15 fevereiro 2011

Predestinação em Gênesis 4

Por que Deus não se agradou de Caim?
  Por Jorge Fernandes Isah

Estou às voltas, esta semana, com a leitura do livro de Gênesis; e ao ler o capítulo 4, veio-me a questão: Por que Deus não se agradou da oferta de Caim, e se agradou da oferta de Abel?

A maioria tem como explicação o fato do sacrifício de Abel ter sido com sangue e o de Caim não; levando-se a crer que o fato de Abel ter escolhido dos primogênitos das suas ovelhas e das suas gorduras [indicando morte, sacrifício de inocentes, sangue derramado; assim como o próprio Deus sacrificou animais para, com suas peles, cozer roupas que escondessem a nudez do casal primevo], remetiam ao futuro, como “sombras” a indicar o sacrifício de Cristo na cruz do Calvário, como o Primogênito de Deus, o Cordeiro imaculado, inocente, que derramou o seu sangue para que muitos fossem salvos e tivessem seus pecados expiados, milhares de anos depois.

Entendo que essa conclusão é parcialmente correta. Ela aponta para a necessidade da morte como forma de se pagar os pecados; sendo o justo aquele que remirá o seu povo e, somente assim, ele será purificado de suas iniqüidades e libertado da condenação. Mas, ainda algo persiste em fustigar a mente: os irmãos sabiam como ofertar a Deus ou não?

Há os que entendem que ambos sabiam a maneira correta; mas, ao meu ver, não. O texto não traz nenhuma referência de como eles deveriam agradá-lo; se conheciam ou não, de antemão, como ofertar-lhe; apenas nos revela que:

a)     Eva deu à luz a Caim, e depois a seu irmão Abel [V.1-2];

b)     Abel foi pastor de ovelhas; e Caim, lavrador da terra [v.2];

c)     Caim trouxe do fruto da terra, e Abel tomou dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura, como ofertas a Deus.

Um adendo interessante, que pode nem mesmo ser relevante, é o da Bíblia informar o nascimento na ordem de primogenitura: Caim e depois Abel. Um pouco mais à frente, ela cita a profissão de Abel, como pastor, para, em seguida, citar a de Caim, lavrador. Mais um pouco e temos Caim ofertando primeiramente que Abel, e este o seguiu, talvez respeitando alguma preeminência que o irmão mais velho teria, de tal forma que somente após a sua oferta, Abel pode fazê-lo também. O que me leva a crer que a ambos não foi ordenado como agradar a Deus, e de que as suas atitudes foram naturais, espontâneas, de levarem a Deus o produto de suas atividades, daquilo que produziam, e que lhes era inerente às vidas e habilidades; sem que pudessem agir de maneira diferente, a não ser Caim dar dos frutos do seu trabalho e, também, Abel.[2]

Ambos parecem sinceros, dispostos a agradar a Deus e, ao menos em princípio, descartarei a possibilidade de qualquer inclinação rebelde ou má da parte do primogênito de Adão. Numa perspectiva humana, queriam o melhor, dar o que tinham de melhor, tanto de si mesmos como dos seus esforços. Agradar ao Senhor era uma forma de recompensa pelos seus trabalhos, pelo suor dos seus rostos, o que é indicativo de esmero e dedicação para com as ofertas, mesmo que a gratidão não fosse a mola-mestra que os levasse a reconhecer o bem que Deus lhes proporcionou [ao menos, no caso de Caim, isso é possível, como uma inferência. Ele queria se ver reconhecido por estar "dando" a Deus o fruto do seu suor, o melhor que tinha para dar, o que tornaria a sua motivação em auto-idolatria, ao não reconhecer o Senhor como aquele que lhe deu e capacitou-o a dar].

Outra defesa que muitos advogam para Abel é de que ele era justo, por isso sua oferta foi justificada diante de Deus, ao contrário do seu irmão. E isso é uma verdade. Deus aceitou o seu sacrifício porque ele ofereceu algo maior do que Caim [Hb 11.4], pela fé, e se a fé é um dom de Deus [Ef 2,8], o próprio Senhor propiciou-o a dar na medida correta, exatamente aquilo que seria do seu agrado.

Não é interessante que Caim poderia ser Abel? Se houvesse uma roleta a determinar aleatoriamente a personalidade e a identidade das pessoas? Poderia ser ele a pastorear ovelhas, enquanto o caçula a lavrar a terra, o que mudaria o curso da história, a partir da mudança dos seus personagens? Contudo, aprouve a Deus, em sua soberania, predestinar Abel e Caim para que cumprissem os seus eternos propósitos, de maneira que os acontecimentos transcorressem assim como havia planejado; remetendo-me à questão apontada no item “b”, de que a primogenitura foi tirada de Caim e entregue a Abel.

Alguém poderá dizer que o fato da Bíblia citar o trabalho de Abel primeiro é simples coincidência. Como não acredito em sorte, azar, acaso e coincidências, mas apenas na providência divina de realizar tudo segundo o seu santo e eterno decreto, a citação é indicativa de que também a profissão foi um fator determinante para a oferta ser agradável ou não a Deus. Quando o Senhor predestinou Abel para pastor, ele o fez com a nítida certeza de que ele e sua  oferta o agradariam, e não o outro. Ao determinar que Caim seria lavrador, sua oferta já estava rejeitada, muito antes do mundo ser mundo, e de Adão vir a habitá-lo. Deus providenciou que tudo se cumprisse convenientemente para que Abel o agradasse, e Caim não. Fazendo uma analogia com Esaú e Jacó [Rm 9.13], podemos dizer, sem dúvidas, que Deus amou a Abel e odiou a Caim.

Pode-se argumentar que a minha analogia está errada? Por que Paulo está a falar de eleição para a salvação, e de que Deus escolheu-os antes de fazerem o bem ou o mal? A aplicação da teologia de Paulo serve para todos, sem exceção, em todos os tempos. E, por isso, cabe muito bem aqui. Pois é-nos dito que Abel era justo [Hb 11.4], assim como Caim era corrupto, ímpio [Jd 11]. Ainda pode-se alegar que o tipo de oferta, se de sangue ou da terra, é que definiu o agradar a Deus ou não. Há de se lembrar que Deus aceitava ofertas voluntários de gado, ovelhas e cereais [Lv 1 e 2], nada impedindo que Caim ofertasse dos frutos da terra, anulando assim o argumento. A questão se volta então para Caim. Se o problema não foram os frutos, então a rejeição de Deus recaiu sobre ele.

Como cristãos bíblicos, reconhecemos que Deus controla todas as coisas, visíveis e invisíveis, inclusive a nossa vontade; portanto Abel e Caim cumpriram o eterno propósito divino de conduzir a história em perfeição e sabedoria, a seu termo, segundo a vontade e o decreto eterno de Deus. Não importa se Deus lhes entregou regras de como ofertar; nem se Abel sabia e Caim não. Isso é irrelevante, pois não invalida em nada a decisão de Deus se agradar de um e não se agradar do outro. O texto quer deixar evidente e nos assegurar de que Deus se agradou de Abel e não se agradou do seu irmão.

Pausa.
Caim poderia ter aprendido uma grande lição, a de como se submeter a Deus; de como se sujeitar; de, seguindo o exemplo do seu irmão, Deus se agradar dele. Porém, em seu orgulho e tolice, ele se irou fortemente, ao ponto de descair-lhe o semblante [v.5]. Estava nítido o desagrado de Deus para consigo, e o Senhor lho manifestou. Bastaria reconhecer o seu erro e fazer a coisa certa dali em diante [o que confirma a irrelevância das regras, nesse caso].

Ao matar o seu irmão, Caim como que queria dizer ao Senhor: “Não se agradou da minha oferta? Nem de mim? Agora terá de se contentar, pois não terá outra a ser-lhe oferecida; não há mais Abel, nem o sacrifício de Abel, ambos morreram. Ou se agradará de mim ou de mais ninguém”. De certa forma Caim queria que Deus se adequasse ao seu padrão moral, demonstrando não estar disposto ao contrário.

Após o assassinato, Deus perguntou-lhe sobre Abel. Caim disse: "Não sei; Por acaso sou guardador do meu irmão?" [v. 9]. Além de homicida, ele se tornou mentiroso; demonstrou arrogância, irreverência, petulância e um tom desafiador. Como está escrito: “Um abismo chama outro abismo” [Sl 42.7]... Caim experimentou, em sucessão,  várias formas de pecado a partir do orgulho de não reconhecer a vontade divina, e de que o afrontara com a sua iniquidade. E este é outro assunto a ser abordado, o fato de que Deus é quem define o pecado. Ele estabeleceu o padrão moral a ser seguido e o imoral a não ser seguido. Desta forma, Caim não está isento da responsabilidade, pelo contrário, ele é o responsável por Deus não se agradar da sua oferta, da mesma forma que Abel foi responsável por Deus se agradar da sua. Uma coisa que temos de entender é que a autoridade divina é a única a estabelecer o que é e o que não é; o que tem de ser feito e o que não tem ser feito; quem é justo e injusto; e ninguém pode inquiri-lo sobre isso, ou acusá-lo, sob pena de acumular delitos contra si mesmo.

Caim queria ser aceito, e não aceitou um não como resposta; não reconheceu seu erro, e de que não procedera corretamente, pois não foi admitido por Deus exatamente por não fazer o bem, antes o pecado estava a bater-lhe à porta, como lhe foi dito, e sobre o seu desejo de proceder mal deveria ter dominado [v.7]. Mas sabemos que o coração ímpio é incontrolável em buscar o mal [Pv  21.10]; por isso, de uma forma obstinada, Caim queria ser justificado, mas é Deus quem justifica [Rm 8.33]. Em sua dureza e cegueira, cobiçou a honra que não podia obter por seus próprios meios; fez-se provocador; culminando em receber a justa condenação de Deus: “Agora maldito és tu desde a terra... quando lavrares a terra, não te dará mais a sua força; fugitivo e vagabundo serás na terra” [v.11,12]. Caim se tornou em um homem sem arrependimento, sem amor, sem temor, e por isso foi expulso de diante da face do Senhor [v.16].
Fim da pausa.

Ainda fica a dúvida: Mas Deus não seria injusto por rejeitar a oferta de Caim, sem lhe mostrar o padrão que o agradaria? Nesse caso Caim não seria desobediente, não poderia fazer nada a respeito. Porém, a questão não é se Caim obedeceu ou não, mas se Caim agradou ou não a Deus. E não agradou; mas coube a Abel satisfazer ao Senhor, mesmo desconhecendo também o padrão que o Senhor desejava. Importa-nos saber que Deus não aprovou a sua oferta; importa-nos saber que Deus não aprovou a Caim, antes mesmo de desaprovar a oferta, pois como diz o texto: "Mas para Caim e para a sua oferta não atentou"[v.5]. E, no final, é isso que conta. Pois assim Deus se agradou de Abel e não do seu irmão; de tal forma que Abel, desde antes do seu nascimento estava predestinado a ser o pastor de ovelhas [tipo do Senhor Jesus em sua morte de sangue também] e a sacrificá-las, e a tomar-lhes a gordura, e oferecê-la aprazivelmente a Deus. Da mesma forma que predestinou Caim a ser um lavrador, a tomar dos frutos da terra para ofertar ao Senhor, irar-se, matar o seu irmão, ser amaldiçoado por Deus, e apascentar a si mesmo, seguindo o mesmo caminho do maligno.

Este é um exemplo bíblico de predestinação; revelando o poder divino de, segundo a sua vontade, operar na vida, como também na morte.

Nota: [1] Agradeço a irmã Joelma Rocha, do blog "Verdade no Coração" pelas dicas que me ajudaram a desenvolver o tema.
[2] Seguindo esse raciocínio, caso Abel fosse oleiro e Caim um caçador, as suas ofertas respectivamente seriam um vaso e um animal abatido. E, nesse caso, quem agradaria a Deus?
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29 comentários:

  1. Jorge,

    Agradar a Deus não é fácil, requer mudança de vida, arrependimento, renovação de mente e tudo isso é dado exclusivamente aos eleitos de Deus, os predestinados.

    Caim e Abel, realmente, é um ótimo exemplo de adoração verdadeira e adoração falsa, e de um espírito voluntário e grato, por parte de Abel; e, de obrigação(como se não fôssemos devedores!!!) e desconsideração por parte de Caim.

    Eu creio que Adão, recebeu instruções quanto adoração da parte de Deus no éden e, que tenha passado aos seus filhos. Portanto, eles sabiam o modo(objeto) de adorar a Deus. O problema de Caim, a meu ver, é de caráter espiritual e moral. Ele trouxe no fim de uns tempos parece-me indicar atraso, procrastinação. O seu coração não tinha Deus como aquele a quem deveria ser grato. Mas, fez por tradição cultural, talvez; Quem sabe não passava em sua mente vou fazer isso porque o meu pai me ensinou, meu irmão faz, enfim.(conjectura)

    Gostei da pausa, que verdades encontram-se ali. Sempre que leio, ouço, escrevo sobre isso, sempre me leva à humildade em reconhecer que se não fosse Sua vontade, nós também, assim como Caim, nunca o agradaríamos, mesmo que pregássemos o evangelho, cantássemos os hinos e cânticos até explodirem nossos pulmões, e vivêssemos em união com os verdadeiros crentes e dedicados na obra e assíduos participantes dos meios de graça, nada disso adiantaria, se não fosse Sua vontade.

    Abraço irmão.

    Abraço.

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  2. Prezado irmão Jorge,
    sua abordagem é interessante, mas muito do que foi afirmado, creio eu, o foi sem base textual, mesmo porque o texto não traz informações detalhadas sobre o tema abordado. Dizer que simplesmente Deus escolheu a oferta de Abel é algo precário. Dizer que os dois não tinham conhecimento sobre o padrão de oferta é precário também. Dizer que Deus aceitaria a oferta de Caim mesmo esta sendo do fruto da terra citando Lv. é algo também temerário, pois estamos falando de milhares de anos a posteriori com o advento da Lei e o texto faz referência a fatos antes da lei. Dizer que Caim poderia ter aprendido com a oferta de Abel é contraditório, pois, o seu texto afirma que não havia padrão para a oferta e se Caim era lavrador ele só poderia ofertar daquilo que conhecia na prática. Mas no final do texto há contradição novamente quando afirma que Deus havia predestinado Abel para ser pastor de ovelhas (tipo do Senhor Jesus em sua morte de sangue também), pois, se ele era tipo do Senhor Jesus então havia padrão de oferta ou não? Como compatibilizar vontade de Deus e responsabilidade humana se neste caso Caim nada sabia dos propósitos de Deus quanto à oferta? Caim seria responsável por Deus ter rejeitado sua oferta? Só seria responsável se quebrasse um padrão, mesmo que ele desconhecesse este padrão ainda assim seria responsável, mas como o texto diz que não havia padrão de oferta, então seria responsável pelo o que? Afirmar que Caim foi responsável simplesmente porque Deus não se agradou de sua oferta é tentar fazer uma formiga ser tão grande quanto um elefante, não acha? Se só estava na mente de Deus o padrão de oferta e isso não foi comunicado aos irmãos, então a aceitação da oferta de Abel foi roleta russa não acha? Que tal aceitarmos as explicações já oferecidas sobre oferta de sangue e etc. Creio que havia um padrão de oferta sim. Creio que este padrão foi comunicado por Adão e Eva, pais dos irmãos. Creio que a oferta de Caim foi rejeitada porque foi uma oferta de algo amaldiçoado por Deus, a terra e sua oferta foi do fruto da terra.
    Minhas colocações são somente para apimentar o dialogo e aumentar o número de visitas ao blog. Rsrsrsrsr.
    Um forte abraço
    Em Cristo
    Pr. Luiz Fernando

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  3. André,

    Este texto de Gênesis nos leva a muitas inferências e especulações, pois ele não esclarece em detalhes o que levou os irmãos a ofertarem a Deus. Mas deixa claro o fato de Deus não se alegrar da oferta de Caim e se alegrar da oferta de Abel. O centro é esse, ao meu ver, e mais do que revelar como e porque Deus se agradou, ele nos quis mostrar a sua independência e soberania em se agradar, a despeito dos detalhes. O que temos em seguida é a consequência disso, e os atos de Caim são motivados por ter sido rejeitado por Deus.
    Se sabiam da instrução ou não, parece-me irrelevante.
    Quanto ao coração de Caim e sua forma de adorar, estamos de acordo, pois o texto diz que Deus desagradou-se primeiro dele e depois da sua oferta; não havia nada nele que Deus se agradasse.
    Seu último parágrafo é exatamente o que penso [poderia ter saído da minha mente também, o que nos revela a unidade do Espírito; mais do que saber se foram orientados ou não à adoração, o resultado deve ser sempre o que você relatou, seja na vida de Adão, Abel, Davi ou a nossa, pelo poder de Deus operar eficazmente nos eleitos, a adoração será sempre eficaz], e também é o que a Bíblia nos revela em todos os tempos.

    Grande abraço, meu irmão!

    Cristo o abençoe!

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  4. Pr. Luiz Fernando,

    acho que as minhas respostas serão ainda maiores do que o texto... Mas vamos lá, pôr um pouco de “magnésia” nessa pimenta ou apimentar mais [rsrs]:
    1)A base da minha interpretação é o próprio texto. Como disse ao André, ele não nos apresenta detalhes de como e porquê a adoração aconteceu, nos diz que aconteceu, e pronto!
    2)Dizer que eles sabiam como adorar é uma especulação também, pois não há indicação de que isso ocorrerá antes, nem mesmo com Adão. Se é precário ou não a afirmação de que Deus simplesmente escolheu a oferta de Abel e não a de Caim, é o que está escrito, e me parece o cerne do texto.
    3)Sobre a minha conclusão de Deus aceitar a oferta dos frutos da terra com base em Lv 2, prendo-me ao fato de que Deus é imutável, e se aceitou depois, por que não aceitaria àquela época?
    4)Após ofertar e ter sua oferta rejeitada, Caim sabia o que lhe conviria fazer da próxima vez, pois Deus aceitou a oferta do seu irmão e não a sua, revelando o padrão. Há uma lição moral ali, mas Caim não a viu, pois não podia ver [a venda que cobre os olhos dos pecadores e somente Deus pode tirá-la]. Antes irou-se contra Deus e seu irmão. O fato de não haver um padrão anterior, não quer dizer que depois não havia um padrão, pois o ele passou a ser a oferta de Abel; portanto, não há contradição no que digo, pois o próprio Deus se encarregou de estabelecer o padrão, ao aceitá-lo e se agradar dele.
    5)Não entendi o que o fato de Abel ser tipo do Senhor Jesus [após a sua morte] tem a ver com o padrão de oferta. Abel ofertou corretamente, e isso é o que importa [se sabia ou não, que diferença faz?]. O padrão passou a ser o da sua oferta, porque assim Deus quis, e por isso ele foi predestinado a ser pastor e não lavrador. Não entendi onde há contradição.
    Continua...

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  5. [...]

    6)O erro está em "compatibilizar" a soberania de Deus e a responsabilidade humana. Caim foi responsável diante de Deus não porque sabia como deveria fazer, mas porque fez. O ato de Caim é que o tornou responsável. Mas ainda assim, Caim poderia ter se arrependido pelo que fez de errado; reconhecido sua dependência de Deus; reconhecido que o seu irmão fizera o correto; reconhecido-se tolo; reconhecido que não é qualqur tipo de oferta que agrada a Deus, e buscado o padrão que o agradasse; poderia ter dado lugar à humildade, mas preferiu o caminho do seu coração, o caminho inverso, em maquinar o mal, em afrontar ainda mais a Deus e cometer uma série de pecados: soberba, inveja, mentira, irreverência, assassinato...
    Da mesma forma que o pastor alega que Lv 2 não poderia ser usado para justificar a oferta dos frutos da terra, provavelmente Caim não sabia que invejar, mentir, afrontar a Deus e matar fossem crimes e pecados, pois não havia ainda a lei. Mas ela estava no coração de Deus, por isso, a partir daquele momento, Caim foi julgado por eles [dizer que ele sabia é uma especulação, pois o texto não nos fala disso]; e eles passaram a ser crimes contra Deus também.
    Caim quebrou o padrão, sabendo ou não, pois o que importa não é o nosso conhecimento, mas o conhecimento de Deus. Parece-me que é como Paulo trata a questão: “Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também perecerão” [Rm 2.11]. A Lei de Deus é para todos, quer saibam ou não, e todos serão julgados por ela, e não poderão alegar que não sabiam, demonstrando que o ato, o praticá-lo mesmo sem conhecimento não o torna inocente, mas condenável e condenado.
    7)O importante é ressaltar que, para Deus, e é o que o texto nos diz, Abel ofertou corretamente; e Deus operou de tal forma que ele não poderia ofertar de outra maneira, para assim ser aceito diante dele. Da mesma forma, Caim ofertou erradamente; e Deus operou de tal forma que ele não poderia ofertar de outra maneira, para assim não ser aceito diante do Senhor. Importa o que Deus pensa, o que ele julga, não o que os homens imaginam que seja correto ou não. Abel fez o correto, foi aprovado. Caim fez o incorreto, foi desaprovado. Não há contradição. Há a soberania de Deus em determinar todas as coisas; e, no fim, Caim foi responsável pelo seu ato, assim como Abel também. Não havia roleta russa, pois nada aconteceu aleatório, por acaso ou fortuitamente, mas tudo, em seus mínimos detalhes aconteceu conforme a providência divina, para que os resultados determinados eternamente chegassem a termo, cumprindo a santa e justa vontade do Senhor..
    Obrigado por seu comentário; e por apimentar o debate.
    Grande abraço!
    Cristo o abençoe!

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  6. Quanto à idéia da predestinação quanto ao caráter e às ocupações de ambos, nem é necessário o texto fazer clara menção a isto, pois está plenamente de acordo com o todo das Escrituras.
    Vejo o caráter como diferença fundamental entre ambos. Abel, relacionado como o primeiro herói da fé, visava, com sua oferta, a glória de Deus. Caím visava tão somente cumprir uma obrigação religiosa, fazer um ritual qualquer, talvez para mostrar-se piedoso como o irmão e para agradar os pais. Isto, a meu ver, está implícito no texto. O termo que deve ser grifado é "primícias". Abel "trouxe das primícias do seu rebanho", enquanto "trouxe Caím do fruto da terra uma oferta ao Senhor". Esse artigo indefinido traduz corretamente o texto e indica que foi uma oferta qualquer. Não tinha a classificação de primícia, como a de Abel. Por isto discordo quando é dito no post que "ambos parecem sinceros, dispostos a agradar a Deus [...] Numa perspectiva humana, queriam o melhor, dar o que tinham de melhor, tanto de si mesmos como dos seus esforços". Abel, sim, queria dar o melhor, pois a palavra primícias assim o indica. Quanto a Caím, sua oferta é apenas "uma oferta".

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  7. Jorge irmão,

    Não quero especular, mas gostaria de inferir algumas coisas:

    1. A obediência de Adão e Eva a respeito da gerência da criação do Senhor e mais especificamente a respeito do não desobedecer ao mandato de Deus quanto a comer da árvore do bem e do mal, a meu ver, parece-me indicar obdediência e adoração, até o pecar de ambos, é claro.

    2. Depois do pecado e, consequentemente, a desobediência quebraram a adoração deles a Deus. Eles perceberam que estavam nus e tentaram se cobrir e Deus os vestiu de peles, aí entra uma inferência que acho importante:

    2.1. Deus sacrificou um animal(derramamento de sangue) e os vestiu.
    2.2. Depois disso a prática de adoração sacrificial pode ter sido continuada depois, a prova é o sacrifício de Abel.

    3. Caim ofereceu ofertas do fruto da terra, será que antes disso Adão não oferecera a Deus algum tipo de oferta?! Não quero afirmar isso, apenas é para raciocinar. Até porque o texto não dá nenhuma informação a respeito a não ser o fato de Adão cultivar a terra e cuidá-la.(isso Jorge é especulação)
    3.1 Por outro lado Abraão em Gn 14 deu o dízimo mais ou menos 500 anos antes da entrega da lei no sinai, será que Deus não tinha em algum momento revelado somente a Abraão a necessidade de adorá-lo daquela forma também?! Acho que é possível.
    Logo, acho ser possível também, antes de Deus ter dado a lei cerimonial ter revelado de alguma forma que ofertar a Deus dos frutos da terra também o agradaria. Como posteriormente o faz em Levítico.

    Tendo isso em mente concordo com a Marcos Antônio em gênero, número e grau quanto a realidade da intenção dos dois irmãos. A primeira oferta veio de um coração não salvo, sem compromisso com Deus e sua vontade. A outra oferta veio de um coração salvo, comprometido com Deus, sincero.

    Fica claro dessa forma que não creio que a rejeição se concentra no objeto de adoração(Sacrifício ou Ofertas do Fruto da Terra), mas concentra-se no coração que agrada a Deus. Se fosse Caim que trouxesse o Sacrifício com o mesmo coração impenitente não seria aceito e se Abel trouxesse do Fruto da Terra com o coração grato ele certamente seria aceito.

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  8. Marcos Antonio,

    interessante a sua colocação. Porém, tanto na ACF como na ARA não temos a palavra "primícias", mas "primogênitos", o que indica os primeiros, não apenas "o" primeiro, mas muitos primeiros, provavelmente o primogênito de cada uma das ovelhas-mães ou de algumas delas. A idéia é nos remeter como uma "sombra" a Cristo, o primogênito entre os eleitos, o unigênito de Deus.
    Fui até a Bíblia de Jerusalém [uma versão do texto crítico] e encontrei a palavra "primícias", provavelmente a que você encontrou em sua Bíblia NVI, BLH ou outra proveniente do TC. Mas lendo e relendo os textos não percebi nenhuma alusão a Abel ter dado o melhor da sua produção e Caim não. Primícias tem o mesmo significado de primogênito, indicando os primeiros apenas, não há a conotação de algo especial, melhor. Tanto no texto majoritário como no texto crítico não há ênfase em que os produtos ofertados de um eram melhores do que os outros.
    A oferta como adoração, em seu aspecto moral e espiritual é que são o foco do texto. Deus rejeitou primeiro Caim e depois a sua oferta. Não foi o contrário. Assim como Deus atentou primeiro para Abel e depois para a sua oferta. Também, não foi o contrário.
    Sobre o fato do texto não falar em "primícias" dos frutos da terra, nunca fui agricultor, mas acredito que seja difícil saber quais são os primeiros grãos ou não. Talvez, por isso, o termo não seja aplicado por Deus para a oferta de Caim.
    O certo para mim é que o texto é muito claro em enfatizar que Deus atentou... Deus não atentou... Este é o cerne, revelar a escolha, a vontade divina, e o seu caráter preordenador de se agradar de um e desagradar do outro. O restante do cap. 4, como disse ao pr. Luiz Fernando, são consequências do ato divino de agradar-se de um e não agradar-se do outro.
    Qualquer coisa que vá além disso é inferência e especulação, tanto da minha parte como da dos irmãos.
    Obrigado por sua visita e comentário.
    Cristo o abençoe!
    Abraços.

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  9. Caro irmão Jorge,

    Não li os comentários acima ( os lerei depois de dar a minha pitecada ). Tenho feito uma defesa do Gênesis em meu blog pois tenho constatado que entre os que tem mais informação ( falo de crentes ) a defesa e a confissão na crença nos registros do AT se tornam saia justa para muitos. Se parte da Bíblia não for verdadeira, todo o resto não teria sentido. Creio que também que o Gênesis ( não só mas também ) têm muito mais a nos dizer do que se depreende na superfície do texto. O episódio entretanto não serve para nem de longe justificar a predestinação, pois ambos os irmãos ( Abel e Caim ) não entram na genealogia de Cristo. Contudo a sua escolha do tema, o sacrifício apresentado pelos gêmeos é um excelente ponto de partida para leitura e meditação da Palavra de Deus, a qual concordamos ser infalível, profunda e rica em sabedoria vinda do próprio Deus.

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  10. Contudo a diferença não foi no método, na forma da adoração e como figuras do que aconteceria no futuro. Trata-se de uma interpretação possível mas extremamente simplista. Adão, Eva, Abel e Caim, sabiam mais de Deus do que nós hoje.A sua experiência com Deus era, de certo modo mais palpável que a nossa, essencialmente teórica. Eva, Adão e os filhos criam que um deles reverteria a situação em que estavam. Logo embora gêmeos o que estava em jogo, do ponto de vista deles ( Abel e Caim )era qual deles feriria a cabeça da serpente, o salvador que os conduziria novamente ao Jardim do Édem ( talvez ainda existente e protegido para que para lá por seus próprios meios não voltassem. Pelos olhos de Caim foi uma disputa pelo poder, pela primazia diante do Senhor, muito mais do que a aparência de uma oferta. De uma forma ou de outra, Abel morreu, Caim foi rejeitado e só Sete foi o substituto de Abel na dinastia do Senhor Jesus.

    Vou ler agora os outros "coments", grande abraço mais uma vez querido.

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  11. André,

    Como já disse, repito, o foco do texto, ao menos para mim, não são as ofertas nem como foram ofertadas, mas o fato de Deus se agradar de um e não se agradar do outro.
    Bem, a conclusão que você chegou é a mesma que eu cheguei, por que? Porque em tudo isso está o propósito de Deus. De tal forma que ele guiou a história e os fatos para que Abel fosse-lhe agradável e a sua oferta também, e Caim fosse-lhe desagradável e a sua oferta também. O que temos, mais do que o agir humano, é o agir de Deus pelo qual os homens agiram.
    Pode ser um reducionismo da minha parte; posso estar errado em uma ou outra inferência ou especulação [a palavra especular não tem apenas o significado negativo, mas ela também descreve uma ação positiva, e é nesse sentido que a uso, como está no Michaelis: "Especular (lat speculari) vtd 1 Estudar com atenção e minúcia sob o ponto de vista teórico: Especular causas e origens de acontecimentos. vint 2 Meditar, raciocinar: Deixemos de especular vagamente, ajamos. vti 3 Colher informações minu­ciosas acerca de alguma coisa: Especulou sobre a vida anterior do seu pretendente"].
    Agora, é fato que Deus se agradou de Abel porque Abel ofertou-lhe corretamente, e Caim não.
    Mas vamos "especulando" e orando a Deus para nos dar sabedoria.
    Mas essa passagem tem contida em si mesma muitos ensinamentos, que devemos harmonizá-los com o restante das Escrituras.

    Abraços.

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  12. Dinastia foi mal heim? Genealogia de Jesus.De fato se observarmos nem Abel nem Caim são listados na geneologia do Senhor Jesus.

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  13. Helvécio,

    parabéns por defender a integralidade da Escritura, como a verdade revelada por Deus para o seu povo.
    Vivemos um momento em que, ao exemplo de Marcião, muitos querem dizer, por gostos pessoais ou baseados na "infalibilidade" científica, o que é verdade e o que não é verdade na Bíblia; e esse é o maior perigo que muitos ditos crentes se aventuram a afirmar. Gênesis é um livro que, atualmente, para a maioria dos "estudiosos", tem um caráter alegórico, especialmente do cap 1 ao 11, onde se afirma não haver "provas" para a sua veracidade. Daí para se chegar às conclusões de que não houve ressureição, que Cristo não nasceu virginalmente, etc, é um pulo.
    Temos de entender que a Bíblia é a verdade, ela toda. E faço coro com você de que se ter uma parte dela é o mesmo que não ter nada; e se ao menos uma mentira estiver em seu corpo, ela toda é mentirosa.
    Especialmente, esse trecho de Gênesis é uma passagem rica como quase todas na Escritura o são. Como isso não estou dizendo que existam passagens que não são ricas, mas ricas por nos trazer diversos ensinamentos, é o ponto.
    Achei interessante a sua posição quanto à disputa de poder por parte de Caim e Abel, para se ter primazia diante de Deus, mas ainda assim é um inferência, pois o texto em questão não nos diz nada sobre isso. E, também, em nada invalida o que eu disse, pois Deus poderia usar qualquer motivação no coração de Caim para que ele lhe fosse desagradável.
    Mas é um ponto especulativo ao qual há bastante lógica, e bem pode ser crível.

    Grande abraço, meu irmão!

    Cristo o abençoe!

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  14. Caro Irmão Isah,
    Interessante a sua abordagem, entretanto pouco bíblica, pois Deus sempre quis salvar todos e não perder nenhum sequer (Jo 6.39). O homem foi predestinado, ou seja, destinado previamente ao louvor do Senhor (Ef 1.6;2.10). Ou seja, predestinação não tem nada a ver com o que o monergismo prega, pois confundem predestinação com presciência de Deus. A idéia correta é que tudo na vida tem um destino prévio, ou seja, uma predestinação. Assim como um utensílio doméstico fabricado para 110 v queimará ao ser ligado em 220 v, é o homem que foi criado para estar ligado a Deus e se liga ao diabo. A predestinação do homem é louvar a Deus, mas se este obedecer o diabo queimará no fogo do inferno. Deus sempre soube o como cada homem e mulher empregaria seu livre-arbítrio, mas Ele não tole o livre-arbítrio de ninguém.
    Com relação a Gn 4, eu tenho que informar que o motivo de Deus não se agradar de uma oferta em detrimento da outra foi a questão das primícias somente, ou seja, Abel cuidou de cada um dos primogênitos e Caim não entregou as primícias, sendo apenas uma oferta. Esta é a diferença básica, além de ser uma sombra da lei e da morte vicária de Jesus na cruz.
    Na paz,
    Vinícius Damasceno do Nascimento
    http://seladonapromessa.wordpress.com

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  15. Meu irmão, quanta gentileza sua em citar meu nome... o mérito é realmente todo seu!
    Parabéns pelo texto, pelo alto nível do debate...Parabéns pelo Blog! Abs.

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  16. Querido irmão Jorge, a partir do que, sábia e bem medidas palavras, disse em resposta a mim, no que concordamos quanto a defesa irrestrita da Palavra de Deus gostaria de acrescentar que crentes verdadeiros defendem integralmente a Palavra de Deus como nós o fazemos na medida do que conhecemos ( faremos mais quando soubermos mais ).Um exemplo: calvinistas e arminianos( e assemelhados...rs...rs...rs... )discordam quanto ao que entendem mas não discordam quanto ao que Deus diz. Muitas coisas não entendemos ou entendemos em parte e até entendemos errado ( e por que não ?). Gosto de dizer que muita coisa na Bíblia eu não gosto, preferia que fosse diferente, mas não é, é do jeito de Deus e assim sendo só resta crer. É duro engolir o Gênesis para o homem presunsoço moderno do século XXI. Mas Deus disse, está dito e pronto.

    Um abraço e aos demais irmãos.

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  17. Jorge,
    A versão da Bíblia que uso normalmente é Almeida Revista e Atualizada (ARA), 2ª edição (1999) e é nela que encontro a palavra "primícias". Embora o hebraico "bekôr" signifique literalmente "primogênito", em alguns casos, como em Gn 4.4, pode ser traduzido "primícias", talvez porque esteja no plural e indica uma seleção entre vários animais primogênitos. Abel sacrificou vários animais primogênitos e não apenas um. Os primogênitos eram, regra geral, tido como primícias (Gn 49.3; Sl 78.51). Por outro lado, o hebraico "ra'shit" (início, começo), traduzido primícia ou primeiros frutos em muitos textos é ainda mais usado no caso dos frutos da terra: Ex 23.16,19; 34.26 (aqui "bekôr" e "ra'shit" aparecem como paralelos também); Lv 23.10 e outros. Fica claro que Caím poderia também selecionar "primeiros frutos" de sua lavoura. Ainda devemos lembrar que a palavra primogênito se aplica ao Senhor Jesus não apenas porque é o primeiro, mas porque é o mais excelente (Cl 1.15,18).
    De fato, Deus rejeitou antes ao ofertante, predestinado para ter um caráter ímpio. Mesmo religioso, não adora de fato "em espírito e em verdade". O fato de trazer apenas "uma oferta" era apenas o reflexo disto. A oferta desclassificada serviu de testemunho contra o caráter ímpio do ofertante.

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  18. Vinícius,

    eu diria o mesmo do seu comentário: interessante, mas pouco bíblico [rsrs].
    Olha, o foco do meu texto não é explicar a predestinação, mas localizá-la no trecho citado. E como você interpreta predestinação de uma forma completamente diferente do que a Bíblia o faz, e também pelo fato de já ter me envolvido em longas discussões sobre o assunto, e no final, ficávamos eu e os debatedores andando em círculos, num desgaste desnecessário [e me parece que seria o mesmo por aqui, visto você já vir com seus conceitos e definições prontos], abrirei mão do debate sobre predestinação e livre-arbítrio.
    Agradeço-lhe a visita e comentário.
    Volte sempre.
    Cristo o abençoe!
    Abraços.

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  19. Joelma,

    mas que honra tê-la finalmente comentando por aqui, ainda que seja um agradecimento.
    Os cristãos não são seres isolados, reclusos, que vivem como ermitãos. Interagimos e dependemos uns dos outros [assim são os membros no Corpo], e a sua contribuição ao texto foi grande [o resultado final não é "culpa" sua, mas suas dicas me levaram a meditar em aspectos que não vi anteriormente].
    Se há algo de bom no texto, divido-o com você; se não, a culpa é toda minha.
    Obrigado por sua visita, espero-a mais vezes por aqui.
    Grande abraço, minha irmã!
    Cristo a abençoe e aos seus queridos!

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  20. Helvécio,

    seu comentário merece uma moldura [rsrs]. E tocou num ponto fundamental: como defender a fé cristã se relativiza-se a Bíblia e alegoriza-se o seu caráter histórico e factual? Isso é qualquer outra coisa, menos o Cristianismo bíblico. E são os que se propõem a essa aberração que devem explicar onde querem chegar, e por que o querem.
    Cabe-nos proclamar a verdade, e de que a Escritura é toda e a completa verdade, pois provém do Deus todo e completamente verdadeiro.

    Abraços.

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  21. Marcos Antonio,

    seria o meu amigo, o pr. Marcos?
    Bem, a minha ARA deve ter vindo com defeito [rsrs]. Como é um exemplar antigo e bastante surrado [já o recebi em estado avançado de mutilação], a página em que consta a edição não existe mais, e ficarei devendo esse detalhe.
    Depois de suas explicações, por sinal, excelentes, acho que posso concordar com o seu argumento e, talvez, fazer uma junção entre o que foi dito e o que o Helvécio disse sobre a disputa "política" entre Caim e Abel.
    De qualquer forma, esses fatores são secundários ao texto [ao meu ver], pois o que importa é o fato de Deus se agradar de um e não se agradar do outro, no que o irmão concorda.
    Por isso, todos os detalhes, inclusive o que especulamos e que não está claro no texto, se verdadeiros, foram consequências ou reflexos, como você disse, da vontade de Deus.
    Obrigado, novamente, por seu comentário.
    Abraços.

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  22. Jorge, é impressionante como seus textos são polêmicos (no bom sentido rsrsrs).
    Temos em Gn 8.20, Noé oferecendo sacrifícios de animais ao SENHOR. E nos capítulos anteriores não vemos Deus ordenando Noé a fazer tal tipo específico de sacrifício. Se o SENHOR havia passado tal determinação tanto para Noé, quanto para Caim e Abel, nós não sabemos, mas a inferência é parecida; ou seja, uma pessoa ofereceu algo (não sabemos se foi ordenado ou não) e este algo foi aceito ou não. Portanto, um sujeito utilizou de um determinado meio específico para atingir um fim. Como é Deus quem controla os meios e os fins, acredito que independente, de ser conhecido ou não por parte deles os meios a serem utilizados, o SENHOR já determinara tanto os meios quanto os fins que cada um haveria de propor para o Seu Santo propósito.
    Então, se Caim sabia e não o fez, é indiferente, pois se Deus quisesse que ele oferecesse outra oferta, ele poderia resistir-Lhe?
    Cabe a nós que compreendamos o contexto do texto, que a meu ver, mostra Caim indiferente à recusa de Deus. Não se colocando submisso às apreciações do SENHOR.
    Um abraço, meu irmão.

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  23. Eric,

    é involuntário; nunca escrevo nada pensando em ser polêmico, mas sempre buscando ser bíblico. Como não sou infalível, nem sempre alcanço o que procuro, mas sinto-me, na maioria das vezes, seguro por estar em sintonia com o texto sagrado.
    A minha defesa leva à mesma conclusão que você chegou, de que tudo o que pode ser discutido nessa situação entre Abel e Caim é secundário, visto Deus haver predestinado tanto um como o outro, e eles cumpriram exatamente segundo a ordenação divina, muito antes do mundo ser mundo.
    É claro que se pode tirar muitos ensinamentos desses poucos versículos, pois o texto é riquíssimo, mas o cerne, continuo crendo, é o fato de Deus escolher um e rejeitar o outro.
    Eu poderia ter entitulado esta postagem assim: "Eleição e predestinação em Gênesis 4", mas achei o título grande demais [rsrs].
    As inferências e as conclusões do ponto de vista moral, adoração, etc, são importantes, ainda que muitas sejam afirmações a partir de conjecturas, de algo não explícito no texto, porém
    o que não se deve esquecer é do caráter explícito que ele está nos revelando: a soberania divina na escolha e rejeição, de tal forma que os meios ou causas secundárias levem ao fim: o cumprimento da santa e perfeita vontade de Deus, decretada eternamente.
    Grande abraço, meu irmão!
    Cristo o abençoe!

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  24. Voltei..caro irmão Jorge e amigos,

    Parece ser conveniente lembrar do processo que redunda no registro final de Gênesis: Quem conta os fatos concernentes à criação e tempo próxima a ela é o proprio Deus, primeiro a Adão e a Eva e esses a seus decendentes e posteriormente oralmente a todos que guardaram o conhecimento real de Deus. Moisés no Egito, capacitado como principe e escriba, dá formato final a esse registro. Daí a relativa economia de detalhes pela dificuldade de se escrever e registrar-se, algo diferente hoje pois pode se facilmente escrever um livro de 500 páginas sobre qualuqwer conversa fiada. Por isso também só o essencial foi realmente registrado e também por isso cada palavra valorizada no texto original mais que nas traduções constituem chaves importantes para uma maior compreensão. Por isso tambem longe de ser simples como se supõe é de fato mais rico e complexo do que se vê superficialmente. Por isso a Bílbia é o livro dos livros e a maravilhosa Palavra de Deus. Daí também não é de se assustar com as controvércias possíveis mesmo entre crentes sinceros, sobre algum assunto ou tema. De fato não é tão fácil assim, é única e maravilhosa e demanda percistência, amor, dedicação e tem a sua recompensa. Um abraço.

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  25. Helvécio,

    o mais interessante e fantástico em tudo isso é que Deus, em poucas palavras, diz tanto! E no pouco que diz, provavelmente, não apreenderemos tudo o que quis nos ensinar.

    Abraços.

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  26. Sou eu mesmo, Jorge, o servo conhecido como pastor Marcos para uns, reverendo Marcos para outros. Sou identificado com o meu nome composto em minha conta no Google: "Marcos Antonio".
    É sempre bom ler seus posts, mesmo que discorde de alguma coisa ou que simplesmente acrescente alguma coisa.
    Abraço.

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  27. Pr. Marcos,

    não o confundirei mais! [rsrs].

    Da mesma forma, sempre é bom ler os seus comentários também, que acrescentam muito, mesmo que discordando do que penso.

    É sempre um prazer tê-lo por aqui!

    Grande abraço!

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  28. Desde que Adão e Eva pecaram, começou a batalha do bem contra o mal. Foi formado dois grupos: de um lado Caim, de outro Abél. Se fosse o diabo que tivesse pedido para ser feito essa oferta, com certeza, teria vencido Caim. essa batalha, só terá seu fim, quando for tocada a ultima trombeta, e Deus que é o juiz supremo, vai julgar aqueles que venceram com Cristo, o perdidos, que ficaram com o diabo. Nessa batalha, não terá arquibancada, somos todos participamentes grato josias

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  29. creio eu que a soberania de Deus explica isso, proverbios 16.4 uma coisa é certa,Deus se agrada primeiro do ofertante para depois se agradar da oferta com isso cai por terra essa teologia da prosperidade que só fala em dinheiro.

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