
29 junho 2009
NÃO HÁ MURO ONDE SUBIR

22 junho 2009
FRANKENSTEIN TEOLÓGICO
Infelizmente, esses falsos mestres penetram nas igrejas como crentes estabelecidos, são aceitos pela comunidade cristã, e seus ensinos enganosos espalham-se como erva daninha, cujos objetivos importunos, nocivos e artificiosos intentam trair a credulidade irrefletida da igreja. Sutilmente a heresia contamina as pessoas, pouco a pouco, tornando-a popular exatamente por ser quase a verdade, e se amoldar perfidamente à natureza corrompida e pecaminosa do homem, o qual é incapaz de vê-la, e mesmo os que a vêm, por sua perspicácia, acabam por considerá-la inofensiva ou uma verdade recriada, uma espécie de Frankenstein teológico.
Para eles, existe a verdade sem Deus ou Deus sem a verdade; mas a verdade sem Deus não existe, nem Deus sem a verdade, porque a primeira não passa de abstração, a loucura máxima a que o homem pode atingir, enquanto a segunda é a blasfêmia em sua forma mais virulenta, a treva mais densa em que o homem pode penetrar; porque a verdade para ser real e não uma fantasia leviana, tem de provir de Deus, o qual é a única verdade (Jo 14.6).
Para eles, a verdade não precisa ser defendida nem proclamada, mas escondida a sete chaves como um tesouro secreto do qual não se sabe o esconderijo nem se tem o mapa. Graças a Deus por nos dar a Sua revelação, a Bíblia, a qual “é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra” (2Tm 3.16-17).
Para eles, a igreja não precisa da verdade; como Paulo diz, não suportão a sã doutrina, “mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas” (2Tm 4.3-4). Para que crer na verdade? Se pelo humanismo é possível acomodar o homem no redil das incertezas, incitá-lo ao pecado, à apostasia e ao nominalismo religioso?
Para eles, o que importa é a aparência, a reputação, o sucesso e a covardia de jamais admitir a cumplicidade com o mal, tolerando-o utilitariamente a fim de obter seus interesses pessoais (o Evangelho beneficia o indivíduo, no caso, o escolhido de Deus, mas jamais o indivíduo poderá impedir que os demais eleitos sejam igualmente beneficiados pela palavra), permitindo que todo o tipo de heresia substitua os princípios bíblicos, afastando-se da revelação divina (não são precisas todas as heresias; uma ou duas, e o trabalho estará feito).
Para eles, é fundamental abandonar a objetividade da Palavra e uma vida santa, e substituí-las pela subjetividade, o egoísmo, o individualismo, o sentimentalismo e o hedonismo como filosofias de vida, onde a dissolução e a falsa liberdade os manterá em prisão, indo “de mal para pior, enganando e sendo enganados” (2Tm 3.13).
Em nome da verdade, todo crente deve lutar contra a heresia e o engano perpetrado por satanás e seus discípulos; porque sempre teremos a segurança pela fé, e como ovelhas ouvimos a voz do Bom Pastor, somos conhecidos dEle, e seguimo-lO, o qual nos dá a vida eterna e nunca haveremos de perecer e ninguém nos arrebatará de Suas mãos (Jo 10.27-28), como a mais indubitável e sublime verdade. Somente Cristo pode nos libertar através do Evangelho; sem Ele tudo é permitido, mas nada possível; sem Ele a condenação é certamente a mais pura verdade.
A heresia é uma conversão contrária, o caminho inverso pelo qual a igreja trilhará ao se afastar da verdade, ao opor-se ao Evangelho, desprezando Cristo, o qual revelou-lhe a própria desobediência: “O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem, e o homem mau, do mau tesouro do seu coração tira o mal, porque da abundância do seu coração fala a boca. E porque me chamais, Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu digo?” (Lc 6.45-46).
Se crê no Evangelho mas não o proclama, se crê em Cristo como Senhor e Salvador mas não o obedece, se vê a igreja como uma extensão do mundo (e tanto faz um como o outro), se não se preocupa em dar bons frutos, nem com a conversão dos ímpios, cuidado! Abandone as mensagens tolas, psicológicas, de auto-ajuda, despropositadas, sentimentalóides; renuncie a ideologia satânica que o quer preso às armadilhas do mundo, proclamando um reino superior quando está nas profundezas abissais do inferno, mantendo-se perdido em si mesmo como um cão cego e epilético a perseguir o próprio rabo.
Entregue-se à suave palavra de Deus, e não faça pouco caso da sua consolação, arrependa-se, e põe fim aos seus pecados e às suas iniquidades, praticando a justiça (Dn 4.27).
Ouça o alerta: onde os princípios bíblicos encontram-se corrompidos e demolidos, não sobra muito mais o que destruir.
E você estará morto!
15 junho 2009
LOUVOR: COMO IMPLODIR A DOUTRINA

Por Jorge Fernandes Isah
A afirmação de que o louvor pode ser qualquer coisa, de qualquer forma, e de que Deus nos aceita como somos, remete-nos à seguinte questão: O Senhor aceita o pecador inconvertido e sem arrependimento que mantém-se em rebeldia, rejeitando a Cristo como único e suficiente Salvador? Ou será necessário que, primeiro, esse pecador seja regenerado por Cristo e transformado pelo Espírito Santo para arrepender-se e receber o perdão divino, e então ser aceito? Da mesma forma, qualquer coisa que se faça em nome da Igreja e na Igreja somente será reconhecida por Deus se obedecer aos preceitos definidos na Escritura, os principios estabelecidos pelo próprio Deus.
É possível uma adoração santa quando se apela para ritmos sensuais, com o único objetivo de entreter e saciar a carne? É possível que se execute igualmente danças muito parecidas com a "dança-do-ventre" nos cultos, e crer que se está agradando a Deus? É possível agradá-lO com um discurso humanista, que exalta o homem, em detrimento da pregação expositiva bíblica que exalta a Deus? É possível uma diversidade de técnicas mundanas subir ao púlpito (o pragmatismo, o servilismo ao pecado, a acomodação aos padrões do mundo), e agradar a Deus? É possível agradá-lO sem ser bíblico? Baseado apenas nas sensações e tentativas humanas? O homem natural certamente não verá problemas, e responderá acertivamente. Contudo, o homem espiritual, aquele que tem a mente de Cristo e foi regenerado, dirá não. Porque o princípio da verdadeira adoração não são os efeitos pirotécnicos, nem a multidão de gestos, nem o grito tronitruante, nem o suor, nem calafrios, nem comoção pública, nem o cair ou cacarejar, ou qualquer outro fenômeno bizarro. O preceito da verdadeira adoração é a obediência a Deus e a Sua palavra, as Escrituras Sagradas.
As igrejas começam sempre abrindo uma exceção em suas práticas, as quais consideram sem importância. E, normalmente, começa-se pela liberalidade na música, no louvor. Acontece que os bodes precisam de diversão constante, e estão ali para distrair e, num golpe final, destruir o rebanho (como objetivo, porém não alcansável, visto que as ovelhas de Cristo são salvas e jamais destruídas pelo inimigo). E como isso se dá? Primeiro, corrompe-se o louvor, onde a santidade dá lugar a toda prática profana, com a apropriação dos sentimentos e valores do mundo para depois, progressivamente, implodirem a doutrina e a validade escriturística.
É esse o caminho que os ímpios impõem à igreja enquanto irmãos sinceros, mas iludidos com as falsas promessas de resultados (e a ignorância escriturística é fundamental para se manter crentes em estado de coalizão com as forças malignas; os quais veem erroneamente os valores humanos como sendo de Deus), permitem-se cair na blasfêmia, no mundanismo, na rebelião e no desprezo ao Senhor.
A igreja que acredita louvar a Deus na carne (repito: com ritmos sensuais, contagiantes, eletrizantes, danças profanas, e técnicas do show business) está assentada no lamaçal do pecado, e receberá a disciplina ou a ira divina. Porque a verdadeira adoração não é uma isca para fisgar espectadores através da musicalidade profana, da pregação artificiosa e antibíblicas; a verdadeira adoração é a submissão do crente a Deus, sujeitando-se à Sua vontade, e porque não, trabalhar para manter os bodes e ímpios fora da igreja ao invés de chamá-los para um acordo de paz, onde os bodes não cumprirão a parte assumida, mas dissimuladamente buscarão dispersar as ovelhas, se possível fosse, destruí-las.
Infelizmente a maioria dos adoradores modernos enquadram-se na sentença de Paulo: "Segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus" (Rm 2.5).
07 junho 2009
AUTORIDADE E BONDADE [Comentário a Jó 2.1-3]

Por Jorge Fernandes Isah
Os versículos 1 e 2 repetem a situação descrita em 1.6-7, e os meus comentários podem ser lidos aqui.
A primeira parte do verso 3 também foi registrada em 1.8, mas desejo reafirmar alguns conceitos ali presentes.
“ E disse o Senhor a Satanás: Observaste o meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desvia do mal”.
Esta declaração somente será irrefutável:
1) Se Deus controlar completamente todo o processo da vida, incluindo os pensamentos e ações de Jó.
2) Se Deus preordenar infalivelmente todos os eventos na vida de Jó. A presciência não garante que a Sua declaração seja verdadeira, e de que nem mesmo esse conhecimento seja verdadeiro, em vista de que, no decorrer do tempo e da história, os homens (como co-autores dos eventos na visão arminiana) poderão alterá-la através da mudança de opinião, postura e ações.
3) Se Deus for imutável (Tg 1.17); porque Ele é perfeito, e somente os seres imperfeitos estão sujeitos a mudanças e variações.
4) Se Deus for completamente soberano. A soberania de Deus não pode ser compartilhada nem mesmo conosco (o que é um escândalo para os humanistas). Ou Ele é completamente Todo-Poderoso (o que representa controlar 100% de tudo o que há, seja físico ou espiritual) ou não é, e, portanto, não é Deus (a idéia diabólica de que Deus “abriu” mão de Sua soberania como afirmam os proponentes do teísmo-aberto ou relacional é antibíblica e não encontra nenhum versículo que a corrobore). Qualquer teologia que retire de Deus a soberania completa e total sobre tudo e todos, inclusive sobre o homem, é maligna, herética e blasfema.
5) Se Deus assegurar a eficácia dos eventos. Para que Deus afirme categoricamente que Jó é homem íntegro e reto, é necessário que a sua integridade e retidão sejam garantidas, não sejam alteradas, nem haja uma mudança de vontade, o que exclui a idéia de livre-arbítrio. Se ele é livre para se tornar no que quiser, podendo ser hoje um homem reto e amanhã um homem iníquo (ou ainda hoje à noitinha), é possível Deus ter convicção da sua equidade? Quem garante a integridade e retidão de Jó? Deus ou ele? Pode Jó garantir alguma coisa a Deus de forma que seja totalmente confiável? Quem é fiel, Deus ou o homem? Se o homem é fiel, Deus pode se tranqüilizar. Se o homem não é fiel, Deus há de se preocupar. Mas não é o que acontece, porque o Senhor é fiel e mais nada ou ninguém é (1Co 1.9). Ele é quem garante a integridade e retidão de tal forma que Jó jamais se desviará delas sendo confirmado justo diante do Senhor, o qual o capacita, move e opera em sua vida ativa e positivamente (inclusive nas causas secundárias, terciárias, ou quantas existirem) a fim de que O tema e desvie-se do mal. Do contrário, estaremos falando de qualquer outra coisa menos do Deus Vivo, e apelaremos para conceitos extra-bíblicos, os quais não foram sumariados pelo Senhor como verdadeiros e infalíveis, mas sendo pura especulação e improbidade da mente caída e nociva do homem.
Parênteses: Há quem diga que me preocupo demasiadamente com a soberania de Deus, e esqueço-me de refletir em Sua bondade. Ao que replico: Por que o fato de se subordinar todas as coisas à soberania de Deus fa-lO-á menos bom? É a bondade conflitante com a soberania? Elas são excludentes? Para que uma exista é necessário que a outra seja fragilizada? Deus não pode ser completamente soberano e completamente bom? O que uma coisa tem a ver com a outra?
Na verdade não posso tecer nenhuma afirmação legítima e verdadeira de Deus se não apregoar a Sua total soberania e total bondade. Se tento excluir ou minimizar qualquer desses conceitos escriturísticos, estarei construindo ou imaginando outra coisa menos o Deus bíblico. E quando se diz que Deus é bom, e que todos os Seus demais atributos estão subordinados à Sua bondade, e que por isso deu liberdade de escolha ao homem, e que por isso abriu mão de Sua soberania para “penetrar” no tempo e vivê-lo, sofrê-lo, e surpreender-se como qualquer criatura, anelamos o pecado por deliberadamente suprimir parte do que Deus é; à revelia do que nos foi revelado, do que declarou de Si mesmo (por isso os liberais e heréticos precisam suprimir das Escrituras a sua infabilidade, inerrância e inspiração divina, para acrescentar suas mentiras e perversões).
Não vejo em que os proponentes apenas do amor (ainda que completo, total) tenham o verdadeiro conhecimento de Deus. Da mesma forma que os proponentes apenas da soberania também desconhecem-nO.
A segunda parte do verso 3 diz:
“e que ainda retém a sua sinceridade, havendo-me tu incitado contra ele, para o consumir sem causa”.
O verbo incitar é a palavra chave no texto e, segundo o dicionário Priberam, quer dizer: 1. Excitar (alguém) a (outrem) levar a efeito alguma coisa. 2. Despertar, aguilhoar. 3. Provocar. 4. Desafiar. 5. Açular.
A partir dessas definições pode-se entender o texto de duas formas:
1) Satanás instigou Deus a consumir Jó. Pergunto: Quem pode instigar, provocar ou desafiar Deus? Digamos que isso seja possível. Provaria então que Deus não é sábio o suficiente em tomar decisões; que se deixa influenciar pelas tentações; quis inocentar-se diante do diabo; e afligiu um homem sem causa. Em suma: provaria que Deus é fraco, imperfeito, injusto, e pode ser manipulado por suas criaturas. Seriam descrições de Deus? NÃO! A Bíblia diz que Ele é Todo-poderoso, Soberano (Gn 17.1; Ap 1.8), Perfeito (Sl 18.30), Bom (1Cr 16.34; Sl 100.05; Mc 10.18), Sábio (Rm 16.27; 1Tm 1.17; Jd 25), Justo (Sl 11.7, 145.17; 1Pe 3.18), e, finalmente, não pode ser tentado (Tg 1.13*).
Qualquer interpretação que se aproxime minimamente da concepção infame e falaciosa de que Deus atendeu à provocação, de que se submeteu ao teste diabólico, é herética, absurda e contrária a todo o ordenamento bíblico, devendo ser abominada e repelida prontamente.
2) Deus está a confrontar o diabo, o qual desejando a destruição de Jó e duvidando da capacidade do Senhor preservá-lo em integridade e retidão, ouviu que mesmo assim Jó “ainda retém a sua sinceridade”. Ou seja, os argumentos que levaram o diabo a pedir a Deus que tocasse no servo (sendo ele quem o tocou), não foram suficientes para Jó pecar. Assim expôs-se a fragilidade, inutilidade e insuficiência do argumento maligno, e sua flagrante derrota, o que certamente levou-o a odiar ainda mais Jó e a desejar ainda mais a sua ruína. De igual forma, o Senhor manifestou o Seu poder de preservar o servo da blasfêmia e do mal, a despeito de toda a incredulidade perversa de satanás.
Veja bem como é reconfortante e nos dá segurança saber que Deus peleja por nós (Dt 3.22), de que jamais cairemos da graça (At 20.32; 2Tm 1.9), estamos seguros na Rocha, Cristo (Sl 62.6 c/ Mt 7.25), e de que satanás cumpre exatamente o que Deus preordenou como sua área de atuação. Deus revelou-lhe a autoridade pela qual ele foi expulso dos céus (Is 14.12; Lc 10.18; Ap 12.7-9), e pela qual está submetido ao controle de empreender exatamente os desígnios divinos. Todas as suas ações foram planejadas por Deus, bem como as ações de toda a criação, e como ela, o diabo está subordinado ao eterno decreto pelo qual o Senhor ordenou todo o universo, a fim de que se cumpra inexoravelmente a Sua vontade.
Como exemplo (e apenas como tal), digamos que Deus seria o General do exército, o planejador, e satanás um soldado raso que pensa, exercita e age como um militar, sem ter acesso à totalidade do plano do comandante. O soldado somente sabe a parte que lhe cabe no plano, aquilo que lhe foi ordenado fazer e, seguramente, não é capaz de controlar nem mesmo o que executa se não lhe for propiciado os meios para cumpri-lo. Quem planeja, condiciona, dispõe e estabelece as funções de cada um dos soldados e das tropas, de cada um dos armamentos, a forma como, onde e quando atacar e defender, os deslocamentos dos blindados, e ainda todas as minúcias envolvendo o combate, é a autoridade do General. É ele quem determinará a melhor estratégia, e estabelecerá os meios necessários para que a vitória seja alcançada.O soldado não pode organizar um plano e colocá-lo em ação, pois além de não deter autoridade, está sob ordens superiores.
Alguém perguntará: Por que Deus afligiu Jó? Ele não era um homem justo e temente a Deus? Qual o motivo do seu sofrimento?
No decorrer do livro, esses e outros questionamentos serão clarificados pela própria palavra de Deus. Por hora, ficamos aqui.
* O texto de Tiago é complexo, porque pode nos levar a pensar que o mal e o diabo são forças criadoras, autoexistentes, independentes de Deus. E nada é independente ou livre de Deus, porque se assim fosse, Deus não seria soberano e o Todo-Poderoso. Tiago não disse isso, e o que disse está em conformidade com toda a Escritura. Explicando, Tiago diz que a autoridade de Deus é suficiente para que ninguém se absolva (e se considere escusável) com a desculpa de que foi tentado por Deus. Como está escrito em Ezequiel 18.4: "a alma que pecar, essa morrerá". Este é o princípio, o da autoridade de Deus sobre as Suas criaturas. E isso basta para que a condenação sobrevenha sobre elas, ao descumprirem a Lei Moral, pecando e se rebelando contra Deus (Tiago confirma Paulo em Rm 9.16-21. Os textos, para mim, tratam da mesma questão).
31 maio 2009
DESTRUIR O NÃO CONSTRUÍDO*

Por Jorge Fernandes Isah
15 maio 2009
NATURAL

Por Jorge Fernandes
Encurralado, a vergonha bate à porta, como um sinal sem resposta,
Uma explicação sem jeito, vazia, inócua, somente o mal a levar-me a efeito,
À desonra que não ignoro, e se esconde nos gritos,
Mas não abafam a dor que inflige, o sofrimento desnudado,
Pois o que fiz divide-me, e as partes colaboram para o temerário,
E a lágrima descuidada, não apaga o dito nem o feito anos a fio.
O torpor camufla-me; na impossibilidade de encará-lo nos olhos,
Desvio-os ao longe, onde não revelem o quanto a minha alma indistinta
Pode refletir-se nas águas turvas da bravata, onde a névoa oculta com traços de civilidade
A fraqueza moral instalada no pecado, os irmãos siameses,
A levar-me ao abandono, ao digladiar insano contra Deus.
O vexame diante da verdade, a olhá-la de esguelha, a esperar o descuido,
Para tomar as rédeas daquilo de mais sórdido construído.
É o canto esmaecido do pardal, a resposta que não vem à tona,
Solapada em toneladas de impurezas,
A desculpa é o favor que me concede continuar por tudo o que passei e não remediei,
O que para trás ficou, segue-me adiante, a fazer-me pior do que fui um dia,
E a chuva a encharcar-me não lava a sujeira e o odor fétido a cobrir-me,
No qual me atolo como um barco encalhado, no refúgio de não poder livrar-me,
Não há como soltar-se sozinho, não há força nem movimento útil,
Apenas é-se capaz de ir mais rápido ao fundo, qual objetivo alcançado,
Restando o grito de desprezo a soluçar em gorgulhos,
O afogar-se no inútil esforço, o descontrole de não ter o escape,
É a desculpa para insistir nos erros.
Já senti isso muitas vezes, passei por isso outras tantas,
Basta seguir o mal levianamente, e ele nos levará a imolar até mesmo o que não temos,
É-nos emprestado, será cobrado com juros, e nos deixará nu como terra assolada,
Nem mesmo as cinzas perdoarão, enquanto reviro-me no mover contra Ele,
Pois não é possível o mundo me absolver, se está a cumprir sua própria pena.
A evasiva não passa de pilhéria, é o medo de não parar até ser arrancado e posto no patíbulo...
O silêncio é o risco assumido, o perigo que não se acaba.
07 maio 2009
COMENTÁRIO A JÓ 1.13:22 - PARTE 2

Por Jorge Fernandes
Para ler o comentário a Jó 1.1-12, click AQUI
02 maio 2009
COMENTÁRIO A JÓ 1.13:22 - PARTE 1

Por Jorge Fernandes Isah
Jó não esperava que mais nenhum desastre fosse acontecer; subitamente ele estava arruinado financeiramente, não lhe restara nada, nenhum bem com o que se sustentar. Talvez tenha pensado nos banquetes dos filhos e se entristecido, porque não teria mais como patrociná-los, afinal era um homem pobre agora... Talvez a sua preocupação fosse de que, mesmo sem bens, seus filhos continuariam pecando, e ele não teria nenhum sacrifício a oferecer a Deus, a fim de santificá-los... Talvez se questionasse: "Por que eu?". Não era ele um homem justo, temente a Deus?... Talvez, enquanto eram-lhe relatados os infortúnios, elevou a Deus uma rápida oração... Talvez não houve tempo para pensar em nada, apenas derramar-se interiormente abatido...
*Os caldeus (hebr. kasdim) foram um grupo de tribos que viviam ao sul da Babilônia. No AT há várias citações sobre eles que, sob o camando de Nabucodonosor destruiu Jerusalém, e levou o povo judeu para o cativeiro babilônico por 70 anos. Os caldeus foram derrotados pelos persas, e a Babilônia dominada por Ciro, que ordenou a reconstrução de Jerusalém, por Neemias.