29 setembro 2022

O sangue nas mãos da TMI e TL, ou os traidores que não se arrependem.



Jorge F. Isah


    A teologia da libertação e da missão integral (com minúsculas, mesmo) insistem em dizer o indizível: Jesus Cristo era socialista (usam o termo como um suavizador do comunismo, para não escandalizar os incautos¹), mas, o primeiro exemplo de comunista nos evangelhos é o de Judas Iscariotes² que, alegando uma coisa, dizendo sê-la boa e necessária genericamente (cuidar dos pobres e suas necessidades), tinha em mente outra coisa, o benefício próprio e exclusivo (enriquecimento ilícito e criminoso ao apropriar-se do que não lhe pertencia, mas sistematicamente furtar a fim de satisfazer os seus desejos e pecados); além do próprio Cristo afirmar que sempre haveria pobres. Se o próprio Senhor disse isso, por que os homens insistem em criar um "paraíso" na terra ou se fazerem de "salvadores da pátria", em busca de uma "justiça" a torná-los mais e sempre injustos? Não apenas potencialmente injustos, mas realmente injustos?
    
    Com isso não estou propondo qualquer tipo de cinismo, do não dever da igreja em minimizar e atenuar os efeitos injustos da realidade, e efetivamente cuidar os pobres, órfãos, viúvas e qualquer outro a carecer de abrigo, alimento, saúde ou coisas essenciais para a vida. Na verdade, pouco ou nada os proponentes da TMI e TL fazem em favor dos pobres e miseráveis, do ponto de vista cristão, utilizando-os como instrumento e meio de propaganda ideológica e/ou partidária em seus discursos diabolicamente elaborados para enganar e distrair a atenção do real intento e objetivo dos seus "movimentos" (são as plataformas, os palanques nos quais subirão e lá não querem descer). Como sempre, são lobos travestidos de ovelhas, com seus estratagemas a engabelar, onde a piedade é apenas o mote para satisfazer o espírito revolucionário e manter corações e almas aprisionados a um delírio salvífico, fictício e traiçoeiro; onde o verdadeiro Messias é substituído por falsos salvadores, sem graça, paz, amor e misericórdia. São os tais que dizem: "paz, paz", quando desejam a guerra (Jr 8:11).

       Senão, vejamos o texto bíblico:

"Então Maria, tomando um arrátel de unguento de nardo puro, de muito preço, ungiu os pés de Jesus, e enxugou-lhe os pés com os seus cabelos; e encheu-se a casa do cheiro do unguento.
Então, um dos seus discípulos, Judas Iscariotes, filho de Simão, o que havia de traí-lo, disse:
Por que não se vendeu este unguento por trezentos dinheiros e não se deu aos pobres?
Ora, ele disse isto, não pelo cuidado que tivesse dos pobres, mas porque era ladrão e tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava.
Disse, pois, Jesus: Deixai-a; para o dia da minha sepultura guardou isto;
Porque os pobres sempre os tendes convosco, mas a mim nem sempre me tendes." (João 12:3-8)

    O texto é claro, mais límpido do que água, e não pode haver dúvidas quanto a sua intenção: Cristo deve ser glorificado acima de qualquer coisa, qualquer esquema, qualquer situação, qualquer pensamento ou desejo, acima de tudo e todos, e não ser um mero expediente para proselitismo filosófico, ideológico, sociológico ou qualquer outra coisa que, antes de exaltá-lo, o barateia³. A simples menção de Cristo ser socialista ou capitalista ou anarquista ou outra coisa do tipo é abominável e diabólica; à tentativa de se conformar a ideia de um "deus" criado ideologicamente, como resultado de corações impenitentes e enganosos, por homens revestidos de uma pretensa piedade e zelo social, e nada mais fazem, com suas vidas, a negar o seu discurso "amoroso" e "fraternal", numa nítida atitude de imoralidade³³, de péssima teologia e ainda pior "benevolência", quando misturam a justiça bíblica, espontânea e verdadeira, à "justiça" estatal, artificial e dissimulada. O papel da igreja jamais pode ser substituído pelo de governos, ong's, fundações ou organismos alheios ao evangelho; por isso, tentam forjar "outro evangelho" a fim de abarcar, de legitimar, ideologias e políticas nitidamente anticristãs. 

       Onde existem palavras doces e acolhedoras, esconde-se o ódio, a ira e aversão a tudo o que se chama Deus, desprezam a mensagem redentora, acolhedora e santificadora do evangelho de Jesus Cristo, para transformá-la em um joguinho nojento e perverso de interesses pessoais, exibicionismo e autodistinção; é a vida dando lugar à morte. 

     Como Paulo disse: 

"Traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te... Que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade. (2Tm 3.5, 7)

     São pecadores, covardes, cúmplices do sofrimento e morte de milhões de irmãos; e considerá-los como parte da igreja, se sujeitando à sua lábia, dissimulação e desfaçatez (vá lá, pode ser apenas ignorância, mas ela não absolve ninguém da culpa, não é!), faz de qualquer um pior do que eles; e torna-os em inimigos declarados de Deus, ao desprezarem o corpo de Cristo, sua igreja, perseguida e afligida pela sanha doentia de satanás e seus asseclas, sejam anjos caídos ou homens depravados. 

    É de estarrecer o quão longe pode chegar uma mente dominada pelas forças e poderes deste mundo, a ponto da defesa intransigente e desfaçada de títeres, algozes e lacaios do diabo, muitos arrazoados, letrados e autointitulados "mestres", em flagrante irracionalidade e contradição, ao "abandonarem" o sofrimento, perseguição e morte de irmãos sem emitir um único pronunciamento ou denúncia, antes ignorando-os por completo, a bajular líderes integralmente adversários e inimigos de Cristo. Quando digo "adversários e inimigos" não me refiro a não cristãos pura e simplesmente, os não identificados com a nossa fé, e não estão a se importar com qualquer religião, preferindo agir em favor do bem comum e geral. Não é deles, mas daqueles a se colocarem frontalmente em hostilidade e o desejo de suprimir Cristo, a igreja e a fé, dizendo-se servos e irmãos. Como o apóstolo exortou: "não amemos de palavra, nem de língua, mas em obra e em verdade" (1Jo 3.18). 

    Em outras palavras, são sabotadores, instalados no nosso meio para, se possível, ruir e solapar os alicerces da verdadeira fé. São esses, muito mais do que qualquer manifestação a favor de Cristo que um dia postularam, os proponentes da TMI e TL a se refestelarem em homenagens, afagos e mimos aos êmulos e rivais da igreja e da verdadeira fé dada por Cristo e os apóstolos. 
   
     Desses, afastemo-nos; pois eles sempre irão de mal a pior, enganando e sendo enganados (2 Tm 3.13).

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Notas: 1-Em si mesmo um eufemismo, visto defenderem caudilhos e ditadores como Fidel Castro, Hugo Chaves (e seu sucessor, Maduro), Evo Morales, Stálin, Lênin, Mao, Kim Jong-un, e outros menos votados; quando não, assassinos confessos do nível de Che Guevara, Lamarca, e o movimento guerrilheiro dos anos 60 e 70, no Brasil,  e Farc, Sendero Luminoso entre outros,  na América do Sul.

2-Enquanto cristãos são perseguidos, expropriados, torturados e mortos nos países onde os seus "ídolos" governam, os proponentes da TMI e TL não levantam uma voz (ou o dedo) para defenderem-os. Pelo contrário, são sistemática e constantemente ignorados pelos ideólogos esquerdistas, em uma prova cabal de espírito anticristão, anti-fraternal e anti-amoroso, muito distante e antagônico ao discurso com o qual tentam ganhar os tolos; igualando-se ao seu mestre, Judas, o qual se apressou em trair Aquele e aqueles que dizia serem seus irmãos (e alvo de sua "preocupação"). Ver 1 Coríntios 5:9-13. 

3-Nesse sentido, até mesmo o aspecto teológico não pode contê-lo, nem ser utilizado para descaracterizá-lo e a sua mensagem de vida, verdade e redenção. Qualquer tentativa neste sentido deve ser encarada como heresia e blasfêmia, e jamais ser tratada com indulgência, comiseração, pois é fel e veneno a matar a sã doutrina.

33-O texto bíblico mostra-nos Judas a trair Jesus por dinheiro, mas também por poder e incredulidade, já que ele não creu n'Ele como o Filho de Deus, entregando-se ao seu  ignóbil pecado de satisfazer-se com a morte ou destruição alheia (um dos vários tipos de idolatria). Da mesma forma, a omissão ou desinteresse pelos irmãos espalhados pelo mundo, é a marca mais visível da incredulidade, desconhecimento e ganância (o poder quase onipresente no qual a ideologia controla mentes e corações dos defensores da TMI e TL) dos chamados cristãos "marxistas" (um termo auto excludente em sua formulação desde o início). 

 

4 comentários:

  1. Tenho verdadeira aversão a essa tal de missão integral. Infelizmente, no meio Batista ela está se impregnando e já vem pré-moldadas dos seminários. Jovens seminaristas, futuros pastores estão sendo doutrinados por essa teologia marxista e já estão ensinando nas igrejas. No futuro, a igreja instituição humana estará tão mergulhada nisso que não será possível distingui-la das comunidades de bases da igreja católica. Hoje mesmo tenho conhecimento de congressos que ensinam isso como se fosse a maior novidade de todos os tempos e ai daqueles que se levantam contra, são logo rotulados de frios e de crentes moralistas etc. A TMI hoje é o maior inimigo do Reino de Deus, pois irá querer deturpar o verdadeiro evangelho que já é integral, não precisa de uma "nova visão" para dizer o óbvio. Contudo, a visão marxista é notória nela, quando se fala insistentemente sobre "justiça social" etc.

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  2. Caro Tom,

    obrigado por seu comentário; e desculpe-me a demora em respondê-lo.

    Você está certo; e o posicionamento a favor da TMI e da TL mostra o quanto a igreja, ou parte dela, está se afastando do verdadeiro caminho e do Cristianismo bíblico.

    Empreendem uma verdadeira ideologização do Evangelho, tratando-o como um movimento social ou político, quando, na verdade, o próprio Senhor disse que o seu Reino não era deste mundo. Se houvesse uma unidade cristã, em prol da verdade, muitos dos líderes que hoje são bajulados e afagados, por parte da igreja, já estariam condenados ao rol dos hereges, como inimigos de Deus e da sua palavra...
    Não é possível continuar "amaciando", "tergevisando" e "eufemismando" a atitude covarde, desleal e traidora dessas pessoas.

    Há, com certeza, muitos que são enganados pela lábia dos hereges, mas, como disse no texto, a ignorância ou a ingenuidade não impede ninguém de ser condenado.

    E o problema não é exclusivo da IPB, das igrejas batistas, católicas e outras denominações, mas de toda a cristandade.

    Que o bom Deus e Senhor nos abençoe, fortaleça, e encoraje a continuar a boa luta, até aquele dia em que o veremos face-a-face.

    Grande e forte abraço, meu irmão!

    Cristo o abençoe!

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  3. Temo que não seja somente no meio de nossos irmãos batistas que essa "teologia" demoníaca se espalha. Sou pastor presbiteriano e eu mesmo há alguns anos tinha os olhos fechados, completamente cegos. Cristão confesso,cheio de "amor pelos pobres" não conseguia enxergar que o Evangelho não precisa e nunca precisou da missão integral ou da teologia da libertação para absolutamente nada. Na verdade, a T.I. nem é integral, nem a T.L. liberta, ambas são anti bíblicas e levantam-se contra a Verdade criando uma casta de "santarrões" dentro das Igrejas para voltarem-se contra ela e a segundo, aprisiona as mentes, fazendo exatamente o contrário daquilo a que se arroga, coisas próprias da praga Comunista.

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  4. Missionar,
    desculpe-me, mas somente agora vi o seu comentário.
    Primeiro, obrigado por fazê-lo!
    Segundo, concordo plenamente consigo.
    Essas teologias têm embutidas a promessa de libertação e de um evangelho integral, mas são os seus opostos, aprisionando o homem as falácias e promessas de uma “redenção” pelo social e lutas de classes, privilegiando uma ideologia contra a verdade; utilizando-se de partes mal interpretadas do evangelho para produzir um falso evangelho. São cães que ladram e mordem o próprio dono.
    Forte abraço!
    Cristo o abençoe!

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