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CAPÍTULO 2: DEUS E A SANTÍSSIMA TRINDADE
1. O Senhor nosso Deus é somente um, o Deus vivo e verdadeiro, [1] cuja subsistência está em si mesmo e provém de si mesmo; [2] infinito em seu ser e perfeição, cuja essência por ninguém pode ser compreendida, senão por Ele mesmo. [3] Ele é um espírito puríssimo, [4] invisível, sem corpo, membros ou paixões; o único que possui imortalidade, habitando em luz inacessível, a qual nenhum homem é capaz de ver; [5] imutável, 6 imenso, 7 eterno, [8] incompreensível, todo-poderoso; [9] em tudo infinito, santíssimo, 10 sapientíssimo; completamente livre e absoluto, operando todas as coisas segundo o conselho da sua própria vontade, 11 que é justíssima e imutável, e para a sua própria glória; 12 amantíssimo, gracioso, misericordioso, longânimo; abundante em verdade e benignidade, perdoando a iniquidade, a transgressão e o pecado; o recompensador daqueles que o buscam diligentemente; 13 contudo justíssimo e terrível em seus julgamentos, 14 odiando todo pecado, 15 e que de modo nenhum inocentará o culpado. 16
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Por Jorge F. Isah
Porém, isso não quer dizer que Deus não seja cognoscível, de que não se deu a conhecer, de que haja apenas a sua transcendência e não haja a imanescência, de que ele seja incompreensível e não se relacione com sua Criação. Por isso, a CFB diz que a sua "essência por ninguém pode ser compreendida, senão por Ele mesmo", visto sê-lo infinito, eterno, absoluto, perfeito, santo, somente pode ser conhecido plenamente por alguém que tenha esses atributos, de forma que o homem somente o conhecerá no que ele lhe capacitou e deu-se conhecer. Assim, apenas Deus tem o autoconhecimento de si mesmo; somente ele detém o conhecimento pleno e completo de si, e nada nem ninguém exterior a ele pode compreendê-lo totalmente. A possibilidade de conhecimento pleno de Deus, mesmo na eternidade, quando o salvo será transformado à imagem e semelhança de Cristo, não poderá acontecer; a plenitude do conhecimento divino é tão majestosa, gloriosa, magnificente, que nos esmagaria, como se fôssemos uma formiga sob o peso de um elefante. Creio ser, mais ou menos, o que Paulo diz: "Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos!" [Rm 11.33].
Vimos que Deus é autosuficiente em si mesmo, de forma que ele não depende de nada nem ninguém para existir, pois sua independência é absoluta. Também vimos que ele se autointitula o "Eu sou", jamais podendo, portanto, ser o não-ser. E o não-ser é não ser Deus. Ele também se define como o ser essencialmente espiritual, pois é Espírito [Jo 4.24]. Há uma infinidade de atributos de Deus, assim como ele é infinito, mas a Bíblia não nos revela todos, porém, ainda assim, eles nos surpreendem por sua diversidade, plenitude, perfeição, excedendo a nossa compreensão; "porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos", diz o Senhor [Is 55.9]. Deus revela que há uma distância enorme entre ele e nós, de que por mais que se manifeste ao homem, este ainda permanecerá distante e impossibilitado de conhecê-lo e entendê-lo completamente [Jó 26.14]. A disparidade entre quem é Deus e quem é o homem, entre o ser infinito e o finito, entre o eterno e o temporal, o perfeito e o imperfeito [com um ingrediente ainda mais danoso ao conhecimento da verdade, o pecado], faz com que os caminhos divinos sejam muitas vezes incompreensíveis para nós.
Porém, isso não quer dizer que Deus não seja cognoscível, de que não se deu a conhecer, de que haja apenas a sua transcendência e não haja a imanescência, de que ele seja incompreensível e não se relacione com sua Criação. Por isso, a CFB diz que a sua "essência por ninguém pode ser compreendida, senão por Ele mesmo", visto sê-lo infinito, eterno, absoluto, perfeito, santo, somente pode ser conhecido plenamente por alguém que tenha esses atributos, de forma que o homem somente o conhecerá no que ele lhe capacitou e deu-se conhecer. Assim, apenas Deus tem o autoconhecimento de si mesmo; somente ele detém o conhecimento pleno e completo de si, e nada nem ninguém exterior a ele pode compreendê-lo totalmente. A possibilidade de conhecimento pleno de Deus, mesmo na eternidade, quando o salvo será transformado à imagem e semelhança de Cristo, não poderá acontecer; a plenitude do conhecimento divino é tão majestosa, gloriosa, magnificente, que nos esmagaria, como se fôssemos uma formiga sob o peso de um elefante. Creio ser, mais ou menos, o que Paulo diz: "Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos!" [Rm 11.33].
Por isso, ainda assim, o Deus revelado, continuará encoberto como que por uma densa escuridão, fora do alcance do homem, se o Espírito não o mostrar, transformando-o no ser real, verdadeiro e vivo que ele mesmo diz de si. O que nos leva à reconhecer a importância deste capítulo da C.F.B., porque ele diz ser possível conhecer a Deus através dos seus atributos; ao descrevê-los, ela nos revela facetas do seu caráter, ainda que a tentativa de separá-las seja impossível, visto Deus ser uma unidade pessoal, integral, ao contrário de nós, criaturas.
Antes, e ainda hoje, o homem procura descrever Deus através de figuras, imagens, pintura, e por formas verbais ou escritas, no que tem falhado miseravelmente. Por mais que se queira defini-lo, Deus é indefinível, a não ser por si mesmo. Quando Moisés perguntou em nome de quem falaria aos egípcios e judeus, o Senhor disse: "Eu Sou o que Sou. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: Eu Sou me enviou a vós outros" [Ex 3.14]. A afirmação divina representa uma imensidão impossível de se imaginar. Deus se define como sendo, ele é, sem nunca não-ser, de forma que a definição revela a sua autoconsciência, autossuficiência, o Ser absoluto e imutável. Porém, para nós, ainda persiste a pergunta: quem é Deus?
Somente ele pode dizer quem é, pois ele tem o autoconhecimento de si; já que ele conhece todas as coisas, e ninguém pode alcançá-lo nesse conhecimento. O conhecimento de Deus depende de si mesmo, e de mais nada ou ninguém; de nenhuma fonte exterior a ele, porque é eterno. E será através dos seus atributos que se revelará, mostrando-nos a sua personalidade. Por isso, jamais devemos nos esquecer de que Deus é o Deus pessoal, onde habita toda a consciência, inteligência, sabedoria e conhecimento. Ao contrário de nós, Deus não é limitado, e sua personalidade é perfeita, eterna. E é possível perceber a sua Pessoa através da Revelação Natural, como parte dos seus atributos incomunicáveis; porém, somente é possível entender a essência divina a partir da relação paternal que ele tem com o seu Filho eterno, Jesus Cristo; por quem fomos feitos filhos adotivos e, portanto, termos um relacionamento filial com Deus, tornando-nos capazes de conhecê-lo, como ele é, como se revelou, pois sendo Deus, não pode jamais deixar de sê-lo; e não podemos conhecê-lo, mesmo imperfeitamente, sem nos conscientizar da nossa limitação e impossibilidade e incapacidade de fazê-lo plenamente. Pois, assim como os anjos eleitos, gastaremos a eternidade para entender, por exemplo, o amor de Deus por nós. Sendo o amor divino o atributo mais evidente na Escritura, e ainda assim, como Paulo disse, ele excede todo o entendimento [Ef 3.19], o que dirá quanto aos demais? O que dirá quanto ao próprio Deus, o qual é único, e não pode ser distinguido tanto do que é como do que faz, sob pena de se erigir um outro "Deus"? Ainda que ele se apresente de muitas formas diferentes, permanece indissolúvel, indivisível, no seu caráter incomparável e perfeito [Is 40.18,25].
Deus é Deus, e resta-nos humilhar diante dele; glorificá-lo pelo que é, e tem-nos revelado ser; admirá-lo por sua grandeza e majestade; e amá-lo porque ele nos amou primeiro.
Deus é Deus, e resta-nos humilhar diante dele; glorificá-lo pelo que é, e tem-nos revelado ser; admirá-lo por sua grandeza e majestade; e amá-lo porque ele nos amou primeiro.
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ÁUDIO DA AULA 13:
O irmão tocou em um ponto importante e nervágico para toda a confissão e entendimento teoĺogico cristão.Interessante o fato de que por mais que desde Cristo, após Ele ter trazido a revelação mais exata de Deus ao pensamento humano, por mais que heresias reincidentes tenham sido criadas e volta e meia se reafirmem uma e outra, sempre houve um relativo concenso entre os cristãos, de que Deus é Deus com "D" maiúsculo, e que de uma forma ou de outra, até as próprias "heresias" reafirmavam errôneamente na sua justificativa essa distância imensa entre a plenitude divina e o a pequenês humana.
ResponderExcluirSó com o advento da ciência, parte considerável da hunidade representada por certa casta de evoluidos no seu conhecimento acadêmico se atreveu a "matar" Deus ou diminuí-lo de forma irrazoavel e patética. E o pior que estes que assim pensam e agem e defendem tal conjunto de justificativas e explicações se denominam "critãos".
Um exemplo real e prático, embora divirjam no "como" e se acusem mutuamente de erro, calvinistas e arminianos, convertidos, não desdenham de Deus, nem pentecostais e nem tão pouco neopentecostais. Erramos todos ao mensurarmos, nos referirmos no quanto Ele é grandioso, ou ao tentarmos mostrar um ao outro como Ele ( Deus ) é grandioso, mas nunca que Ele não seja o que é. Exaltamos-O ora, por Seu poder, ora por seu amor, ora por ter tas as rédeas de todos os destinos, por Sua justiça e juízo, por Sua interferência acima e aparte de toda e qualquer "lei natural" ( não é um aboa expressão mas falta uma mais exata ) instituída e sustentada por Ele mesmo, daí chamamos de milagre toda a Sua interferência, embora a vida do nada e o tudo do nada sejam igualmente miraculosos.
Do outro lado temos os incredulos travestidos de religiosos e de crentes, embora sobrevivam à sombra e as expensas da religião, de uma igreja, uma denominação, uma congregação, negam-lhe o caráter de divindade absoluta, escrevendo longos e devaniados livros como o famigerado "A Cabana" e tantos outros, ou pior destilam sua incredulidade e cegueira, igonorãncia e falta de temor através de conceituados tratados teológicos, mencionando uma tradicional "educação cristã", cujos valores afirmam guardar e "aperfeiçoar", enquanto sulapam toda a verdade revelada acerca desse Criador revelada, rica e presiosamente nas Escrituras.
Parabéns pela aula mais, uma vez e pelo seu texto. Que venha o livro, da melhor fotrma que puder materializá-lo para benção de todos os que puderem lê-lo.
Um grande abraço mais uma vez.
Jorge, que coisa linda, não? Não há nada mais sublime do que nos dedicarmos ao conhecimento de Deus. O que me faz pensar no valor da contemplação cristã. Pararmos no meio desse corre-corre que é a vida e meditarmos na Palavra, orarmos, confessarmos, viver horas preciosas com Deus, meditando em seus atributos. Esta aula de hoje é daquelas que nos lembra o primeiro amor e nos faz querer dar uma paradinha no ordinário cotidiano e corrermos para os braços do Pai.
ResponderExcluirObrigado, Jorge, por compartilhar tão maravilhosas verdades conosco. Sigo o estudo.
Fábio.
PS - No tempo do seminário, li um ótimo livro "O Ser de Deus e seus atributos" do Heber Campos (Ed. Cultura Cristã). Vale levar um estudo como esse para a Escola Dominical. Muitos dos erros que temos visto na Igreja derivam da sua falta de conhecimento em relação aos atributos de Deus.
Fábio,
ResponderExcluircomo já disse "alhures", o principal alvo deste estudo sou eu mesmo, e sei que, por isso, Deus me colocou para fazê-lo [mesmo com todas as minhas limitações, e, talvez, por causa delas mesmo]. Tenho aprendido muito, o que me tem levado a rever alguns dos meus conceitos. Inclusive, e principalmente, no meu relacionamento com Deus, o Senhor.
Para este estudo tenho me utilizado dos seguintes livros, que podem ser vistos na minha lista de leitura na barra lateral esquerda ou no meu blog "O que estou lendo... ou li", além de mais um ou outro, esporadicamente:
1) As Institutas de Calvino;
2) A T.S. do Berkhof;
3) Os atributos de Deus do Dr. Heber Carlos Campos.
Portanto, posso dizer de cadeira que o livro do Dr. Heber é muito bom. Para mim, ele é o melhor teólogo brasileiro, ainda que seja um pouco "verborrágico", quero dizer, prolixo. Mas uma coisa é certa, depois de lê-lo, acho que ficarão poucas dúvidas sobre o assunto que ele aborda. Portanto, recomendo-o, assim como as outros indicados... Muito boa lembrança, para variar [rsrs].
Grande abraço!
Cristo o abençoe!