, dos insistentes equívocos aos quais nos habituamos, e dos quais não achamos possível prescindir, como um sinal da desordem na alma brasilis, que via de regra é de todo homem, mas em nós parece hiperbolizado, no exagero da imoralidade. Com o agravante de se ter boa parte dos "cleptocratas" reeleitos, em um novo pleito; e aquela ideia do círculo sem fim se perpetua "ad infinitum". Parece uma sina, um karma, uma maldição, mas é apenas a natureza tupiniquim, desembestada e frouxa, sem um freio a contê-la.
Enquanto a maioria se preocupa com os detalhes, poucos vão realmente ao cerne do problema: estamos onde estamos por lutarmos cega e obstinadamente pelo mal, mesmo considerando-o um bem pessoal². Acabamos por nos esquecer de que toda ação gera uma reação; e de que o bem desejado ardentemente para si mesmo, mas quase nunca para o outro, volta-se na forma mais nefasta de autodestruição. Por isso, o Cristo nos diz:
"Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: Ame o seu próximo como a si mesmo". (Mateus 22,37-39)
Se queremos mudanças, que comecem, primeiro, em nós, a partir da visão correta da realidade, da realidade individual, na qual, quase sempre, nos vemos como vítimas ou pobres-coitados, quando somos, também, agentes do caos, do estado de coisas a persistir e insistir em sua rota de destruição e injustiças. De nada adiantam as manifestações públicas, as passeatas, os comícios, nem mesmo o voto; nem exigir que as autoridades nos sirvam ao invés de serem servidas, se não temos qualquer disposição para o "serviço", desejando apenas a "revolução" para, cada um dos revolucionários, se dar bem. É o engano de todos os enganos. Como está escrito:
"E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará" (2 Co 9:6)³
Queremos receber sem dar; queremos justiça sem sermos justos; queremos igualdade quando esperamos privilégios; a paz quando estamos em guerra; direitos quando não reconhecemos os deveres; e assim vamos, cada um chorando e se lamentando da dor, se se aperceber que a causa não está além do próprio nariz.
Por isso, reafirmo: sem o amor e o temor (reverência) a Deus, e o amor ao próximo, cavamos palmos a mais na própria sepultura. E qualquer culto que professemos, será apenas idolatria e alguns graus centígrados a mais no fogo que nos espera.
Nota: 1) Sei que não existe prescrição constitucional para isso; mas já que a realidade do país é implacável com o bem, e tolerante com o mal, sonhar é o que me resta...
2) É evidente que existem exceções, e não estou tratando de regra ou unanimidade em minhas afirmações, mas há de se convir que a maior parte dos brasileiros, se não está alinhada com o mal (e me refiro ao mal moral; a clara incitação ao desenfreado culto ao pecado, em que tanto Deus, como o próximo, são desprezados), é coparticipante, se não ativamente, mas na passividade, consentindo. Como também está escrito:
"Os quais, conhecendo o juízo de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem (Rm 1:32).
3) Paulo está a falar do sustento e manutenção da obra de Deus, através dos recursos que disponibilizamos através dos dízimos e ofertas (se quiser saber a minha opinião sobre o dízimo, clique neste Link e leia)