08 junho 2014

Cristo e a sexualidade - Parte 2

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   Encontrando a razão
   













Por Jorge Fernandes Isah


Se a visão secular do sexo está corrompida e tornou-se em mais uma forma de idolatria e rejeição a Deus, o que a Bíblia nos diz sobre o assunto?

Primeiro, que o sexo sempre esteve no plano de Deus, como parte do seu decreto eterno. Portanto, ele é santo, como já disse. De outra forma, Deus não criaria homem e mulher, macho e fêmea, não os dotaria física e afetivamente das características que permitiriam o envolvimento conjugal. Ele quis unir duas partes boas, mas que não funcionariam completa e perfeitamente se permanecessem separadas. Em nossa imperfeição [mesmo no Éden pré-Queda] o homem e a mulher seriam perfeitos na unidade. Ainda hoje isso é possível, desde que as partes sejam ligadas pelo Senhor das suas vidas: Cristo.

Segundo, porque é a forma mais íntima de relacionamento entre o homem e a mulher [conhecer várias mulheres, do ponto de vista sexual, equivale a não  conhecer nenhuma. Portanto, essa forma de se relacionar é oposta à criada por Deus; é uma aberração, uma violação da santidade e pureza do homem e da mulher, que corrompem seus corpos dispondo-os dissolutamente a serviço do pecado].

O sexo não é um fim em si mesmo. Quando é pensado dessa forma não passará de um ídolo, e os ídolos pouco se importam conosco, pois querem-se satisfeitos primeiramente. E, em sua sanha doentia, ele se apropria de tudo o que é antinatural: bestialidade, masoquismo, pederastia, violência, etc, a fim de ser adorado. Quando se abandona o seu objetivo primaz, ele não mais é do que a falsificação, a forma degenerada daquilo que Deus estabeleceu como santo.

Terceiro, ao criar homem e mulher, e formar um casal, Deus nos ensinou o sentido de unidade, de se ser um só corpo, assim como ele é conosco por intermédio de Cristo.

Quarto, o sexo é uma das formas do homem e da mulher, conjuntamente, atingirem o prazer solidário, companheiro, afetivo. Como uma entrega de si para o outro (a), recebendo dele (a) para si, também.

Quinto, é uma das maneiras de se aplicar o que o Senhor Jesus disse: amar ao próximo como a si mesmo [Mc 12.33], a partir da decisão de assumir que "a mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também da mesma maneira o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher" [1Co 7.4]. É o caráter de subserviência conjugal que reflete, ainda que minimamente, a sujeição completa de todo o nosso ser a Deus. Por isso o homem resiste tanto a observar os princípios divinos quanto ao casamento. O que levou o Senhor a responder, quando interrogado pelos fariseus, a respeito do fato de Moisés autorizar o divórcio:"Moisés, por causa da dureza dos vossos corações vos permitiu repudiar vossas mulheres, mas no princípio não foi assim" [Mt 19.8]. Levando-me a deduzir que tanto a promiscuidade ou o "sexo-livre" quanto o divórcio são atitudes de rebeldia contra Deus.

O sexo pode ser, portanto, bênção para o casal, como pode ser maldição. Se realizado dentro dos princípios ordenadores da fé, primeiro por amor a Deus e, segundo, por amor ao próximo [e quem pode ser mais próximo do que o conjuge?], será bendito.

Talvez seja necessária a definição do que seja amor, visto se alegar que há várias formas de amor, mas a Bíblia reconhece apenas uma via em que as várias formas de amor transitam, e nada melhor do que voltarmos a atenção para 1Co 13. Não transcreverei todo o capítulo, creio desnecessário, pois o sabemos de cor e salteado. Ater-me-ei ao verso 7, quando Paulo diz que o amor "Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta".

O amor descrito pelo apóstolo é o amor-testemunho. Não somente o amor a compartilhar, participativo, sensível, consolador, fraterno... É claro que ele tem estes e outros elementos, mas também é o amor pelo qual os outros verão e reconhecerão que somos filhos de Deus. Foi o que o Senhor disse: "Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós... Nisto todos conhcerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros" [Jo 13.34-35].

Reportando a este exemplo, o sexo, assim como o casamento, realizado fora dos padrões morais e espirituais estabelecidos por Deus somente revelará o quanto estamos distantes dele; revelará o desejo pela autonomia e insubmissão; e de que parecemos ao mundo como nada mais do que o mundo mesmo se parece e é. O amor é o dístico pelo qual seremos reconhecidos que estamos em Cristo e ele em nós. Quando o homem se preocupa unicamente com o seu prazer e a sua satisfação, alheia à vontade divina, ele nem mesmo ama a si mesmo, iludido que está por um amor incapaz de resistir à ofensa [ainda que seja a ofensa a si mesmo através do próprio corpo]; incapaz de crer que o plano de Deus é perfeito, exequível, e não deve ser desprezado em favor da ofensa irresistível; incapaz de esperar nas promessas que Deus nos deu de que todas as nossas necessidades serão supridas; portanto, não se deve inquietar [e a inquietação levará ao sexo fugaz e desordenado]; e incapaz de suportar as exigências do espírito, antes se entregando as facilidades da carne.

O amor que se opõe ao que Paulo descreve nada mais é do que outra falsidade humana, outra forma de se buscar a autonomia, e iludir-se com a ideia de se ser livre de Deus.

Quando cristãos rejeitam o que lhes é exigido por Deus, estão mostrando ao mundo que também o rejeitou. A mensagem é de que nem mesmo nós o amamos, e se não o amamos, por que exigir dos que não o seguem o amor?

Mais do que o prazer e a alegria da comunhão, a troca de emoções, e o se fazer um, o casal torna-se testemunha daquilo que Deus tem feito, de como tem agido no meio deles, até mesmo, o que ele é. E se o individualismo, o egoísmo, a vaidade tomam o seu lugar, o testemunho será a falsidade daquilo que supomos Deus representar para ser a verdade daquilo que representamos para nós mesmos. Ou seja, Deus se tornaria irrelevante, e a relevância estaria em nós. E o testemunho seria de nós mesmos, não de Deus; porque não se suporta, não se crê, não se espera, nem se sofre, já que o amor falhou como verdade, alegrando-se na injustiça, buscando os seus próprios interesses. Mas isto não nos é dito, pelo contrário, "o amor nunca falha" [v.8], porque ele se agrada da verdade.
  
De tal forma que o casamento e o sexo [e o sexo somente é possível, biblicamente, na legitimidade nupcial] sejam administrados para a glória de Deus, assim como tudo o mais.

Infelizmente temos sido intolerantes com o Evangelho e tolerantes por demais com os nossos anseios e perversões. Os comportamentos antibíblicos são admitidos em nome do falso amor, que não corrige, exorta ou disciplina, mas avaliza práticas antinaturais e que afrontam a Deus. Nisso fica visível que não amamos ninguém; ao desobedecer os princípios traçados pelo Criador na Escritura, os quais deveríamos zelar, defender e subscrever; e por buscarmos uma paz impossível com o próximo e conosco mesmo, em que a nossa consciência estará em guerra contra a verdade. A soma disso tudo será o desamor, como a expressão máxima da aquiescência ao pecado.

Quando cristãos vêem o sexo, em suas múltiplas formas, como o objetivo final de seus corpos, esqueceram-se a muito do que é glorificar a Deus, e os seus testemunhos apenas validarão a si próprios na falsidade e hipocrisia.

As conseqüências serão o nome de Cristo blasfemado pelos ímpios e a alegação de que o Cristianismo é igualmente falso, assim como os falsos-testemunhos. Claro que pelo falso-testemunho de falsos-cristãos não podemos ser julgados, até porque o mundo não nos julgará nem o pode julgar, mas essas atitudes somente colaboram para impedir a autenticação do Evangelho entre aqueles que contemplam a inconsistência, incoerência e antagonismo entre o que dizem e praticam os que alegam servir a Cristo, e não o servem.

O amor que lhes sai da boca é tão impuro quanto o que praticam; invalidando com os seus atos o que dizem; ao ponto do Senhor afirmar, certa vez: Hipócritas, bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas, em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens” [Mt 15.7-9].

Não há outro meio. Se desprezamos os mandamentos de Deus, não o amamos, pois não os temos nem os guardamos [Jo 14.21]. Se induzimos outros a se manterem igualmente desobedientes quanto aos mandamentos do Senhor, não há amor por eles. Se nós mesmos infringimos a Lei do Senhor, também não nos amamos, mas devotamos o amor a outro: o pecado. Qualquer tentativa de se justificar a rebeldia, práticas e comportamentos antibíblicos usando o amor como alegação é mentira. O mesmo serve para o sexo. Se a razão não for bíblica será como um caminhão carregado descendo sem freios a ladeira íngrime... O final, ainda que com elementos diferentes, todos sabemos como será.

Notas: 1 - Texto originalmente publicado aqui mesmo, no Kálamos, em 12 de Abril de 2011

22 comentários:

  1. Prezado irmão Jorge,
    quando você aborda o aspecto que o casamento deva ser para glória de Deus, creio que atinge o cerne da questão. O problema é que no início do relacioamento até o ato de casar a glória de Deus não é posta como alvo maior. Daí observarmos exatamente os malefícios retratados por você nesta excelente postagem.
    Você, como sempre, abordou e desenvolveu com muita praticabilidade o assunto.
    Um abraço
    Pr. Luiz Fernando

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  2. Pr. Luiz Fernando,

    é como o irmão disse, sem focar a glória de Deus, em tudo na vida, o homem apenas se manterá escravo do pecado. E o exercício do pecado, sabemos no que dará.

    Infelizmente o que se tem são muitos de nós entregues a si mesmos, um tipo de autoguia onde o cego conduz outro cego. Fazemo-nos "mestres" e nos ensinamos, como alunos aplicados, a perverter toda a noção de santidade e moralidade, aplicando a dissolução como prática de vida. E, para isso, utilizamo-nos da ideia do falso-amor e da falsa-piedade para termos uma comunhão mais íntima com o pecado, endossando-o e validando-o em nós mesmos e nos outros.

    Quando se rejeita o Cristo bíblico e se constrói um outro "Cristo", esse não pode nos salvar nem nos livrar da queda-livre em direção ao abismo. O problema é que muitos, mesmo nas profundezas das trevas e da ignorância, acreditam-se refletores da luz... e ainda querem guiar outros na escuridão...

    Desprezar os princípios divinos revelados na Escritura, reinterpretá-los segundo o prazer dos seus corações, relativizá-los ou alegorizá-los dará sempre nisso: o homem procurando em si mesmo o que não tem.

    Grande abraço, meu irmão!

    Cristo o abençoe!

    PS: ligarei esta semana para marcarmos aquele prometido encontro [rsrs].

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  3. O Pr. Luiz Fernando me passou a perna ( no bom sentido e com todo respeito a sua pessoa..rs...rs...rs...) É que ontem eu li o seu texto mas como estava muito cansado tive preguiça de lhe postar um comentário ( desnecessário diga-se de passagem ). Não há reservas quanto a esse seu texto. Peço autorização para republicá-lo mais a frente em um de meus blogs ( para não concorrer com a frescura e a novidade dele no seu o que é legítimo ) Quando estiverem lendo outros temas no seu aí coloco no meu ok? como o caso do seu testemunho sucesso ( benção ) no "top dez" de todas as postagens do "contandoosnossosdias".

    Parabéns pelo texto, pela inovação do áudio em todas as postagens, vi das últimas. Como trabalhou essa semana em meu irmão? Tenho vontade de revê-lo pessoalmente mas ainda não deu. Um grande e forte abraço mais uma vez.

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  4. Helvécio,

    finalmente um texto meu em que você não faz ressalvas [rsrs].

    Sabe, e já lhe disse, que não precisa de autorização para republicar o que escrevo. Faça-o como quiser e achar melhor; pois é-me uma honra que o faça!

    Por causa de alguns irmãos, tentei colocar esse dispositivo de áudío automático em minhas postagens, mas o resultado não foi muito bom. A narrativa sai meio embolada, com sotaque, e muito rápida. É bom para acompanhar a leitura do texto, mas isoladamente acho que será difícil alguém entendê-lo corretamente.

    Por isso, vi-me na necessidade de colocar um áudio melhor, e a partir da postagem anterior, colocarei a minha narração dos textos. Na verdade, é uma leitura simples, sem interpretação, para os que têm dificuldade em ler [e mesmo os que estejam impossibilitados de fazê-lo] tenham acesso ao texto na íntegra.

    Peço desde já desculpas pelas falhas e erros na narração, não tenho experiência com isso; na verdade, sou crú demais... mas saibam os irmãos que serão beneficiados por elas, que foi realizada por amor a vocês.

    Talvez, com o tempo, eu vá disponibilizando a narrativa nas postagens mais antigas mas, por hora, serão esta, a última e as posteriores.

    Grande abraço, meu irmão!

    Cristo o abençoe!

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  5. Voltei...

    Não tinha ouvido o áudio, achei que você mesmo tinha lido, ou outra pessoa. mas mesmo sendo a chamada "voz de máquina" acho importante iniciativa por atingir um público excluído que é exatamente a dos deficientes visuais e parece que temos um querido irmão brogueiro que está enfrentando, segundo diálogo de vocês no blog, um relativo problema nesse aspecto. Mas está valendo pela inovação e eficiência do blog. Você é empreendedor, determinado e eficiente. É muito bom vê-lo com os seus talentos depositados aos pés e ao serviço do Senhor. Destaco mais uma vez, algo que acho essencial que é exatamente o propósito de promover edificação. Já tem muita gente metendo o pau em muita coisa, ainda que legitimamente, não edifica. Quer substituir o erro pelo acerto construa o acerto, além de não deixar um vazio, uma lacuna, um resto de obra inacabada, terá algo funcional e belo para as pessoas usufruirem e olharem, guardarem a boa lembrança o que muito mais legítimo. Um abraço.

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  6. Helvécio,

    Deus usa até mesmo as nossas limitações para a sua glória. E elas não são justificativas para não servi-lo, vide o exemplo de Moisés. Não sou um bom orador, acho que nem mesmo sofrível, então, as minha leituras não são nenhum primor de narração. Mas servem para o intento de auxiliar os irmãos que têm dificuldades com a leitura. E, espero, realmente, servi-los dessa forma.

    Quanto ao nosso encontro, estou à disposição. Menos nas 4as feiras e domingos, quando estarei na no T.B.B. juntamente com os irmãos, louvando e adorando a Deus, e também ouvindo a sua santa palavra.

    Marque, que nos encontramos, ok!

    Abraços.

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  7. Propaganda enganosa da tua parte...
    ou leitura equivocada da minha parte...

    Eu estava na minha mente que irias falar sobre a sexualidade de Cristo, e só agora caiu a ficha que você irá é falar sobre Cristo e a sexualidade (não dele, mas de nós etc...).

    Então neste caso nem é tabu...
    E pode-se falar livremente do assunto sem especulações temerárias.

    Me atrevo a "discordar" um pouco da sua concepção de que um homem unido a várias mulheres, não ser união, etc...

    Veja, a meu ver os pecados e mandamentos geralmente estão ligados a saúde do povo da promessa.

    Era para circuncidar para evitar o câncer no colo de útero da mullher (órgãos sexuais imundos da areia do deserto tendo constantes relações sexuais).

    Era para celebrar a ceia com vinho tinto, para evitar igualmente o câncer pois os tais flavonói..... sei lá o nome, promovem a nossa saúde e longevidade.
    ...

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  8. ...
    Era (agora especificamente sobre sexo fora do casamento) para evitar a fornicação, por que muitas sementes de diferentes homens numa só mulher acabava provocando doenças sexualmente transmissíveis e falta de saúde no povo etc...

    Tanto é que uma mulher e vários homens sempre foi proibido, mas um homem e várias mulheres (casamento poligâmico), foi durante um tempo permitido por Deus, pois especulo eu, não afetava o questão objetivo que era promover saúde para o povo escolhido, haja vista que a mulher, mesmo sendo uma dentre as que um homem teria como esposa, durante sua vida só teria relações sexuais com o seu marido (doenças sexualmente transmissíveis fora de questão portanto).

    A questão da unidade não estaria quebrada uma vez que a analogia de Cristo e a igreja, também implica em um versus muitos. Não que existam muitas igrejas, mas muitas pessoas que formam a igreja.

    Não que eu seja a favor da poligamia.
    Não sou nem contra nem a favor.
    Tudo depende do mandamento que está vigente ao tempo em que o homem vive.

    Alguns mandamentos apenas por teste de obediência passaram a valer e são vigentes apenas porque Deus assim determinou, ou seja, nem tudo está ligado a questão da saúde como argumentei acima.

    No fundo pouco importa para Deus com quem o sexo é feito, se Ele tivesse dito o contrário, tipo casamento monogâmico é pecado e promiscuidade é que é certo... o pecador rebelde haveria de querer casar e ficar fiel a sua única esposa para sempre, só pela teimosia de pecar e fazer diferente do que Deus determinou (como tem sido em casais homossexuais que são afetuosos, monogâmicos e fiéis durante toda a vida).
    ...

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  9. ...
    O mandamento moral permanece até que seja revogado por Deus, mesmo que a questão da saúde já esteja superada.

    Ou seja, mesmo que a circuncisão não tivesse sido substituída pelo batismo, estaria portanto ainda vigente, mesmo que hoje isto não teria a menor importância pois os homens tomam banho pelo menos uma vez por dia e se lavam sejam incircuncisos ou não, mesmo assim a circuncisão ainda estaria valendo. Não é o caso.

    Sobre sexo eu posso falar muitas coisas... risos...
    Sobre a sexualidade de Cristo é que prefiro silenciar.

    Abraço!

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  10. Jorge,
    Um tema crucial tratado de uma forma bem clara e bíblica.
    As pessoas que não entendem que tudo quanto fazemos, fazemos para Glória de Deus, desassociam atos, dicotomizando-os em “alguns menos santos” e “outros mais santos”. Dessa descaracterização surgiu a veneração ao templo construído, em detrimento da banalização do tempo que passamos fora dele – mesmo feito de forma não intencional, para muitos o tempo que se passa dentro de um templo na manhã e noite de domingo, é inconscientemente mais santo do que as horas que passamos fora dele, trabalhando, estudando, etc. Contudo, desde que Jesus rompeu as delimitações da lei quanto à adoração [e tudo que a lei circunscrevia] tornamo-nos Igreja ambulante – sem desprezarmos, é claro o tempo que passamos reunidos nos dias de domingo, por exemplo -, e não mais adoramos a Deus dentro de um templo tocando utensílios sagrados e consagrados, senão que somos o templo, e, assim como tudo que era feito no templo da lei, no dia e momento oportuno da adoração deveria ser santo, da mesma forma tudo o que se fizer com o templo-igreja-pessoas também deverá ser santo, o que logicamente inclui o sexo. Já não adoramos a Deus em um templo, adoramos com a vida, em espírito e em verdade, ininterruptamente, em tudo o que fizermos. Quando desfrutamos do sexo, a adoração em espírito e em verdade está sendo devotada. Adoramos a Deus em tudo o que fazemos. Na plenitude da graça O Espírito Santo tabernaculou entre os homens, e permanece neles, os quais são chamados de Igreja, e louvarão seu Deus em tudo o que fizerem.
    Nenhum ato da Igreja é mais santo do que o outro. Tudo o que a Igreja faz, deverá fazê-lo para glória de Deus, sem dicotomias, nem desproporcionalidades. Tudo com a mesma devoção.

    Belo texto. Devido à escassez de temas tão importantes como esses, tratamos temas triviais que nada influenciam em nosso comportamento cristão. Quem pensa que este tema é de somenos importância, está enganado quanto a uni-abrangência do testemunho e da adoração ininterrupto da Igreja no mundo.

    Graça e Paz
    Mizael Reis

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  11. Natan,

    foi leitura errada sua, pois eu disse que falaria da sexualidade de Cristo, mas antes abordaria outros pontos. Na próxima postagem, se Deus quiser, tocarei propriamente dito na questão que me foi levantada por aquele irmão.

    Propaganda enganosa? [rsrs]... Não. Apenas tocando no assunto que está diretamente ligado à santidade, num momento em que boa parte da igreja não tem dado a devida atenção à questão. Ao menos em relação aos ensinos bíblicos. Infelizmente, a sexualidade tem sido debatida em campos como a psicologia e a sociologia alheia à palavra de Deus, o que, para um crente, é simplesmente absurdo, ou deveria sê-lo.

    Muitas coisas podem ser especuladas, e podemos apreender do texto sagrado alguns ensinamentos. Creio que a questão da saúde do povo é algo periférico sobre a questão; dois pontos principais, ao meu ver, são o cumprimento do decreto divino [mesmo a face rebelde do povo de Israel ao instituir a poligamia] e o senso moral. As implicações da desobediência do povo de Deus trouxeram sérias consequências que são sentidas até hoje, passados milhares de anos [p. ex. a guerra infindável entre Israel e os demais povos semitas, árabes e palestinos]. O fato do pecado estar no decreto eterno não o invalida como pecado. Continua sendo pecado, e abominação diante de Deus. Portanto, a poligamia nunca foi algo "permitido" por Deus como uma exceção ou contemporização, mas por fazer parte do decreto, e cumprir os seus propósitos santos.

    Assim como qualquer pecado cometido pelo homem, os sexuais também são condenados por Deus, seja nos ímpios que receberão o justo castigo, seja nos eleitos, cuja punição foi paga por Cristo, o único capaz de quitá-las, justificando-nos e tornando-nos inocentes e limpos do pecado.

    O fato é que Deus não alterou a sua Lei e, por isso, estamos todos, sem exceção, sujeitos a ela, não para a salvação, mas para a condenação.

    Grande e forte abraço, meu irmão!

    Cristo o abençoe!

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  12. Mizael,

    Você pegou o cerne da questão em seu ótimo comentário: o testemunho que o crente tem de dar em todos os momentos da vida, inclusive quanto ao sexo e a sexualidade.

    Essa distorção de que Deus é glorificado apenas nas quatro paredes do templo, não é mais possível... todos somos chamados a glorificar e adorar ao bom Deus em todos os momentos e atividades da vida, como você bem lembrou, nas palavras do Senhor Jesus: em espírito e em verdade. Se não for assim, como salgar e lançar luz sobre o mundo? Como testemunhar o Evangelho?

    Grande e forte abraço, meu irmão!

    Cristo o abençoe!

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  13. Bem... risos...
    Não é o caso de ficarmos tirando sangue um do outro por causa de um assunto sem tanta importância.

    Sobre a mudança na lei já debatemos no passado.
    Bem eu advogo que a lei como um todo permanece a mesma, mas seus "artigos" já mudaram e muito, então dá para se dizer que advogo que a lei sofreu alterações sim. Mas deixa "prá" lá.

    Sobre poligamia ter sido pecado hoje e sempre, discordo também... risos...

    Lembro de alguns exemplos:
    1. Ester foi dada em casamento por "Deus" para um polígamo, sem falar que era jugo desigual...;
    2. Davi quando pecou, Natã lhe disse a mando de Deus que se ele quisesse mais esposas o próprio Deus lhe daria...;
    3. Para ser bispo tinha que ser homem de uma só mulher, logo haviam candidatos na igreja primitiva que não se enquadravam, mas nem por isto o apóstolo mandou que se separasse, uma vez que em pecado segundo você...;

    E por aí vai... Daria para lembrar outros exemplos.

    Abraço!

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  14. Jorge,

    Como o Natan, eu estou esperando o tema mais polêmico - não que a questão abordada pelo texto não seja instigante.

    Como sempre, o Natan aborda as coisas de um jeito ímpar e muito interessante.

    Aguardarei o próximo, a fim de ver se as minhas inquietações são as mesmas tuas.

    Grande abraço.

    Ricardo.

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  15. Natan,

    não é nenhum cavalo-de-batalha, estamos apenas conversando; e, as vezes, teremos opiniões diferentes... Nem me passa pela cabeça tirar sangue de você por qualquer assunto, por mais importante que ele seja... A menos que eu precise de transfusão e você tenha sangue A+ [rsrs].

    Mas em nada os seus exemplos desmentem o que eu afirmei, pois, ao meu ver, tudo acontece como decretado por Deus, mesmo o mal, o pecado, etc. De tal forma que o pecado persiste em ser pecado, assim como o mal persiste em ser mal, sem que Deus os aprove ou condescenda com eles.

    Mas essa é mesmo uma outra história...

    Abraços.

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  16. Ricardo,

    é, o Natan é único, assim como você, eu, e todos nós que fomos criados por Deus de maneira especial em nossa particularidade. Mas reconheço que o Natan vai a "lugares" onde ninguém se atreveria a ir... ele é corajoso, e aprecio a sua coragem. Com isso não estou a dizer que ele é leviano... é corajoso, mas somente até onde o temor do Senhor permite que ele vá.

    Rapaz, estou achando que criei uma expectativa que pode não se concretizar com a última postagem. Na verdade não há nenhuma "bomba" no que vou expor quanto à sexualidade de Cristo, nada que a Bíblia não diga e o próprio Senhor não tenha dito.

    A minha resposta é bem mais simples do que talvez os irmãos pensem... mas vamos deixar para quando a publicar.

    Em relação às duas primeiras partes, creio que o mais importante é entendermos a necessidade de glorificar a Deus em todos os aspectos da nossa vida; como provas vivas capacitadas por Deus à fidelidade do testemunho.

    Grande e forte abraço!

    Cristo o abençoe!

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  17. Irmãos a coisa começa e vai crescendo...Também acho e concordo que não há nada de "bomba", segundo palavras do próprio irmão Jorge sobre a sexualidade do Senhor, ou vocês acham que em quase dois mil anos, os amigos do evangelho e os inimigos não divagaram livremente sobre o assunto, uns mais do que outros e de fato os esgotaram. Penso sim que a resposta do irmão Jorge seja a mais óbvia, pensada e pesada em temor e sobretudo simples segundo o que as Escrituras deixam se reveladas ( e não pode ser de outro modo senão é um desastre só ).Quanto a poligamia masculina, pois há antropologicamente em menor escala a feminina, havia a legalidade da proteção da mulher sem família ( claro que nem sempre isso acontecia de modo tão puro ). O problema não é ter mais de uma mulher,é a injustiça resultante dessa união. O abandono e a defraudação são abomináveis diante de Deus, bem como a infedelidade e a mentira,como a falsidade, a traição. Um abraço mais uma vez a todos.

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  18. Helvécio,

    concordo em número, gênero e grau. O fato do homem pecar e Deus "permitir" o pecado, não quer dizer que ele não o abomine. A poligamia é um pecado, não há outro termo que a defina diferentemente.

    O fato é que se Cristo morreu pelo pecador que cometeu esse pecado, e o pecador se arrepender [não vou entrar na questão da separação ou não, mas emito a opinião de que sou contra a separação pois provocará uma injustiça ainda maior] ele será salvo, do contrário, será condenado por esse e outros pecados cometidos.

    Há de se entender que Deus não escondeu do homens suas ações ímpias, desastrosas e maléficas como outras religiões teimam em tornar a humanidade um poço de bondade e de autoregeneração. Deus revelou-nos o que somos sem nenhuma maquilagem, o que já seria suficiente para reconhecermos nossa miserabilidade e clamar pelo arrependimento e perdão divino. E tudo isso foi posto na Escritura para que ele fosse exaltado e glorificado, e nós, colocados no devido lugar: carentes e necessitados da graça e misericórdia de Deus.

    É isso.

    Abraços.

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  19. Irmão Jorge, sem sair do assunto, mas você tocou em um assunto ou tema importante: ateus, não-religiosos e até religiosos ficam chocados com a Escritura por ela não ter nenhuma "maquiagem" ao contrário dos livros e das teologias religiosas mesmos de igrejas cristãs. Um dos motivos é exatamente esse: mostrar a tragédia da nossa história e o que poderíamos ser sem o pecado. As tragédias que vemos todos os dias não são exceções casuísticas, mas é quase, poderíamos dizer, a normalidade do que se constituiu por causa do pecado o ser humano. Se puder aborde esse ponto apontado em uma próxima postagem. Um abraço.

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  20. Oi

    Desculpe a demora em retornar.
    Obrigado pelas palavras carinhosas a mim dirigidas.
    Não é para tanto...

    Eu sou O+ (risos...)

    Vou parar de "defender" a poligamia pois vão acabar me acusando de estar querendo casar novamente... risos... Não é o caso.

    Sou muito bem casado.
    Um grande fracasso em muitos pontos da minha vida, mas no casamento e na capacidade de ter lindos filhos, nisto Deus abriu sua mão com graça abundante a meu respeito, pelo qual sou muito grato.

    Difícil mesmo é a $$$, mas quem sabe a mega-sena acumulada... risos...

    Eu brindo com meus familiares que será uma grande benção se eu ganhar na mega-sena, afinal será um milagre, pois eu não jogo... risos...

    Abraço fraterno.

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  21. Parabéns pela coragem e competência em abordar esse tema, irmão Jorge. O sexo, de fato, é uma bênção dada por Deus, e precisa ser desfrutado dentro do santo padrão das Escrituras. Nesse sentido, o casal cristão é o único que pode ser verdadeiramente feliz no exercício de sua sexualidade -- se biblicamente instruído a respeito, claro. O seu texto é oportuno, pois sexo ainda é assunto tabu em muitas igrejas, e não poucos ministros se omitem do dever de ensinar o rebanho sobre isso.

    Vanderson M. da Silva

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  22. Vanderson,

    É um tema que devemos abordar mais, de forma bíblica e santa, pois o que se ouve por aí e o que se lê é digno de corar até mesmo os ímpios.

    Infelizmente, a imoralidade chegou a um ponto em que parece impossível sair dela; mas a Escritura nos ensina que há uma saída: Cristo. E a sua palavra é o nosso manual, inclusive, sexual.

    Grande abraço!

    Fica na paz do Senhor, meu irmão!

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