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Avaliação: (****)
Título: O velho e o mar
Autor: Ernest Hemingway
Páginas: 80
Editora: Livros do Brasil
Tradutor: Jorge de Sena
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Avaliação: (****)
Título: O velho e o mar
Autor: Ernest Hemingway
Páginas: 80
Editora: Livros do Brasil
Tradutor: Jorge de Sena
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Os Irmãos Marx juntos com Charles
Chaplin e Buster Keaton formam, provavelmente, o triunvirato do humor
cinematográfico, os verdadeiros reis da comédia. Se Keaton era um ator
excepcional e fazia rir sem mudar o menor traço em suas feições (o oposto dele
seria Jerry Lewis, outro grande comediante), Chaplin era um mímico formidável,
e The Brothers Marx eram o verdadeiro
caos, a babel instalada nos palcos e na tela, porém com uma precisão incrível. Todos
vieram de famílias que trabalhavam no mundo do entretenimento, mais
especificamente o gênero vaudeville (no Brasil, algo do tipo mambembe),
cujos limites não estavam restritos à simples interpretação mas também afeito
ao estilo circense, sendo, portanto, bastante popular na Europa e América, e
incluía músicas, danças, animais treinados, acrobacias, mágicas, e tudo o que
pudesse fazer a diversão dos espectadores, inclusive a comédia, certamente o
ponto alto dos shows.
Nesse
ambiente os Irmãos Marx foram introduzidos, ou melhor, estavam inseridos, portanto
nada mais natural foi seguir os passos da mãe e do tio (Abraham Elieser Adolf
Schönberg que adotou o nome artístico Al Shean), e desenvolver
habilidades para os palcos. Aprenderam música, tornaram-se instrumentistas,
interpretes, eram palhaços, acrobatas, quase tudo apreendido de maneira
intuitiva, assistindo a repetição exaustiva dos mais velhos, entregando-se ao
exercício de imitar e reproduzir-lhes as performances, e assim aprimorar esses
estilos.
Nascidos em
Nova York, filhos de imigrantes judeus (a mãe era alemã, de Dornum, Frísia
Oriental, e chamava-se Minnie Schoenberg, e o pai, Samuel Marx, francês, de Mertzwiller, uma aldeiazinha na Alsácia),
fizeram boa parte das apresentações do início de carreira na cidade,
principalmente na região onde moravam, Upper East Side, bairro formado
por imigrantes irlandeses, alemães e italianos.
Diz a lenda, que o pai, “Sam”, era melhor cozinheiro do que alfaiate,
profissão que abraçou a fim de sustentar a família de forma regular, pois o
teatro, cheio de altos e baixos, nem sempre era suficiente para custear as
despesas.
Chico nasceu Leonard Marx, em 22.03.1887, e
existem duas hipóteses para o apelido. A primeira, por perseguir as “galinhas”
ou garotas fáceis em seus tempos de adolescente. Então, nada mais simples do
que chamá-lo de Chico (pronuncia-se Chick-o), derivado de “Chicken” em
inglês. A segunda, se deve ao seu significado em italiano, garoto ou rapazinho.
Muitos relatos dão conta de ser ele o preferido da matriarca, Minnie (na certa
por vir após a morte de Manny), e geralmente causava ciúme em Groucho.
Harpo nasceu Adolph Arthur Marx, em 23.11.1888. A origem do apelido é bem mais simples, pois vem do seu virtuosismo em tocar Harpa, que aprendeu sozinho, pois a família não dispunha de recursos para pagar um professor.
Zeppo nasceu
Herbert Marx, em 25.02.1901. Consta que o apelido se deve à primeira viagem do
dirigível Zeppelin à América coincidir com o seu nascimento.
No início, estabeleceram-se como músicos, algo que os pais estimularam desde cedo. Minnie nutria o desejo de vê-los progredir e prosperar no teatro, e, quem sabe, alcançarem a fama e realização que lhe faltou como artista. Tratou logo de empresariá-los, promovendo-os em pequenos palcos e viagens pela América. Chico tocava piano como ninguém jamais tocara. Sua mãe lhe dava 5 cents semanais para o pagamento das aulas, mas ele os gastava em apostas, e acabariam por levá-lo à miséria, se não fosse a ajuda sistemática de Harpo e Groucho. Harpo era exímio harpista, talentoso até mesmo para os moldes eruditos da época, e chegou a tocar bem mais outros cinco instrumentos. Groucho violonista e cantor. Em 1907, Groucho e Gummo apresentavam-se como cantores, ao lado de Mabel O’Donnel; formavam o “The Three Nightingales”. Um ano depois, Harpo se uniu ao grupo, sendo o quarto “rouxinol”. Em seguida, o grupo foi rebatizado para “The Six Mascots”, com a adesão da mãe Minnie e da tia Hannah, mas não durou muito. Entretanto, em 1912, quando se apresentavam em uma cidadezinha do Texas, foram interrompidos pelos gritos histéricos a respeito de uma mula. O público saiu para ver o que estava acontecendo. Groucho então, furibundo, quando a plateia retornou, fez comentários sarcásticos: “Aqui está cheio de baratas” e “o burro é a fina flor do Tex-burro”. Todos caíram em gargalhadas. A família percebeu a veia cômica e aumentou os quadros humorísticos, com o tempo, em suas exibições musicais. Estava aí a grande virada, e sacada, na carreira dos Marx.
Os “Seis Mascotes” O’Donnel e GrouchoPoster publicitário em que Harpo já se encontra integrado aos
Nightingales
Por essa época, quando a comédia ganhou cada vez mais destaque nas apresentações musicais dos Marx, os seus personagens foram se aprimorando e ganhando as características a torná-los em grande sucesso, primeiro, nos teatros e cabarés e, por fim, na Broadway, depois as telas dos cinemas. Groucho começou a usar o bigode pintado toscamente e o andar curvado. Chico, sempre envolvido com garotas, brigões e jogos, desenvolveu seu personagem para um trambiqueiro incorrigível e detentor de um falso sotaque italiano. Harpo, optou pelo mutismo, adotou as buzinas e a mímica incomparável como forma de se expressar. Curioso notar o fato de Harpo decidir não falar mais porque suas falas não faziam sucesso nos palcos. E o caminho, não tão óbvio mas sábio, foi o mutismo. Zeppo era o galã, o mocinho a encantar as donzelas, servindo de “escada” para os demais irmãos. Ele substituiu Gummo na trupe quando eclodiu a I Grande Guerra, e Gummo foi chamado a servir no exército. Na verdade, detestava atuar e considerava qualquer coisa, até ir para o front, melhor. Pode se ver, portanto, que muitas das características dos personagens se assentavam em suas personalidades e traços peculiares.
Pelas mãos do produtor Irving Thalberg, com quem Chico jogava cartas todas as noites, se transferiram para a MGM, e acrescentaram ao seu humor anárquico, a pedido de Thalberg, uma forte estrutura narrativa, a torná-los mais simpáticos. Em meio à comédia, mesclaram tramas românticas, números musicais sérios, e o embate com vilões óbvios, tornando-os mais acessíveis ao público acostumado à dicotomia em outros artistas da época.
Thalberg com The Brothers Marx
Cena de “Room Service”, da RKO
Antes do lançamento do último filme, os irmãos anunciaram que o grupo se dissolveria e estavam abandonando as telas. Entretanto, em 1945, devido aos constantes e sérios problemas financeiros de Chico, proveniente de dívidas de jogo, os dois remanescentes foram convencidos a filmar novamente. Assinaram com a United Artists: Uma Noite em Casablanca (1946) e Loucos de Amor (1949), quando definitivamente aposentaram a trupe.
Nos anos seguintes, fizeram aparições individualmente e em duplas, nos
teatros, cassinos, rádio e eventualmente na TV. Groucho firmou-se como
apresentador do programa You Bet your Life, até o início dos anos 1960.
Eles não
atingiram a fama de Chaplin, Stan e Laurel ou dos Três Patetas, mas certamente
influenciaram e inovaram as comédias, com um jeito despojado, fora dos padrões
da época, as vezes ingênuo mas nunca inocente. Fizeram rir multidões, e ainda
fazem. Influenciaram gerações e gerações de comediantes que não se cansavam de
citá-los como referência, de Woody Allen a Mel Brooks, de John Cleese aos Monty
Python, passando por Alan Alda e Elliot Gould, David Zucker e Jim Abrahans.
Não vale a
pena deixar as datas de suas mortes pois Os Irmãos Marx, em sua
singularidade, são eternos. E as provas estão aí: pode-se assistir as suas
comédias na Tv, ou comprar boxes de seus filmes digitalizados, até mesmo em
Blu-Ray.
Aprecie, sem
moderação!
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Frases de Groucho Marx