Por Jorge Fernandes Isah
31 maio 2009
DESTRUIR O NÃO CONSTRUÍDO*
Por Jorge Fernandes Isah
15 maio 2009
NATURAL
Por Jorge Fernandes
Encurralado, a vergonha bate à porta, como um sinal sem resposta,
Uma explicação sem jeito, vazia, inócua, somente o mal a levar-me a efeito,
À desonra que não ignoro, e se esconde nos gritos,
Mas não abafam a dor que inflige, o sofrimento desnudado,
Pois o que fiz divide-me, e as partes colaboram para o temerário,
E a lágrima descuidada, não apaga o dito nem o feito anos a fio.
O torpor camufla-me; na impossibilidade de encará-lo nos olhos,
Desvio-os ao longe, onde não revelem o quanto a minha alma indistinta
Pode refletir-se nas águas turvas da bravata, onde a névoa oculta com traços de civilidade
A fraqueza moral instalada no pecado, os irmãos siameses,
A levar-me ao abandono, ao digladiar insano contra Deus.
O vexame diante da verdade, a olhá-la de esguelha, a esperar o descuido,
Para tomar as rédeas daquilo de mais sórdido construído.
É o canto esmaecido do pardal, a resposta que não vem à tona,
Solapada em toneladas de impurezas,
A desculpa é o favor que me concede continuar por tudo o que passei e não remediei,
O que para trás ficou, segue-me adiante, a fazer-me pior do que fui um dia,
E a chuva a encharcar-me não lava a sujeira e o odor fétido a cobrir-me,
No qual me atolo como um barco encalhado, no refúgio de não poder livrar-me,
Não há como soltar-se sozinho, não há força nem movimento útil,
Apenas é-se capaz de ir mais rápido ao fundo, qual objetivo alcançado,
Restando o grito de desprezo a soluçar em gorgulhos,
O afogar-se no inútil esforço, o descontrole de não ter o escape,
É a desculpa para insistir nos erros.
Já senti isso muitas vezes, passei por isso outras tantas,
Basta seguir o mal levianamente, e ele nos levará a imolar até mesmo o que não temos,
É-nos emprestado, será cobrado com juros, e nos deixará nu como terra assolada,
Nem mesmo as cinzas perdoarão, enquanto reviro-me no mover contra Ele,
Pois não é possível o mundo me absolver, se está a cumprir sua própria pena.
A evasiva não passa de pilhéria, é o medo de não parar até ser arrancado e posto no patíbulo...
O silêncio é o risco assumido, o perigo que não se acaba.
07 maio 2009
COMENTÁRIO A JÓ 1.13:22 - PARTE 2
Por Jorge Fernandes
Para ler o comentário a Jó 1.1-12, click AQUI
02 maio 2009
COMENTÁRIO A JÓ 1.13:22 - PARTE 1
Por Jorge Fernandes Isah
Jó não esperava que mais nenhum desastre fosse acontecer; subitamente ele estava arruinado financeiramente, não lhe restara nada, nenhum bem com o que se sustentar. Talvez tenha pensado nos banquetes dos filhos e se entristecido, porque não teria mais como patrociná-los, afinal era um homem pobre agora... Talvez a sua preocupação fosse de que, mesmo sem bens, seus filhos continuariam pecando, e ele não teria nenhum sacrifício a oferecer a Deus, a fim de santificá-los... Talvez se questionasse: "Por que eu?". Não era ele um homem justo, temente a Deus?... Talvez, enquanto eram-lhe relatados os infortúnios, elevou a Deus uma rápida oração... Talvez não houve tempo para pensar em nada, apenas derramar-se interiormente abatido...
*Os caldeus (hebr. kasdim) foram um grupo de tribos que viviam ao sul da Babilônia. No AT há várias citações sobre eles que, sob o camando de Nabucodonosor destruiu Jerusalém, e levou o povo judeu para o cativeiro babilônico por 70 anos. Os caldeus foram derrotados pelos persas, e a Babilônia dominada por Ciro, que ordenou a reconstrução de Jerusalém, por Neemias.
24 abril 2009
SUSTENTO PASTORAL & O CORPO LOCAL
Por Jorge Fernandes Isah
E, nós?
16 abril 2009
PECADO: RELUTANTE E VULGAR
Por Jorge Fernandes
É assim que muitas vezes agimos, lutando contra Deus, desrespeitando a Sua palavra, ainda que o Senhor nos exorte a abandonar o caminho de morte, nos revelando o caminho da vida, o qual teimosamente rejeitamos. E como o falso profeta, muitos julgam-se avalizados por Deus ao verem o seu desejo pecaminoso realizar-se, sem saber que "Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm" (Rm 1.28), enchendo ainda mais as próprias medidas de iniquidade.
Balaão prostrou-se numa atitude semelhante a adoração, porém o seu comportamento subsequente demonstrou a intenção e disposição em resistir à vontade de Deus, em levar a cabo o seu plano injusto.
Esse não foi o caso de Balaão. Após curvar-se diante do anjo do Senhor, e ouvi-lO dizer que saiu como seu adversário pois seu caminho era perverso diante de Deus (Nm 22.32), Balaão assumiu ter pecado (o assumir é uma constatação, uma demonstração exterior, não representando necessariamente arrependimento), contudo, sem disposição de abandoná-lo, mas anelando-o como a um bem precioso, na incapacidade de abortar o seu intento. Ele insistiu em seu plano, mesmo reconhecendo que desobedecera a Deus e, num descaramento inominável, disse: "e agora, se parece mal aos teus olhos, voltarei" (Nm 22.34).
Se há um tolo, esse foi Balaão. Como pode o mortal influenciar o Eterno? Pode a criatura dizer ao Criador "por que me fizeste assim?" (Rm 9.20). Deus está condicionado à vontade do homem, ou é sempre o homem que estará subjugado à vontade de Deus? Resta-nos a convicção de Jó: "mas agora te vêem os meus olhos. Por isso me abomino e me arrependo no pó e na cinza" (Jó 42.5-6).
Por fim, Balaão não pôde amaldiçoar Israel; mas conforme o seu coração ímpio, usando de outro estratagema, de uma prática sutil, desferiu um novo golpe (provavelmente para obter os favores de Balaque): levou os israelitas a pecarem contra Deus, comendo dos sacrifícios da idolatria, e fornicando com as moabitas. Interessante que o Senhor chama essa maneira de proceder de "doutrina de Balaão, o qual ENSINAVA Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel" (Ap 2.14; grifo meu).
Muitos são instruídos em princípios antibíblicos, a aplicar doutrinas alheias à Palavra, assim como o povo de Israel foi seduzido ao pecado, e pelo pecado. Contudo, o fim do perverso é cair em seus caminhos (Pv 28.18), enlaçar-se nas obras de suas mãos (Sl 9.16), ser preso pelas suas iniqüidades, e detido com as cordas do seu pecado (Pv 5.22), sendo-lhes por prêmio a morte.
* O irmão e amigo pediu-me para não citá-lo, mantendo-o anônimo, mas agradeço a Deus o muito que ele auxiliou-me no entendimento da passagem.
* A obediência por si só não nos aproxima de Deus, mas ela é o reflexo da graça divina operada em nós através do sacrifício de Cristo. Há muitos cristãos que desprezam a obediência e os mandamentos do Senhor (antinominianismo), mas esquecem-se de que a graça que opera a salvação no pecador também opera o novo-nascimento e a transformação de nossa mente carnal na mente de Cristo, e os frutos são obras para a glória de Deus. Portanto, o desejo de cumprir os princípios bíblicos afastar-nos-á do pecado, aproximando-nos de Deus.