26 junho 2008

MOTEJO







Por Jorge Fernandes



Não conheci,
Não encontrei,
Já é muito,
Os fiz abandonar,
Agora venha sem cargas.

Não há palhas,
Nem cascas,
Colha o grão seco dos galhos ociosos,
E ocupe-se com palavras vãs.

Nada diminuiu,
Nem o restolho se espalhou,
Apanhei-o como jóia acabada,
Enquanto a aflição veio ao avançar da noite.

Julguei as mãos vazias,
A culpa abandonada,
Ontem foi apenas outro dia...

Os braços estendidos,
O nome marcado,
Nenhum som aos ouvidos,
Nem sangue nos lábios,
No torpor ficou claro,
O que as moscas haviam dito.

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