08 agosto 2010

Cristo não-dual
















Por Jorge Fernandes Isah

Em nenhuma passagem da Escritura temos a apresentação de Cristo como um ser dualista, onde duas personalidades se apresentam de maneira conflitante, quase a se digladiaram entre si, disputando a primazia, o controle do mesmo corpo. Infelizmente, muitos acreditam ser Cristo um ser dual, onde uma de suas naturezas, ao se manifestar, encobre, isola ou anula a outra. Não há nada que nos leve a essa compreensão. Pois seria possível o Deus ser anulado pelo homem? Ou isolado por ele? Ou Deus estaria simplesmente usando a matéria para manifestar-se humanamente? Quando Paulo nos diz para ter a mente de Cristo, a quem se refere? Quando chamados a ser santos como Ele, a quem se deve imitar? Ao adorá-lo, bendizê-lo, glorificá-lo, estamos separando-o, de tal forma que apenas uma parte será o alvo do louvor? Na eternidade, seremos chamados à glória de quem? E mais, quem nos resgatou? A própria idéia de uma parte de Cristo, a fragmentação de sua Pessoa, por si só deve ser prontamente rejeitada, como um absurdo; e mais do que isso, uma perversão da verdade. Acontecer de se olhar para determinada atitude do Senhor e considerá-la como sendo do homem, enquanto outra é de Deus, faz-nos defender, ainda que inconscientemente um “Cristo” não-Cristo e jamais revelado, posto estar em flagrante oposição a tudo o que a Palavra declara de si mesma [1].

Há de se entender que a nossa imperfeição e má-interpretação nos levará a segmentá-lo como se estivéssemos diante de dois seres, como se dois “Cristos” habitassem o mesmo corpo; como irmãos siameses a espera de serem separados. Porém, é-se impossível dividi-lo, mesmo que alguns se esforcem em fazê-lo. A Bíblia não o trata assim, antes reafirma a sua unidade, como ser indiviso, uma só personalidade, um Cristo apenas; Deus e homem é verdade, mas coexistindo harmoniosamente, sem conflitos, sem disputas, sem incoerências, sem dualismos. Parece-me inadequado, impróprio e leviano dizer que certa ação é do Cristo-homem, enquanto outra é do Cristo-Deus. Cristo é um, e age segundo a sua unidade pessoal, não segundo uma suposta divisibilidade em si mesmo. Ao se dizer que isso é do homem, e isso é de Deus, fazemo-lo um ser duplo, com dupla personalidade, com dupla pessoalidade, duas mentes, dois seres vivendo no mesmo físico, o que, por si só, seria indicativo de imperfeição; quando não do ser esquizofrênico, da Palavra que falha em não se referir a nada ou alguém parecido com ele.

Os apóstolos e os discípulos do Senhor viam-no como homem mas também como Deus em cada uma de suas atitudes, ainda que algumas delas pendessem mais para um lado do que para o outro, sob o nosso olhar limitado e imperfeito, a partir de uma compreensão reducionista. Contudo, pelo testemunho bíblico, não há sequer a alusão de que fosse duas pessoas, nem mesmo distinguiam suas ações. Também para Cristo, ele era tanto um como  outro, o que até mesmo os seus inimigos perceberam e admitiram, ao ponto em que planejaram e executaram a sua morte na cruz. Com isso, não quero dizer que eles creram nele, mas reconheciam que ele se proclamava Deus, sendo homem.

Certa vez, Ele disse, respondendo a uma acusação dos fariseus: “Ainda que eu testifico de mim mesmo, o meu testemunho é verdadeiro, porque sei de onde vim, e para onde vou; mas vós não sabeis de onde venho, nem para onde vou” [Jo 8.14].

Claro que Cristo não está a falar apenas como homem, nem apenas como Deus, nem se referindo a qual parte dele veio do céu ou para lá voltaria, nem qual parte testemunhava de si mesmo ou não; nem qual parte era verdadeira ou não. Temos a nítida idéia de unidade, de que as suas duas naturezas não são distintas nem distinguidas [de que não as distinguia], nem ele fala de uma como se não falasse da outra. Para ser mais especifico, Cristo não faz qualquer alusão a um lado divino e outro lado humano, dissociado da sua pessoalidade.  Ele era um, e se proclamava legitimamente como sendo um. Não o vemos dizer: “Eu, como Deus, vou para o Pai”, ou: “Eu, como homem, não vim do céu”, ou ainda: “Eu como Deus não morrerei por vocês, mas apenas como homem”. Ele se assume tanto homem como Deus, em unidade. Com isso, não quero dizer que Deus morra, porque a morte é impossível para Deus; não há como ele se separar de si mesmo, enquanto, para nós, a morte significa a separação de Deus. Da mesma forma que acontecerá conosco, aconteceu ao Senhor, que se separou do corpo, da parte material, ressurgindo com novo corpo, glorificado. Desta forma, ascendeu aos céus, e está sentado  à direita do Pai. 

Assim, também nós, os salvos em Cristo, unidos a Deus, jamais seremos separados dele; haverá apenas a morte do corpo, cuja terra haverá de dar conta, o qual será glorificado, assim como o foi o do Senhor. Em todos os aspectos, tanto o humano quanto o divino não se separaram, pois não podem se separar sem que Cristo deixasse de ser Cristo. E assim como Deus não pode deixar de ser Deus, também Cristo não pode deixar de ser o que é. Quando alguém diz que a humanidade morreu na cruz, dizemos que houve separação, e se houve, Cristo não é mais o mesmo. Ainda que seja unido novamente na ressurreição, em algum momento e aspecto deixou de ser o que era. Portanto, defendo que, na cruz, houve a separação do imaterial e do material na morte; sendo sepultado o corpo; sendo ungido com bálsamos o corpo; o que esteve três dias no sepulcro foi o corpo; o que ressuscitou foi o corpo. Cristo esteve sempre uno, Deus e homem, inseparáveis. Senão, como poderia dizer: “Eu sou”? E isso nos leva à questão da imutabilidade, mas essa é outra história. Para outra hora, quem sabe...

O certo é que, qualquer tentativa de dividi-lo, representará em teologia fragmentada e não-cristã, por conseguinte, não-bíblica. E à conclusões que, se não inviabilizam o Cristo, o tornam em um quase-Cristo, ou seja, em um não-Cristo. E Cristo é, sem jamais deixar de ser, porque é eternamente, ontem, hoje, sempre.


Nota: [1] Cristo também é chamado de a Palavra, conforme 1João 5.7; porque o Evangelho é de Cristo, e podemos dizer que o Evangelho é o próprio Cristo.

19 comentários:

  1. Olá irmão.

    Vale notar que algumas dúvidas pertencem apenas a certas "castas" culturais e sociais. Teólogos têm essa dúvida. Em seminários cuja clientela, tanto de novos pastores, para igrejas de cujos membros tenha uma formação acadêmica mais elevada essas e outras dúvidas se instalam pelo "ócio". Esses teólogos também escrevem livros e levantem mais dúvidas do que certezas e gastam energia em "procurarem chifres em cabeça de cavalo". Pessoas mais simples, até por limitações intelectuais, apenas crêem e não se dão a certas especulações, a não ser que se aliem e participem de igrejas paraprotestantes como TDJ, Mórmons, etc. Erros teológicos como esses devem ser combatidos e devidamente esclarecidos como o irmão fez com clareza que lhe é ímpar. Parabéns mais uma vez. Mais uma coisa: essas dúvidas se instalam quando o "ócio espiritual", a carência de experiências concretas e um cristianismo teórico se tornam a parcela principal da vida cristã. Óbviamente não entenderemos tudo, por uma série de questões, mas uma vivida piedosa e de comunhão pessoal com o senhor no dia a dia certamente afastam as dúvidas e cimenta as certezas, enfim a fé genuinamente bíblica.

    Um grande abraço mais uma vez.

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  2. P.S.

    GOSTEI DA FOTO MAIS UMA VEZ...tem algum departamento para pesquisa de imagens? Pois em todas as postagens são quase artísticas, na verdade são mesmo.

    Um abraço mais uma vez querido e a todos em sua casa. Nosso deus o abençôe e sustente a sua fé.

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  3. Prezado irmão Jorge,
    bom o seu texto. Mas vale a pergunta:
    Se Ele era sem divisão, por que Ele disse que não sabia o dia nem a hora de sua volta? Na ressureição a natureza divina experimentou a mesma, pois, a experimentaremos por inteiro? Se sim Deus ressuscita?
    Perguntas somente para estimular o pensamento.
    Nessa busca haverá crescimento e isso é fundamental. Você está no caminho correto. Prabéns.
    Um abraço
    Em Cristo

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  4. Amado Isah,

    a questão envolve natureza e personalidade.

    Há um termo utilizado para definição teológica que dá clareza a dupla natureza e única pessoa de Cristo, Hipostase.

    O termo hipostático significa união de duas naturezas que são intrínsecas, independentes e distintas, porém inseparáveis, em uma única pessoa.: Deus e homem simultaneamente, Cristo é Teantrópico.
    Este conceito, de natureza essencialmente teológica, expressa a existência substancial, em um único ser, de duas naturezas distintas, sem haver em qualquer uma delas subtração ou adição ou conflito.

    Em Cristo

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  5. Isah,

    A tentativa do "fatiamento" de Jesus - parte Deus, parte homem - permite especulações sem sentido.

    Sua ignorância quanto a alguns temas, sua fome, cansaço tem a contrapartida da transformação de água em vinho, acalmar tempestades, perdoar pecados.

    Duas naturezas em uma só pessoa, manifestando-se independente e sem conflitos.

    Em Cristo.

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  6. Helvécio,

    obrigado pelo incentivo.

    Entendo que a ignorância não é uma virtude, pois, através dela, muitos são enredados por heresias e falsas doutrinas; da mesma forma que o muito conhecer, como uma forma de autoexaltação, nada tem a ver com o Evangelho. A Bíblia nos exorta a buscar o conhecimento de Deus e o viver cristão. O Senhor é o nosso exemplo, o qual tinha todo o conhecimento e vivia conforme a vontade do Pai.

    Em suma, sem o Espírito Santo agindo, não somos mais do que ignorantes e soberbos.

    Quanto às fotos, acho que elas podem, vez ou outra, explicar e até mesmo complementar a idéia do texto. Por isso, não as desprezo, e procuro as que possam auxiliar na transmissão do que desejo. Quanto a um setor de pesquisa, não tenho dinheiro para contratar ninguém, e ainda ninguém se candidatou a voluntário [rsrs]. O que faço é ir lá no google e vasculhar as fotos temáticas. Dá para encontrar boas coisas.

    Grande e forte abraço meu irmão, extensivo à Rose e aos "meninos".

    Cristo os abençoe imensamente!

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  7. Pr. Luiz Fernando,

    obrigado por sua participação.

    Acho que o irmão se expressou mal, ou entendi mal, pois fala em divisão em Cristo, quando Ele é unipessoal, indivisível; uma só Pessoa, ainda que tendo duas naturezas.

    O objetivo do meu texto não foi explicar a questão das duas naturezas, ainda que eu toque levemente nelas. Creio que Cristo é um, e a Bíblia afirma como sendo um. É como disse, nós é que fazemos uma "forcinha" para segmentá-lo, compartimentá-lo, para saber até onde vai a sua humanidade e onde começa a sua divindade. É a esse erro que me reporto, pois não há como dividi-lo.

    Quanto ao trecho citado, vou dar uma de "leão-da-montanha" [lembra-se do desenho da Hanna-Barbera?}, e sair estrategicamente pela direita, em disparada [rsrs].

    O Natan me fez recentemente essa mesma pergunta, a qual respondi: não sei. E não tenho outra resposta, por hora. Como tocarei, se Deus quiser, em outras questões envolvendo as naturezas do Senhor, o irmão pode guardar a pergunta, que tentarei respondê-la, sem saber se o farei.

    De qualquer forma, não estou dizendo que Cristo não demonstrou ser por demais humano em alguns momentos, e por demais divino em outros. Mas acho que esse é um erro de interpretação nosso, pois Cristo, quando adorado por Pedro e André, e por outros, não os impediu de fazê-lo, nem eles se preocuparam com o fato dEle ser homem. Adoraram-no por completo, e sabemos que, para os judeus, adorar um homem seria idolatria. Portanto, adoraram o Cristo, Deus e homem em um só.

    Forte e grande abraço, meu irmão!

    Cristo o abençoe!

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  8. Paulo,

    concordo com o irmão. Em poucas palavras, você disse o que tentei em quase duas laudas [rsrs].

    De qualquer forma, acho que boa parte das minhas dúvidas entrarão na categoria "mistério". Mas vamos ver o que Deus nos reserva.

    Grande abraço, meu irmão!

    Cristo o abençoe!

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  9. Grande Jorge,

    Você bem sabe que os meus argumentos são praticamente idênticos aos do Pastor Luis Fernando. Ainda ontem conversamos no gtalk sobre o mesmo assunto.

    Há coisas a se considerar: Cristo era e é Deus, como também homem, tendo duas naturezas; não foi sempre "homem", se não depois da encarnação ("vestir-se" da matéria humana). Sendo assim, Cristo assumiu uma natureza que antes não possuía, já que a sua porção homem foi "assumida" em um momento determinado no tempo. Isso, na sua visão e segundo os seus argumentos, não poderia significar "variação"? A meu ver, não.

    A encarnação é um momento único tanto no tempo como na eternidade, um momento "sui generis". Essa peculiaridade da encarnação de Deus é que pode, somente por isso, explicar o desconhecimento de Cristo sobre a data da 'parousia', quando ainda encarnado.

    Então eu creio que, embora sendo Deus, Cristo, enquanto encarnado, e por decisão da Trindade, limitou-se mesmo, de certa forma esvaziando-se da sua glória (kenosis).

    Se não for assim, como explicar o desconhecimento dele?

    Em Cristo,

    Ricardo.

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  10. Ricardo,

    sei que estou em minoria, quase sozinho [rsrs].

    Mas vamos com calma, pois estou ainda na questão da Pessoa do Senhor, na sua pessoalidade que é integral, e ainda não entrei propriamente dito na questão das duas naturezas [apesar de ter tocado no assunto no post "A vontade de Cristo"].

    Quanto à pergunta sobre a "parousia", se Cristo sabia ou não, como disse ao Natan e ao Pr. Luiz Fernando, não tenho resposta, nem sei se terei, ao menos, diferente da que todos dão.

    Com o tempo, se Deus quiser, podemos discutir o assunto, com uma base melhor, da minha parte, claro.

    Obrigado pelo comentário.

    Cristo o abençoe!

    Grande e forte abraço!

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  11. Postei um comentário a respeito ontem e por "razões superiores da web" ele não foi enviado.

    Tentatei repití-lo para quem sabe contribir para a reflexão. Jesus não tinha duas naturezas como nós também não a temos, Temos um espírito qu ese confunde com a alma para alguns e para outros diverge da mesma. Temos um corpo em que só tem vida graças ao espírito presente nele. Jesus tinha um corpo, certamente feio e intencionalmente comum, com boa saúde mental e física, e a natureza divina somente, Pois era o próprio Verbo ( portanto Deus ), esvaziado e contido em um vaso infinitamente menor. Se estava ao mesmo tempo na terra habirando entre nós e aindaq nos céus onde o tempo não existe nos moldes da terra é outra questão. O fato de não saber tudo, apenas ter consciência de quem era, é uma limitação natural da mente, entenda-se cérebro humano, e não outra coisa. O fato de não sa ber o dia de Sua volta há outras possibilidades em questão, desde a separação entre decisões e papeís na trindade, até o fato da história estar em aberto no que concerne a detalhes e dinâmica das diversas personagens envolvidas que podem redundar em um fim mais breve ou mais longo. Aliás a grande tribulação foi abreviada por inicativa do próprio Senhor e Deus, para que a humanidade sobreviva. Portanto a meu ver Cristo só ttinha e erá um aúnica natureza e pronto. Quanto a imutabilidade é outra coisa. O Verbo era Deus e estava com Deus, habitou entre nós mas não se tornou humano, apenas se vestiu de uma humanidade e a partir dela, sofreu e participou da nossa natureza, sentindo como nó sentimos e tendo a possibilidade de pecar como nós pecamos e venceu , por iiso em nosso lugar. Particiou da nossa natureza mas nçao teve duas naturezas, duas coisas diferentes. Cristo terá outro nome assim como recebeu um novo corpo, indestrutuível e com atributos espaciais que nós teremos um dia a sua semelhança, o que não é pouca coisa. Detalhes são irrelevantes a medida que limitam a nossa compreensão e relevantes a medida que vislumbramos, ainda que em parte a maravilha da obra de Deus, seus planos e realizações futuras. Um abraço mais um avez.

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  12. Graça e paz Jorge,
    parabéns pelo texto, muito boa a sua argumentação. Realmente Jesus não estava dividido, Ele era o Deus encarnado e Ele era um só. Disso não podemos ter dúvida alguma. Ele poderia estar limitado, ou melhor, se limitando, pois Ele a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, e foi obediente ao Pai até o fim. Mas, daí dizer que Ele estava dividido é algo que realmente a Bíblia não dá nenhum respaldo para tal pensamento. Se alguém pensa assim está totalmente equivocado e precisa reestudar as Escrituras.
    Que Deus lhe abençoe.
    Fique na Paz!
    Pr. Silas

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  13. Helvécio,

    não concordo com a sua posição de que Cristo tenha apenas uma natureza. Essa afirmação configura-se como o "docetismo", uma heresia dos primórdios da Igreja, as quais Paulo e João fizeram questão de combater.

    O fato de Cristo ter duas naturezas não o faz "duplo" em pessoalidade, como se fosse duas mentes, duas personalidades distintas. Cristo é um, uma Pessoa, uma personalidade, porém, tanto Deus como homem.

    Há muitas coisas intrincadas na Cristologia, mas temos de tomar cuidado para não cometermos os mesmos erros que outros cristãos cometeram.

    Sabe, depois que o Natan me apresentou aquela antiga pergunta [nem sei mais qual, mas está em um dos textos lá atrás], e comecei a meditar e a ler sobre Cristo, é que percebi como cada um de nós "atira" para o lado em que está apontado, com pouca base bíblica e teológica, sem um alvo definido. Por isso, decidi fazer algumas postagens sobre a questão, como um orientador, ainda que não seja o mais indicado para isso [há muitos pastores e teólogos que deveriam fazê-lo].

    Hoje, na maioria dos blogs, com raríssimas exceções, trata-se de tudo, mas se fala pouco de Cristo, e quando se fala, de maneira superficial e subjetiva. Com isso, não quero dizer que estou "na ponta" dos blogueiros; nem mesmo tenho conhecimento para tanto, nem mesmo foi o meu objetivo, mas o de partilhar minhas muitas dúvidas e algumas certezas; pois estou verdadeiramente interessado em aprender sobre o Ser maravilhoso, fantástico e único que o nosso Senhor Jesus Cristo. Não me interessa outro "Cristo", a não ser o Cristo revelado e bíblico.

    E como a minha ignorância era quase absoluta, creio que Deus revelou-a para que eu pudesse sair o mais rápido possível[rsrs]. Ainda falta muito, mas é um começo.

    Como calvinista, também creio que Deus tem um propósito tanto para a minha vida como para as daqueles que leiam minhas reflexões: buscar conhecer e amar verdadeiramente o nosso Senhor, sem confundi-lo com outros "senhores".

    Obrigado por suas considerações. Na verdade, gostaria que as pessoas tivessem menos receio de se exporem, e assim mostrarem suas fraquezas, para que cresçamos juntos no entendimento de Deus. Até porque, não há algo melhor para se falar do que sobre a razão da nossa fé, certo?

    Grande e forte abraço, meu irmão!

    Cristo o abençoe!

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  14. Pr. Silas,

    obrigado pela visita, comentário e estímulo.

    Apenas ainda não entendi por que Cristo se esvaziaria de Si mesmo. Há um problema [ao menos em minha mente] quanto a questão. Entendo que Ele se esvaziou da Sua glória, da glória que tinha junto ao Pai. Mas também não é nada pronto e acabado. É apenas conjectura.

    Quanto à pessoa de Cristo, estou completamente com o irmão: Ele é uno e indivisível.

    Grande e forte abraço, meu irmão!

    Cristo o abençoe!

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  15. O problema aqui são as palavras, o que cada um entende por natureza. Há a natureza dohomem, docão, do macaco, de um tipo de peixe, etc. O homem faz coisas de homem, de ser humano, um cão reage e procede como cão. Se é assim Jesus só tem uma natureza, a de Deus. Senão se houvesse um acréscimo a sua natureza Ele fatalmente seria diferente do Pai. Jesus é Deus se pronto. O se corpo humano era um corpo humano com todas as características humanas incluindo o fatode ser do sexo masculino, ter um temperamento ( que aparentemente não era fleumático mas colérico ). Quanto ao esvaziar-se, enquanto como Jesus, estava sujeito ao tempo, tinha que viajar, gastar quatro dias para ir ao encontro de Lázaro, ter fome, sede, dor, uma resistência a acontecimentos desagradáveis ( como ao da morte na cruz, etc. )

    A Bíblia não discute esse "esvaziamento", ela cabalmente o declara.

    Um grande abraço mais uma vez irmão.

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  16. Helvécio,

    definir os termos é sempre bom e proveitoso em um debate, para não se ficar andando em círculos.

    Cristo tem duas naturezas: a divina e a humana, mas somente uma personalidade, o que o torna em uma Pessoa. Isto é o que a fé cristã definiu, e é o que temos claramente na Escritura.

    Quanto à definição do que vem a ser natureza, exporei a minha convicção mais à frente, se Deus quiser.

    Abraços, meu irmão!

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  17. Amado Isah,
    passei novamente por aqui sem intensão de postar, mas ler alguns comentários, senti-me desafiado, mas temeroso.
    1. A definição ds conceitos é necessária; mas o mesmo conceito - ou entendimento pessoal - dse natureza serve tanto para a divina como humana;
    2. Se Jesus não tinha duas naturezas, está desfeito o sacrifício da cruz. Que gênero - natureza - ela resgataria?
    3. quando surgem perguntas sobre Deus ressuscitar, está fora do escopo do teu post. Consideraste Cirstologia, e tal pergunta - mesmo que descabida - é tema de Própria;
    4. Vários comentários confundem pessoa com natureza, e no post tiveste o cuidado de considerá-las à parte;
    5. A questão da Kenosis, se não se tratar da glória de Cristo, forçosamente criaremos um super-homem ou um semi-deus.

    abs e minha admiração.

    Em Cristo

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  18. Paulo,

    Fique à vontade para participar e interagir, especialmente com colocações claras como essa.

    Como muitos, também tenho dúvidas, e um dos objetivos é de, através delas, e por elas, alertar irmãos que acreditam estarem certos, mas que têm uma visão não-bíblica. Eu mesmo, em alguns aspectos, acreditava no erro e fui demovido pelas evidências escriturísticas e por boa argumentação teológica.

    Mas quero mesmo ir devagar, passo a passo, para que em meio às minhas conclusões não se criem mais dúvidas, e ao invés de eliminá-las, acabar por fortalecê-las.

    O irmão está correto em suas conclusões e, basicamente, é no que eu creio.

    Obrigado pela providencial intervenção.

    Grande e forte abraço!

    Cristo o abençoe!

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  19. Todos os compêndios teológicos falam de "duas naturezas em Cristo" referindo-se a sua pre-existẽncia divina como uma e sua encarnação humana como uma segunda, não significando o que pode parecer duas essências que o fariam ser uma nova pessoa com duas motivações, duas maneiras de sentir a relidade e reagir a ela diferentes. Tologicamente Cristo teria duas naturezas ( Deus e homem ) sem ser uma dicotomia, duas formas de reagir e interagir diferentes.

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