06 dezembro 2010

Lei e Graça: revelação divina












Por Jorge Fernandes Isah

   Qual o objetivo da Lei? [1]
   Salvar? Condenar?
   Há uma terrível confusão entre os cristãos. Muitos acham que a Lei teve, em algum momento da história, o caráter de salvar. Fica a pergunta: quem foi salvo? Houve um homem, apenas um, que fosse salvo por ela? Nenhum. Então, por que veio a Lei? “Foi ordenada por causa das transgressões”, disse Paulo [Gl 3.19], “porque onde não há lei também não há transgressão” [Rm 4.15]. Parece que é mais ou menos isso que não somente os ímpios querem, mas muitos cristãos também. Talvez numa forma inconsciente de antinomia; talvez por desejarem pecar livremente; talvez por descuido ou ignorância; talvez porque o laicismo grite mais alto do que a lei de Deus no coração. Ou seria, meramente, outra forma de soberba dos tempos modernos? Um intelectualismo estereotipado com o intuito de se apresentar como alguém civilizado, progressista e não-retrógrado? O certo é que a lei tem o caráter de revelar o pecado, mas não somente isso, de também puni-lo. Contudo, esse preâmbulo será alvo de outra postagem, o que me interessa agora é responder à pergunta: a Lei pode salvar? Ou Deus deu-lhe vida para que todos fossem julgados e condenados por ela?
   Primeiro, como é de praxe, vamos às definições dos termos:
1)      Lei – A palavra lei foi usada para traduzir o termo hebraico “tora”, que significa instrução ou doutrina, e a palavra grega “nomos”, que significa hábito estabelecido. Em ambos os casos indicam alguma regra ou regulamento imposto sobre o homem ou a natureza por um poder superior. Ao legislador reserva-se o direito de punir toda infração e desobediência.
2)      Lei Natural – É a Lei de Deus gravada nos corações humanos “testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os” [Rm 2.15]; ao ponto em que até mesmo os gentios que não têm a lei, ao fazerem naturalmente as coisas que são da lei, para si mesmos são lei [v.14].
3)      Lei Mosaica – Ela se divide em:
a)      Lei Moral – resumida nos Dez Mandamentos, ou Dez Palavras, que regula a relação do homem com Deus e o próximo.
b)      Lei Civil – são aplicações ou amplificações da Lei Moral a casos específicos, detalhando os Dez Mandamentos.
c)      Lei Cerimonial – regulava os ritos relativos ao sacerdócio e aos sacrifícios, o ministério no santuário do Tabernáculo e depois no Templo.
   A lei natural escrita nos corações do homem, quando da Criação, não foi suficiente para que ele não pecasse; de tal maneira que, pela corrupção do homem, foi necessário escrevê-la, literalmente, para lembrar-nos da obrigação que temos diante de Deus.
   Analisemos o caso de Adão: Se não houvesse a lei, a ordem expressa de Deus para não pecar/desobedecer, comendo do fruto da árvore do bem e do mal, ele estaria tranquilamente até hoje no Éden, pois não precisaria da lei para se salvar, já que estava “salvo”. Porém, quando Deus lhe deu o mandamento, ele teve o nítido caráter de revelar o pecado “latente” em Adão; mostrando a sua imperfeição do ponto de vista não da Criação, como algo bom, mas em relação a Deus. Os privilégios dos quais desfrutava, a partir da lei e do pecado [que invariavelmente aconteceria e não havia como não acontecer], perderam-se, e o homem passou a viver como uma miserável criatura. Com ele, o qual era o cabeça da humanidade, toda a Criação caiu, não do seu caráter perfeito, mas da ordem natural, tornando-se em caos [Gn 3.16-19]. O natural se tornou antinatural, e foi preciso que o próprio Deus, na pessoa de Cristo, encarnasse e viesse ao mundo para restabelecer a ordem perdida, primeiro, nos eleitos e, quando da sua segunda vinda, em todo o Cosmos.
                                 Pausa.
   Apenas para evitar confusão, o meu entendimento é de que a ordem lógica das coisas não foi essa, mas antes se deu pelo amor de Deus para com os eleitos e, assim, veio a Criação, a Queda, a Redenção e a Santificação. Deus determinou todas as coisas por causa dos eleitos e, por eles, fez ver ao mundo o seu amor, graça, justiça e glória, ainda que o mundo não possa ver nem entender, mas os que foram chamados exclusivamente por ele a Cristo, o verão como é.
                                Voltando da pausa.
   Portanto, qualquer um que disser que a lei poderia levar à salvação, em alguma hipótese, estará a cometer um grave erro. Ela vem para condenar, revelando o pecado e decretando a punição do infrator, e do ponto de vista pedagógico, levar os eleitos a Cristo, do qual somos completamente dependentes para sermos restaurados. Com isso não estou a dizer que voltaremos à condição de Adão, no Éden, antes da Queda; que para muitos era perfeita, mas perfeita em quê? Ou em relação a quê? Se na primeira oportunidade Adão não exitou em pecar?
   Para a maioria dos cristãos, e mesmo a maioria calvinista, regindo-se pelo pensamento de Agostinho [2], o primeiro homem podia escolher entre pecar e não pecar. Contudo, fica a pergunta: diante da lei, o que se evidenciou na natureza de Adão e em nós? O pecado. Não a possibilidade de rejeitá-lo, nem de se manter puro, incontaminado, mas uma disposição natural para a depravação, para a rebeldia. É o que Paulo parece dizer: “Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda a boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus” [Rm 3.19]. Pensem comigo: se Adão não tivesse pecado, a lei o salvaria, mas o salvaria de quê? Qual justiça Adão buscaria na lei? Ela não lhe traria benefício algum, nenhum “extra” se a cumprisse, mas o de manter-se no estado em que se encontrava. “De toda a árvore do jardim comeras livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás” [Gn 2.16-17]. A lei veio portanto para salvá-lo? Ou para condená-lo? Qual é o seu papel? Em que Adão foi favorecido? Em nada, porque a Queda era inevitável. A lei veio revelar que Adão [e nós, os quais pecamos juntamente com ele], não podia não pecar, mas certamente pecaria, como pecou. Porque Deus encerrou tudo debaixo do pecado; e guardou-nos debaixo da lei, desde Adão; e encerrou-nos para a fé que havia de se manifestar em Jesus Cristo, para que fôssemos justificados [Gl 3.21-24].
   Assim, Cristo não veio restaurar a perfeição do homem, a qual não havia, mas fazer-lhe perfeito. Primeiro, por imputação, o seu sacrifício já nos fez e tornou-nos perfeitos nele; e segundo, de fato, quando na eternidade, ao contrário do Éden, será impossível ao homem pecar. Cristo veio restaurar a condição inicial do homem antes da lei, quando não havia a possibilidade de pecado, visto não haver o “aio” que estabeleceria e normatizaria uma conduta e prática pecaminosa. Antes da lei, era impossível para Adão pecar. Antes da lei, Adão não teria como cair. Sem a lei, Adão permaneceria em seu estado de pureza “irresponsável”. Sem a lei e seus preceitos, ele era “livre” e não poderia ser acusado de nenhuma transgressão, pois não havia o que transgredir. Mas quando Deus lhe deu uma ordem, e mostrou-lhe o castigo caso desobedecesse a ordem, Adão não pode resistir. Em sua natureza, o pecado ainda não se manifestara, mas estava pronto a se revelar, a se desenvolver, bastando para isso as condições necessárias, o momento propício para tornar público o que estava oculto. A lei, em sua condição explicitamente condenatória, trouxe o pecado à tona, e fez com que todos se tornassem injustificáveis em si mesmos; que a possibilidade de falar por meio das obras fosse silenciada definitivamente; “porque pela lei vem o conhecimento do pecado” [Rm 3.20]. E, por ela, somos feitos pecadores, e indesculpáveis diante de Deus.
   A lei não traz vida para a salvação, mas a morte [Rm 7.9-11]. A lei não justifica, mas acusa. Jamais liberta, mas escraviza [Gl 4.21-31]. A lei poderia absolver alguém, hipoteticamente falando, se todos não fossemos pecadores.  A lei poderia declarar um homem justo, se todos não fossem injustos. A lei promete uma vida impossível, e uma morte evidente. A lei reclama que se olhe a realidade do pecado, e é inadmissível não vê-lo. E por isso é maravilhosa, santa, perfeita, pois sem ela, jamais seria revelado aos eleitos o amor de Deus. Jamais haveria Cristo, homem, e a certeza de um dia sermos como ele. Jamais seríamos perfeitos, mas num estado de falsa perfeição. A lei não nos exalta, mas humilha. Traz sobre todos os ímpios a ira de Deus [Ef 2.3]. Nos coloca em nossos devidos lugares, como carentes, desesperadamente sujeitos à misericórdia, autoridade, graça e poder de Deus. A lei nos põe debaixo da maldição, para sermos resgatados por Cristo, o qual se fez maldição por nós [Gl 3.13].
    Em todos os aspectos da lei, ela não tem como nos salvar, nem alguém pode ser salvo por ela. Se a lei pudesse trazer vida, a justiça teria sido por ela; mas aprouve a Deus nos chamar à vida por seu Filho Amado Jesus Cristo. Por ele, somos feitos santos, e nos fará de fato santos, não porque escolhemos ser santos, mas porque ele nos escolheu santificar; e, uma vez com ele, com ele estaremos para sempre em perfeição e santidade.
    Concluindo, a lei foi criada por Deus para estabelecer e determinar o caráter pecaminoso de nossa alma, do contrário não haveria pecado, pois não haveria transgressão, nem inobservância da lei. O que exclui qualquer possibilidade de justiça e justificação, de tal forma que estaria o homem livre para agir segundo o seu coração, sem impedimento, como um homem sem lei [Rm 7.9].
   Não há nenhuma oferta de “boas novas” na lei, hipotética ou real, que propõe a salvação estando à disposição de todos que aceitassem a tarefa de obedecê-la até à perfeição; especialmente porque, além de Cristo, ninguém mais foi capaz de cumpri-la, logo, não há base para qualquer suposição teológica que corrobore a justificação legal.
   A lei trouxe a justiça ao nos tornar injustos, revelando a justiça de Deus e a necessidade de sermos justificados por ele. Em outras palavras, o que ela revela é o completo desperdício e inutilidade do homem buscar a justiça de Deus na lei, sendo ela mesma a revelar-nos a sua ineficiência para a salvação. Foi o que Paulo disse: “Porque eu, pela lei, estou morto para a lei, para viver para Deus” [Gl 2.19].
  Adão, ainda que não houvesse lei teria de ser regenerado em sua natureza; o que a lei fez foi revelar-lhe, e a todos nós, que os seus caminhos eram maus, e de que carecia de Deus para ser resgatado, transformado, e colocado na trilha dos seus perfeitos e santos caminhos.
  Ficam as perguntas: a lei foi abolida pela graça? Ou ela se revelou na graça?
  Tentarei responder mais à frente. Se Deus quiser.

Notas: [1] Este texto foi escrito previamente há mais de dois meses. Pretendia publicá-lo em seguida à minha exposição da graça, tema dos dois últimos textos, mas optei por antecipá-lo agora. 
[2] Agostinho defendia o que, séculos depois, ficou conhecido como esquema infralapsariano.

54 comentários:

  1. Paz, Jorge. Entendi seu texto e com certeza a lei serve para mostrar que somos pecadores e necessitamos de Deus em tudo. Mas, com relação a Adão, ele se não pecasse (desobedecesse a ordem de Deus), estaria em comunhão com o Pai, pois não teria desobedecido, ou seja, não necessitaria da salvação, pois não teria ainda pecado. Porém, o que o levou a pecar? A lei (ordem de Deus)? Ou a serpente maliciosa que torceu o dito de Deus para fazê-los pecar? Se não houvesse a serpente insinuando algo, eles sentiriam vontade de comer da árvore proibida?
    A lei é proveitosa e se não fosse o pecado instigando-nos a desobedecê-la, a lei de Deus seria o vínculo de nossa comunhão com o Senhor (desde Adão). Como o pecado infringiu a morte a todos os homens, agora a lei serve para mostrar-nos que ela é justa e boa e que necessitamos de Deus para podermos entendê-la e praticá-la. Pela lei entendemos o nosso estado depravado, pela lei compreendemos que necessitamos de um salvador. Digo “pela lei entendemos”, mas implicitamente está a ação do Espírito Santo que dará o entendimento necessário.
    Você disse: “se Adão não tivesse pecado, a lei o salvaria, mas o salvaria de quê? Qual justiça Adão buscaria na lei? Ela não lhe traria benefício algum, nenhum “extra” se a cumprisse, mas o de manter-se no estado em que se encontrava”. Não precisaria de salvação, pois não houve uma transgressão da lei, o homem viveria no Éden em comunhão com Deus. Mas, o problema não foi a lei e sim, a serpente que estava lá para insinuar algo para tentá-lo. Então, o problema em questão é porque a serpente estava lá? E não o mandamento dado. Outro ponto é o fato de o homem ter pecado. Se Adão era neutro (o que não acredito) em suas vontades, porque a sua preferência em desobedecer à obedecer? Acredito que o problema inicial não foi uma ordem dada, pois como Deus se comunicaria com o homem sem falar com ele? Mas sim, a serpente que, pela vontade soberana de Deus, estava lá com a missão de fazê-lo não escutar Deus; e o interior do homem que pareceu ser tendencioso a pecar.
    Concluindo, somente acho que o pressuposto do pecado não foi a ordem dada por Deus, pois vejo uma impossibilidade de não haver lei (instrução), mas os dois fatores descritos acima.
    Um abraço
    Deus abençõe

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  2. Eric,

    por tudo o que você disse é que reafirmo:

    a)Adão não era perfeito;
    b)O pecado estava "latente" em Adão;
    c)A Lei veio "revelar" a natureza pecaminosa de Adão e de toda a humanidade;
    d)A Lei, portanto, não veio salvar ninguém, e ninguém foi salvo por ela, mas somente pela graça divina;
    e)A Lei tem o caráter de revelar aos eleitos o pecado para o arrependimento, arrependimento para a salvação, e de punir, castigar o ímpio por seu pecado cometido [o que não exclui eleitos de também cumprirem suas penas, quando pecados previstos na Lei são cometidos].

    Gostei muito de sua análise, a qual é muito próxima, senão igual à minha.

    Bom ter você comentando por aqui; não vá sumir de novo, meu irmão!

    Grande abraço!

    Cristo o abençoe!

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  3. Bem, a exemplo de outras vezes, um texto não neodoutrinário, mas que puxa conversa, puxa reflexão e devemos ser corajosos e cuidados em cada uma delas, medindo cada informação repetida, desdobramentos, etc.

    O decálogo se insere, na minha opinião na formação do povo de Israel como nação e seu ministério frente a todos os povos da terra, nada relativo a salvação alguma. Afinal a salvação ( a vida eterna ) é que se conheça a Deus como único Deus verdadeiro. Os Israelitas confundiram "o saber sobre Deus e conhecer a Deus."

    continua...

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  4. Sobre Deus ter criado uma circunstância para Adão se dar mal é temerário na minha simples opinião. Pouco se sabe sobre Satanás. Somos informados que ele somente estava lá, com que "direitos" pode intrometer-se na cenário do Édem não sabemos exatamente.Não foi uma invasão e nem contudo uma surpresa, uma usurpação.

    Adão poderia vencê-lo, argumentando com Ele, talvez fosse essa prova, resistindo-o e ele fugiria de Adão.

    continua...

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  5. continuando...

    A lei e a graça cumprem papéis diferentes no agir de Deus. A lei Mosáica inspira as leis nacionais em todo o mundo até hoje. Israel deveria ser nação exemplo e não o foi não poucas vezes.

    A salvação traz como resultado "salvos" não mais humanos como os originais feitos a imagem de Adão. Não se casam e nem se dão em casamento. Nos novos céus e nova terra não haverá humanos como Adão que ainda comento da árvore da vida
    poderiam cair, quebrar uma perna, se afogar em um lago ( claro são apenas lucrubações ).

    continua...

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  6. Claro que Deus nãoprecisaria fazer nada por Adão e nem pela humanidade, era só fazer outro "Adão", outra "Eva" apagar todos os registros possíveis do episódio e fim de papo.

    A graça é portanto um ato imerecido e unilateral de Deus por amor a Adão e a Eva, derrotados e enganados pela serpente, Satanás. Deus tomou partido do homem e refutou a ação de Satanás completamente, isso ficou claro na promessa de que que o decendente de Eva esmagaria a cabeça da serpente.

    Deus portanto tomou a nossa defesa mas calcada essa defesa em Sua perfeita justiça. A queda foi justa mas a redenção se mostraria superioramente justa. Traduzindo: Satanás você venceu esse round mas o próximo você perderá com as mesmas regras justas. Um outro Adão vencerá você em todas as suas insinuações e você terá que aceitar a derrota definitiva. Isso é a graça. Parabéns ela puxada de conversa em alto nível mais uma vez.

    Um abraço querido.

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  7. Escrevi um texto sob o mesmo tema mas com inferências diferentes http://mensagemdopregador.blogspot.com/2010/11/lei-e-graca.html. Não é para competir, gosto do seu...rs...rs...rs...O seu é mais antigo e foi feito, escrito com mais vagar. Gosto, aprecio mesmo o seu jeito de escrever, talento puro, as idéias são colocadas com clareza e não dúvida do que deseja levar-nos a pensar. Pode e deve tentar responder as perguntas inferidas em uma próxima postagem. Eu acho que você, querido, faz escola, no uso da pena, a serviço da meditação nas coisas de Deus. Kálamos faz jus a essa determinação. Poucos o fazem com tanta maestria e sem outras imposições e interesses.

    Deus o abeçôe querido, rica e abundantemente.

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  8. Helvécio,

    o assunto dá "panos para mangas", como se diz por aqui. Ou se dizia, sei lá! O fato é que vou evitar me repetir para não ficar cansativo, e afugentar os poucos que se arrisquem a comentar este texto. Mas, em tudo o que você disse, a única coisa que não concordo, definitivamente, é com a idéia de satanás ter ganhado uma batalha que seja.

    No livro de Jó está muito clara a condição de satanás como servo, e a cumprir ordens de Deus. Bem, alguns dirão: mas Deus não ordenou que ele afligisse o pobre Jó; porém, qual a diferença se satanás não pode fazer nada até obter a autorização divina?

    Alegar que Deus "permitiu" o mal sobre a vida de Jó não exclui Deus de querê-lo, pois se não quisesse, satanás não poderia tocá-lo. Deus quis e ordenou, enquanto satanás foi o instrumento para que a vontade de Deus se realizasse.

    É o que Pedro também nos diz: "Porque verdadeiramente contra o teu santo Filho Jesus, que tu ungiste, se ajuntaram, não só Herodes, mas Pôncio Pilatos, com os gentios e os povos de Israel; para fazerem tudo o que a tua mão e o teu conselho tinham anteriormente determinado que se havia de fazer" [AT 4.27-28].

    O mesmo aconteceu no Éden: satanás instigou Eva a comer do fruto da árvore do bem e do mal, e a seguiu Adão, mas tudo se cumpriu segundo o conselho de Deus havia anteriormente determinado que ocorreria.

    O fato é que Adão tinha a nossa natureza, ainda não pecará porque não havia lei, mas vindo a lei {não a lei mosaíca, ainda; mas a ordem divina de não comer do fruto da árvore do bem e do mal, portanto, uma lei) não resistiu, e pecou, revelando essa natureza, tornando-a evidente tanto neles como em nós.

    A pergunta é: o fato de Deus planejar a queda de Adão e da humanidade demonstra que Deus não ama? A mesma pergunta, feita para a crucificação de Cristo, apontaria que Deus não amava o seu Filho Unigênito? A resposta somente pode ser uma: não!

    Mas voltando a satanás, ele é um derrotado desde a criação, e até hoje não ganhou nada, apenas a companhia daqueles que estavam destinados à perdição, sejam anjos, sejam homens, e estarão a sofrer com ele no inferno. E o seu único poder é aquele concedido por Deus para, agindo segundo a vontade decretiva divina, cumprir sua missão como servo, assim como todos são servos de Deus, quer queiram ou não.

    Forte abraço, meu irmão!

    Cristo o abençoe!

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  9. Bem fiz um comentário e deu "tilt" faz parte... mas o fato de Satanás ter ganho uma batalha pode ser uma questão de simples linguagem o registro do ponto de vista de Satanás, que para ele, seus intentos de não se sabe bem o porquê o seu ódio aos humanos, atingiu o seu objetivo de quebrar a comunhão do homem com Deus, do lado do homem. É mais ou menos como "o Sol parou" no livro de Josué. De fato o sol não parou, mas a terra, ao que se sabe hoje. Na morte de Jesus, incitada por Judas cheio do diabo, seus objetivos aparentemente de deter aquele que lhe feriria a cabeça pareciam ter atingido o objetivo igualmente, até que Jesus ressuscita. Tanto quanto para nós a cortina do tempo parece impedir que Satanás veja de fato o futuro.

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  10. Helvécio, meu irmão!

    Não se ofenda, mas prefiro ficar com a perspectiva de Deus [rsrs].

    Abraços.

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  11. Bravo!

    Interessantes análises sobre a lei.

    Para que a vaidade não lhe suba à cabeça, vejamos "... encarnasse e viesse ao mundo para restabelecer a ordem perdida, primeiro, nos eleitos e, quando da sua segunda vinda, em todo o Cosmos."

    Na minha perspectiva a ordem tem sido restaurada lentamente e imperceptivelmente a medida que as palavras "... venha o Teu Reino" vão se cumprindo.

    Quando da Parousia, muito do Cosmos já estará também restaurado, pois os inimigos serão derrotados um a um, e quando da Parousia somente um inimigo precisará ser derrotado: a Morte. O que pressupõe que os outros inimigos serão derrotados antes (da Parousia).

    É a minha perspectiva.
    Mas eu respeito o seu pessimismo... risos...

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  12. Outros pitacos:

    1. É chato ser Deus? Saber tudo antes? Onde se dá a alegria Dele ao ver, na realidade fazer acontecer o que Ele já sabe que acontecerá?

    2. Deus foi surpreendido no Éden, antes da queda...? Ou foi surpreendido com a falha de Adão? Evidente que não: Deus não pode ser surpreendido. A meu ver mesmo na eternidade, ao infinito e além, para que Deus seja onisciente, ele prescisa saber TUDO. Logo, mesmo depois da Parousia, a medida que o presente ocorrer, ele se dará exatamente da forma como Deus anteviu (ou determinou), e se alguém puder alterar o que Ele anteviu (ou determinou)... então Ele não anteviu a alteração e foi surpreendido... e não seria Deus (o que é evidentemente um absurdo).

    3. A lei após o novo nascimento, para mim, tem a função de ser um manual de santidade, mostrando o padrão principiológico que Deus quer de nossas vidas para sermos verdadeiros instrumentos úteis ao crescimento do Reino. Ou seja, antes do novo nascimento concordo com você que a lei vem para revelar o pecado... mas depois do novo nascimento ela adquire para mim, um aspecto de manual de santidade.

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  13. 4. Como podemos ser santos? Cumprindo a lei. Como podemos demonstrar nosso amor pelo Senhor? Cumprindo a lei. Só estaremos debaixo de maldição quando a cumprirmos pensando que isto nos salvará.

    5. Como é principiológica, a lei por mim não é cumprida ao pé-da-letra. Procuro olhar sempre o princípio. Exemplo: A lei diz que os homens não deveriam danificar as pontas da barba, logo era necessário que o homem tivesse barba. Isto significa que hoje eu não posso raspar a barba? Estaria o Jorge em pecado, levando-se em conta a sua fotinho? Não. A meu ver, vamos ao princípio, e trabalho com duas hipóteses, ou o corte da barba estava ligado a questões de idolatria na época, e Deus mostrou que o padrão dos hebreus deveria ser bem diferenciado das práticas idólatras de então (hipótese que gosto mais ou menos), ou (prefiro esta hipótese) Deus estava trabalhando o princípio de que as coisas ditas "unisex" não fazem parte do padrão moral de Deus. Para Deus deve ficar claro e muito bem distinto o que é masculino e o que é feminino. Logo hoje, para mim tem que ficar claro na aparência do homem, que ele é um homem (cumpre-se o princípio da lei), mesmo que ele raspe a barba (não cumpre-se a lei ao pé-da-letra). Se um homem for de aparência muito feminina, de tal forma que alguém fique em dúvida, então eu recomendo que use barba. Se a mulher fizer um corte de cabelo muito masculino demais que provoque dúvidas, então eu recomendo que deixe o cabelo crescer um pouco mais ou que use um corte mais "feminino". Nas crianças a diferenciação deve ser feita nas roupas principalmente. Ou seja, estou literalmente dizendo que a maioria dos uniformes escolares de hoje, são sutilmente contra o padrão moral de Deus, pois desde meninos vão tentando colocar um padrão confuso e que não distingue claramente o masculino do feminino (rebeldia declarada contra a lei de Deus). Foi só um exemplo, existem outros às dezenas que ainda precisam ser combatidos pelos soldados do Reino, mas como a maioria está obsecado pela Sua volta supostamente iminente.... Fazer o quê? Que morram normalmente toda esta geração e que a próxima seja mais otimista (quer dizer... pós-milenista... risos...).

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  14. Natan,

    você tem a capacidade de me colocar no céu e no inferno em fração de segundo [rsrs].

    Já estou quase assumindo-me pessimista, de tanto você falar...

    Acho que o seu esquema e o meu, colocado no texto, quanto à restauração não se conflitam. Você o pormenorizou; fui sintético, com o objetivo de apenas mostrar que Cristo é quem o faria.

    Sim. A lei tem o caráter santificador do eleito, e, talvez, mais à frente, fale sobre isso.

    Suas considerações sobre a lei são acertadas, e penso da mesma maneira. Em relação à questão da barba, é algo interessante. Li, não sei onde, que as sociedades da época primavam por homens que fossem "despelados", seriam os andrôginos de hoje, com uma aparência feminina, sendo homens, exatamente por causa da disseminação entre eles da corrupção homossexual, por isso, os pêlos do rosto e do corpo eram retirados.

    Tendo a concordar com a sua segunda hipótese, a de que Deus quer que homens e mulheres sejam distinguíveis, e não haja confusão. Mas muitos dirão que isso é legalismo, que estamos querendo impôr regras arcaícas num mundo moderno. A questão é que a secularização e o laicismo tomou conta da mente cristã, ao ponto de não perceberem o abismo em que estão se metendo. Mas deixa estar...

    Bem, é claro que há aspectos na lei que não se adequam ao mundo atual, mas a aplicação do princípio sim, como esse que você citou. Como sou "pessimista", acredito que os soldados do Reino, atualmente, já devem combater o secularismo e a incredulidade reinante, e, ainda, como pessimista, não acredito que isso vá acontecer. O que não me impede de lutar para que isso aconteça.

    Bom lê-lo, novamente, quase na velha forma, e não nos comentários curtos e "minimalistas" [rsrs]. Fazia muita falta por aqui.

    Cristo o abençoe!

    Grande abraço!

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  15. Graça e Paz a Todos, especialmente ao Jorge.

    Sobre Adão existe um texto interessante no blog do nosso irmão Rogério Portella, Graça Prístina - A Natureza de Adão e Eva.

    Já sobre o assunto do post, lembrei-me do episódio em que o "Livro da Lei" é achado perdido no Templo na época do rei Josias, é interessante ver a Lei revelando o pecado do povo, e o desespero do rei ao descobrir o porque de tanta "coisa ruim".

    Em Cristo,

    Ednaldo.

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  16. O dispensacionalismo fez muito estrago teológico disseminando entre os evangélicos uma compreensão errônea do papel da Lei e da graça. Em certos arraiais pentecostalistas onde os obreiros têm escasso ou nenhum preparo, o ensino é este mesmo: o de que os fieis da Antiga Aliança eram salvos pela observância da Lei (!!!), o que constitui grave heresia. O site Monergismo.com tem um texto em PDF de A. W. Pink, traduzido por mim, chamado "Uma Refutação Bíblica ao Dispensacionalismo", onde o autor (no princípio, defensor de tal sistema) demonstra biblicamente as falácias de tal teologia.

    Vanderson M. da Silva

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  17. Risos...

    Seu eu estivesse escrevendo ao Tiago eu teria usado a palavra "realista" para não ofendê-lo, pois sei que assim ele se define.

    Mas como li em algum lugar onde você se declarou pessimista... então não fiz este filtro para você.

    Mas eu falo respeitosamente e em tom de brincadeira.

    Eu também sou pessimista quando olho ao meu redor.

    Mas quando vejo o Reino em perspectiva e olho a Palavra e as profecias de crescimento do Reino... então eu me rendo à Escritura e sou otimista.

    Grande abraço!

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  18. Se a vossa justiça, dizendo aos discípulos, não exceder a dos escribos e fariseus, de modo algum entrareis no Reino dos Céus. Penso como o irmão Oliveira, a lei é um padrão mínimo, daí Jesus ter provado ao jovem rico que de fato ele, o jovem rico, não tinha antingido o padrão mínimo de Deus: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ele ( o jovem rico ) mesmo.

    Entedi a brincadeira, mas escrita sob a inspiração de Deus, o texto sagrado muitas vezes é escrito do ponto de vista dos envolvidos. Deus mesmo diz que Satanás feriria o calcanhar do descendente de Eva ( isso não foi desprezado ).

    continua...

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  19. Continuando...
    Curioso é que Deus prometeu a Eva e não a Adão a vitória de seu descendente. Do mesmo modo revelou tudo a Maria e a José só disse que a recebesse. Eva pecou primeiro, ela deu ouvidos à antiga serpente, Adão foi frouxo e simples cúmplice omisso.

    Uma pimentinha do debate: Como ser pessimista se está tudo determinado ( para a maioria de vocês ). Não dá nem para se emocionar. Para mim os objetivos estão definidos, mas os meios e as diversas personagens envolvidas é de fato um caldo altamente dinâmico e uma luta travada dioturnamente. Para mim erros e acertos mudam, apressam, atrazam as coisas. Pessoas que seriam salvas se perdem e perdidos se salvam aos 47 minutos do segundo tempo ( tudo bíblico ) E aí como é que fica?

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  20. Sobre a barba e outras "coisitas" mais. O decálago é uma coisa, as leis fora do decálago são pedagógicas e direcionadas ao povo de Israel.Penso que eram um tipo de treinamento na obediência, algo necessário de ser aprendido para que esse homem israelita pudesse obedecer a Deus sem a menor cerimônia. Maria e José foram educados e treinados nessa lei ( ou não ). Ambos obedeceram a Deus naquilo que especfificamente Deus lhes ordenara. À Maria, "darás a Luz", ela diria hoje "não quero e não vou". A José não temas receber Maria como sua mulher, et.etc." Hoje ao considerar toas asc oisas diríramos " na tóra": É ruim hem!?

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  21. Sobre a salvação no Antigo Testamento, a coisa não é tão simples assim, como não é simples a salvação de um feto abortado ou de uma bebê ou ainda uma criança.Lacuna dos comlimitação específica, síndrome de Down, paralisia cerebral e otras piores. Teólogos não tem o que dizer. O que temos teologicamente é um esforço de preencher uma lacuna nem tão importante ( outra hora digo porque ). Na verdade é muito mais que ser dispencionalista ou outra coisa. Sem contar que a maioria dos teólogos proeminentes só parecem ter um áurea de graça enquanto falam ou escrevem. São patéticos visitando, orando e pregando. São como gordos comentando o pênalti perdido ou o chute torto do jogador de futebol ( nada contra gordinhos e gordinhas.

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  22. Ednaldo,

    finalmente o irmão deu o ar da graça por aqui, o que muito me honra.

    Li o texto no blog do Rogério Portela, cujo autor é Nicolas Laurienzo, do qual nunca ouvi falar, mas com quem, em linhas gerais, concordo em sua exposição. Comecei a achar que estava ficando louco [rsrs], pois parecia que somente eu acreditava na não perfeição de Adão, provavelmente, por não ter acesso a outros textos e autores; inclusive, indicaram-me livros de antropologia, sociologia e outros para que eu reconhecesse o meu erro, lendo-os. Não tenho qualquer problema com as ciências humanas, mas acho muito pouco provável encontrar alguma resposta nelas, pois o assunto em questão trata da soberania de Deus, ainda que seja a natureza humana, mas pela perspectiva divina e bíblica da Criação.

    O trecho bíblico que você indicou mostra o objetivo primordial da lei, revelar o pecado.

    Agora que veio a primeira vez, volte sempre, meu irmão!

    Grande abraço!

    Cristo o abençoe!

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  23. Oi Jorge,
    Vou me atrever a dar um pitaco no debate que está bastante profundo!
    Pelo que tenho entendido nas minhas leituras, a lei veio para nortear nossas atitudes e para que percebamos o qto somos pecadores e precisamos da misericórdia e salvação de Deus.
    Como saberíamos que pecamos se não existisse a lei de Deus?
    E se não entendermos a lei como iremos receber a graça?
    Existe uma ordem na crição de Deus.Se não existessem as leis o mundo seria um caos, não haveria pecador,arrependimento,redenção e Jesus Cristo teria vindo dar um passeio por aqui!

    um grande abraço irmão querido!
    Deus te abençoe,
    Nazira

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  24. Caro Jorge, sobre a perfeição de Adão, há dois lados da moeda: toda a criação é perfeita no sentido de tudo atender as necessidades e funcionalidades de cada ser ou fenômeno. Nerssa perspectiva Adão era perfeito. E se quiser ficar só com a Bíblia, Deus disse de sua obra "que era bom". Sobre perfeiçãomoral ( crteio que seja a qual você se refere a Bíblia também responde ( só a Bíblia ) só há um perfeito que é Deus. Resumindo Adão era perfeito sim e separando as coisas, a ueda não foi devida a alguma "imperfeição", mas a liberdade e propriedade de inclusive pecar. Sobre outras coisas não somos capazes, novametne a Bíblia e o Senhor Jesus, aumentar um côvado a nossa estatura. Se Adão, os anjos, satanás fossem criados incapazes de pecar ( se assim Deus o quizesse ) não pecariam. O resto são conjecturas.

    continuando...

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  25. Continuando...como estava dizendo, não li o texto citado pelo irmão ( mas lerei quando tiver tempo )que afirma que Adão não era perfeito, e realmente sobre certo aspecto não o era, mas se for baseado em uma obra não aperfeiçoada ou acabada, ele está errado, diga o que diga. Como diz a Bíblia novamente, o primeiro Adão era carnal, o segundo espiritual, portanto diferentes, para mundos diferentes. Um para encher e sujeitar a natureza outro par vier nos céus diante de Deus.

    Um abraço mais uma vez.

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  26. Faltou uma coisa...

    Irmão Oliveira, sou professor de Artes e trabalhei a qestão quase ignorada, para não dizer cem por cento ignorada, das roupas na história do comportamento humano em duas escolas para quase trinta turmas. Parabenizo-o pela sua contribuição como ilustração do princípio da lei. Ficou excelente e atual, devidamente exclarecedora. De fato o legalista vê o verniz superficial da lei e não o princípio. Cristãos muitas vezes, crentes mesmos, pendem muitas vezes para o legalismo sem procurar ao menos entender o princípio que regeria uma determinada norma ou lei.

    Um abraço irmão.

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  27. Caro Jorge,

    Li o texto e não li os comentários, um pouco por falta de tempo, e um pouco para não ser influenciado em meu comeentário. Vale salientar que pouco tenho a acrescentar, pois de fato o seu escrito é irrefutavelmente bíblico dentro do que foi revelado. No que concerne ao primeiro homem, "Adão", partimos todos, evidentemente, para o terreno das conjecturas: "era ele perfeito? Podia pecar? A resposta definitiva é impossível.

    Gosto do esquema de Agostinho quanto ao "posse non pecare" com relação a Adão, mas também acho que não explica tudo. O que fez com que Adão pecasse? A lei, a ordem de Deus. Concordo, pois sem lei não haveria pecado. Por que pecou? A única resposta é que pecou em virtude da lei, esta, imposta por Deus. Ou seja, a causa primeira de tudo é Deus. E no entanto, ele não é o autor do pecado - e nisso eu concordo com Agostinho e com a CFW.

    Enfim, eu diria que a lei existe essencialmente para evidenciar a graça, manifesta em Cristo.

    Abraços!

    Ricardo.

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  28. Vanderson,

    é, como já conversamos, o dispensacionalismo não é um sistema meramente escatológico, mas uma forma de se reinterpretar a Escritura como um todo, de tal forma que afeta a cosmovisão cristã. E essa forma de pensar que a lei pode ou poderia, em algum aspecto ou momento salvar, está em flagrante oposição ao que a própria Escritura diz.

    Indico também o texto que você citou e que está disponível no site Monergismo, por dois motivos: além de ser escrito por Pink, tem a tradução do Vanderson.

    Grande abraço!

    Cristo o abençoe!

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  29. Natan,

    bem, há pessimismo e pessimismo. Já até me acostumei com o termo, e acho que você está, há algum tempo, me condicionando a aceitá-lo, de tal forma que o aceitei quase sem resistência [rsrs].

    Não seria melhor me chamar de otimista? Quem sabe, vai que eu não acredito?

    Abraços.

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  30. Helvécio,

    você é que pensa! O plano de Deus é tão maravilhosamente perfeito que nos emocionamos o tempo todo, glorificando-o por sua perfeição; sem ser necessário ficar na corda-bamba a mil metros de altura do chão [rsrs].

    Em relação ao homem, a própria Bíblia é pessimista quando o descreve antes da regeneração, mas puxa! como é otimista quando se refere a ele regenerado e feito à semelhança de Cristo. Então, de certa forma, somos pessimistas com o mundo caído, com o homem caído, com o mal, mas otimistas com os novos céus e terra, com o homem regenerado, e a eternidade sem pecado e morte. Mas exaltamos o plano de Deus tanto em ordenar a queda do homem quanto em restaurá-lo, porque sabemos da sua perfeição em fazer tanto uma como outra coisa.

    Bem, como disse lá atrás, quando você disse analisar a questão pelo viés de satanás, digo-lhe agora que o seu viés é humano e, portanto, condicionado às limitações do homem. Se você olhasse o mundo e as pessoas, a história e tudo o que está relatado na Bíblia com o olhar divino, diria como Deus: e tudo foi feito bom! E tudo foi feito perfeitamente! E tudo foi feito conforme o conselho da vontade do meu Senhor. E os erros, acertos, lutas, atrasos, salvos e perdidos, seriam apenas o cumprimento do plano eterno de Deus; e até mesmo a prorrogação e os salvos na prorrogação estariam previamente definidos.

    Há um problema sério no seu esquema: como Deus poderia assegurar objetivos definidos se os meios e as personagens são um caldo altamente dinâmico, ou seja, indefinidos? Em outras palavras, você está dizendo que eles podem alterar o planejamento de Deus? E se Deus planejou início e fim, como não planejar o meio? Se o meio é autoplanejável, o que garante a Deus que o final será exatamente como ele determinou?

    O fato é que Deus tem o controle sobre todo o processo, desde o início até o seu final, sem deixar nenhuma etapa ao "deus-dará".

    Fica até mais fácil para compreender, você não acha? Um esquema mais simples e definido assim como a Bíblia relata que a história desenrola-se inevitável, conforme o plano divino. E isso, ao invés de afligir, traz conforto, esperança e a certeza de que aguardamos otimistas o dia em que veremos o nosso Senhor face a face.

    Abraços

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  31. Nazira,

    atreva-se quantas vezes quiser, pois suas conclusões são exatamente o que a Bíblia revela, logo, você está a contribuir com a sabedoria que Deus lhe deu.

    Espero que, um dia, mais mulheres possam vir aqui emitir suas opiniões, e saibam que Deus quer dos seus filhos e filhas que sejamos capazes de distinguir todas as coisas, pois temos a mente de Cristo.

    Grande abraço, minha irmã!

    Cristo a abençoe!

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  32. Ricardo,

    bom tê-lo aqui, novamente.

    Tirando o esquema de Agostinho, concordo com o restante do seu comentário.

    O objetivo não é que o meu argumento convença os irmãos, mas que cada um medite, à luz da Escritura, sobre a questão. É o que tenho feito ao não "engolir" alguns dogmas estabelecidos; e, se porventura for convencido do meu suposto erro, não terei problema algum em recuar e reconhecê-lo como tal.

    Algumas definições da Igreja estão mais ligadas a convenções humanas, e a pressupostos extrabíblicos, o que é até normal, visto não serem inerrantes e infalíveis, assim como não sou nem uma nem outra coisa.

    Argumentar é algo que devemos fazer, sempre em respeito ao irmão discordante e também sendo respeitado por ele. O convencimento? Quem o dá é o Espírito Santo, através da Palavra, a cada um, conforme a sua vontade.

    E conversar, ainda que virtualmente, é para mim um prazer. Quanto mais na ótima companhia dos irmãos.

    Então, vamos pensando! Orando a Deus para nos dar sabedoria e discernimento para as questões difíceis, e paciência para com os irmãos difíceis também; pois, fazendo uma analogia a Paulo, se o meu falar servir de queda para o irmão, que eu me cale!

    Grande abraço!

    Cristo o abençoe!

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  33. Jorge,

    O prazer é meu também, em falar com irmãos. E sei que não somos donos de verdade nenhuma, por isso a necessidade da discussão bíblica, ccom irmãos comprometidos com a verdade, como o considero. Jamais quero generalizar, e nem o farei, pois, nesse quesito, concordo com Nelson Rodrigues: toda unanimidade é (quase sempre) burra.

    Assim, caro amigo e irmão, tenha a certeza que sempre procurarei separar o joio do trigo, considerando também, com igual rigor, a possibilidade de estar errado nas minhas considerações, sejam quais forem.

    Grande abraço.

    Ricardo.

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  34. Ricardo,

    nem precisava fazer essa observação, pois o conheço suficiente para saber que agirá sempre em favor da verdade, e de que é um dos irmãos que mais tenho prazer em dialogar, mesmo que seja em nossas poucas divergências.

    No meu comentário, quis deixar claro que não é meu objetivo convencer ninguém de que estou certo; essa missão não é minha, ao menos, não considero minha. E de que as divergências e discordâncias são boas para o debate, e mesmo para o entendimento do tema, desde que tratados com respeito e sobriedade. No seu caso, isso é inquestionável; o de defender seus pontos sempre educada, equilibradamente, e em espírito de amor, para, como disse, não ser pedra de tropeço a ninguém.

    Não somente você, mas todos os amigos que me visitam e comentam no meu minifúndio virtual são-me caros, e é um grande prazer tê-los por aqui.

    Decidi esclarecer a questão pois, ao reler meu último comentário, percebi que o tom do bloco final pareceu destinado a você, quando o termo "irmão" referia-se a um irmão, ou qualquer irmão, genericamente, alguém indeterminado.

    No mais, Cristo nos abençoe e mantenha-nos temperantes diante de um mundo em constante guerra.

    Abraços.

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  35. Deu "tilt" de novo...vamos lá dizer tudo de novo...

    Bem querido irmão Jorge, você fez a pergunta a mim com propriedade e clareza. Segundo a minha visão Deus garante os objetivos finais e os meios constituem um caldo dinâmico. Você pergunta como pode Ele, Deus garantir os objetivos fginais se não controla totalmente os meios. Há níveis de interferência de Deus, determinados por Ele mesmo, por ser Deus, mesmo dando margens de atuação as suas criaturas não permite que totalmente elas atuem portanto sem limites. O que esponho é bíblico, pode ser citados exemplos de persongens, fatos, relatos em que isso pode ser demonstrado, no ministério de Jesus e nos fatos cotidianos.

    Continua...

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  36. Continuando...

    Temos uma desastrada tecnologia voltada a destruição, e podemos ( potencialmente destruir toda a humnidade ) mas Deus não permitirá que nenhum louco faça isso. Poderíamos decidir parar de nos reproduzir, e nos extinguirmos como humanidade, mas Deus não nos deixaria fazer iss. Um cometa poderia destruir a terra, mas Deus não deixou e não deixará que isso aconteça. Sara induziu a Abrraão a ter outra mulher e a ter Ismael mas Deus cumpriu a sua promessa dando Isaque a incrédula da Sarah. Penso que vocês não levaram em conta a diferença existente na Bíblia entre ordenar e permitir. Longaminidade é exatamente ser flexível, paciente, perdoador e esses atributos só se manifestam quando a uma ação contrária a ação que seria de sua vontade. Se o ato pecaminoso é algo que faz parte da minha ação nem pode ser pecado e nem tão pouco necessita ser perdoado. Há uma vontade independente, embora limitada, produzida por demônios e homens, que não parte de Deus.

    continua...

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  37. Jesus não oraria para fastar dEle o cálice da cruz se não houvesse outra possibilidade real. A sua vitória não seria vitória se não houvesse a possibilidade de derrota. Não foi uma falsa luta e nem uma falsa vitória, nem tão pouco uma falsa dor. Deus éSenhor das leis naturais criadas por Ele,e Ele mesmo as quebra quando interfere na história: as roupas dos israelitas não se estragaram por quarenta anos, o fero flutuou na água e a botija de azeite verteu óleo até acabarem todas as vasilhas, e a água da purificação foram transformadas em vinho. Até o cabelo de nossas cabeças estão contados, dise ra o Senhor, hoje diria até os prótons e neutros, e elétrons estão pesados em nossos corpos. Ele não é menos Deus e menos absoluto se entendermos dessa maneira. E as Suas coisas não são simples de serem descritas. Tudo pé possível ao que crê...como? que possibilidades podem ser pensadas pelo que crê se nem o que que ele escolhe crer não é escolha dele?

    continua...

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  38. Continuando...

    Corda bamba? Esconder aos crentes que eles podem se desviar, perder a salvação? é mais simples dizer a eles que uma vez salvos, salvos para sempre? Jesus disse, o ramo que não der fruto será arrancado e queimado, o que esconder o talento na terra e não multiplicá-lo será punido. Se não tivermos um padrão de justiça maior que dos fariseus não entraremos no Reino dos Céus...quem tem ouvidos para ouvir ouça, etc, etc, Orai e vigiai, resisti ao Diabo e ( só assim ) ele fugirá de vós. Clama a mim e te respoderei ( e se não clamarmos?)
    Estejais atentos ao dia que virá o vosso Senhor, etc, etc.

    Certamente há uma segurança no Senhor mas não é unilateral mas resultado de conflito, de luta diária...no mundo tereis aflições... sereis mortos, etc. etc. Eu venci o mundo ( disse o Senhor ) enão foi retórica ou simples encenação...Nese caldo dinâmico se manifesta a fé que agrada a Deus e muitos dão para trás, alguns fazem grandes coisas para Deus e outros são patéticos.

    Foi algo resumido e corrido, talvez eu escreve um texto tentando responder a sua pergunta que foi clara e argumentativa na melhor proposição.

    Um abraço querido, mais uma vez.
    Deus o abençôe.

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  39. Crreções:

    esponho com "s" é fogo...exponho, desculpem. Já tô meio cego, com teclado preto, suporte da escrivaninha pulando, e um alâmpinha usb, e a Rose rocando( brincadeira ela não ronca )...é fogo... Só mesmoprazer de lê-lo e falar contigo ainda que virtualmente e com os demais irmãos. Falando em irmãos, desculpe se pareceu grosseira a colocação "vocês não levam em conta" não foi polida e escapou. Sem nenhuma intenção de considerar previamente nenhuma posição doutrinária dos irmãos. Enfim o nosso Deus é um Deus relacional com as suas criaturas e isso é uma grande novidade no cenário de todas as teologias, quando o Deus é o único Deus e sem rivais e que não consiste em uma divinização do homem, um semi-deus. Guardadas as proporções é como se o mior cientista do mundo e o ser humano mais "humano", mais gente boa, tivesse prazer em conversar e conviver com as formigas compartilhando com elas os seus pensamentos. Se pareceu exagero, muito maior é a distância entre a nossa pequenês e a gradeza de nosso Deus. Como ele faz isso, não sabemos,e não temos idéia. Só que Ele simplemente fez e o faz. Como nós formigas temos alguma participação nisso simplesmente não sabemos.Mas temos. E esse era o plano original que Satanás tentou frustrar definitivamente.

    Um abraço.

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  40. Graça e Paz Jorge,

    na verdade sou visitante assiduo do seu blog, apenas não sou muito de comentar para não me passar por tolo, dizem por aí "que o tolo quando se cala até por sábio se passa". [rsrs]

    Mais uma ajudinha bíblica, lembrei-me também do episódio da leitura do livro da Lei por parte de Esdras em Neemias 8, a lei quando explicada ao povo pelos levitas, lhes revelou o seu pecado.

    Em Cristo,

    Ednaldo.

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  41. Ednaldo,

    Ia elogiar-lhe a lembrança dos dois fatos, o citado anteriormente na época do Rei Josias. Eles tinham a lei e parte dos profetas, e era a Palavra de Deus que dispunha, o efeito era o mesmo o de limpá-los como a nós pela minsitraçãoda genuína Palavra de Deus.

    Uma coisa puxa a outra e caro irmão Jorge,você já deve ter recebido a minha postagem sobre "Adão Perfeito ou Imperfeito", na qual fiz algumas reflexões,não todas claro, por simples limitação mesmo, sem reiventar a roda, sobre o assunto.

    Um abraço a todos.

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  42. Caro Jorge, desculpe sem pedir a sua permissão, linkei ao seu texto, na minha última postagem. Quem lê-lo poderá acessar diretamente a sua página e ler o texto na sua postagem original. Está em

    Um abraço mais uma vez.

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  43. Helvécio,

    estamos fugindo um pouco do tema, e como devo escrever algo mais diretamente ligado ao que você está colocando, a questão da predestinação, eleição, preservação dos santos, etc, vou deixar o assunto para outra hora, senão, não vou ter o que escrever [rsrs].

    Lerei o seu texto; ainda não tive tempo, mas já o imprimi e farei as considerações que julgar necessárias, lá no "Pregador".

    Você não precisa de autorização para linkar, citar ou indicar qualquer texto meu, assim como ninguém precisa; mas, especialmente você, pelos longos anos em que nos conhecemos e por nossa amizade quase "secular", não no sentido mundano, mas de tempo mesmo [rsrs].

    Novo abraço.

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  44. Ednaldo,

    O versículo que você citou de provérbios não se aplica a você. Tem muito o que falar, e permanecerá sábio. Então, fale! Não se cale!

    Obrigado pelo trecho citado, que confirma o foco desta postagem.

    Novo abraço.

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  45. Excelente artigo, Jorge. Especialmente porque hoje em dia a Lei de Deus anda um pouco em baixa, inclusive no meio reformado.

    Quanto à lei mosaica ser dividida em moral, cerimonial e civil, vale lembrar que essa divisão não é feita pela própria Escritura. Não que eu discorde dela, ela é natural, só frisei o fato de que não é bíblica.

    Gostei muito da definição que deste sobre a lei civil, como sendo
    "aplicações ou amplificações da Lei Moral a casos específicos, detalhando os Dez Mandamentos." Se esse é o caso, e eu concordo que é, então a lei civil é a própria lei moral pormenorizada.

    Cristo nos abençoe.

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  46. Tiago,

    É isso mesmo, a lei civil nada mais é do que a lei moral pormenorizada, logo, ela é a própria lei moral pormenorizada, como você disse.

    Ou não é o que a Bíblia revela na Torá?

    Logo, não entendo a distinção que se faz, hoje em dia, de que a lei moral é aplicável ao homem e não a lei civil/penal. Estranho, né! Muito estranho... Como posso separar de uma mesma coisa uma parte dela e dizer que não é ela?

    Se, como os antinomistas declaram que a lei foi pregada na cruz, e foi, realmente em sua impossibilidade de salvar, por que alguém deve se orientar pela lei moral e não pela lei civil, que é a mesma lei moral em detalhes? Já que ambas são a mesma coisa?

    Grande abraço!

    Cristo o abençoe!

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  47. Bem talvez porque4 a lei civil/penal mais que um detalhamento tenha um viés temporal e não atemporal. Exemplo: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo é moral. Ter ou não ter asilos, prisão perpétua, pena de morte, divórcio, etc. são temporais e circunstanciais à determinadas épocas e povos. O judeus contemporâneos de Jesus erraram ao valorizar o detalhamento da lei em franco desmercimento da lei moral.

    A lei moral não foi desqualificada na cruz, apenas ficou clara que o objetivo da mesma não era salvívica. O crente não está liberado para matar a não ser na guerra, em defesa de si mesmo e de outrem em situação específica. Israel em guerra estava autorizado a matar em nome de Deus e inclusive erradicar os inimigos da terra matando-os. Jesus não se insurgiu contra a escravatura e nem tão pouco contra a prática da feitura de eunucos.

    Um abraço a todos.

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  48. Pois é, Jorge, os antinomistas estão em maus lençóis. Atacando a lei "civil" eles automaticamente atacam a lei "moral", pois se a aplicação foi abolida, o princípio não serve para nada.

    Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos é um princípio que fica muito vago se não for detalhado, dando margem para as interpretações mais variadas e criativas possíveis.

    Quanto ao que o Helvecio falou, afirmo que a Lei é atemporal. Ela é o padrão para todos os povos de todas as épocas.

    Concordo que há alguns detalhes que precisam ser harmonizados com a época e a cultura vigente usando-se o princípio da equivalência, mas só isso. A lei continua valendo, só a forma de administrar que é adpatada, e apenas em alguns casos.

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  49. Caro irmão internauta cristão,

    Ou dissemos a mesma coisa de maneiras diferentes e soou como se fosse de fato diferentes ou... bem.

    Erramos no detalhamento e os exemplos são vários, pois no detalhamento perdemos o foco do princípio.Santificai do dia de sábado ( descanço ). Uma igreja diz guardemos o sábado e pronto está cumprido o mandamento. Outros dizem não vou guardar o sábado, basta ser um dia na semana ( parece assunto resolvido ... e não é...) Fazemos do domingo ( o 7° dia de descanço um dia de tudo, de shopping, de futebol, de almoço fora, de cinema, de tv, de jogos no computador,etc ) menos de leitura da Palavra de Deus ou alguma marca de dia separado para Deus. É oitenta ou zero ( citei o sábado porque me lembrei e achei ser um exemplo radical.

    continua...

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  50. Outro diz: não dou esmola no sinal ( farol para os paulistas ) mas a Palavra de Deus diz para não fugirmos de quem nos pede alguma coisa. E os exemplos de determinadas posturas legalistas não param por aí , até fazem parte da nossa cultura evangélica, sob outra forma, mas estão bem presentes, e muitos de nós parecem gostar dessas novas regras e leis e se esquecem da velha Lei. Jesus disse para os discípulos ( e portanto para nós ) que a justiça deles ( e nossa ) se não excedessem em muito a justiça dos escribas e fariseus, eles ( e nós ) não entrariam no Reino dos Céus. Só essa passagem merece uma análise mais profunda. O detalhamento é quase sempre humano e cultural, penso.

    Um abraço a todos.

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  51. Caro Jorge saudações, fiquei com uma dúvida quando li seu post:" como pode a lei revelar pecados ocultos "latente" em Adão. sendo isto antes da queda. seria também uma queda latente?
    por que Deus não usou sua justiça para punir este pecado latente?
    o irmão poderia ser mais claro sobre este tipo de pecado antes do pecado? pois nunca ouvir nada sobre isso a não ser no liberalismo teológico. me entenda, esta dúvida é sincera! abraços

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  52. Oi, Madson!

    Bom tê-lo aqui a primeira vez e, espero, mais vezes.

    A Queda não foi latente, mas real. Adão e Eva cairam efetiva e historicamente. A Queda não é simbólica ou alegórica, mas um fato. Quando digo que o "pecado" era latente antes da Queda, quero dizer que ele estava "oculto" em Adão, não o pecado, mas a disposição ao pecado. Na verdade, Adão, para mim, não possuía livre-arbítrio; não podia escolher entre pecar e não pecar, pois ao menor sinal da Lei, ele pecou. Não teve como não pecar; e a Lei foi o "start", o dispositivo que deflagrou a rebeldia à ordem divina, e deixou clara a fragilidade da nossa natureza. Pois como disse no texto, sem a lei não há pecado, e era necessário que Deus desse a lei para que o pecado se revelasse no homem.

    Veja bem, o fato do pecado estar latente [ainda não revelado na história] não quer dizer que Adão pecou antes da Queda, portanto, não havia como Deus puni-lo. Contudo, a lei, ao ser descumprida pelo casal no Éden, tornou o pecado em realidade... o que antes era uma possibilidade [não revelada, não conhecida pelo homem] tornou-se real, para que o homem se conhecesse. Então, veio a condenação pela desobediência.

    Resumindo: eu não disse que havia pecado antes da Queda, mas a disposição do homem para pecar, o que de fato aconteceu.

    Espero que tenha sido claro, senão, é só perguntar. Terei prazer em responder-lhe.

    Grande abraço!

    Cristo o abençoe!

    PS: Talvez seja bom dar uma lida nos comentários, acho que eles deixam o meu posicionamento mais claro.

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  53. Ufa! Terminei. Muito bom o teu texto e os comentários também. Muitas dúvidas que tive ao ler o teu texto já foram sanadas nos comentários.

    Mas não pude deixar de pensar que: 1) quando Deus diz que sua criação é boa, boa não quer dizer perfeita; 2) perfeito só há um, que é Deus, então Adão não poderia mesmo concorrer com Deus; 3) compreendendo isso, estaria equivocada a CFW na expressão "retidão e perfeita santidade" ao se referir ao ser humano dotado dessas características por Deus (criação IV.II)? Como está na confissão batista?

    Abraços sempre afetuosos.

    Fábio.

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  54. Fábio,

    A CFW e a CFB foram escritas por calvinistas supra e infralapsarianos. Parece-me que em alguns pontos, como o que você citou, há uma nítida inferência infralapsariana, ao estilo de Agostinho, de que o homem poderia pecar e não pecar. Mas a Bíblia não fala de Adão, em nenhum momento, como um homem perfeito seja lá em quê se pense. Não temos referência alguma à sua suposta perfeição, ainda mais quanto à santidade. Perfeição, como você bem apontou, é exclusividade de Deus. Se a criação, e com ela o homem, fosse perfeita, Deus teria criado um outro Deus. Portanto, esta é uma inferência que não procede da Escritura, nem pode explicar a Queda, pois o que é perfeito não perde a sua condição de perfeição. Se perdeu, é porque não era perfeito.

    Neste caso, não posso concordar com o trecho da CFW e nem com o da CFB que apontam para essa perfeição na criação. Ordem é diferente de perfeição. A ordem pode se tornar em desordem, e a desordem em ordem, mas a perfeição jamais poderá cair da sua ordem perfeita.

    Entendo que Cristo não se apropriou da natureza humana [em sua essência], mas nós é que somos à sua imagem e semelhança. Em outras palavras, não é Cristo que se parece conosco, mas nós é que nos parecemos com ele, de forma que temos alguma coisa divina [Imago Dei] e essa divinidade não pode ser o corpo físico, mas aspectos da humanidade. Logo, não é Cristo que se parece conosco, mas nós é que nos parecemos com ele, em sua humanidade. De forma que Deus é humano, com exceção do pecado. Escrevi algo sobre isso no link
    http://kalamo.blogspot.com/2010/08/o-pecado-que-cristo-nao-levou.html

    Se quiser, dê uma olhada.

    Neste aspecto, sou contra a formulação ortodoxa padrão que me parece ter falhas. Mas também não excluo o fato de tê-las. Acontece que até o momento, não li ou ouvi nada que me convencesse do contrário, pois não há base bíblica nas argumentações [bases convincentes], mas especulações assim como as que, assumo, também faço.

    Grande e forte abraço, meu irmão!

    Cristo o abençoe!

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