Por Jorge Fernandes Isah
Este é mais um bate-papo da série que se iniciou com o André Venâncio. Tomei gosto pela coisa, e parece que ela não terá fim, ao menos, enquanto eu estiver vivo. Desta vez, conversei com o brother Filipe Luiz C. Machado, autor do blog “2 Timóteo 3.16”, e juntamente comigo do blog “Cotidiano Cristão” [na verdade, eu com ele, pois a ideia de criá-lo, e quem o administra, é o Filipe]. Ele é um irmão que tenho o prazer de prosear vez ou outra [não muito ultimamente, dado os meus horários livres escassos, e os dele também], e os papos são sempre edificantes e agradáveis. Esta foi uma conversa que girou sobre vários assuntos, especialmente os termos citados no título da postagem. Bem, sem enrolar demais, vamos à conversa. E, antes de me esquecer, quero agradecer ao Filipe por sua amizade e por autorizar a divulgação de nossa “cavaqueira”. Para quem não sabe ainda, cavaqueira quer dizer conversa demorada. E as nossas, quase sempre, demoram mesmo.
BATE-PAPO COM FILIPE C. MACHADO
Eu: Filipe, ocupado?
Filipe: Depende... se for pra falar com você, sim... Brincadeira, pode falar.
Eu: Bem, serei rápido... Estou-lhe enviando por email um texto para o "Cotidiano Cristão"... Dê uma olhada e me diga o que acha. É um esboço, ok!... rsrs... Ainda bem que você é sincero.
Filipe: Pode mandar!
Eu: Foi!
Filipe: Recebi seu e-mail. Assunto em tempo oportuníssimo.
Eu: Foi um insight... Tanto que nem coloquei todos os versículos... Tem uns 30 minutos que comecei a escrever... Terminei agora... Dei uma lida superficial para ver se não tem erros ortográficos, mas aí vi que você estava on line e mandei meio as pressas... Quero ver se você deseja acrescentar alguma coisa... Podemos escrever a quatro mãos.
Filipe: Insight´s são os melhores... Os dedos quase que digitam sozinhos!
Eu: É, mais ou menos isso... Fique à vontade para acrescentar ou tirar o que considerar desnecessário... Se achar necessário.
Filipe: Hoje em dia é costumeiro ver o casamento/namoro como "fonte" de evangelização... Ficou bom, gostei. Simples, porém direto.
Eu: Bobagem. Evangeliza-se sem precisar casar e namorar... É, foge um pouco do meu estilo, mas estou tentando adequá-lo ao Cotidiano Cristão... Mas leva tempo.
Filipe: É moda, infelizmente!... Eu também tenho problemas com certos textos.
Eu: Sou prolixo, verborrágico, meio por causa dos sangues árabe, judeu e espanhol, acho.
Filipe: Talvez nesse quesito eu me aproxime dos puritanos que tinham um fôlego "deplorável, suas capacidades de falar por horas eram detestáveis"! Uma das críticas vinda contra os puritanos.
Eu: Li no livro do J.I.Paker, "Entre os Gigantes de Deus", que algumas orações durante o culto chegavam a ter uma, duas horas... Imagina a pregação então! É muito bom o livro, melhor do que o "Santos no Mundo".
Filipe: Sim. Tenho esse livro também, embora não lido, ainda.
Eu: Paulo, no livro de Atos, pregou mais de 12 horas, a ponto de um mancebo cair da sacada e morrer... Para depois ser ressuscitado... É a pregação matando o velho homem e ressuscitando-o em novo... literalmente.
Filipe:: Li o "Santos no Mundo - Leland Ryken". Agora estou lendo o "Paixão pela Pureza - J. R. Beeke e R. J. Pederson" - mais tem 1.000 páginas! Se bem que são somente biografias dos puritanos, e aí a leitura é fácil e bem agradável.
Eu: Puxa!... Gosto de livros grandes... E você está se dispondo aos grandes: Comentário do A.A. Hodge sobre a CFW; Paixão pela Pureza... Isso vai longe!... A Enciclopédia Britânica será fichinha para você em breve [rsrs]
Filipe: kkkk...
Eu: Vou comprar, então. Gosto muito de biografias.
Filipe: Comprei em uma promoção da Erdos por 90 reais, acho.
Eu: R$ 90,00, por 1.000 páginas... Está bom. Mas a sistemática do Hodges-pai sai por menos de R$ 90,00 e tem mais de 2.000 páginas. Custo-benefício melhor.
Filipe: Quero comprar essa; o ruim é que tem muitas citações em latim, que não são traduzidas...
Eu: É, mas o material em português é muito bom, tirando o compatibilismo do Hodges... E ainda pode ser um estímulo para se aprender latim, ora! [rsrs]
Filipe: Não sei qual o compatibilismo de Hodge...
Eu: Mas para quem acabou de ler o "livre-arbítrio" de Agostinho, os compatibilistas desceram um degrau em meu conceito, mas ao menos são calvinistas... Inconsistentes, mas são [rsrs]...Hodge é compatibilista. Crê na soberania de Deus e na liberdade do homem para se ser responsável. Duas verdades que se contradizem "aparentemente" [sic].
Filipe: Eu procuro entender duas coisa: Deus é soberano e o homem responsável, ao mesmo tempo em que o homem faz aquilo que Deus deseja que ele faça. Por isso que sou um determinista.
Eu: Também penso assim, mas eles colocam o elemento "liberdade", que no fim das contas é ser livre de Deus
Filipe: São hereges... rsrsrs
Eu: rsrs... Não deixemos que eles nos ouçam... Rapaz, muito do que esse pessoal fica repetindo por aí vem de Agostinho. E o próprio Agostinho rejeitou a maioria do que escreveu no "Livre-Arbítrio", mas passados 1.500 anos, os caras não se tocaram disso.
Filipe: Piper cita um outro autor (não me lembro qual é, talvez seja Spurgeon ou Agostinho) que diz que aquelas "poeiras" que vemos se mexendo quando abrimos a janela de nosso quarto e os raios solares penetrando-o, todos eles, sem exceção, são controlados por Deus.
Eu: Uma citação e tanto! Mas o próprio Piper é compatibilista, nem crê no que transcreveu... Quero dizer, ele crê que a mais minúscula partícula da matéria é controlada por Deus, mas não crê que esse controle divino se estenda à vontade do homem.
Filipe: Não conheço muito dele nesse sentido.
Eu: E Agostinho, guardadas as devidas proporções, também era compatibilista. Tenho o livro "O Sofrimento e Soberania de Deus". São vários autores, cujos editores são o Piper e o Justin Taylor. Ele escreveu dois ensaios, se não me engano.
Filipe: Na verdade, depois que descobri os puritanos, abandonei Piper. Eu ia comprar esse, mas havia se esgotado.
Eu: Quase me apaixonei pelo Piper [rsrs]... Mas os livros dele são como aquela história da vaca que deu 100 litros de leite de uma vezada e depois coiceia o tambor e joga tudo por terra. O que me mata nessa turma é isso: eles desenvolvem toda a questão de uma maneira que a soberania de Deus torna-se inquestionável, mas depois dizem que o homem é livre, e de que existem duas verdades "aparentemente" contraditórias. Eu não aguento! Quase tenho um troço!... Eles acabam desmentindo o que afirmaram, e afirmando o que desmentiram. E depois afirmam e desmentem ao mesmo tempo. É muita loucura para a minha cabeça. E me chamam de racionalista, porque eu não aceito a incoerência e as más-formulações que os compatibilistas criam.
Filipe: Eu não vejo problema em dizer que elas aparentemente são contraditórias, pois para a mente humana não há como se ser responsável por algo que foi determinado. Porém, eles pecam no quesito de [talvez] não explicarem que essa responsabilidade humana não está livre da determinação de Deus. Antes dizerem ser um "mistério" do que causar confusão à mente leiga.
Eu: O próprio termo “contradição aparente” é autocontraditório... [rsrs]. E desnecessário... Você leu os meus dois textos sobre o assunto?
Filipe: Não.
Eu: Sabe, o que eles fazem é um desserviço, pois acabam por depor contra a Bíblia e contra Deus. De certa forma, muitos “crentes” que dizem haver contradições na Escritura se baseiam nessas falsas afirmações para respaldar erros que não passam de ignorância e desconhecimento, e até mesmo má-fé de alguns. O homem acaba por reputar a Deus uma falha que não existe nele, mas no próprio homem. E isso é muito perigoso.
Filipe: Você já leu "Em Defesa da Teologia - Gordon Clark"?
Eu: Sim.
Filipe: Muito bom. Bate nos liberais que afirmam ser "bonito" ter-se contradição na Bíblia.
Eu: Clark é Clark!... Toda essa confusão começou com Van Til e os reformados holandeses, há bem pouco tempo, coisa de cem, cento e poucos anos. Até então, não havia essa falsa ideia entre os reformados de que a Bíblia contém paradoxos e contradições. Eu reputo isso como falsa piedade; parecem piedosos, mas escondem uma grande soberba [de não reconhecerem em si mesmos as falhas que apontam haver na Escritura], e ainda são usados por ímpios para se escarnecer de Deus. Mesmo que muitos deles não percebam isso, enquanto em outros está evidente a má-intenção, ao se divertirem e deleitarem com a confusão... Depois vai lá e lê os textos que escrevi [1].
Filipe: Eu não consigo compreender porque aceitar esse "paradoxo" é bonito, sendo que seria muito mais sensato se dobrarem ao fato de que se a Bíblia nos ensina que somos controlados por Ele, não existe "responsabilidade livre", apenas responsabilidade dentro da determinação divina.
Eu: Exato! Ou então dizer: não sei! Mas aí é que falta a humildade de assumir que não se sabe, então se inventa um artifício mal construído, que faz de Deus um deus disposto a nos dar "pegadinhas".
Filipe: Acho que Pedro, em Atos, diz mais ou menos assim: vocês mataram esse homem com a ajuda de homens perversos, mas assim o fizeram por determinação de Deus. Ora, o que custa se dobrar diante dessa verdade e dizer: "Ai de mim, Senhor!"?
Eu: A revelação fala da realidade, não de uma possibilidade. Contradição aparente é um conceito que existe na filosofia, para explicar raciocínios mal-formados que até podem fazer sentido, mas sempre desembocarão em um beco-sem-saída. O trecho ao qual você se refere está em Atos 4.27-28. Ali temos presente a predestinação ou determinação de que Jesus seria morto por judeus, gentios, Pilatos e Caifás. Deus entregou seu Filho à sanha injusta e assassina deles, mas todos eles permaneceram culpados pelo crime que cometeram. É simples. Para quê complicar? Deus ordenou, os homens fizeram, e foram responsabilizados pelo crime cometido. Onde está a liberdade? Não existe. Onde está a contradição? Também não existe.
Filipe: O problema dos compatibilistas não é explicar as passagens que mostram que o homem é "livre", mas sim aquelas que mostram o homem fazendo o que Deus manda fazer e depois punindo-os por isso. É o caso de Davi fazer o senso no povo de Israel. Temos ali três complicações: Deus incita Davi a a realizar o senso; Davi reconhece que errou ao fazer o senso e, por fim, o texto nos diz que foi o diabo que tentou a Davi para fazer o senso. Ora, diante do compatibilismo isso é irrespondível!
Eu: Verdade. Então, eles apelam para o paradoxo ou contradições aparentes: “Valha-me o ‘santo mistério!’" [rsrs].
Filipe: Concordo que o determinismo pode ser visto [e devemos tomar cuidado para não nos tornarmos assim] como algo frio, bruto, sem sentimentos ou algo do tipo, mas antes afirmarmos tal brutalidade do que nos rendermos aos mistérios.
Eu: Certa vez, alguém me disse: mas isso nos faz em marionetes na mão de Deus. E eu respondi: e daí? Qual o problema? O que é melhor, você ser marionete do Deus sábio, santo e perfeito, Criador de todas as coisas, ou ser marionete de uma criatura estúpida, pecadora e imperfeita, como você ou o diabo?
Filipe: Sim, falávamos sobre isso na quinta-feira, em uma reunião que temos. Antes que Ele nos controle [que sabe o que deve fazer] do que nós, vís pecadores nas mãos de um Deus irado.
Eu: Prefiro ser uma marionete nas mãos de Deus, do que um autônomo em minhas próprias mãos sujas, pecaminosas, imperfeitas e injustas.
Filipe: Bah!... Falamos a mesma coisa. Isso traz maldição... rsrss
Eu: Rsrsr... É o Espírito Santo, meu irmão! Voltando ao livro de Agostinho, ele tem tantos furos, mas tantos furos, que o próprio Pelágio, na disputa com Agostinho, se utilizou dos argumentos do livro para se defender da acusação de herege. Depois dê uma chegada no meu blog de livros, acabei de postar um último comentário.
Filipe: Um amigo meu, o Alberto, do blog Eclesia Reformanda - que por sinal está para chegar aqui em casa, me falou que a palavra mistério em grego, sempre tem a conotação de algo que era obscuro e passou a ser revelado, ou seja, se isso de fato estiver correto, não existe mistério no sentido de que não sabemos coisa alguma sobre Deus, mas que já nos foi revelada a sua vontade para nós, não devendo homem algum escusar-se de aceitar a verdade e apelar para o "mistério"... Não li esse livro, não o tenho.... Manda o link, por favor, para eu dar uma olhada.
Eu: O Alberto está certo. Além do fato de que o mistério pode ser algo não revelado também. Mas aí, estou dando a pista da última parte da minha série [rsrs]
Filipe: Claro que não podemos dizer que não há coisa incompreensível na Bíblia - pois seríamos soberanos - mas tem tanta coisa que se apela para o mistério, que me deixa chateado. É um mistério o porquê Deus escolheu alguns e rejeitou outros, contudo, não é mistério o fato de ele fazer isso porque lhe agrada, ponto final.
Eu: Por isso, é melhor dizer: “não sei!” do que ficar inventando sarna para se coçar... Este é um bom exemplo para eu usar na parte final da série sobre “mistério e contradições aparentes”. Obrigado!
Filipe: rsrs... Não esqueça dos créditos.
Eu: Não esquecerei. Colocarei em letras tamanho 2, no fim da página...
Filipe: kkkkk
Eu: Mudando de assunto, você não pensa em escrever um livro?
Filipe: Já pensei e há um ano atrás, mais ou menos, comecei a rabiscar um assunto, mas parei. Um dia creio que escrevei, sim. E você?
Eu: Já escrevi vários... inéditos! [rsrs]
Filipe: kkkk…
Eu: Alguns amigos acham que eu deveria fazer uma compilação dos meus textos, mas só de pensar no trabalho que vai dar já me sinto cansado; e até dá vontade de parar de escrever... Penso em pegar um tema e desenvolvê-lo a partir dos comentários no meu blog.
Filipe: Sim, é mais fácil.
Eu: Por exemplo, a questão soberania x liberdade do homem... Mas sei lá! Não penso que é o momento. Na verdade, nem sei se haverá um momento. Deixo nas mãos de Deus.
Filipe: Eu gostaria ainda de pregar sobre todo um livro bíblico, compilá-lo e publicá-lo. Mas como sou prolixo, talvez tenha umas 1000 páginas... rsrs.
Eu: É o que eu penso em fazer com as pregações o pr Luiz Carlos Tibúrcio da minha igreja, eu já posto os áudios das suas pregações no blog do T.B.B... Uau! 1.000 página o colocará entre os grandes, definitivamente.
Filipe: Mas devo confessar que sou orgulhoso... Não sei se me faria bem ter um livro.
Eu: Penso em fazer como o Felipe Sabino e montar uma editora, para publicar textos de brasucas. Gente que jamais terá uma editora que os publique... Também sou orgulhoso e vaidoso. Por isso evito até mesmo pensar no assunto. Perguntei porque você escreve bem, e acho que deveria pensar na ideia.
Filipe: Eu gostaria de ter bastante dinheiro para poder publicar boas obras e com um preço muito acessível. Na verdade, se possível, até doar os livros.
Eu: Um dos motivos de eu estar aprendendo inglês é para isso. Há obras que poderiam ser traduzidas para o português e publicadas na web, de domínio público, tipo os Puritanos; e disponibilizá-las gratuitamente para quem quiser ler.
Filipe: Sim, justo.
Eu: Tanto que o meu foco no inglês não é a pronúncia, falar a língua, mas aprender a ler e escrever para poder traduzir textos... Preciso me dedicar mais ao aprendizado.
Filipe: Eu também. Estou me esforçando nesse quesito.
Eu: Quem sabe não seremos sócios nessa empreitada?
Filipe: *Ah, você conhece o fórum puritano [em inglês]?
eu: Não.
Filipe: http://www.puritanboard.com Pastores, servos e membros de igrejas puritanas [até que ponto, não sei] discutindo sobre questões interessantes.
Eu: Lê-lo ainda é muita areia para o meu caminhão. Mas, quem sabe, muitas viagens não dará para transportar tudo? [rsrs]... Minha esposa e filha chegaram. Vou tomar banho para a gente comer alguma coisa. Depois nos falamos mais, ok!
Filipe:: Tudo bem, Jorge. Grato pela agradável conversa. Estou lendo seu último texto no blog - até onde estou, faço coro com você.
Eu: Quem agradece sou eu! Já que você tocou no assunto, acho que essa conversa vai parar no bate-papo do Kálamos. Foi muito boa!
Filipe: Na verdade, já havia pensado sobre isso que você escreveu.
Eu: Especificamente, sobre o quê você pensou?
Filipe: Sobre essa questão de se afirmar que não existe verdade, sendo que essa negação é uma afirmação em si mesma. A mesma questão se aplica ao relativismo [não o físico, mas o teológico ou filosófico], pois se tudo é relativo, como podem dizer que estou errado?
Eu: Cara, se eu ficar conversando com você, não vou parar nunca! Vai ter assunto bom para discutir assim lá longe!
Filipe:: rsrs.. Não sei de você, mas sou melhor nas palavras via internet. Face a face não sou "bom".
Eu: Penso melhor escrevendo do que falando. Mas sonho melhor do que escrevo...
Filipe: kkkkkkk
Eu: Logo, penso melhor quando sonho... Pena que não me lembro de quase nada quando acordo... Também sou como você, melhor virtualmente do que fisicamente. O prof. Olavo de Carvalho diz que o mundo é virtual, que o factual é apenas uma amostra do virtual, se é que entendi direito.
Filipe: rsrs... Rapaz, o Alberto chegou. Preciso ir! Um abração!
Eu: Manda um abraço para ele! E pergunta se ele gostou do livro que ganhou no Sorteio do Kálamos... Também vou! Na verdade, já devia ter ido! Abração! Fica na paz!
Filipe: Ah, ele falou que gostou muito do livro.
Eu: Beleza! Vai lá, e veja se não come muita pizza, ok!
Olá Jorge, Graça e Paz.
ResponderExcluirQue história é essa de que "quase se apaixonou pelo Piper"?, o que atrapalhou essa paixão? Já sei, enquanto eram apenas as palavras dele, não tinha problemas, mas quando viu a foto na contra-capa, os problemas começaram, né? rsrsrs
Desculpa a brincadeira, mas não resisti.
Nas nossas próximas conversas vou tomar cuidado com minhas palavras.
Jorge, que papo bom! Quando a gente começa a falar de Deus é ótimo, e realmente o tempo passa, passa...
ResponderExcluirJorge, o livro do Hodge comentando a CFW e a teologia sistemática são bons? Já tive vontade de adquiri-los, mas eu gosto sempre de ler (alguns capítulos) antes de comprar. Estes ainda não vi em nenhum lugar por aqui (RJ) ou na internet. E hoje tenho que ter certeza qual comprar rsrsrs, pois minha esposa está controlando os gastos com livros rsrsrs e aquarismo rsrsrs. Fiz ela se inscrever no sorteio do Kálamos também rsrsrs para dar uma forcinha na mini biblioteca aqui em casa.
Um abraço meu irmão.
Rapaz, sempre achei esse Filipe um intelectual! rsrsrs
ResponderExcluirAté a próxima conversa, meu irmão!
Grande abraço!
Ednaldo,
ResponderExcluirele escreve muito bem e propositivamente, então fui lendo, lendo, lendo, e pensando: puxa, o Piper pensa igualzinho a mim, ou melhor eu a ele, para no grande finalle chutar o balde e derramar todo o leite com a questão do mistério. Aí, não tem paixão que dure [rsrs].
Você está querendo boicotar a série de bate-papos? E o que vou publicar aqui no Kálamos?... Mas fique tranquilo, não há nada que dizemos em "off" que não possa se tornar público, graças a Deus! Praticamente, o que faço é uma revisão ortográfica e a retirada de algum excesso [repetições, redundâncias, etc]. Os bate-papos vão quase que na íntegra. Demonstrando que podemos conversar, nos divertir, edificar, sem ser preciso ser censurado: cada um reconhece a responsabilidade que tem perante Deus e o Corpo. E o irmão, certamente, é um deles. Graças a Deus, por isso!
Grande abraço!
Cristo o abençoe!
Eric,
ResponderExcluirrealmente o papo com o Filipe foi muito bom, como geralmente são os nossos papos também [ainda que eu e você tenhamos uns bons meses sem nos falar].
Olha, eu tenho a T.S. do Hodge, e ela é muito boa; das publicadas em português é a melhor ao meu ver [Estou esperando a do Reymond que a Monergismo irá publicar]. A Erdos está vendendo-a por R$ 81,00 + frete. O link é http://www.erdos.com.br/detalhe_pro2.php?id=230
Sobre os comentários do filho do Hodge à CFW, não os tenho nem li. O Filipe poderá dar maiores informações para você.
É, as mulheres sempre nos boicotando com os livros, mas quanto às suas roupas e sapatos elas não dizem nada, né! [rsrs].
Legal sua esposa participar do Sorteio, mas, por que você também não participa, ora? As chances aumentam...
Grande abraço!
Cristo o abençoe!
Filipe,
ResponderExcluiré sempre uma honra conversar com você. E espero que ela se multiplique até a eternidade. Lá, vocês verão o que é um tagarela de verdade, no caso, eu! [rsrs].
Obrigado, novamente, por disponibilizar o papo. Foi muito bom.
Grande abraço!
Cristo o abençoe!
Sou novato por aqui, apesar de meus cabelos brancos, mas amei este post. Só para colocar mais lenha na fogueira penso o seguinte: Se é verdade que existe um "acontecimento" predestinado, então tudo está predestinado e a soberania de Deus é absoluta, se contudo, existe um "acontecimento" que não foi predestinado, então Ele não é soberano absoluto e por conseguinte "não há Deus". Por isto creio em Deus e apesar das pressões que sofro da minha carne, sei que nada está fora de seu controle. Ufa!! Ainda bem, né??
ResponderExcluirSoli Deo Glória!!
Lourival Nascimento
Lourival,
ResponderExcluircabelos brancos por cabelos brancos, os meus estão ficando também, e mais rápidos do que eu imaginava [rsrs].
É isso mesmo! Diante do testemunho que a própria Escritura faz de Deus, não há como fugir dessa afirmação. O que acontece é confundir-se a absoluta soberania de Deus com o fato de fazermos escolhas. Acontece que as escolhas serão conforme a nossa vontade, mas quem diz que a nossa vontade é livre da determinação divina? O fato de termos uma natureza caída [e creio, nenhum calvinista dirá que a Queda não foi preordenada] por si só já dá uma ótima ideia de que não temos uma vontade livre da causação divina. Mas se os mínimos detalhes são decididos à revelia de Deus, isso geraria um conflito entre o Criador e a criação, de forma que ela teria um poder sobre si mesma, um poder autônomo de ir contra o Criador.
Entendo que as pessoas focam muito a relação homem/Deus, partindo-se da criatura em direção ao Criador para decidir no que crer, quando o ponto correto seria partir de Deus e da sua palavra para o homem. Essa perspectiva não deixa dúvidas de quem ordena e dirige o universo.
Muito bom tê-lo por aqui, meu irmão! Volte sempre, será um prazer conversar consigo.
Cristo o abençoe!
Grande abraço!
A citação sobre a poeira controlada é de Spurgeon, eu já li ele citando isso (se bem que ele pode ter citado de outro, pois ele fazia muito disso, contando que o ouvinte soubesse de quem era a frase, rsrs)
ResponderExcluirAbs
Armando
Que diálogo bom!
ResponderExcluirDe fato, sempre quando há algo sendo dito sobre os puritanos, ali teremos um diálogo aprazível.
Felipe,
Essa citação do Piper sobre a qual você tem dúvida, eu também já vi. Ele se referia a Spurgeon.
“Os Gigantes da Fé” é aquele tipo de livro a ser lido todos os anos quantas vezes forem necessárias para satisfazer aquele desejo sempre insaciável de ler os Puritanos. Eu não consigo ficar sem ler aquele livro Perdi as contas. Sobre a Obra de Beek, rapaz, eu já o folheei. Uma obra agradabilíssima como ressaltou o Felipe. Não vale só a pena, vale a galinha toda!
Confesso que partilho do mesmo propósito, quando o assunto é inglês, obras raras, como as dos puritanos. Quem sabe nos unamos em prol desta causa, para a qual, uma corda revestida de força se tornará mais eficaz para o êxito de sua empreitada.
Mizael
Armando,
ResponderExcluirobrigado pela visita e por confirmar a informação sobre a autoria do trecho de Spurgeon que o Filipe citou.
Grande abraço!
Cristo o abençoe!
Mizael,
ResponderExcluirbom saber que você tem o mesmo desejo que eu e o Filipe quanto à publicação de autores cristãos. Quem sabe, não poderemos, no futuro, unir forças e tocar a ideia para a frente? Se Deus quiser e for esse o seu propósito será uma grande honra!
Grande abraço!
Cristo o abençoe!
Oi Jorge,
ResponderExcluirConcordo com o que você falou sobre o Piper, rsrs, ele vai, vai, vai, e no fim termina desdizendo muito do que disse antes, é frustrante.
Quanto ao que conversar contigo, é que não possuo profundidade suficiente para ter uma conversa postada aqui, terei que ler os "pais", alguns filosofos, algumas sistemáticas, para talvéz ser capaz de ter um "diálogo bom" - rsrs - Sou muito raso. Acho que vou comprar alguns livros do Dostoievski (é assim que se escreve?) para poder conversar contigo - rsrs.
Acho que para postar nossas conversas, você deve criar um "kalamos para crianças", afinal meu conhecimento teologico é introdutório.
A propósito, recebi minha edição da TS do Hodge, o Submarino conseguiu (acho que porque pedi o ressarcimento - rsrs), e me emviou, rapaz o cara era prolixo, que calhamaço!!!.
ResponderExcluirLi estes dias o capitulo que diz respeito a Expiação, e pelo que entendi ele acreditava na expiação ilimitada (??). Vou ler novamente, pois ele é denso e posso ter entendido errado, mas o latim não chega a atrapalhar a compreenção.
Foi uma ótima, aquisição, mas não é uma sistemática light. Não aconselho como primeira. Também estou esperando a que o Felipe Sabino está traduzindo.
Fiquem na Paz.
PS. Há um provérbio literário que diz "uma leitura de 1000 páginas começa com a primeira" - rsrs
Ednaldo,
ResponderExcluirque é isso, rapaz! Tu estás na minha lista já há algum tempo. Mas tu és mais escorregadio que quiabo! Acho que estavas prevendo minhas intenções [rsrs].
Compre o "Dosty", tu não vais te arrepender. E sobre a tua literatura básica, sei que estás em dia, eu é que terei de segui-lo em bibliografia.
Quanto ao Hodge, ele é amyraldiano, sim. Não crê na expiação limitada, assim como o Strong, que também é amyraldiano. Como para se ser calvinista hoje não é preciso nem mesmo subscrever os cinco pontos [tem gente que se acha calvinista de três pontos... rsrs], o Hodge é considerado um "grande" calvinista. Bom, tirando a parte sobre a a expiação e alguns outros pontos, para mim, a T.S. dele continua sendo a melhor em português.
Uma curiosidade: o Submarino mandou-lhe a T.S. com a capa nova ou a antiga que eles insistem em manter no site?
Abraços.
O Submarino me enviou com a capa nova, acho que é edição de 2010 ou 2007. Não tenho certeza, por causa dos outros livros.
ResponderExcluirNão sei porque tenho 'tara' por verificar as edições dos livros quando os recebo.
Mas a piada de seguir-me na bibliografia, foi ótima!! rsrs
Eu tenho vontade de aprender inglês pelo mesmo motivo -- ler e traduzir obras de domínio público -- mas mal comecei. Pensava em coisas pretensiosas (no sentido nobre da palavra) como obras na íntegra -- o A Morte da Morte na Morte de Cristo, de John Owen, o A Natureza da Virtude de Jonathan Edwards, ou o A Primeira Trombeta contra o Monstruoso Regimento da Mulher, de John Knox -- que seriam, à príncipio, de pouco interesse geral. J. Owen é complexo, J. Edwards tem tendências filosóficas e o J. Knox é polêmico, além da distância histórica do estilo deles.
ResponderExcluirMas ainda estou bem longe disso. Eu achei o estilo do J. Edwards o mais limpo -- mas ainda sim é díficil para mim.
Outra tipo de obra me chamou atenção -- as melhores fora da teologia cristã --, como num homeschooling protestante. Eu procurava a obra Reflexões sobre a Revolução Francesa, de Edmund Burke (publicada em tupiniquês como Reflexões sobre a Revolução em França). Custava no Mercado Livre apenas R$300 -- é uma obra rara, não achei mais nenhuma edição em português. Mas a edição inglesa não custa nada, é de domínio público. Eu não entendo como essa obra de Burke não seja acessível em português.
Ah. Mudando de assunto: há uma edição virtual espanhola da sistemática de Hodge. Esqueci-me do link, está na lista do site brasileiro coramdeo.
Sobre paradoxos e mistérios, parece-me que Calvino e Lutero criam em coisas semelhantes (embora diferentemente um do outro). Mas não sei se é do mesmo modo que os reformados holandeses -- ou de que modo é exatamente.
Matheus,
ResponderExcluiranda sumido...
Sei que Owen, Baxter, Watson e cia não são fáceis de se ler, quanto mais de traduzir [mesmo os melhores e mais experientes tradutores têm dificuldade com esses irmãos]. Mas temos de começar com alguma coisa, e com um objetivo maior do que ler Piper e Driscoll no original [rsrs]. Pode ser que eu nunca consiga ler os puritanos, por vários motivos, mas o meu foco está centrado neles. Parece pretensão, mas não é. Deus o fará, se assim for a sua vontade.
Penso também em autores seculares [ficção, filosofia, história, etc] que estão no "limbo" intelectual atualmente e que deveriam e necessitam serem resgatados. Um dos graves problemas atuais, mais do que muitos apontados pelas pesquisas, ao meu ver, é o da ignorância, e de como autores importantes e que têm muito a dizer são relegados ao esquecimento. Há um claro declínio do pensamento atual, de forma que muitos acontecimentos têm surgido e ressurgido [com novas cores e tintas] por causa do desprezo ao conhecimento do passado, que tornaria facilmente distinguível os problemas do presente e mesmo do futuro. Se pudéssemos contribuir de alguma forma para que tanto a igreja como a sociedade não derrapem novamente na mesma lama que lançou muitos ao charco, terá valido a pena. Que o bom Deus nos capacite a fazer a sua vontade: ser luz e sal neste mundo caído.
Não sei se Calvino e Lutero acreditavam em paradoxos e mistérios da mesma forma que os reformados atualmente crêem. Ao que sei, isso é coisa recente, iniciada com o Kuyper [não necessariamente por ele, mas por uma distorção do seu entendimento de "graça comum"]. Os seus compatriotas holandeses entenderam-no errado e lançaram as bases da antinomia e paradoxos na Escritura. Van Til, Berkhof e outros espalharam essa falsa ideia, que não me parece ser a mesma dos reformadores. Eu mesmo acredito em mistérios, mas os mistérios são exatamente o que não foi revelado e o que eu não compreendo por incapacidade mesmo. Afirmar que a Bíblia tem paradoxos equivale a dizer que ela não é infalível e inerrante, o que parece agradar a muitos por aí.
Grande abraço!
Cristo o abençoe!
Primeiro destaque:
ResponderExcluir"Antes dizerem ser um "mistério" do que causar confusão à mente leiga."
Frase que resume muito bem a meu ver a verdadeira motivação compatibilista.
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A sequência correta é, Deus através do Diabo, incitou Davi a realizar o senso, e Davi reconheceu que aquilo que ele fez estava errado.
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Outro destaque:
"Prefiro ser uma marionete nas mãos de Deus, do que um autônomo em minhas próprias mãos sujas, pecaminosas, imperfeitas e injustas."
Ambos os destaques são irretocáveis.
Abraço!
Anônimo,
ResponderExcluirvaleu pelos destaques, e os pequenos mas preciosos comentários a eles.
Abraços [ainda que sem saber em quem...rsrs].
Cristo o abençoe!
Caro irmão,
ResponderExcluirParabéns pelo batismo triplo ( seu, da filhota e do genro ).
Que o seu amor pelo Senhor cresça a cada dia e sempre.
É uma grande alegria especialmente para nós aqui de casa.
Um grande beijo no coração.
Jorge, muito legal sua idéia de postar bate-papos! Eu só achei um pouco estranha a opinião sobre o compatibilismo calvinista como crendo que o homem é livre de Deus. Isso não é verdadeiro.
ResponderExcluirO compatibilismo (pelo menos o calvinista) concorda que o homem é responsável se é livre, mas não entende liberdade como ser livre de Deus (ou de seu decreto). Quando a expressão é usada por arminianos significa a capacidade de escolha contrária, mas no compatibilismo calvinista significa que a escolha não é forçada, que a vontade não é violentada.
A liberdade da qual eles falam não é, de maneira nenhuma, liberdade de decreto. Alguns usam sim o termo livre-arbítrio, outros, como o administrador do monergism.com, usam vontade voluntária (ou algo do tipo) para não causar confusão com o conceito pelagiano e arminiano.
O que eles tentam com o uso do termo "liberdade" é, muitas vezes, manter uma linguagem confessional extraída da CFW
3.1 "Desde toda a eternidade, Deus, pelo muito sábio e santo conselho da sua
própria vontade, ordenou livre e inalteravelmente tudo quanto acontece, porém ...nem violentada é a vontade da criatura, nem
é tirada a LIBERDADE ou contingência das causas secundárias, antes estabelecidas"
O compatibilismo em si entende que o determinismo é compatível com a liberdade e com a responsabilidade do homem. Se você não conceituar "liberdade" como eles fazem, não tem problema.
Como calvinista o que é necessário é no mínimo afirmar que é compatível o determinismo de Deus com a responsabilidade humana, isso é algo que Cheung concorda, e isso seria um semi-compatibismo. Não podemos passar disso.
Um abraço e que Deus o abençoe ricamente!!!
Emerson,
ResponderExcluirlegal tê-lo por aqui, uma primeira vez [acho que já nos falamos em meu outro blog, o "Guerra pela Verdade", não é?].
Bem, entendo o seguinte: os compatibilistas colocam a responsabilidade na liberdade, quando o foco não é a liberdade mas a autoridade de Deus. Também dizem que se não há liberdade o homem é um marionete nas mãos de Deus, logo não pode ser responsabilizado. E apontam Deus como a causa primeira e última, quando as causas secundárias são operadas pelo homem "livre". São eles que não definem bem o que seja liberdade, ainda que façam um esforço danado para não serem confundidos e pegos pelo conceito arminiano de livre-arbítrio.
De minha parte, tanto a o livre-arbítrio como a livre-agência são elementos muito próximos, ainda que o compatibilista reconheça o decreto divino e o determinismo divino [há irmãos que não pensam assim, de que se é possível ser calvinista sem ser compatibilista ou determinista...]; o que somente gera uma grande confusão. Por isso digo que, ainda que não explicitamente, os compatibilistas advogam uma "liberdade" do homem livre de Deus. Mas é algo tão confuso e mal exposto por eles, que nem dá muito para entender mesmo o que estão dizendo [rsrs].
Entendo que o homem é "livre" em suas escolhas, segundo a sua vontade e natureza [no sentido de que é o homem que escolhe e deseja; e de que essa relação pode realmente parecer muito "livre" quando a observamos no trato homem-homem, mas que se dissipa completamente quando a relação é Deus-homem], porém é Deus quem determina e controla tanto a vontade como a natureza humana.
Grande abraço!
Cristo o abençoe!
Jorge, eu acho que quanto aos compatibilistas serem confusos em suas explicações sobre a "liberdade" do homem, penso que podemos estar apenas lendo livros diferentes...rsrs.
ResponderExcluirVocê está correto quanto a liberdade humana. A liberdade do homem existe somente num nível inferior ao do decreto.
Fico feliz que tenha me entendido. Normalmente os criticos do compatibilismo tem uma idéia tão fixa sobre o que é o compatibilismo que os impede de entender o que digo.
Um abraço e que Deus o abençoe ricamente!!!