JORGE F. ISAH
DEUS E A SANTÍSSIMA TRINDADE
1. O Senhor nosso Deus é somente um, o Deus vivo e verdadeiro, [1] cuja subsistência está em si mesmo e provém de si mesmo; [2] infinito em seu ser e perfeição, cuja essência por ninguém pode ser compreendida, senão por Ele mesmo. [3] Ele é um espírito puríssimo, [4] invisível, sem corpo, membros ou paixões; o único que possui imortalidade, habitando em luz inacessível, a qual nenhum homem é capaz de ver; [5] imutável, [6] imenso, [7] eterno, [8] incompreensível, todo-poderoso; [9] em tudo infinito, santíssimo, [10] sapientíssimo; completamente livre e absoluto, operando todas as coisas segundo o conselho da sua própria vontade, [11] que é justíssima e imutável, e para a sua própria glória; [12] amantíssimo, gracioso, misericordioso, longânimo; abundante em verdade e benignidade, perdoando a iniquidade, a transgressão e o pecado; o recompensador daqueles que o buscam diligentemente; [13] contudo justíssimo e terrível em seus julgamentos, [14] odiando todo pecado, [15] e que de modo nenhum inocentará o culpado. [16]
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INTRODUÇÃO
É possível vislumbrar em toda a história a necessidade de Deus. Em todas as culturas e sociedades, desde as mais remotas, até os nossos dias, sempre houve a ideia de Deus, de que há um Criador e um ser Todo-Poderoso. Acontece que com a Queda do homem, no Éden, o conhecimento de Deus foi-se perdendo, e muitos acabaram por corrompê-lo, criando para si e para outros um deus à sua própria imagem e semelhança.
O exemplo de Adão e Eva dá-nos essa ideia de que, a despeito do convívio com Deus, pouco dele os nossos pais naturais conheciam [pela própria incapacidade humana], de forma que o desobedeceram, numa tentativa tola de enganarem-no e a si mesmos; levando-os ao pecado e à separação, à morte física, mas também espiritual. Adão e Eva haviam formado, em suas mentes e corações, um "deus" que não era o Deus vivo e verdadeiro, mas um "deus" à sua semelhança, um deus facilmente manipulável e que atenderia aos seus interesses pessoais. Temos ali não apenas o primeiro pecado, a Queda, a separação entre Deus e os homens, mas também a primeira tentativa de se erigir um "outro" deus.
Deus, ao terminar a Criação, viu "tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom" [Gn 1.31]. Não temos a afirmação de que a criação era perfeita, pois apenas Deus é perfeito. Se Deus criasse algo perfeito, se autocriaria ou criaria algo idêntico a si mesmo. Portanto, dizer que a Criação era perfeita resulta em dizer que a perfeição pode decair para a imperfeição, que o perfeito pode se tornar imperfeito, e isso quer dizer, em última instância, que o próprio Deus poderia decair da sua condição. E ela teria de acontecer no tempo, visto ser impossível na eternidade onde tudo é imutável. O que o levaria a uma série de mudanças, mas sabemos que Deus não muda; de que ele é eterno, santo e reto. Perder a perfeição significaria perder todos os seus atributos, inclusive a infinitude, a sabedoria e a eternidade.
Se a criação fosse perfeita, se Adão e Eva eram perfeitos, não poderiam cair, nem mesmo por sua vontade, pois iriam contra a sua natureza perfeita. É por isso que Deus jamais deixará de ser Deus, pois ele é o "Eu Sou", e não pode deixar de ser o que é.
Mas a criação será discutida no Cap. 4 da CFB. Deixemos o assunto para mais tarde, e voltemos ao tema central deste capítulo.
A palavra Deus vem do latim "Deus", que quer dizer divindade, ser supremo, deidade, e é interessante que apenas o português, como uma língua neolatina, manteve a grafia original do latim com a terminação "us". No espanhol temos a forma "dios", no francês "dieu" e no italiano "dio". É apenas uma curiosidade.
O CONHECIMENTO INATO DE DEUS!
Muitos dizem crer em Deus, mesmo que não o glorifiquem e honrem-no. Porque o Senhor pode ser conhecido ou melhor, percebido de várias formas, seja através da Revelação Natural, a Criação; seja pela Imago Dei, a imagem de Deus que o homem caído ainda traz em si; e o Sensus Divinitatis, presente em cada homem, que é o conhecimento inato ou a disposição ao conhecimento de Deus inerente à mente humana, dada pelo próprio Deus. É o que Paulo nos diz: "Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu" [Rm 1.19-21]. O que temos aqui? Paulo está a dizer que todos os homens têm o senso divino em seus corações, que Deus se revelou a eles, e está posto neles que há o Deus Vivo e Verdadeiro, mas os homens se rebelaram e construíram para si outros deuses, transformando a verdade em mentira, honrando e servindo mais à criatura do que ao criador, "que é bendito eternamente" [Rm 1.25]. Ou ainda, em seu coração insensato, diz o néscio: "Não há Deus" [Sl 14.1]. A Bíblia usa o termo néscio para designar o ignorante, o estúpido, o tolo, não no sentido de que ele não conhece a Deus, mas no sentido de que ele não quer conhecer, não aceita conhecê-lo, despreza o seu próprio conhecimento.
Se analisarmos, todos, crentes ou não, inclusive os ateus, estão a discutir sobre Deus, de tal forma que se pode argumentar que nem mesmo esses últimos prescindem de Deus, a fim de se autoafirmarem deuses. Há o negar-se Deus para reafirmar o homem. Há o negar-se o conhecimento para se desconhecer. Há o negar-se a culpa para se viver impiamente. Há a não glorificação de Deus para se autogloriar na escuridão do coração insensato. Há o desprezo à sabedoria para o louvor da loucura. O salmista diz: "Pela altivez do seu rosto o ímpio não busca a Deus; todas as suas cogitações são que não há Deus" [Sl 10.4].
Entramos então na seguinte questão: qualquer sentença ou parecer sobre Deus pode levar o homem verdadeiramente ao seu conhecimento?
REVELAÇÃO NATURAL x REVELAÇÃO ESPECIAL
A Revelação Natural nos dá o conhecimento de Deus, relacionado ao seu poder e glória, de forma que a criação reflete toda a sua magnitude, domínio e soberania. O homem tem o conhecimento de que há o Criador, o Ser supremo pelo qual todas as coisas foram feitas, e que por ele são sustentadas. Qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo, pode se aperceber da verdade de que Deus é o Senhor do universo, porque "no princípio criou Deus os céus e a terra" [Gn 1.1]. Por onde andamos, para onde olhamos, no que tocamos, está evidenciado que o mundo é o lugar onde Deus diz muito de si, a gritar a sua sabedoria e poder; a ordenar aos homens que o adorem; porque “os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos... não há linguagem nem fala onde não se ouça a sua voz. A sua linha se estende por toda a terra, e as suas palavras até o fim do mundo. Neles pôs uma tenda para o sol” [Sl 19.1,3-4].
De forma que os céus, a terra, e o homem, testificam que há um poder sobrenatural e absoluto, tanto no ato da criação como no da preservação de todo o universo, e que impressionam o mais cético dos homens, ainda que ele rejeite Deus e suponha, em sua mente caída, que a natureza se fez a si mesma, e de que o homem nada mais é do que o produto dessa ação aleatória, imprecisa e irracional.
Porém, a Revelação Natural não pode salvar, nem trazer ao homem um relacionamento com Deus. Ela é suficiente para condenar o homem, para revelar que Deus existe, e de que é o Criador e legislador do universo. Ao se rebelar, o homem rejeita todas as evidências que ela lhe apresenta: a origem divina do Cosmos e das leis que o ordenam; a origem divina da lei moral, cuja consciência é-lhe inerente e na qual não quer se submeter. Por isso, Paulo diz que o homem é inescusável diante de Deus, por não querer entendê-las nem vê-las [Rm 1.20].
Deus se revela na Criação, mas essa revelação não é capaz de levar o homem a vê-lo além do seu poder; pois outros atributos como o amor, bondade, misericórdia e graça somente podem ser conhecidos através da Revelação Especial. Assim, posso concluir esta parte com a seguinte afirmação: Deus revela através da natureza o seu poderio, mas o seu amor somente pode ser conhecido pela Palavra. E essa palavra é Cristo!
Logo, a C.F.B. é sábia em seu primeiro capítulo delinear e explicitar a doutrina das Sagradas Escrituras, pois são elas que revelarão Deus como ele é e quis ser conhecido dos homens, assim como sua obra e os atributos com os quais se comunica com o homem: graça, misericórdia, amor, zelo, fidelidade.
Temos então que a Escritura não procura "provar" Deus, mas a premissa da sua existência está presente em todo o seu escopo. A fé em Deus tem de ser bíblica, pois é ela que o revela verbalmente. Ou seja, ouvimos a própria voz divina dizer de si mesmo aquilo que quis que conhecêssemos. Como já disse anteriormente, não se é possível conhecer a Deus à parte da sua palavra, pois todo o conhecimento que ele quis que reconhecêssemos de si está delineado e foi-nos apresentado pela Revelação Especial, a qual é a Escritura Sagrada, e assim qualquer cosmovisão, mesmo a que se diz cristã, que prescinde ou abdica da Revelação Especial não é cristã, mas pseudocristã. Pois o conhecimento de Deus os levará também ao conhecimento da sua obra, da sua vontade, dos seus preceitos, e assim como tudo, a espiritualidade e a moralidade humanas somente podem ser verdadeiras e reais se baseadas na palavra do próprio Deus.
A diferença consiste em que a Revelação Natural nos revela o Ser de Deus e alguns dos seus atributos, sua onipotência, onipresença e onisciência, infinitude, eternidade, perfeição, sabedoria, e independência. A Criação nos revela todos esses atributos, que são chamados de "Atributos Incomunicáveis" de Deus, os quais não compartilha conosco. É o que foi dito pelo salmista: "Pois quem no céu se pode igualar ao Senhor? Quem entre os filhos dos poderosos pode ser semelhante ao Senhor?... Ó Senhor Deus dos Exércitos, quem é poderoso como tu, Senhor, com a tua fidelidade ao redor de ti?" [Sl 89.6,8]. Deus se revela incomparável, único, supremo, transcendente [tocamos no assunto da transcendência na aula passada, mas provavelmente voltaremos a ele na próxima aula].
Já na Revelação Especial temos o Deus que se comunica com suas criaturas, que se relaciona com elas, e cujos atributos são chamados, por isso, de "comunicáveis". Como também já foi citado, eles são, dentre outros, manifestados aos homens através da sua graça, misericórdia, fidelidade, amor, santidade, justiça, bondade... Esse "lado" divino somente pode ser conhecido através da Escritura e somente por ela, não sendo possível por qualquer outra forma de revelação. E ela é verdadeira e real exatamente porque o próprio Deus no-la revelou. Agora, devemos ter sempre em mente que mesmo a Revelação Especial é limitada ao homem, tendo-se em vista que Deus é infinito, e, como seres finitos, é-nos impossível conhecer plenamente o Ser infinito. Mas o importante é que, naquilo em que ele quis se revelar, ele o fez através da sua palavra. E somente por ele é-nos possível conhecê-lo em tudo o que se nos deu dar.
Ressalto ainda que todo o conhecimento de Deus é possível a partir do novo-nascimento, da regeneração da alma e do espírito humano, de forma que os pressupostos antes "anti-Deus" passem a ser dirigidos ao estudo e compreensão da sua natureza, obra e vontade.
Por hora, é isso!
Nota: 1- Resumo da aula realizada no dia 27.11.2011, na E.B.D. do Tabernáculo Batista Bíblico
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ÁUDIO DA AULA 10:
Bem, parabéns mais uma vez, e se for possível aprimorar o áudio das aulas, vamos dar um jeito. Elas merecem a melhor pprodução para o blog.
ResponderExcluirUm abraço.
Jorge, eu fiquei com uma dúvida: você está dizendo que "Deus revela através da natureza o seu poderio, mas o seu amor somente pode ser conhecido pela Palavra. E essa palavra é Cristo!" - então, fica parecendo que os impíos não podem conhecer o amor de Deus fora da Palavra. Olha, vou me explicar, o amor salvífico de Deus só pode ser conhecido por meio da Palavra, mas eu fiquei pensando na Divina Providência que derrama o bem, a paciência, o livramento, o sol que nasce tanto no campo do justo como do ímpio... Essa é a minha dúvida: a bondade de Deus demonstra "algum tipo de amor" dele pela criatura não-salva? Porque se Deus quisesse Ele poderia destruí-la agora mesmo. E o fato do ímpio não ser destruído agora mesmo não são as misericórdias do Senhor? Ou essa citação bíblica só vale para o povo de Deus?
ResponderExcluirJorge, eu sei que há a Ira de Deus sobre os ímpios, mas, embora não haja reconhecimento do ímpio de que exista um Deus paciente e benigno para com ele, ainda assim esses atributos (paciencia, benignidade, etc) não poderiam ser apontados como o amor de Deus? Ou os ímpios estariam sendo tão somente abençoados por intermédio dos justos? "Recebendo uma rebarba das bençãos que Deus na verdade está é derramando sobre o povo dele"? Enfim, como fica o bem que o ímpio recebe da parte de Deus? Eu não posso chamar de amor?
Abraços sempre afetuosos.
Fábio.
PS - Se eu demorar a aparecer é que estou em trânsito. Vou a Brasília amanhã. Mas aguardo sua resposta.
Eu tenho uma opinião, mas deixo para o irmão Jorge...um abraço.
ResponderExcluirHelvécio,
ResponderExcluirobrigado pela força. E se puder me ajudar a melhorar o áudio das aulas, ficarei grato, e muito grato.
Quanto a emitir uma opinião sobre a pergunta do Fábio, vamos lá, homem! Não se furte, nem se acanhe!... Mas entendo que tem alguns abacaxis que eu mesmo planto, então, ninguém melhor para descascá-los, não é? [rsrs].
Grande e forte abraço!
Cristo o abençoe!
Fábio,
ResponderExcluireste assunto dá um tratado, quiçá um livro, pois é amplo e complexo, e não pode ser analisado apenas em uma de suas facetas; mas, é o seguinte, resumidamente: Deus somente manifesta o seu amor a quem ama, pois ele não pode amar a quem nunca amou. E a Bíblia nos diz que o ímpio é abominação diante de Deus, ou seja, que Deus os odeia mesmo. Em Romanos, temos Paulo dizendo: "E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição; para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou, os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?" [9.22-24].
Paulo diz que Deus tem paciência e suporta os vasos da ira para mostrar o seu poder e dar a conhecer a sua glória aos vasos de misericórdia.
Há muitas coisas para se dizer sobre a questão, pois ela tem relação direta com a natureza imutável de Deus, com o decreto eterno, com a eternidade, etc. Mas penso que Deus não pode amar e dar a conhecer o seu amor a quem ele nunca amou. Temos como princípio bíblico que todos os homens são odiosos diante de Deus; que estão afastados de Deus; que são rebeldes contra Deus; e são inimigos de Deus. Paulo diz em Efésios que éramos inimigos de Deus, antes da nossa conversão. Mas acredito que ele coloque a nossa posição, a nossa condição, como homens que vivíamos sem Deus. Com isso, não me parece ser a intenção dele dizer que Deus era nosso inimigo, pois como ele poderia nos ter como inimigos sendo que nos amou desde antes da fundação do mundo? Nos predestinando e elegendo para sermos seus filhos e co-herdeiros de Cristo?
Creio, também, que os vasos da ira existem para que os vasos de misericórdia sejam manifestados, inclusive aos da ira. Não para que eles entendam o amor de Deus por nós, e o nosso por ele, mas para manifestarem a sua impiedade mesmo, odiando-o e a nós também.
[continua...]
Trata-se de uma novelo teológico, a linha ou a lã todos uniformemente parecem conhecê-lo, mas a ponta certa para desenrolá-la é que é o problema.
ResponderExcluirComo o irmão Jorge disse muito bem vale um tratado acerca do assunto ( que não substituiria a Bíblia e nem a totalmente ) mas pode ser feito e as implicações analisadas.
Embora tenha implicações na predestinação ou na não predestinação, pode se fazer uma reflexão a parte das duas interpretações teológicas, o resultado será praticamente o mesmo, ou seja: o real e denso amor de Deus pelo homem, seja pelo salvo ( eleito ou não ) e também pelo perdido ( eleito para tal ou não ).
De uma forma ou de outra é um tema que não pode ser desprezado principalmente pelos candidatos a pastores e pregadores pois lança, a meu ver luz sobre a maravilha do perdão, afinal só Deus pode e de fato perdoa pecados ( nós nos colocamos no devido lugar de não deixarmos de perdoar porque somos e precisamos ser perdoados ). Nós de fato não perdoamos pecados, no sentido de não apagarmos os pecados de ninguém. Nenhum religioso, pastor, padre ou pastor pode e de fato perdoa pecados de ninguém, é algo que só Deus pode fazê-lo. Aí entra o porquê a cruz, o sacrifício do Senhor conseguiu o tal perdão maravilhoso para os salvos. só por aí dá para pensar onde isso pode dar.
Um abraço a todos.
[...]
ResponderExcluirHá uma impossibilidade natural no homem de reconhecer o amor de Deus, e de reconhecer quem Deus é. A revelação natural mostra o poder, grandiosidade e perfeição divinas através da Criação, maravilhosa, grandiosa, mas finita e imperfeita [no sentido de não ser perfeita, mas sendo boa, esplêndida, magnífica, capaz de deixar qualquer um de "queixo caído", como se diz por aqui].
Mas a sua bondade, fidelidade, amor, misericórdia e graça, por exemplo, somente são possíveis perceber pela Escritura, através da obra perfeita e santa do nosso Senhor Jesus Cristo. Mesmo assim, muitos a podem entender intelectualmente, e até mesmo se emocionar com ela, mas a relação de amor paternal/filial, somente o Pai e os filhos podem ter. Portanto, é necessário que o Espírito Santo opere a transformação, a regeneração do homem [seja incrédulo ou um crente nominal, que, no final das contas, é a mesma coisa] para que ele tenha comunhão com Deus e, assim, possa desfrutar do seu amor e glorificá-lo, amando-o.
Portanto, Deus não ama a todos, e nem mesmo vemos afirmação de que Deus ama a sua Criação. Considerá-la boa não é sinônimo de que ela seja perfeita ou amada; entendo que dentro do plano divino ele quis dizer o que disse: que considerou bom tudo o que fez.
Por isso eu disse, em uma das aulas, que há diferença entre ser criatura e filho. Os vasos da ira são criaturas, não são filhos. Para se ser filho, o que vale dizer, amado, tem-se de receber o poder de sê-lo, dado do alto, por Deus, conforme João 1.11-13.
O fato dos ímpios terem saúde, conforto, dinheiro, etc [há os que não têm também], está dentro do projeto de Deus para cada homem, de fazer com cada um assim como lhe apraz. A passagem em que o Senhor Jesus Cristo diz que Deus derrama a chuva sobre bons e maus tem de ser entendida dentro do contexto do capítulo, pois Deus também lança sobre bons e maus a tempestade, os furações e terremotos. Mas esta é uma conversa ainda mais complexa, então, é melhor parar por aqui, penso...
Grande e forte abraço!
Cristo o abençoe!
Jorge e Helvecio, gostei demais da posição exposta dos dois. Compreendi melhor até mesmo minhas dúvidas.
ResponderExcluirRealmente, a questão bate na predestinação. Verdade. A questão dos decretos já estabelecidos.
Creio que, à parte disso, deixei-me levar pelo bem que vejo Deus derramar sobre a vida de ímpios e eles sequer reconhecerem esse "amor" de Deus por eles. Entendem? Talvez me explique melhor lembrando dos 10 leprosos curados por Jesus. A gente está sempre esbarrando em "leprosos" curados por Deus, mas que, pela dureza do coração, são incapazes de perceber a cura daquilo que receberam.
Mas, Jorge, eu não só entendo o que você disse como concordo, acho que, na verdade, eu estava era olhando para um outro lado, que acho que de repente expliquei melhor no parágafo anterior.
É verdade que o povo de Deus também recebe chuvas e tempestades sobre nossos campos - gostei da lembrança, porque demonstra que não dá para querer encaixar tudo numa caixinha, principalmente as razões de Deus.
Abraços sempre afetuosos.
Fábio.
PS - Jorge, eu te vi lá no blog do André e estou lendo e acompanhando as discussões ali. O "Jorge Fernandes" que ele citou no primeiro artigo era você então? Estou gostando muito, pois está ficando bem posta as diferenças de pontos de vista entre vocês dois. E isso enriquece muito para nós que estamos lendo o textos.
Helvécio,
ResponderExcluirobrigado pelas dicas de postagem do áudio. Foi bem mais fácil do que eu pensava, pois já era cadastrado no 4Share, e a postagem foi muito simples, bastante intuitiva. Acabei também deixando a opção para quem quiser baixar os áudios e ouvi-los no Ipad, Tablet ou mp3 [acho que dá para ouvir em todos], basta ir às "Notas" ao final do texto e clicar em Aula 10. Será direcionado ao 4Share e lá fazerá o download.
Ótima ferramenta, agora é buscar uma forma de melhorar a gravação dos áudios; então, estou esperando por sua generosa e atenciosa colaboração.
Mais uma vez, muito obrigado! Fico-lhe devendo mais esta... [rsrs].
Cristo o abençoe!
Abração!
Fábio,
ResponderExcluirÉ, tentar explicar a questão apenas por um lado ou aspecto é por demais insuficiente. Com todos os elementos sobre a mesa ainda creio-os insuficientes, porque não nos é dado saber o que Deus quer e planejou para cada indivíduo. O fato é que tudo é para a sua glória, para revelar o seu poder ao mundo, mas o seu amor aos eleitos e seus filhos. De forma que esse amor não virá demonstrado apenas nas coisas que consideramos boas em nossas vidas, mas virá também nas tribulações, dores, sofrimento, angustias, assim como veio na vida do nosso Senhor Jesus Cristo [e cada um de nós deve considerá-las boas também]. O Pai não deixou de amar o Filho, mesmo predestinando-o a sofrer, ser humilhado, e morrer na cruz. O amor do Pai pelo Filho é eterno! Assim como o seu amor por nós, também.
Especialmente, no nosso caso, temos também o fato de que Deus disciplina aqueles que ama. E isso, muitas vezes, significará dores, mas que serão alegrias imediatas ou futuras no aperfeiçoamento e santificação do salvo. Podemos saber que "todas as coisas colaboração para o bem daqueles que amam a Deus"; podemos saber que o objetivo do Senhor é fazer-nos semelhantes ao Teu Filho Amado; sabemos que a glória e a santidade nos esperam, mas já é verdade, ainda que não a percebamos na maioria das vezes; mas sabemos também que a tribulação, o sofrimento e a dor têm o propósito eterno de nos aperfeiçoar, "para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória, na revelação de Jesus Cristo... humilhando-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte" [1Pe 1.7; 5.6].
A questão é que as aparências nos enganam; de forma que diríamos que os homens que mais serviram e foram amados por Deus foram também os que mais sofreram, aos olhos do mundo. Mas isso não é verdade:
1- Os patriarcas, por exemplo, foram prósperos em seu tempo [Abraão, Isaque, Jacó...], aos olhos do mesmo mundo;
2- Mesmo os profetas, apóstolos e discípulos que foram perseguidos, torturados e mortos, viveram a alegria, o gozo, e a certeza de que não havia nada melhor do que servir e amar o Deus que os manteria firmados na Rocha, Cristo, e por ele teriam paz, mesmo nas piores lutas e momentos.
Deus age segundo a sua santa sabedoria; e mesmo que não vejamos propósitos em certas situações pelas quais passamos, certamente ela é pedagógica para os santos, inclusive quando Deus aparentemente abençoa [aos olhos do mundo] ou amaldiçoa [ainda aos olhos do mundo] o ímpio. Pois o destino dele ao olhos de Deus é somente um: a condenação! Enquanto para nós, tudo terá por fim a salvação das nossas almas.
Quanto ao debate no blog do André Venâncio, acho que encerrei, por hora, a minha participação. Não vejo o que posso acrescentar ao que já disse. Creio que irei apenas lê-lo, e refletir nas suas ponderações. Certas discussões tomam um caráter muito pessoal, e o que acaba acontecendo é a mudança de foco do objeto da discussão para os debatedores. E acabamos querendo tirar conclusões como se uma falha conceitual pudesse ser de todo o individuo. Ainda que eu tenha o André e o Roberto como bons amigos e irmãos, penso que algumas vezes exageramos em algumas colocações e expomos mais de nós do que devíamos ao expor o outro desnecessariamente. E, se há algo que quero é, dentro do possível, manter a amizade tanto com um como com o outro, de forma fraternal, sem criar áreas de conflitos. Creio, também, que a causa maior deste problema sou eu mesmo, então, até que eu possa ter um autocontrole, prefiro manter-me distante de embates.
Prometi a Deus que assim seria, e oro para que ele me capacite a cumprir a promessa.
Cristo o abençoe!
Abração!
Irmão, não me deve nada...
ResponderExcluirEu tenho sim uma dívida eterna com você a querida Gorete por todos os episódios em que estiveram conosco.
Ouvi a sua pregação toda ( acho que foi mais que um professor dando uma excelente aula, foi uma autêntica pregação, abrangente e bíblica ) mas o som está ótimo, não está ruim, no momento do ônibus e natural uma onda sonora anular as mais fracas como a da voz por exemplo.
Não sei se é no salão da igreja, mas se for um tapume que se interponha entre a porta e o auditório resolve bem ( com mais de 2,5 metros de altura ) e cortinas pesadas, não de redinha ou bordadadas nas janelas, mesmo em dia de calor ( coisa a ser resolvida por ventiladores com menor taxa de ruído, ou seja nunca ano máximo).
Na edição que fiz em casa acrescentei um ligeiro eco ( em uma taxa bem baixa para dar uma sonoridade de auditório mais amplo ) e um filtro de faixas de ruídos, que tem que ser feito várias vezes até encontrar-se o ponto ideal.
Mas no mais está ótimo querido, bola para frente.
Pensei: você e o pastor podem inciar um curso bíblico básico interdenominacional, uma base fiel a Bíblia, será importantíssima para calvinistas ou arminianos, bem melhor que esses seminários liberais repletos de professores incrédulos.
Sobre as palavras em latim, enviarei-lhe uma apostila que acho lhe será útil ( é para mim ) sobre conceitos básicos de latim, pronúncia, etc.
Material ocasionalmente útil nas aulas e nas citações.
um abraço e que o Senhor lhe abençoe mais e mais nesse ministério meu irmão.
Sobre embates em geral no meio cristão-evangélico, mesmo sendo tentado a tomar partido e a me pronunciar acerca de um assunto ou outro.Espero ter aprendido humildemente ( e isso não é exatamente fácil e nem verdade em todo o tempo ) que infelizmente não estamos nenhum de nós certos em todo o tempo e sobre todas as coisas. Não é que estejamos perdidos sem encontrarmos a verdade, não é isso. É que normalmente quando nos degladiamos normalmente e quase sempre estamos fora do foco principal.
ResponderExcluirUm exemplo, que posso dar entre nós, porque nos respeitamos e nos conhecemos. Eu "acho" e coloquei entre aspas de propósito, que calvinistas estão errados no que concerne a predestinação ( e só um exemplo...rs...rs...) mas Deus deve olhar para mim na paixão do debate e quase me dizer: "não há outra coisa mais importante que você deve fazer por mim? Ou : já parou para pensar que o seu irmão calvinista é mais fiel a mim nisso, naquilo, e novamente naquilo e nisso? E isso acontece com todos nós,em que posição teológica estivermos. Ficaríamos (deveríamos ficar ) com cara de tacho, ao sermos confrontados com relação a tantas coisas que falhamos e prazeirosamente desfrenestramos um irmão em Cristo. A igreja nunca foi perfeita, nem a do livro de Atos, mas sempre fomos e somos instados a estarmos todos aos pés do Senhor e o amarmos, e buscarmos como servos inúteis a fazer o melhor que pudermos, a ajudarmos uns aos outros, a não colocarmos tropeços desnecessários e nem necessários, a nos ajudarmos mutuamente, orarmos uns pelos outros e sobretudo nos suportarmos na melhor acepção da palavra. Afinal concordamos todos que somos e fomos, e seremos ( na entrada definitiva nos céus ) salvos pela GRAÇA unicamente, embora tenha hora que ( parece a muitos ) gostaríamos que fosse por mérito disso ou daquilo.
Acho que desabafei gratuitamente até sem pedir permissão. Mas acho que é isso.
Um abraço a todos.
Helvécio,
ResponderExcluirobrigado pelas dicas e pela ajuda.
Tenho pensado em algumas soluções, mas tem faltado mesmo tempo para implementá-las, por isso, a sua ideia de que fazer uma edição do áudio limpando os ruídos e chiados será ótimo, se for possível.
Enquanto isso, vamos pensando na forma de melhorar as gravações.
Sobre a questão do ensino, um curso bíblico básico ou introdutório, é um grande desejo tanto do meu pastor como meu. Veremos o que o Senhor tem preparado para nós.
Abraços.
PS: Sobre a questão do debate, em si mesmo, ele não é mal. Mas torna-se mal quando deixamos de ver um irmão do outro lado para ver um oponente. E isso, não quero mais para mim.
Espero não ser, ou não estar sendo impertinente, mas como a sua série de estudos acerca das Escrituras, posstei em meu blog um pequeno post sobre a importância de João Ferreira de Almeida ( na verdade a segunda postagem sobre o assunto e sobre ele ) no seu trabalho de tradução das Escrituras.
ResponderExcluirNo post há o link para baixar o Novo Testamento em português de João Ferreira de Almeida, original digitalizado dos poucos exemplares existentes no mundo!
João Ferreira de Almeida era calvinista, missionário, pastor, pregador e escritor e a sua vida e trabalho deveriam receber maior destaque e reconhecimento do que recebem. Aliás não é demérito e não seria reconhecer o seu trabalho e sua experiêcia de fé como calvinista intransigente quanto a realidadee defesa das Escrituras como a Palavra inerrante de Deus, o que o impuslisionou portoda a vida dos 14 aos 63 anos dedicados a busca e realização da melhor tradução possível da Palavra de Deus.
O link é:
http://contandoosnossosdias.blogspot.com/2011/12/o-escritor-portugues-mais-publicado-no.html
Fiquei muito feliz em botar os olhos em um trabalho, uma obra feita, realizada com tanto sacrifício, que nos abençoa a todos até ao dia de hoje.
Um abraço a todos.
Helvécio,
ResponderExcluirque achado! Muito legal! Coloquei o link nos meus favoritos e vou dar uma olhada, vez ou outra, para ver e ler essa preciosidade.
Interessante como a língua portuguesa mudou nos últimos séculos. Tem momentos que é difícil de se entender o que está escrito, mas com um algum traquejo e treinamento, é possível ler com certa fluência o texto.
Gostei muito da descoberta, e é uma homenagem a um servo de Deus, o qual foi usado por ele para a sua glória.
Obrigado pela dica, e por compartilhá-la conosco.
Abraços.
Claro que a sua aula foi e é muito boa, mas relendo após ouví-la, gostaria de tocar em um ponto importante e que demanda difinição por suas implicações:
ResponderExcluirA certa altura o irmão afirma que a criação não era perfeita, e se caso fosse ( mais ou menos isso ) Deus haveria de estar recriando-se a si mesmo.
Duas coisas, se a criação foi perfeita, ou se fosse perfeita não seria nem assim uma recriação de Deus, pois distinta dEle, a criação não é e não seria autosuficiente. Logo ela pode ( poderia ) ser sim perfeita.
Outra perfeição e imutalbilidae sãodois cnceitos independentes. Os nossosnovoscorpos serãocmo os dos anjos incorruptíveis...portanto "perfeitos"? Os atuais sem o evenlhecimento, as doenças, a degeneraçãonatural ou ocasional são perfeitos ou imperfeietos? Penso que são "perfeitos" tanto quanto os incorruptíveis que receberemos no futuro ( embora sejam de natureza, materialidade diferente ).
Mas o mais śerio é que justamente a ciẽncia promovida pelos principais ateus demosntram por descrições físicas e biolõgicas que a criação de fato é IMperfeita!!! Como defende o físico Marcelo Gleiser em seu livro "CRIAÇÂO IMPERFEITA".
Daí a cautela em por imposição teológica apressar e fechar uma definição perigosa a meu ver. Adão era perfeito antes da queda? Satanás foi perfeito um dia?
O ser humano é imperfeito hoje ou carrega o peso de ser como Deus ( e os anjos ) conhecedor do bem e do mal, um peso que não consegue carregar e lidar sozinho?
É só para refletirmos seriametne acerca dessa afirmação e das relaçãoes resultantes.
Um abraço.
PS.: e nãoimporta quantos tenham afirmado isso no passado ou no presente, vamos as Escrituras, a sualínngua original e o que ela ( a Bíblia ) tem de fato a nos dizer.
Jorge, perfeita (ops!) sua resposta (rsrsrsrs). Gostei muito e vejo que eu deveria pensar mais sobre essa predestinação do sofrimento que você expôs.
ResponderExcluirHelvécio, gostei muito do desabafo. Visitei lá o seu blog e achei demais o texto sobre o João Ferreira. Mas, rapaz, quanto blog que você tem!
Abraços aos queridos.
Fábio.
Caro
ResponderExcluirAchei meio confuso o item 1 da Confissão de Fé Batista.
Uma vez que entendo que ela não é inerrante, então me atrevo até a comentar o que achei confuso, a saber:
- Fala de Deus Pai em alguns momentos ("sem corpo", e em outros fala do Deus Trino;
- Diz que Deus é totalmente livre... Não existe isto de TOTAL LIBERDADE, nem mesmo Deus pode ir contra a sua própria natureza (Deus não é livre para cometer suicídio, por exemplo);
- Vontade imutável de Deus é aquele nosso velho debate...
- Diz que Ele é despido de paixões e por outro lado diz que ele odia todo o pecado... Se pecado for volição até dá para entender...
Fora isto muito bom.
Grande abraço!
Caro
ResponderExcluirLi os comentários na velocidade da luz... E só para implicar registro novamente aqui a minha posição de que Deus pode amar os ímpios também, e pode odiar os eleitos também.
No caso tanto amor e ódio são volições.
Ama o ímpio via graça comum quando lhe dá vida, saúde, fartura, alegrias, capacidade de amar, etc...
Odeia o eleito quando justamente o repreende e pedagogicamente o faz sofrer.
Quanto a salvação, neste caso:
Ele odeia o ímpio endurecendo seu coração.
E ama o eleitos promovendo santificação na sua vida.
Ou seja, nada de sentimento, volição apenas (ação expressa), Deus pode então amar e odiar ao mesmo tempo, e o faz por motivos diferentes tanto para com o ímpio quanto para com o eleito.
O eleito por exemplo, antes do novo nascimento já é amado por Deus no quesito salvação, mas no quesito justiça ainda permanece debaixo da ira de Deus pois não está em Cristo (ainda).
Abraço!
Obrigado pela visita Casal 20...
ResponderExcluirA culpa é do Jorge ele me estimulou desde o início e mesmo quando o contradigo, ele continua me apoiando, e eu a ele. Afinal conheci o seu talento bem antes da conversão e graças a Deus não deu uma José Saramago da Vida e um Paulo Coelho ( decididamente Saramago se tornou efetivamente pior embora tivesse maior talento que Paulo Coelho e ambos inferiores ao nosso Jorge!).
Graças ao blog dele ( do irmão Jorge e do meu ) embora eu saiva que não estou cerro o tempo todo e nem mais verto que todo o mundo, alcancei uma discilplina e uma rotina de meditar nas coisas de Deus,algo que a certa altura da vida, por mais ou menos breve tempo havia decididamente perdido.
Outro cuidado ( meu e do irmão Jorge ) é nunca produzir algo pior do que já está posto ( há coisas podre no reino da Dinamarca...rs...rs...) mas não basta jogar pedras em nenhuma igreja, em nenhuma teologia, em nenhuma denominação, por pior que as coisas as vezes pareçam...tenho uma meta não a ser atingida, mas aproximada humildemtne, entender as coisas, a igreja e o reino dEle como Ele vê. A nossa ótica própria nunca é e definitivamente não é boa. Há sempre os fiés que não vemos e os joelhos que não se dobraram a Baal, ou a serva de Naamã, a esmola da viúva, a fé do centurião, e a lição a ser dada a Saulo, ou seja a todos nós e muitos a serem salvos, predestinados ou não, que devem ouvir e crer no Evangelho. Há uma guerra e nós que já cremos no meio de tudo isso.
Bem falei demais no latifundio do irmão Jorge, como ele mesmo diz, mas finalmente me alrgro sobremaneira com a sua fidelidade e amor ao Senhor e um ministério que cada dia se torna mais claro em sua obra.
Um abraço a todos, Nosso Deus nos abençoe sempre.
Helvécio,
ResponderExcluira minha posição é completamente diferente da expressada pelo Marcelo Gleiser e seus pares, pois eles são naturalistas, a cosmovisão deles sequer aventa a possibilidade da existência de Deus ["santa" ignorância e arrogância!], portanto, nossas ideias são díspares. Eles mesmos não têm nem critérios ou parâmetros para definir o que seja ou não perfeito, pois não crêem no Perfeito, logo, como saber o que é ou não perfeito?
Quando me referi à Criação como não-perfeita, o fiz comparando-a com Deus, o qual é perfeito por ser eterno, imutável e santo. Não podemos dizer que a Criação é eterna, pois ela surgiu no tempo [criada, melhor dizendo]; nem que é imutável, pois ela muda; muito menos santa, pelos motivos mais que óbvios [a Queda e o pecado]. Da mesma forma, ela não é autoexistente e autosuficiente em si mesma, como Deus é, pois é ele que a fez e sustenta, do contrário, ela não existiria ou já teria se autoimplodido.
Portanto, o sentido que eu quis dar é de que o único Ser, Deus, é perfeito; logo, não poderia criar algo perfeito, pois estaria se autocriando, o que é impossível. O próprio fato da eternidade e imutabilidade, como atributos do Perfeito, não podem ser identificados com a Criação. Quanto ao hebraico, não procurei o significado de "bom", mas creio que se Almeida utilizou-o, é porque o sentido do texto era esse.
Mas em nada a Criação é má, pois Deus a fez boa, ainda que eu entenda o mal como algo criado, pois ele não é autoexistente, nem pode ser autosuficiente em si mesmo, do contrário, seria outro Deus; e entendo que ele mesmo seja algo bom dentro do plano divino, e que não me cabe ou a ninguém questionar.
Bem, é isso!
Grande abraço!
PS: O fato de ser moral não faz ninguém perfeito. Satanás é um ser moral, existindo na imoralidade, do contrário, Deus não poderia acusá-lo de transgressão e rebeldia. Logo, o fato de se ser moral, anjos e homens, e de escolherem entre o bem e o mal não os faz Deus. Pois ele não pode nunca escolher o mal, dada a sua perfeição e santidade. E essas diferenças é que nos tornam imperfeitos, capazes de cair, e Deus não. No caso dos anjos eleitos, os que não cairam com satanás e os seus, é o poder e ação divina que os impedem de sequer poderem cair. Assim como nós, na eternidade, não cairemos jamais, não por nós mesmos, mas pelo poder e ação de Deus.
Fábio,
ResponderExcluirRsrs... Todos nós devemos meditar mais na questão da predestinação do sofrimento. Não é exclusividade sua. Acontece que negligenciamos muitas coisas, reputando-as apenas como consequências de erros e pecados cometidos, quando, na verdade, é Deus nos disciplinando e tratando, de forma que sejamos aperfeiçoados, como está em Fp 1.6. A boa obra de Cristo prossegue, não para nem retrocede, o que vale dizer que mesmo os erros e pecados cometidos serão usados por Deus para a nossa santificação.
Grande abraço!
Natan,
ResponderExcluirvocê é o "anônimo" mais implicante que eu conheço [rsrs].
Sabe que discordo dessas suas posições, mas ainda nem entrei propriamente nelas no estudo da Confissão. Isso acontecerá nas próximas aulas. Vou deixar para "rebatê-lo" quando for apropriado, e não gastar a minha munição antes, nem lhe dar a chance de defesa prévia [rsrs].
Brincadeira à parte, acho que o problema é na definição dos termos. Por isso, procurarei defini-los bem, para evitar o máximo os equívocos.
Bem, mais uma vez, obrigado pela visita.
Grande e forte abraço!
Cristo o abençoe!
Caro irmão Jorge, li a sua aparte, mas embora o seu texto e aulas sejam ótimos e esse detalhe não passe para nós de apenas um detalhe que podemos aformar, defender de um ou outro modo ( e em nada esse detalhe depõe contra o mais imortante que foi muito bem exposto na sua excelente, mais uma vez aula ) houve por sua parte, a meu ver uma confusão de conceitos, os quais julgo que devem ser separados e bem definidos antes de tudo.
ResponderExcluirAcho que isso também não resolve o problema, pois já qeu concordamos sobre a perfeiça de Deus, com licença da palavra ( com "p" minúsculo ) que a criaçãose dane sendo ou não perfeita. Não devemos brigar por isso.
Para mim ela foi feita perfeita, para você não, um dia saberemos, mas quando não tivermos mais nada para divagar voltemos a esse assunto.
Publiquei em meru blog um post sobre isso. A primeira parte são reflexões minhas e a segunda parte em adendo há um esboço de outra pessoa, mais sintético e abordando outras relações incluídas a perfeição espiritual.
Sei que está sem tenmpo, mas se puder "mande bala" também.
Um grande abraço meu irmão.
A perfeição de Deus é sobre a qual concordamos, a perfeição da criação é que é com "p" minúsculo...é a rapidez do pensamento mal correspondida e acompanhada pela digitação no colo...rs...rs...
ResponderExcluirOu seja concordamos sobre o que se refere a Deus e dicordamos, por são conjecturas, acerca da perfeição da criação...é isso aí...
Um abraço meu irmão...
Helvécio,
ResponderExcluirruminando mais um pouco sobre a questão da perfeição ou não da Criação, essa ideia me parece mais uma defesa exagerada,uma solução hiperbólica ao gnosticismo, do que um princípio bíblico; tipo um remédio para se curar um mal, mas que acaba por colocar o doente em coma. Mais ou menos como aquela piada [e nunca me lembro delas] em que por algum motivo tinha-se de jogar a água da bacia fora e acaba-se por jogar o bebê também.
Penso que por causa do gnosticismo acusar a matéria de má, pensou-se que a solução seria transformá-la em algo perfeito, o que não condiz com o texto bíblico, e nem resolveu a questão, pelo contrário, criou-se uma é alternativa frágil onde não havia problema. Até mesmo porque o texto em Gn diz que a criação é boa, e quem diz é o próprio Deus.
Abraços.
Caro Jorge, é definitivamente irrelevante para a salvação como são a maioria das coisas cultivadas religiosamente embora legítimas. Recorrendo à história da filosofia, à história da religião emcontramos muitas possiblilidades de como se chegou a um pensamento e a outro. Maas a revelão real, verdadeira sobre o assunto ( se há definitivamente na Bíblia ou não - pode não haver- por ser uma curiosidade nossa ) ela está sometne nas Escrituras.
ResponderExcluirMas vejamos: se não é perfeita, independente do conceito, ou Deus não quis fazê-la perfeita ( se assim não o desejou ) ou não pôde fazê-lo. Descartada a segunda hipótese, pois para Deus todas as coisas são possíveis ficamos com a primeira, digamos Deus não quis fazê-la perfeita.
A outra alternativa seria: Deus não pôde fazê-lo...por que? podendo fazê-la perfeita ( já que é Todo-poderoso, e disso não há dúvida ) não a fez perfeita porque tinah que aprender a fazê-la?
Hipótese absurda e unânimente refutada.
Terceira: Deus a fez perfeita e ela se estragou, se corrompeu... Ele pôde fazê-las perfeita e a fez e ela se quebrou. Então porque não pôde impedí-la? ( de se conrromper )
Uma resposta seria: Ele a fez perfeita porque quis, porque pôde fazê-la mas definiu, determinou, que ela a criação pudesse se corromper.
Essa última alternativa satisfaz todas as possibilidades e resiste a todas as provas em contrario, preenchendo as lacunas teológicas.
Ademais a Bíblia diz clara e inrefutadamente, que todos os caminhos do Senhor são perfeitos.
O que não podemos pe armonizar o que a Bíblia duz com conceitos teológicos que já cultivamos. Se a Bíblia dissese o contrário, mesmoq ue que não gostasse ( e eu não gosto de muita coisa na Bíblia ) tenho de acatá-la. Vale a pena ler o diálogo de Deus com Jó acerca do processo de criação onde somos colocados no devido lugar, na perspectiva correta, não podemos julga-lo ou explicar todos os seus atos. Somos parte de sua criação e Eçe é o Criador.Rastejamos milhares de anos para entender parte de como parte de todas as coisas funcionam e somos supreendidos todos os dias.
Não vamos brigar por isso foi só uma abordagem sobre um ponto da aula;
Um abraço a todos.
Helvécio,
ResponderExcluirnão há briga, apenas troca de ideias. Mas reafirmo o meu pensamento de que esse conceito de "criação perfeita" está contaminado e não é bíblico.
Porém, primeiramente, devemos definir o termo "perfeito", para então adentrar na questão. Para mim, perfeito tem o significado de completo, pleno, suficiente em si mesmo, aquilo que não depende de nada nem de ninguém para existir. E, nesse caso, há apenas um: Deus!
A ideia de que algo perfeito pode se deteriorar ou corromper é um sério problema teológico, pois implicaria que Deus poderia deixar de ser Deus [ele corromper-se é o absurdo dos absurdos]; e é mais ou menos o que os teístas-abertos afirmam sem afirmar [rsrs].
A perfeição dos anjos eleitos, por exemplo, é algo que Deus lhes deu; pelo fato de não poderem se corromper, ao contrário dos anjos caídos. Da mesma forma, na eternidade, nós, que somos pecadores, não pecaremos mais, pelo simples fato de que Deus operará em nós de forma a não fazê-lo. A nossa perfeição, assim como a dos anjos eleitos, é derivada. Não faz parte da nossa natureza, mas fará pelo poder de Deus. É nesse sentido que afirmo que nem Adão ou satanás foram em algum momento perfeitos. Bastou-lhes a primeira tentação para caírem, e se cairam, onde está a perfeição?
Bem, talvez quando estiver tratando da Criação na CFB eu aborde esse assunto, mas não o considero adequado para a EDB. Ao menos, por hora. Talvez eu inclua um texto mais detalhado sobre a minha convicção por aqui... talvez. Mas essa troca de ideias já foi boa para revelar alguns pontos do problema.
Abração!