24 julho 2023

Estudo sobre a Confissão de Fé Batista de 1689 - Aula 12: A religião verdadeira










Jorge F. Isah


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CAPÍTULO 2: DEUS E A SANTÍSSIMA TRINDADE

1. O Senhor nosso Deus é somente um, o Deus vivo e verdadeiro, [1] cuja subsistência está em si mesmo e provém de si mesmo; [2] infinito em seu ser e perfeição, cuja essência por ninguém pode ser compreendida, senão por Ele mesmo. [3] Ele é um espírito puríssimo, [4] invisível, sem corpo, membros ou paixões; o único que possui imortalidade, habitando em luz inacessível, a qual nenhum homem é capaz de ver; [5] imutável, 6 imenso, 7 eterno, [8] incompreensível, todo-poderoso; [9] em tudo infinito, santíssimo, 10 sapientíssimo; completamente livre e absoluto, operando todas as coisas segundo o conselho da sua própria vontade, 11 que é justíssima e imutável, e para a sua própria glória; 12 amantíssimo, gracioso, misericordioso, longânimo; abundante em verdade e benignidade, perdoando a iniquidade, a transgressão e o pecado; o recompensador daqueles que o buscam diligentemente; 13 contudo justíssimo e terrível em seus julgamentos, 14 odiando todo pecado, 15 e que de modo nenhum inocentará o culpado. 16

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HÁ UM SÓ DEUS!

Em Romanos, Paulo nos diz que o homem, "tendo conhecido a Deus, não o glorificou como Deus... antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu" [1.21]. O que temos aqui, e que foi dito em outras aulas, é que o homem rejeita a ideia do Deus Vivo e Verdadeiro e, por isso, cria para si outro "Deus" ou deuses, de forma que o seu estado natural é de desobediência, de rebelião, de pecado. Sua mente e coração foram obscurecidos pelo pecado, levando-o a cogitar e afirmar insanamente que não há Deus ou que há muitos deuses, ou ainda que há outro deus e, assim, o conhecimento inato e inerente ao homem é anulado, com o objetivo de não glorificá-lo. Por isso, a Bíblia chama o homem que vive à margem e à parte de Deus de ímpio. A palavra ímpio origina-se do latim "impius", significando que esse homem é herege, incrédulo, que não respeita nem teme a Deus. Certamente o termo pode ser usado por qualquer religião, para designar aquele que não a segue, que não se submete a determinada fé ou a professa. Mas como o nosso interesse é o bíblico, ela nos remete àquela pessoa que rejeita, despreza, e peca contra o Deus santo, o Deus bíblico. Todo aquele que tem o seu prazer em si mesmo, não busca a Deus, nem a sua justiça e o seu reino, é um ímpio; como o salmista diz: "Pela altivez do seu rosto o ímpio não busca a Deus; todas as suas cogitações são que não há Deus" [Sl 10.4]. O ímpio é todo ateu prático, ainda que ele creia na existência de um ser supremo, e até mesmo o cultue acreditando fazê-lo em nome de Deus. Para o ímpio, incrédulo, ou ateu prático, não há o Deus bíblico, há múltiplos e diferentes deuses; porém, cada um, em si mesmo, é o reflexo do próprio homem, o que, em suma, configura uma autoidolatria, o adorar-se e ser autoridade de si próprio.
A Escritura nos revela uma galeria de ímpios: os que cobiçam, mentem, roubam, e matam, aqueles que maquinam o mal, por exemplo [Pv 6.14]. Mas nenhum crime é pior do que o de rejeitar a Deus, desobedecê-lo, e rejeitar a sua palavra. Na verdade, todos os outros crimes, pensados e praticados, originam-se destes; os quais são reflexos do afastamento do homem de Deus, da sua recusa em reconhecer que há somente o Deus bíblico, e de que ele é o Senhor ao qual todos os homens devem glorificar e honrar. O pecado é o que aparta o homem de Deus, e o afastar-se dele é mantido pelo mesmo pecado. Há um círculo vicioso em que um compele ao outro, e o outro mantém aquele. O homem está afastado de Deus por causa do pecado, da sua transgressão, e é ele que o conserva no mesmo estado, sem mudança. Por si mesmo é-lhe impossível achegar-se; é necessário que Deus se apiede, tenha misericórdia, e, então, somente então, ele aproxima-se do homem, trazendo-o à sua comunhão. Novamente, com isso, não estou dizendo que não somos responsáveis pelo nosso afastamento, pelo distanciamento, por nos manter desligados dele. Em nossa natureza caída, nós queremos, ansiamos, e buscamos manter a distância, e andar vagueando à procura de um outro deus, um impostor que satisfaça o desejo veemente de nosso ser, pois, ao contrário de Deus, não é possível ao homem se satisfazer em si mesmo: ele precisa de Deus. Acontece que esse deus jamais será suficiente e capaz de fazê-lo.
Há um ditado que diz: nem tudo que reluz é ouro. Existem muitos metais que reluzem: prata, cobre, aço, etc, mas suas características são distintivas do ouro, o qual é particular em seus atributos, nos elementos que o constituem. Guardadas as devidas proporções, pois se trata de uma analogia, e nenhuma analogia pode descrever fielmente a natureza divina, que é única, perfeita e incomparável, Deus não pode ser distintivo e múltiplo na variedade de deuses e cultos, da forma como os seus adoradores pressupõem. Ele não pode, ao mesmo tempo, ser um e outro, e ainda outro, assim como o ouro não pode ser nem prata nem cobre [ainda que eles estejam na categoria dos metais]. Por isso, a mente humana sempre optou em criar vários deuses, a fim de que a inconstância e incoerência humana sejam satisfeitas em todos os detalhes. Mas pouquíssimos deles revelam algo verdadeiro de Deus; tornando-o cada vez mais desconhecido do homem, e este cada vez mais ignorante de Deus. E, no que resta, há muito pouco dos atributos divinos, ou não há nada; e o que há é o culto, a adoração ao homem pelo homem  [ainda que mascarado, subliminado]. Toda religião que não professa a adoração ao Deus bíblico, ao único Deus, aquele que se autorrevela, e através do qual unicamente o homem pode conhecê-lo, não é religião. Ela não tem qualquer poder de religar o homem ao Ser Supremo. Pelo contrário, como o pr. Luiz Carlos Tibúrcio disse em uma aula passada, ela é a antirreligião, é abominação, é afronta a ele.
Aqui temos um importante elemento, o do Ser Supremo. Não "seres supremos", o que é impossível, mas apenas um. O próprio Senhor nos diz, repetindo o verso de Dt 6.4: "O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor" [Mc 12.29]; e, complementou em sua oração: "E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste" [Jo 17.3]. Cristo não abre precedentes para que qualquer forma de adoração seja possível, nem para a possibilidade de que todas as crenças sejam abarcadas em um único significado e propósito. Não há como não rejeitar toda e qualquer adoração e culto que não seja dispensado ao Deus bíblico. Todo Deus fora da Escritura é falso; e uma imagem distorcida daquilo que o próprio homem traz em si mesmo. Esse "Deus", nada mais é do que o reflexo do homem; é ele olhando para si e, ao mesmo tempo, objetando usurpar o trono celeste, e assumi-lo. Em seu delírio, ele presume que o ser finito, limitado e temporal possa ocupar o posto do Ser infinito, perfeito, pleno, e eterno. Se Deus é suficiente em si mesmo, autoexistente em si mesmo, livre e independente, não havendo a chance de existir dois iguais, pois se um Deus existe desde a eternidade, não há lugar para outro, logo, o que pensa estar fazendo o homem? Se não há como existir dois seres perfeitos, eternos e suficientes no universo, como pode o homem almejar tal condição, sendo ele mesmo o oposto daquele que pensa combater?
Deus é um, único; ele é real. Dizer que há muitos deuses é dizer que não há Deus nenhum. Dizer que existe um outro Deus, não revelado sobrenaturalmente, e que se deu a conhecer sobrenaturalmente, também é não crer nele. Dizer que todos os caminhos levam a Deus, é dizer que o errado é o certo, e o certo, errado; de que a verdade não está nele mas naquilo que pensamos dele. Mais uma vez, o homem quer-se fazer autoridade, inclusive sobre Deus, e a ideia do ecumenismo e do universalismo nada mais é do que o estratagema maligno de acomodar todos os homens e seus pecados numa única cumbuca e, assim levar todos à destruição. Mas mais do que isso é pretender que Deus seja igualmente tolo, como tolo é aquele que se aventura a uma crença genérica e difusa, em que o Senhor não passa de um Deus lamuriante, a buscar ser aceito de qualquer maneira pelo homem. Transferimos a ele a nossa doença, a nossa psicopatia, e não há mais como distingui-lo de nós; como se fôssemos quem lhe dá a vida, quem o sustenta e alimenta, e não o contrário; significando que todos os deuses ou, mesmo o não ter nenhum deus, não passam de projeção humana, revelando o que o homem é, e suas limitações. Com isso, estou a dizer que todas as crenças e religiões, todos os deuses e não-deuses, todas as formar humanas de cultuar partem do conhecimento que o homem tem de si mesmo, ou a expectativa de quem ele seja para formatar um ídolo. Parte-se sempre do homem para Deus, da autorrevelação humana para se definir o Ser de Deus, o que é um gravíssimo erro, visto ele ser conhecido somente pelo que revela, de si mesmo. O que não se torna em capricho o homem buscar definir Deus, nos aspectos em que nos é possível fazê-lo à luz da Escritura, com o risco de, ao não fazê-lo, adorar um Deus desconhecido, no qual não há uma personalidade ou, quando muito, adorar um deus que se pareça tanto com o homem que acabe se confundindo com ele. Por isso, resta-nos perguntar: quem é Deus? Sabendo que apenas o espírito regenerado em união com o Espírito regenerador poderá ter a resposta correta. Ver Dt 4.35,39; 1 Sm 2.2; Is 44.6-8.


QUEM É DEUS?
O Cristianismo declara a fé no Deus eterno, todo-poderoso, ilimitado, imutável, e infinito, ao contrário do panteão de deuses criados pelo homem fora da revelação especial; os quais são invariavelmente imperfeitos, limitados, muitas vezes não passando de réplicas do próprio homem, ou assumindo formas da criação. O Deus bíblico não se compara nem pode ser comparado com nada. Como já foi dito, ele é único [Dt 4.35,39; 1Sm 2.2; Is 44.6.8]. Mas também é quem, em sua perfeição e santidade, se relaciona com os seus filhos, os quais são filhos por adoção, através do Filho eterno, Jesus Cristo. E isso se dá exatamente por não ser nós a defini-lo, mas ele é quem se autodefine para nós. Mesmo sendo a linguagem humana limitada, ele se utiliza dela para levar à nossa mente limitada o entendimento de quem é, um entendimento parcial, pois não nos é dado conhecê-lo além do que se revelou e deixou-se revelar, sob pena de se construir um ídolo. Deus é o que é. Ele nos diz: "Eu sou o que sou" [Ex 3.14]. E o que ele quis dizer? Ora, de que ele era o que sempre foi e sempre será: Deus. E de que não pode ser nem nunca será o que não é. Deus se apresenta como autossuficiente em si mesmo. E temos aqui um outro aspecto muito interessante que é o da singularidade divina, o fato dele ser único, incomparável, de que não há nada igual a ele, de forma que ele é a origem de tudo o que foi criado, sendo ele o mantenedor de todas as coisas, o princípio e o fim delas, mas o Ser eterno, não tendo ele mesmo princípio, nem sendo gerado por outro. Deus é absoluto, o único absoluto, independente, e sua identidade está no caráter impar que o distingue de tudo, de todas as coisas. E quais são essas coisas, as quais definem Deus?

Primeiro, é necessário dizer que, antes de tudo, Deus é um Ser pessoal. Ele tem uma personalidade, e características que o definem como Deus. A Bíblia nos revela exatamente aquilo que ele quis nos fazer conhecer, de forma que é possível não apenas conjeturar mas ter certeza, afirmar quem é Deus. E isso é definido por sua pessoa, a qual, sendo Espírito, invisível, ainda assim se relaciona com as suas criaturas e filhos. Com os primeiros, como Criador, com os segundos, como Pai. Em ambos, age como Senhor; sobre os quais ele está, e sob quem todos estão. Por isso, ele também é chamado de Soberano, aquele que está revestido da autoridade suprema, que governa com absoluto poder. Mas a questão é, como saber quem é Deus?

É impossível saber quem é determinada pessoa sem conhecê-la. Quando alguém me pergunta: Quem é Pedro? Para que eu responda exatamente é necessário conhecê-lo para, então, descrevê-lo, e identificá-lo ao meu interlocutor. Caso isso não aconteça, responderei: Não faço a menor ideia de quem ele seja! Ainda há a possibilidade de eu inventar um Pedro fictício [e poderei criá-lo por vários motivos, desde uma pilhéria para com o interlocutor, ou algum outro interesse], mas ele não será nada além daquilo que é: uma simulação, um personagem imaginário, irreal. Mas ainda que eu conheça o Pedro, e ele exista, e tenhamos uma relação pessoal, não quer dizer que eu conheça todos que se chamam Pedro. Da mesma forma, o meu interlocutor, ainda que ouça atentamente a minha descrição dele, uma descrição analítico-descritiva, e saiba de detalhes da sua vida pessoal, não terá uma relação pessoal com ele, pois ela se estabelece pela reciprocidade, pela correspondente mutualidade. 

Concluí-se então que ninguém poderá responder à pergunta, “quem é Deus?”, sem conhecê-lo. O máximo que ele poderá é especular, no sentido de defini-lo teoricamente, como objeto de estudo, sem que haja um relacionamento pessoal mútuo. Por isso a importância da Escritura, a forma em que ele quis se revelar, fazer-se conhecer ao homem. Qualquer um pode ter esse conhecimento especulativo, bastando para tanto ler a Bíblia, como qualquer teórico pode fazer e faz com a matéria do seu estudo; uma vez que ela não o descreve como um ser abstrato, vago, indefinido, mas como o Deus vivo, sábio e perfeito. Mas isso não é suficiente para se conhecê-lo. Guardadas as devidas proporções, seria o mesmo que alguém dizer conhecer o Monte Fuji sem jamais ter ido ao Japão. Sei da existência do monte; sei o que ele é; onde fica; mas não o conheço verdadeiramente. Seria necessário eu viajar até ele para ter o conhecimento completo. Há quem diga que isso não é necessário. Eu não acredito. Alguém pode descrever uma paella, em seus mínimos detalhes, quanto à forma, composição, sabor, aroma, mas enquanto eu não cheirá-la, comê-la, terei apenas o conhecimento teórico, e não-prático. Com isso não quero dizer que a experiência é suficiente para se conhecer as coisas, mas sem ela o homem poderá facilmente viver no "mundo da Lua", e ter uma vida irreal. Ao contrário do que os empiristas afirmam, não concordo que a verdade possa ser conhecida pelos sentidos, pois eles são enganosos, assim como tudo o que o homem é, pois, caído, contaminado pelo pecado, teve a sua natureza pervertida, o que o tornou incapaz de se aproximar da verdade 
[1]. Porém, contudo, não estou a dizer que o homem não possa conhecê-la. Contradição?

Sem entrar nos pormenores da regeneração [que veremos mais à frente], o fato é que a ação do Espírito Santo é a única forma de o homem, impedido em si mesmo e por si mesmo, conhecê-lo. Quando a mente obliterada pelo pecado é transformada, esse homem passa a ter a mente de Cristo, tornando-se capaz de admitir como verdadeiro o Deus bíblico. A experiência pessoal, sempre uma iniciativa divina, em primeiro lugar, capacitará esse homem ao conhecimento. Sem isso, o que ele terá é uma "sombra" do conhecimento, um espectro embaciado, sem que a imagem se forme, e mantenha-se encoberta. 

Em tudo isso, o que importa, no fim-das-contas, é que Deus quis se relacionar com os seus filhos, porque ele é o Deus pessoal; de outra forma, se essa não fosse a sua vontade, não haveria como os homens conhecê-lo, já que, por si mesmos, é-lhes impossível. Temos então o seguinte:

1) Deus somente pode ser conhecido pela Bíblia, pois ele se deu a conhecer através dela, que é a sua palavra. Nela ele descreve-se como quis se manifestar, e tornou-se patentemente o Deus conhecido. De forma que o homem natural pode ter algum conhecimento de Deus, um conhecimento teórico, mas insuficiente para conhecê-lo como o Deus vivo e verdadeiro. Seria o mesmo que um surdo diante de uma orquestra; ele veria os movimentos, os instrumentos, os concertistas, o maestro... Veria a platéia, as palmas, e tudo o mais que envolveria o concerto. Mas estaria impossibilitado de ouvir a peça musical. Entenderia o que se está passando, o que está acontecendo, mas não apreenderia a mensagem; a comunicação entre o autor e o ouvinte não se completaria, mantendo-se obscura. 

2) O Espírito Santo, ao regenerar a mente e o espírito do homem natural, torna-o capaz de conhecer a Deus pela revelação especial; de forma que ela terá um significado humano, mas também sobrenatural; e, assim, a voz sobrenatural de Deus é comunicada inteligivelmente, sendo possível ao homem conhecer a verdade, a qual é o próprio Deus, revelado na Escritura.


E, então, poderemos, finalmente, responder, quem é Deus? Mas, primeiro, precisamos saber o que ele diz de si mesmo.

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NOTAS: [1] Da mesma forma, não acredito que o conhecimento seja possível exclusivamente pela razão, como os racionalistas afirmam. Penso que a razão humana está contaminada pelo mesmo "vírus" que contaminou os sentidos: o pecado. Assim, o homem necessita de Deus para, como um todo, um ser completo, racional e experiencial, poder conhecer a verdade. 
[2] Aula realizada na E.D.B. do Tabernáculo Batista Bíblico em 11.12.2011.

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ÁUDIO DA AULA 12

18 comentários:

  1. Muito bom o texto mano.. vou usar em algumas publicações e estudos.. sempre citando a fonte.. abraços

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  2. Adilson,

    bom tê-lo por aqui, rapaz!

    Fique à vontade para usar qualquer material meu, conforme julgar melhor. É uma honra você usá-lo; especialmente porque sei do seu zelo para com Deus e sua palavra.

    Grande abraço, meu irmão!

    Cristo o abençoe!

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  3. Muitos são ensinados e outros acham e ensinam que o conhecimento do Senhor está anexado (sendo este ate mais importantes) com sensações emocionais, as chamadas experiências.. ou seja.. se eu sinto um arrepio, começo a dar saltos (Dayane dos Santos), entre outros significa que o Senhor me tocou, porem se eu leio a palavra, assisto o culto com reverencia significa que eu "aparento" ser frio..

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  4. Jorge,

    Tenho sido impedido de crescer por não tê-lo acompanhado nesta série que tem se mostrado bíblica, edificante. Seus textos têm sido de grande valia em prol da firmeza doutrinária, a qual sempre se deve mostrar irredutível quanto ao absolutos da fé, frente as investidas da relativização.

    Deus seja louvado e sempre o abençoe.

    Mizael

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  5. Adilson,

    creio que o conhecimento do Senhor é completo no regenerado, de forma que todo o nosso ser é transformado e capacitado a conhecê-lo intimamente. O que não quer dizer conhecimento pleno e total, pois Deus não pode ser conhecido por ninguém completamente além de si mesmo.

    Então, penso que a experiência é importante, pois também somos constituídos de sentidos. O que está errado é pensar que apenas os sentidos podem nos levar ao conhecimento da verdade, pois não podem. Sem a ação do Espírito Santo no homem, por mais conhecimento que ele tenha, não o fará ter um relacionamento com Deus.

    O problema dos "tremeliques", que você aponta, é que eles não são respostas para nada [a não ser de loucura], mas podemos sim nos emocionar, alegrar, ter gozo, chorar, os quais são sentimentos, como consequência do nosso relacionamento com Deus. O que verdadeiramente dirá se eles procedem de Deus, como sendo ele a sua fonte geradora, serão os frutos que o crente dá e dará. Como o Senhor disse, os galhos que não dão frutos serão cortados e lançados no fogo.

    Se o homem acredita que é na profusão de gestos e sensações em que estará pautado o seu relacionamento com Deus, está enganado. Na Bíblia, não vemos os homens pulando, rolando pelo chão, gritando, com olhos revirados e rostos crispados. Quase sempre esses são sinais dos endemoniados. Normalmente os crentes verdadeiros eram moderados, equilibrados, serenos [o que não quer dizer que, de vez em quanto, um de nós possa sair dos trilhos e perder as estribeiras, mas sem macaquices e exibicionismos].

    Abraços, meu irmão!

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  6. Mizael,

    tenho sentido a sua falta, anda sumido, e me alegra que não tenha abandonado o Kálamos [rsrs].

    Oro para que Deus me abençoe e use na realização deste estudo, o qual tem sido de grande aprendizado para mim, primeiramente. Deus tem usado muito do que tenho lido e aprendido para mudar alguns conceitos, reformular outros, e me ensinar o muito que ainda não sei.

    Como digo, o primeiro alvo de Deus, penso, sou eu mesmo.

    Bom tê-lo por aqui, ainda que rapidamente. Espero que volte com mais frequência e não abandone a escrita no "Somente pela Escritura...".

    Grande e forte abraço, meu irmão!

    Cristo o abençoe!

    PS: A todos que me leem, desejo um Natal e Fim-de-Ano repleto das bênçãos do nosso Senhor Jesus Cristo.

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  7. Irmão Jorge..
    Creio da forma que o irmão colocou. Me posicionei justamente na direção das pessoas que acham e ensinam que o toque de Deus esta associado aos extremismos que temos vistos diariamente.. e criticam a posição serena das pessoas quando estas falam de progressiva mudança quando em contato com a palavra do Senhor e sem demonstrar "estranhas atitudes". Abraço Mano

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  8. Feliz Natal a todos, com o Senhor do Natal,

    de fato todos nós ansiamos ser como a igreja primitiva da forma como a percebemos vagamente no livro de Atos e nos demais.E aí escolhemos um ou outro aspecto como se escolhêssemos um livro em uma estante rejeitando outros. Há exageros nos dois lados, parece uma marca nossa, algo consequente da corrupção do conhecimento do bem e do mal, perdemos facilmente a noção do ponto exato, mesmo conhecendo e amando ao Senhor, cada um se sente como se estivese mais próximo e mais íntimo dEle de modo a superar os demais, alguns até inconscientemente agem como se fosse aquele que se sentaria a direita de Seu trono na eternidade.

    Para todos há entretanto um testemunho, uma obra e um reino de Deus a ser tomado pela força ( estranho não é? ). Solução?
    Andar com Deus em humildade...só assim talvez, de fato aprendamos o que fazer e ser no momento certo...e talvez compre aí uma boa briga com os demais irmãos de fé.

    Mas isso é alguma novidade? he...he...he...he...

    Contudo se alguém de algumamaneira se encontrar fazendo a verdadeira e mais eficiente obra de Deus,vai ter problemas com o mundo e principalmente com os irmãos de fé (e não estou falando de heresias grosseiras ).

    Como crentes manifestamos faltas em muitas coisas, deixando de fazer coisas biblicamente importantes e dando ênfases exageradas em coisas sem importância. É sempre um desafio.

    A tranquilidade está no feijão com arroz da vida cristã que não incomoda ninguém, nem ao parente, nem ao amigo, nem ao colega, nem a igreja, nem ao mundo e pricipalmente não incomoda o diabo.

    Talvez tenha falado demais...mas não para tropeço de ninguém.

    Um abraço querido, nosso Deus o abençoe em novas empreitadas para Ele, o Senhor nesse novo ano e obrigado pela mensagem.

    Um abraço a todos.

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  9. P.S.

    Concordo com o irmão Jorge, as emoções são legítimas desde que não sejam elas o foco a única prova buscada para uma comunhão ou ação de Deus na vida de alguém. afina as pessoas são diferentes e reagem até as experiências com deus de forma diferentes. Uma boa prova e exemplo disso é a reação das mulheres em todas as religiões comparadas a dos homens expostos as mesmas experiências.

    Um bom exemplo é a de Miriam e Davi em épocas e circunstãncias diferentes, no caso emoções semelhantemente esteriorizadas, mas há contrastes entre homens e homens e homens e mulheres.

    O que pode parecer patético é fazer-se algo no interior das igrejas, nos cultos e reuniões ( o que seria até certo ponto legítimo se coerente ) e ser um indivíduo totalmente diferente no dia a dia manifestando uma "humanidade" patética que não desperte admiração legítima, é bom que se diga, nem de crentes e nem de incrédulos. Esse crente "bipolar" é realmente um problema prático.

    Temos hoje dois tipos de cultos opostos: o cassino do Chacrinha e a tradição em nome de nada ( há igrejas que não se pode usar instrumentos musicais, não alguns, mas nenhum! ) Eu já vi uma pessoa desmaiar numa reunião, por causa do calor, jejum, não se soube, e o pregador nem pausou a sua pregação. Se a pessoa em questão tivesse morrido ali na hora, só se saberia depois da benção apostólica. Foi uma retirada da pessoa do meio do coral, algo cinematográfico.

    Saí do assunto, mas foi a partir do comentário do irmão acima e da boa posição do irmão Jorge no seu aparte. Na igreja de Atos havia o ensino, o exame das Escrituras, a oferta, o milagre ( muitos milagres ), as línguas estranhas, profecias, cânticos claro, barulho, reverência, comilança ( por ocasião das ceias )muita coisa a contragosto de nossas preferências e projeções (imagens do que temos do que foi ) atuais.

    Daí o estudo da Bíblia não ser algo sem necessidade, sem importância, mas ao contrário. Essa série de aulas do irmão é absolutamente relevante pra qualquer denominação.

    O ponto de partida, "a desculpa", no bom sentido claro, foi a confissão batista de 1689, mas o objetivo é rever o que a Bíblia diz e revela e declara, algo relevante a qualquer denominação evangélica, aliás a qualquer igreja cristã.

    Temos que revisitá-la constantemente, senão bastaria seguir alguma tradição e um "modus operandi" consagrado pelo costume de cada igreja ( é o que normalmente se faz ).

    Um abraço a todos mais uma vez.

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  10. Jorge,

    Uma vez conhecendo-o não se pode abandonar um blog de qualidade, embora tenho aparecido por aqui esporadicamente.

    Quanto ao meu blog, estou disposto a retomar a postagem de artigos no início do ano, inaugurando uma nova fase na qual não pretendo mais abandoná-lo.

    Deus nos abençoe, nesta tão maravilhosa empreitada, de defendermos sua Palavra.

    Mizael

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  11. Irmão Mizael,

    Saúde e Paz no Senhor.

    Feliz Ano Novo, meu irmão!

    Helvécio ( estou usando o computador de meu filho! daí foi mais rápido mandar coment como anônimo! )

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  12. Helvécio,

    Feliz ano novo pra você também, e à toda sua família; ao Jorge e toda sua família, bem como a todos os irmãos que participam deste blog.

    Mizael

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  13. Caro

    Bom ano para você.
    Que escrevas sempre.

    Pois bem... voltando a implicar, esta cruz que você usou ilustração do texto para falar da verdadeira religião, não é um símbolo pagão?

    Risos...

    Grande abraço!

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  14. Natan,

    que você escreva mais também, aqui e lá no "Reflexões Reformadas".

    Sobre a cruz, bem, não me parece um símbolo pagão. A cruz é escândalo para o mundo, e a igreja primitiva usou-a, juntamente com o peixe, como símbolo para que os irmãos se identificassem em tempos de perseguição violenta. Então, a menos que essa que eu usei tenha algum elemento pagão, que desconheço, a cruz é um elemento cristão.

    Abração!

    Cristo o abençoe!

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  15. risos...

    A cruz é um símbolo pagão que foi "devidamente cristianizado".
    Dá uma pesquisada.

    O símbolo usado pela igreja primitiva foi o peixe.

    A cruz foi introduzida já com elementos místicos no segundo século e depois totalmente "cristianizada" por Constantino que teve uma suposta visão que sobre este símbolo venceria.

    Mas falo vagamente de lembrança e posso estar errado.

    Todavia também não sou contra cristianização de significados e culturas (espero não escandalizá-lo com isto).

    Afinal eu guardo o shabbat no dia do deus sol - sunday (no domingo) que também é uma festa (dia) pagão que foi cristianizado para se tornar o dia da ressurreição do Senhor.

    Mas convenhamos... risos... sábado é sábado e o dia da ressurreição do senhor (domingo) é domingo.

    A cruz em variadas formas, já era símbolo religioso bem antes da morte de Cristo.

    Quando a escritura fala em "vergonha da cruz" não está a exaltar a cruz em si (o símbolo), mas sim falando da vergonha e maldição que o tipo de morte implicava, uma vez que além de ser uma morte horrível o elemento era morto nu (a vergonha da cruz).

    Desconfio vagamente que aquela fraldinha estratégica que aparece nas ilustrações seja apenas um toque estético, o crucificado ficava a meu ver, de fato nú (o que me lembra então o texto bíblico que fala que ele suportou a vergonha da cruz).

    Grande abraço!

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  16. Jorge, que maravilha de estudo! Estava com saudades. Estarei retomando as aulas.

    O tempo todo em que lia o seu texto fiquei pensando em duas coisas e uma terceira surgiu: pensei na questão do ecumenismo, mas você tocou durante o texto; pensei na questão de Alá, o deus dos muçulmanos e que várias pessoas na Igreja (missiólogos e teólogos) insistem em dizer que é o mesmo Deus da Bíblia (assim, quando oram em países muçulmanos ou quando muçulmanos se convertem, motivam para que eles continuem a orar a Alá, que seria revelado como o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo) - por tudo o que o Corão diz e o que Alá representa no imaginário ocidental, tenho sérias dificuldades de "cristianizar" Alá e fazer uma contextualização como essa. O terceiro pensamento que me surgiu, principalemente na conclusão do texto, é que parece que a Bíblia é capaz de nos revelar Deus à parte da pessoa de Jesus. Fica aquela idéia: quem nos revela Deus? A Bíblia ou exclusivamente a pessoa do Filho? Claro que sem a Bíblia não conheceríamos nem o Filho e nem o Pai e, também, sem a regeneração do ES a Bíblia não passaria de mais um livro comum. Mas, mesmo assim, a revelação do Pai é só no Filho que nos é apresentado na Bíblia, não? Até porque, há muitos que lêem e conhecem a Bíblia (até nos originais), mas não conhecem e nem reconhecem o Filho e nem o Pai.

    Resumindo: a Bíblia, que é a Palavra de Deus (lato sensu), é o veículo que me coloca diante do Filho, que é a Palavra de Deus (stricto sensu), mas sem a regeneração a Bíblia não dirá nada de especial ao incrédulo. Quando vem o ES, aí a Bíblia é, para o regenerado, Deus falando com ele! Assim, meus olhos abrem e eu vejo Jesus e, por causa do Filho, conheço o Pai.

    Jorge, como você vê? Você poderia desenvolver melhor essa relação Bíblia-Jesus-Pai?

    Abraços sempre afetuosos.

    Fábio.

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  17. Fábio,

    não poderia fazer melhor ou mais apropriadamente do que o seu "resumindo". Creio ser isso o que eu venho tentando dizer por aqui, não com tanta propriedade, como você escreveu. Então, não há muito mais o que acrescentar, pois você já disse tudo.

    Penso que o pressuposto fundamental para a fé cristã é reconhecer-se a Escritura como a fiel, inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus, pela qual é-se possível conhecê-lo. Logo, para alguns, haverá um círculo vicioso, no qual a Escritura é a palavra de Deus pois é ele o seu autor primário [os homens seriam os autores secundários]. E o Deus verdadeiro e vivo somente pode ser revelado pela mesma Escritura. Não entendo como um círculo vicioso, mas como a Escritura sendo o axioma, o princípio básico, sem o qual nada pode ser construído.

    O fato é que a Bíblia revela o Deus verdadeiro, pois ele é o seu autor. Por isso, tenho muitas dificuldades de entender que os crentes podem, em menor ou maior grau, não crer suficientemente na Bíblia, ou melhor, podem entender que ela é verídica apenas nas questões relativas à fé e, mais especialmente, no que se refere à salvação; sendo possível outras informações serem enganosas e falhas.

    A questão ao meu ver é a seguinte: qual o critério que o homem tem para dizer que a Bíblia erra em alguns pontos mas acerta em outros? Por que ela não pode estar errada em tudo? Ou certa em tudo? O que me leva a crer que isso é verdadeiro mas aquilo não é? São essas incoerências que não compreendo, não entendo, e não sei qual o objetivo de existirem, além daquele de aparentar alguma superioridade humana quanto à revelação especial.

    Suas informações sobre os muçulmanos convertidos, que têm a sua fé em Alá "cristianizada" por missionários cristãos, me deixou de "queixo caído"! É como se precisassem de um pouco de mentira para fazer a verdade prevalecer. Como você, não consigo aceitar essa contextualização que, no fim-das-contas, parece-me desprezo a Deus e à verdade.

    Sobre o ponto em que você diz que Deus pode ser revelado pela Bíblia à parte da pessoa de Jesus, entendo o seguinte: para nós, é tudo mais fácil, pois temos a revelação completa. Adão, Noé, Abraão, Isaque, Davi, etc, tinham a promessa da vinda do Messias, o Cristo, pelo qual todos os salvos, sem exceção, são redimidos e justificados. No A.T. e, até mesmo à época do Senhor [penso que os apóstolos somente após a ressurreição de Jesus compreenderam completamente a sua obra e missão], eles tinham o conhecimento de Deus assim como Deus quis se revelar a eles. Não podemos dizer que Abraão ou Davi não conhecem a Deus. Creio que eles o conheciam muito melhor do que eu, por aquilo que ele fez em suas vidas, e como instrumentos usados poderosamente por Deus. Tenho também dificuldades em entender que o Espírito Santo não operava àquela época, como muitos afirmam hoje. O Espírito é Deus, e opera desde sempre. Da mesma forma que o Filho também é Deus, e operada desde sempre. Apenas entendo que Deus se revelou de maneira progressiva, mas mesmo eles não tendo a revelação por completo, que somente veio a partir da encarnação do Verbo, tinham o conhecimento de Deus; tinham um relacionamento com ele, e, posso afirmar, muitos deles mais intimamente do que muitos de nós hoje.

    Bem, é um assunto complexo, mas naquilo em que eu tenho lido nas Escrituras, e meditado, é no que creio. Não sei se fui claro, mas se não fui, pode dizer que tentarei reformular a minha resposta. Sem ter a certeza de ser mais claro, no futuro [rsrs].

    No mais, é com muita alegria que o vejo retornando, pois você, além de pontuar com elementos desconhecidos para mim, e que se tornam em novidade, é muito claro e propositivo naquilo que escreve.

    Abraços.

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  18. Jorge, concordo contigo. Compreendo as coisas assim também. Creio na revelação progressiva e na atuação do ES no AT.

    Quanto à questão de Alá, para exemplo, há um texto de um pastor batista, missionário entre os muçulmanos há décadas. O problema é que ele já erra de cara no primeiro parágrafo quanto às duas possibilidades que expõe para a questão. Veja lá: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/320/ala-e-deus

    Abraços sempre afetuosos.

    Fábio.

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