06 agosto 2008

RENASCERE












Por Jorge Fernandes

Estive sozinho e abandonado,
Vivendo em conflitos,
Lágrimas corriam secas dos olhos
Dia após dia sem enxugá-las.
Havia um grito sem êxito,
O fôlego que se havia extinto,
As forças a se esvair,
E correr, apenas um exercício à força.
Dias tão escuros como a noite,
Noites, a aflição de lugares sombrios;
O corpo sonâmbulo,
E a mente a disputar uma última batalha,
Quase sem fim.
O inimigo alentado,
Eu, fustigado,
O desespero: a porta onde se entra e não sai,
A debater-me,
Como o naufrago em águas bravias;
Acorrentado às tentações,
A julgar tangível a liberdade
Que não alcanço,
E a ninguém posso tomar.
O fio último a escorrer pelo ralo...
Há anos tomado pela ilusão,
De que sentara no trono,
Quando na sarjeta só há plebeus.

A fúria dá lugar à paz,
O desânimo, esvaece,
A aflição não perscruta rijamente,
A tristeza não subsiste à graça,
E mesmo nos intervalos,
Sou impedido de cair.
Porque a luz veio-me ao encontro,
A dar o que jamais tive;
Na verdade fui acolhido,
E o Senhor livrou-me do caos.

Resgatou-me,
E a eternidade se fez hoje.

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