Jorge F. Isah
INTRODUÇÃO
Bondade é a disposição natural para o bem, a qualidade do que é bom. E apenas Deus tem essa disposição em sua natureza, de forma que ele é completamente bom, de maneira que Deus não pode ser mau ou deixar de ser bom. Ele é bom, porque em seu ser não há qualquer maldade; o atributo da bondade não pode ser alterado, seja para mais ou para menos, porque Deus é a perfeita, infinita e imutável bondade, ela tem de existir em Deus sem limites ou medidas. Nele há simples, uniforme e infinitamente todo o bem. Como o salmista diz: "A bondade de Deus permanece continuamente" [Sl 52.1]; a terra está cheia da sua bondade [Sl 33.5]; e ainda: "Porque o Senhor é bom, e eterna a sua misericórdia; e sua verdade dura de geração em geração" [Sl 100.5].
A bondade inclui a benevolência, o amor, a misericórdia e a graça. Ela está presente na forma como Deus sustenta toda a criação, sejam anjos, homens, animais e a natureza. Todo o universo é a prova categórica da sua bondade para com as suas criaturas. E ela se manifesta na sua providência, em que todas as suas obras louva-lo-ão, "e teus santos te bendirão" [Sl 145.10]. Assim, o salmista diz que Deus, em sua bondade, dá o mantimento a todos no seu devido tempo, implicando no sustento e preservação. É por isso que o Senhor diz: "Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros, e vosso Pai celestial as alimenta... Olhai os lírios do campo, como eles crescem, não trabalham nem fiam; e eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles" [Mt 6.26, 27]. E até mesmo o ímpio não está isento de receber as bênçãos divinas, através da sua providência: "Porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos" [Mt 5.45].
Deus é bom, e somente ele é. Foi o que o Senhor Jesus disse ao jovem: "Por que me chamas bom? Ninguém há bom senão um, que é Deus" [Mc 10.18]. Não há o que seja contestado nas palavras de Cristo. Apenas Deus é bom. Os homens, por mais que sejam considerados bons, por mais que pratiquem a bondade, ela nada mais é do que uma ínfima e quase indelével amostra da bondade divina. Se temos algo de bom em nós, ele provém de Deus, o qual somos a imagem e semelhança, que, por causa da Queda, tornou essa imagem em quase um espectro indistinguível e indefinível. O pecado nos arrasta para uma condição oposta à bondade; ele nos faz trilhar o caminho mal, que é a antítese do caminho de vida, o qual Deus nos deu a conhecer na pessoa do seu Filho Amado. O pecado nos faz transitar na morte, na dor, no sofrimento, da amargura, mas, sobretudo, no caminhos erráticos da rebeldia e descrença. Dizer que o sofrimento e dor não decorre do pecado é querer tampar o Sol com a peneira. Mesmo que não seja por conta de um pecado individual e específico, elas são originariamente causadas por nossa natureza pecaminosa, pela Queda, pela quebra da ordem. Por isso, nenhum homem pode ser chamado de bom; nem mesmo o mais abnegado e dedicado homem a buscar a bondade. Aquele jovem rico não considerou o que dizia. Não ao chamar Jesus de bom, porque ele é bom, sendo o Deus encarnado. Mas em pedir algo que era incapaz de realizar. Ao perguntar: "Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?", ele demonstrou uma preocupação com a possibilidade de, por si mesmo, alcançar a salvação, ao mesmo tempo em que demonstrava desconhecer os reais significados tanto da sua condição como pecador, como da salvação e da impossibilidade do homem obtê-la por esforço próprio. A sua pergunta nem mesmo fazia jus à pessoa do Senhor Jesus. O seu pensamento estava errado em quase tudo que se relacionasse com a sua inquirição.
A bondade inclui a benevolência, o amor, a misericórdia e a graça. Ela está presente na forma como Deus sustenta toda a criação, sejam anjos, homens, animais e a natureza. Todo o universo é a prova categórica da sua bondade para com as suas criaturas. E ela se manifesta na sua providência, em que todas as suas obras louva-lo-ão, "e teus santos te bendirão" [Sl 145.10]. Assim, o salmista diz que Deus, em sua bondade, dá o mantimento a todos no seu devido tempo, implicando no sustento e preservação. É por isso que o Senhor diz: "Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros, e vosso Pai celestial as alimenta... Olhai os lírios do campo, como eles crescem, não trabalham nem fiam; e eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles" [Mt 6.26, 27]. E até mesmo o ímpio não está isento de receber as bênçãos divinas, através da sua providência: "Porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos" [Mt 5.45].
Deus é bom, e somente ele é. Foi o que o Senhor Jesus disse ao jovem: "Por que me chamas bom? Ninguém há bom senão um, que é Deus" [Mc 10.18]. Não há o que seja contestado nas palavras de Cristo. Apenas Deus é bom. Os homens, por mais que sejam considerados bons, por mais que pratiquem a bondade, ela nada mais é do que uma ínfima e quase indelével amostra da bondade divina. Se temos algo de bom em nós, ele provém de Deus, o qual somos a imagem e semelhança, que, por causa da Queda, tornou essa imagem em quase um espectro indistinguível e indefinível. O pecado nos arrasta para uma condição oposta à bondade; ele nos faz trilhar o caminho mal, que é a antítese do caminho de vida, o qual Deus nos deu a conhecer na pessoa do seu Filho Amado. O pecado nos faz transitar na morte, na dor, no sofrimento, da amargura, mas, sobretudo, no caminhos erráticos da rebeldia e descrença. Dizer que o sofrimento e dor não decorre do pecado é querer tampar o Sol com a peneira. Mesmo que não seja por conta de um pecado individual e específico, elas são originariamente causadas por nossa natureza pecaminosa, pela Queda, pela quebra da ordem. Por isso, nenhum homem pode ser chamado de bom; nem mesmo o mais abnegado e dedicado homem a buscar a bondade. Aquele jovem rico não considerou o que dizia. Não ao chamar Jesus de bom, porque ele é bom, sendo o Deus encarnado. Mas em pedir algo que era incapaz de realizar. Ao perguntar: "Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?", ele demonstrou uma preocupação com a possibilidade de, por si mesmo, alcançar a salvação, ao mesmo tempo em que demonstrava desconhecer os reais significados tanto da sua condição como pecador, como da salvação e da impossibilidade do homem obtê-la por esforço próprio. A sua pergunta nem mesmo fazia jus à pessoa do Senhor Jesus. O seu pensamento estava errado em quase tudo que se relacionasse com a sua inquirição.
A alegada não divindade de Cristo, cogitada por muitos, a partir deste relato, é uma avaliação frágil e descuidada de quem a proferi. Cristo não disse que não era Deus, mas que apenas Deus era bom. Ele sabia que aquele rapaz não consideraria as suas palavras, logo, as desobedeceria, revelando a descrença em sua própria afirmação: "Bom Mestre". O seu erro foi querer algo que era-lhe impossível alcançar. Há, também, um certo ar de orgulho e soberba na sua pergunta: "que farei para herdar a vida eterna?". Sabemos que o homem nada pode fazer para mudar a sua condição de perdição. Como o Senhor disse aos apóstolos, um pouco à frente, a salvação para os homens é impossível, mas não para Deus, pois para Deus tudo é possível [v.27]. Esse jovem considerou de maneira errada que era capaz de obter a vida eterna. Mas ela estava muito distante do seu alcance. Apenas Cristo, o Bom Mestre e Pastor, poderia fazê-lo por ele.
E então, entra-se na questão da divindade de Cristo. Se Cristo não é Deus, como o homem pode ser salvo? A suposição é de que ele não se considera Deus ao afirmar que apenas Deus é bom. Mas é possível ler isso nas entrelinhas? Não. Essa é uma inferência completamente despropositada e equivocada. Pois, que diferença há entre o "Bom Mestre" proferido pelo rapaz, e a autoproclamação do Senhor em João 10.11? Ali ele chama a si mesmo de o "Bom Pastor". Com todas as letras ele diz: "Eu sou o bom Pastor" [numa referência clara ao Salmo 23, onde Deus é o "Bom Pastor"]. O que torna uma afirmação diferente da outra? Há diferença entre os dois "bons"? Não. Se Cristo é o bom Pastor, segue-se que ele é bom, por isso, Deus. Discutir a divindade de Cristo a partir da sua resposta ao jovem rico é impossível. Assim como é impossível questioná-la à luz da Escritura. O certo é que Deus é bom em sua unidade, mas na diversidade pessoal do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
A BONDADE DE DEUS E O MAL
A bondade está refletida na criação, a qual Deus considerou muito boa [Gn 1.31]. É claro que não podemos dar o sentido de "muito bom" à criação significando cada item dela como bom. O ato divino de criar e de fazer todas as coisas é que me parece "muito bom"; creio que ela está mais ligada ao fato de o Senhor ter se agradado por cumprir aquilo que imaginou e determinou criar. É possível mesmo divagar um pouco e acrescentar que, em vista do decreto eterno, a criação foi o cumprimento bom, correto, apropriado, daquilo que Deus estabelecera eternamente em seu plano. Creio não ser um disparate afirmar que a execução do plano divino na obra de criação é que ele considerou boa. Já que ele, como o Ser supremo e perfeito, não poderia jamais criar algo ruim em conformidade com o seu projeto perfeito. E isso não tem nada a ver com a perfeição da criação, a qual muitos teólogos se referem. Se Deus criasse algo perfeito, do ponto de vista metafísico, estaria se autocriando, o que é impossível; visto ser Deus eterno, não haveria como criar a perfeição. O que temos é a assertiva do Senhor em se agradar com a sua obra, de executá-la perfeitamente em conformidade com o seu decreto e vontade. E, certamente, como a Bíblia nos revela, os planos do Senhor incluíam tanto o mal como as coisas ruins, sem que elas procedessem dele, fossem causadas por ele. O mal é sempre causado pela deficiência do agente, de forma que os anjos ou os homens caídos realizam o mal por haver em suas naturezas uma deficiência que os inclina a praticá-los. E essa inclinação é decorrente da natureza pecaminosa, que contaminou a todos, sem exceção, a partir da queda de Adão no Éden. O mal, portanto, procede dessa deficiência natural do homem [que já estava presente em Adão, senão ele não pecaria], mas de forma alguma está presente em Deus, porque ele é o ser supremo, como Tomás de Aquino dizia: Deus é o Bem Supremo ou Sumo Bem, onde não há imperfeição ou falta alguma, pois ele é, também, a suprema perfeição.
De certa forma, o mal metafísico está presente na criação. As imperfeições quanto aos seres pode-se ser percebida em relação a Deus, o ser perfeito. O homem, por exemplo, existe, vive, age e pensa. Uma pedra apenas existe, não vive, não age nem pensa. Nós, como seres criados à imagem e semelhança de Deus não atingimos a perfeição divina, o que é impossível, mas na escala da criação estamos mais próximos da sua perfeição; e, em relação às demais criaturas, somos mais perfeitos. Nesse sentido, tudo o que se aproxima mais do ser de Deus é "mais perfeito"; e também nesse sentido podemos dizer que Deus é o autor ou a causa do mal, mas do mal metafísico.
Acontece que o mal moral é aquele que tem de ser punido. E, nesse sentido, apenas os anjos e homens podem cometê-lo. E o que seria o mal moral? Ao meu ver, e em concordância com o que diz Agostinho, é a ausência do bem. Temos de entender que o pecado, em si mesmo, exercer uma desordem na natureza humana, resultando na supressão de todo o bem, impelindo-o às escolhas opostas e conflitantes com os preceitos divinos; o que o torna incapaz, por sua deficiência moral, de orientar-se na realização do propósito final de Deus: fazer o bem, ser bom. E ele, em conformidade com a sua natureza, ausente do bem, dispõem-se a realizar o mal. Quando lemos Isaías 45.6-7, temos de entender que aquele mal ao qual o Senhor se refere não é outro senão a aplicação da sua Justiça, a sua ira, punindo o infrator pela transgressão, pelo pecado cometido contra o Deus santo e reto. Pois sendo Deus necessária e essencialmente bom, é impossível que ele faça o mal.
Alguns dirão que Deus não é bom porque há pessoas com fome, sede, sem vestimenta... crianças nascem mortas ou falecem prematuramente... e de que, em suma, há muita injustiça no mundo. Então, num mundo onde há dor, sofrimento, morte e injustiça, não é possível que ele seja governado por um Deus bom. Mas, pergunto, o que tem a ver as tragédias e dores do mundo com Deus? Não seria essa a culpa do próprio homem? Que ao se entregar ao pecado causou o caos e a degeneração na ordem de forma que houvesse a desordem? E essa desordem não trouxe somente a morte espiritual, mas a morte física, ou seja, a desordem que nos fez perder as qualidades da imortalidade, mas sobretudo, a boa disposição de todas as coisas, a harmonia em toda a criação, para sucumbir à confusão, o desalinho e a anormalidade? E não foram elas que culminaram nas doenças, limitações e fragilidade do corpo? Mas não somente do nosso corpo, mas de toda a estrutura do universo? Porque Deus é acusado do mal praticado por nós? Não é o que Paulo nos diz em Romanos 8.19-22, que a culpa do caos é do homem? De que toda a criação, sujeita à vaidade do homem, geme com dores de parto até agora, esperando que a criatura seja libertada da corrupção, "para a liberdade da glória dos filhos de Deus". Toda a criação espera a manifestação dos filhos de Deus, para se ver também livre da corrupção e da degeneração. Deus criou todas as coisas em ordem, o pecado levou-as à desordem, e ele está executando o seu plano para devolver novamente tudo à ordem. Por que então ele já não fez isso de uma vez?, pode dizer alguém. Ora, porque ele é Deus, e executará o seu plano segundo a sua vontade e no devido tempo estabelecido por ele. Nem antes, nem depois, mas no momento exato.
É claro que temos um aliado sinistro na obra de manter a desordem no cosmos: o diabo. Dizer que a sua participação não é efetiva no conjunto da obra que o homem realiza, e de que há uma conjunção de forças para perpetrar essa situação, ainda que o diabo nos veja como um inimigo desprezível e odioso, o seu próprio desejo de nos destruir e a toda obra divina, representa o caos do qual ele não consegue se livrar, sendo ele a causa da sua justa condenação e precipitação no inferno, criado para ele e seus anjos, e de onde jamais sairá depois do Juízo, onde estará em sofrimento eterno.
Mais alguém pode se levantar e dizer que a própria ideia de "sofrimento eterno" imposto por Deus aos rebeldes é prova de que ele não é bom. Mas essa pessoa se engana quanto à natureza divina, que também é santa e justa. Um mundo onde não há a punição para o pecado, o delito e a rebelião, seria um mundo injusto, como o que vivemos. Porém, Deus não o criou assim. E, no seu decreto, caberá a ele estabelecer novamente a ordem, aplicando a sua santa justiça e ira sobre os irregenerados. Deus, em sua perfeição, não pode abrir mão da justiça em prol do infrator. Como Justo Juiz cabe aplicar a pena sobre ele. Ainda pode-se dizer que a justiça de Deus é má, pois inflige dor e sofrimento. Contudo, ele alertou o homem das consequências da sua desobediência: "Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás" [Gn 2.17]. E elas vieram como resultado da transgressão, do homem considerar imprudentemente que a sua vontade era superior à vontade de Deus, dele desconsiderar a verdade, e relativizá-la como algo possível de se fazer mantendo-se em seu estado original. Mas veio a queda, e com ela a desordem e a degeneração, e as consequências estão aí para todos vermos. Por mais que o homem descubra as curas para velhas doenças, muitas delas persistem matando [pois até mesmo o remédio não é eficiente para todos], enquanto novas surgem, manifestando que o homem é incapaz de trazer à ordem as coisas, antes ele é a causa, pelo seu pecado, do caos quase absoluto. Com isso temos que o homem não é bom em sua essência, ainda que ele reflita-a parcial e esporadicamente, como fruto do "Imago Dei", das frações da bondade divina que nos foi comunicada.
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Notas: 1- Textos bíblicos analisados em áudio: Mt 6.26-27 e Rm 8.18-23.
Aula realizada no Tabernáculo Batista Bíblico
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ÁUDIO DA AULA 28:
TEQUEL: Pesado foste na balança e achado em falta.
ResponderExcluirO diabo quando tenta um determinista bíblico, como nós dois somos, existem algumas coisas que acontecem:
1. Ele blasfema e abandona Deus? Impossível pois os eleitos não blasfemam jamais, pois aquele que iniciou a boa obra em nós a aperfeiçoará até aquele dia. Logo até mesmo um aparente xeque-mate do diabo tem a função pedagógica de nos aperfeiçoar na fé.
2. Ele fica brabo, confuso, sem repostas? Sim, acredito ser possível, é o que tem acontecido comigo e me levado inclusive a escrever menos ultimamente. Um assunto tem me tomado os pensamentos e para ele não acho solução.
3. Ele retrocede e desdiz o que já disse com muita conficção? É o que me parece que ocorreu com você. Diante do suposto xeque-mate do diabo, foste pesado na balança e achado em falta.
Abraço fique na Paz!
Não estou em melhor posição que você, mas o caminho que tomas é uma ilusão lógica e não resolve o problema.
Natan,
ResponderExcluir"Pesado fostes na balança e achado em falta"?
Rapaz, o que eu disse que não tenha dito anteriormente? Se reler novamente o que escrevi, verá que não estou tomando outro caminho. Estou, talvez, mais prudente e menos "escandaloso" [rsrs].
E se antes olhava apenas metafisicamente, hoje olho para a realidade também, e vejo que o homem é o culpado por todo o mal que sucede no universo [com uma boa colaboração de Satanás e seus anjos].
Espero uma retratação... [rsrs].
Grande e forte abraço!
Fique também, juntamente com os seus, na paz eterna de Cristo!
Caro
ResponderExcluirVocê é mais lido e mais inteligente do que eu.
Saberá achar os pontos onde o "mistério compatibilista" está presente de forma sutil em algumas afirmações suas.
Ainda bem que dizes que olhas TAMBÉM para a realidade.
No seu texto para não gerar dúvidas, deves sempre deixar claro quando estás a olhar metafisicamente e quando estás a olhar para a realidade.
Eu vou me retratar só um pouquinho... risos...
O texto a meu ver está mais para "cristão" do que para "fiel", usando as figuras dos personagens do livro O Peregrino.
Escrevi uma longa carta para enviá-lo, mas deixa para lá.
Retiro dela apenas uma pequena parte para implicar um pouco contigo:
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Quem subsiste e mantem a desordem no cosmos é o diabo? “É claro que temos um aliado sinistro na obra de manter a desordem no cosmos: o diabo.”
Mas a Escritura não ensina o contrário quando diz que o que mantem o que existe seja ordem ou desordem é Deus? Até mesmo o diabo não precisa de Deus para subsistir e existir?
Então o diabo é Deus sobre a desordem? É soberano sobre ela?
Etc...
Abraço!
Deus é o bem...isso me mantém firme nele, pois nele não há variação nenhuma. Preciso confessar que este tema é profundo demais para mim...rs No momento vou ficando satisfeito em saber o essencial, que Deus é bom e que fora dele não há o que me complete.
ResponderExcluirVou encontrar um tempo para refletir mais sobre isso.
Em Cristo,
Tom Alvim.
Natan,
ResponderExcluirpenso que estamos falando de coisas diferentes, mas parece que você as está fundindo ou confundindo.
Deus é Deus de ordem, não de desordem. O fato de Deus ter planejado eternamente a desordem no universo, com o advento do pecado e da queda [no sentido metafísico], não o torna o autor da desordem [realidade]. São pontos distintos.
Sabemos também que todo o universo é sustentado por Deus, mesmo na desordem, porque ele é o sustentador de tudo, dos anjos caídos aos homens caídos. Isso é um ponto. Agora, os agentes que causam a desordem e todo o mal que acontece no mundo são tanto os homens como os demônios. A própria desordem no universo advém do pecado, e o pecado foi cometido pelo pai de toda a raça humana: Adão. Logo, um homem [este é um exemplo da realidade a qual me referi].
Como pode ver, são coisas que não se misturam. Deus é bom, e permanece bom, como você tão bem descreveu em seu último texto, e que recomendo a leitura a todos. O link é http://oliveira-reflexoes-reformadas.blogspot.com.br/2012/05/deus-o-tentador-tentacao-e-o-tentado.html
Como pode o Deus bom planejar e criar o mal, eu não sei, assim como você também não sabe. Entendo que tudo é para a sua glória, e tudo está dentro de um propósito santo, perfeito e justo, e entendo que se nada disso acontecesse, provavelmente o homem não daria a devida glória a Deus, e reconheceria todo o seu caráter santo e justo. É necessário que certas coisas se manifestem para que possamos reconhecer e encontrar a verdade naquilo que é verdadeiro.
Quando todos os seres criados se curvarem diante de Cristo, reconhecendo-o como Senhor, e toda a língua proclamar essa verdade, mesmo o diabo e seus anjos e os homens ímpios constatarão que estão diante do Deus Todo-Poderoso, mas também do Deus justo, sábio, perfeito, imutável e bom. Isso é o que nos foi revelado, mas na mente infinita de Deus, é possível que haja motivos não revelados, mas que permanecerão santos e perfeitos.
Resumindo, não percebi elementos compatibilistas em meu texto; tenho procurado uma linguagem menos "virulenta" e incisiva, o que não quer dizer que haja compatibilidade, ou melhor, um planejamento conjunto entre Deus e suas criaturas; e mesmo uma ação conjunta em que a capacidade de organização seja distribuída. O homem não planejou nada, nem colaborou no planejamento, de forma que apenas Deus é o arquiteto e construtor de tudo. Como claramente a Bíblia nos revela, somos instrumentos, servos, escravos, de Deus. O que não exclui a responsabilidade humana, no sentido do homem ser o agente direito, o responsável direto por todo o mal, juntamente com o diabo e seus demônios.
A desordem do mundo é fruto da ação direta das criaturas [realidade]. Foi decretada eternamente por Deus, sendo ele a causa primeira, mas isso não o faz o agente direto da desordem [metafísica].
Portanto, como já disse, são coisas distintas, ações distintas. Talvez o que tenha feito você desgostar do texto tenha sido o fato deu ter destinado o espaço para falar mais da realidade do que da metafísica; sendo o real o princípio da bondade divina e da maldade humana. Mas mesmo na metafísica, eu não fugiria desse quadro, pois lá, também, Deus é essencial e necessariamente bom, enquanto o homem é guiado e controlado por sua natureza pecaminosa e iníqua. E, nisso, a Escritura, como a palavra de Deus, acredito, não condenaria o meu texto [quanta pretensão...rsrs].
Abração!
Tom,
ResponderExcluiré isso mesmo!
O importante é saber que Deus é bom, e, como você disse, que fora dele não há bondade [no sentido pleno do termo]. O que fazemos é refletir de maneira imperfeita a bondade perfeita do Deus perfeito e santo.
Saber que nada fora dele nos completa ou pode nos completar, faz com que assumamos a nossa incompleitude, e busquemos nele, apenas nele, o gozo e alegria [ainda que como um reflexo] daquele dia em que seremos completos e permanentemente ligados a Deus.
Penso que o objetivo de toda a criação é revelar o ser divino, mas dentro da obra maravilhosa que o Senhor está realizando em nós, nos fazer como ele, perfeitos e santos. A eternidade nos reservará isso, acredito. E é essa a maior motivação para que busquemos e sejamos a imagem de Cristo... Nas próximas aulas falarei mais sobre este ponto.
Meditemos sim, para a glória e honra do Senhor!
Grande e forte abraço!
Cristo o abençoe!
Amigo Jorge
ResponderExcluirBem... Fico mais aliviado com seu último comentário... risos...
Você continua deterministra bíblico... Ufa...
Mas veja...
O fato de não sermos específicos gera tais dúvidas e confusões.
Se gerou em mim (já convertido ao determinismo bíblico) pode gerar também nos demais leitores.
Acredito que você foi reticente até de propósito e por isto que achei que o "tequel" se aplicava a você.
Veja que é sempre o mesmo assunto.
Na CFW eles também são reticentes para agradar a gregos e troianos, quando dizem sobre Deus não ser o autor do pecado (e não especificam e por isto reticentes) e quando falam depois de causas primárias e secundárias (então sendo específicos mas nem tanto) deixam aberta a porta e o entendimento de que Ele pode ser sim o autor do ponto de vista metafísico.
E é isto que gera confusão (a reticência).
Até então eras mais radical e falavas as coisas sem neblina.
Veja eu afirmo claramente sem conseguir explicar tudo, que:
1. Deus não é o autor da desordem (do ponto de vista da realidade ou causas secundárias ou da ação última). Para isto existe o diabo, seus anjos e o pecado dos homens.
2. Mas Deus do ponto de vista metafísico (das causas primárias) ele é sim o autor da desordem, e assim a desordem do ponto de vista da soberania de Deus é "ordem". Agora o seu comentário ficou mais ao meu gosto e fica claro a distinção do agente para os "autores". Autores são dois o "direto" e o metafísico. Já o agente é um só (o homem ou o diabo ou uma criatura qualquer).
Façamos as pazes portanto.
Retiro o TEQUEL e vejo que não fostes achado em falta.
Mas o faço apenas devido ao seu comentário adicional... risos...
Te cuida, estou de longe te olhando.
Escrevi o último texto no meu blog pensando em ti.
Pensei comigo mesmo, já que ele está retrocedendo em dar os nomes aos bois, vamos escrever e deixar claro de quem é quem no drama do cosmos.
Grande abraço!
Natan,
ResponderExcluirpercebi que seu último texto foi um resposta ao meu. Nesse aspecto, achei desnecessário, ainda que o seu texto seja necessário, não por esse motivo, mas pela forma como você colocou a questão, fazendo os devidos esclarecimentos. Já lhe disse que você é um didata exemplar, e suas analogias funcionam muito bem [não quero dizer todas, para não deixá-lo envaidecido, mas a maioria, certamente]. Tanto que divulguei o seu texto no Facebook e no Twitter, e vou republicá-lo no "Guerra pela Verdade" na segunda ou terça-feira.
Outra coisa, o fato de eu abordar o assunto por um viés diferente, e mesmo fazer alusões a formas diferentes de interpretar a questão não me faz compatibilista. Posso até mesmo concordar com alguns aspectos compatibilistas sem sê-lo. Você está muito radical, homem! [rsrs].
Paz selada entre nós, vou-me ir!
Abração!
Jorge, lembrei bem dessas discussões sobre a autoria do mal... Mas lendo os comentários, para uma pessoa leiga como eu, fica aquela sensação de que vocês estão chovendo no molhado. Vocês abrem uma dicotomia realidade-metafísica e fica parecendo que é apenas uma válvula de escape intelectual para fugir das evidências. Deus é o autor do mal na metafísica, mas não o é no campo da realidade. Eu entendi toda a argumentação de vocês dois, mas que fica parecendo uma conversa de quem está tentando argumentar contra o óbvio fica.
ResponderExcluirPor exemplo (já peço desculpas pela limitação do exemplo), o rei da Dianamarca manda que o seu soldado mate o povo da Inglaterra. O soldado vai e mata. No campo da realidade, quem de fato matou, puxou a arma, atirou e é responsável pela morte é o soldado. E nem adiante ele tentar se esquivar, dizendo: "só estava cumprindo ordens". Mas a ordem partiu do rei que, num campo distante, foi quem determinou a morte. Todavia, não há como amenizar a autoria do rei, mesmo o agente sendo outro, ou, ainda que se tente compartimentar, dicotomizar em metafísica e realidade, ainda assim fica parecendo uma tentativa de defender a não autoria divina em algo que, humanamente falando, é óbvio.
O que eu posso entender é que a Bíblia diz que Deus é bom, é o sumo bom, então eu não posso acusá-lo de uma provável e óbvia autoria, exatamente porque a Bíblia não me concede este direito. Em outras palavras, se eu não estou entendendo direito, é porque Deus se resguardou o direito de não me explicar tudo - assim, pela fé, eu digo que Deus é justo, mesmo quando parece que Ele é de fato o autor do mal seja em que compartimento for!
Jorge, o que eu acabei de dizer no parágrafo de cima (citando Barth) parece menos "forçado" do que criar ambientes em que Deus num ambiente é autor e no outro já não é. Será que eu consegui me explicar? Mas acho que essa sensação que eu tive deve passar no coração de qualquer leigo.
Abraços sempre afetuosos.
Fábio.
Fábio,
ResponderExcluira minha preocupação é que, o leitor, possa, equivocadamente, imaginar que, sendo Deus o autor do mal, ele está isento de responsabilidade. O que eu sempre me preocupei, em outras postagens, foi mostrar que biblicamente Deus é o autor do mal, no sentido de ser a causa primeira e última dele. Recebi críticas de todos os lados, algumas justas, por causa de uma série de deficiências minhas, mas a maioria injusta, que me reputava como um herege.
Bem, ao fazer este estudo, e especialmente para EBD da minha igreja, penso que a discussão não pode fugir de que Deus determina todas as coisas, inclusive o mal e o pecado, mas de que o homem é responsável direto por todo o mal praticado, inclusive aquele que afeta o cosmos, trazendo-lhe desordem. O pecado do homem, é e sempre será o pecado do homem, foi o start para que o universo entrasse em colapso. E, por isso, aqueles que querem culpar a Deus, tenham uma resposta direta de que o homem e não Deus é o culpado pelo mal existente [o direto e o indireto]. Contudo, penso que mesmo esse colapso é sustentado pela Palavra, Cristo, sem o qual ele não existiria; mas de forma que o plano é divino, a execução do plano é divina, porém os meios pelos quais ele se realizou é humano [com a participação dos anjos caídos].
Também não gosto dessa dicotomia metafísica-realidade, mas não dá para expor a questão da mesma forma que eu e você entendemos. Com isso, penso que estou, juntamente com o Natan, nos armando contra a ideia do "mistério" na questão, a qual você coloca mas que também me parece ser algo por zelo e cuidado; pois, afinal, se Deus é tanto um como o outro [o autor do mal metafísico-realidade], onde entra o mistério? Só se for pelo cuidado de não se chegar à conclusão final, porém a contradição permanece.
Diante dos acusadores de que Deus não pode ser bom e o autor do mal [situação pela qual provavelmente Agostinho teve de passar, e por isso ele criou o esquema compatibilista], o "mistério" não responde nada. Pelo contrário.
Mas, a questão a que me ative aqui foi a de não isentar o homem de qualquer responsabilidade, sendo ele o responsável único por todo o mal, juntamente com os demônios. Efetivamente falando, é isto! E, também, quis uma abordagem menos agressiva e contundente sobre o assunto, provavelmente porque, alguma coisa em mim também tem mudado sobre o assunto, ainda que eu considere que, no geral, penso do mesmo jeito que antes.
E aí, entra a questão: no nosso sistema jurídico considera-se o "crime intelectual", mesmo que esse "agente" não tenha participado diretamente no crime, mas como mentor ele é considerado igualmente culpado. Nesse aspecto, seria possível acusar Deus de "autor do mal"? De coparticipante, juntamente com o homem e os demônios? É claro que não, como você disse! Fico escarafunchando a mente a buscar uma solução, mas definitivamente não me satisfazem nenhuma das que encontro [seja minha ou de outrem]. Nisso, concordo com você, de que é elemento de fé, de crer no texto bíblico como a palavra de Deus revelada, e de que ela é a verdade. Ponto! Com isso, aquele inquiridor de Agostinho ou nosso terá como resposta o que Paulo disse ao mesmo tipo de inquiridor, de Agostinho e nosso: Ô, homem! quem és tu que replicas a Deus?... Ele tem poder, como oleiro, de fazer tanto um vaso para honra como outro para desonra. E aí, entendo que realmente não há mais o que dizer, e o silêncio é a única resposta. Se o inquiridor se satisfizer, melhor para ele, se não, pior.
Obrigado por seu comentário, foi-me muito útil.
Grande e forte abraço!
Cristo o abençoe!
Poxa, Jorge! Eu me emocionei profudamente com sua resposta, porque é a minha fé também! Penso exatamente assim e, lembro bem, foi exatamente essa conversa que me aproximou do seu blog pela primeira vez.
ResponderExcluirRapaz, o que você escreveu agora, a síntese que você conseguiu expor, é simplesmente maravilhosa e, como você bem disse, que o inquiridor se cale ou se converta. No fim, é alma dele, do inquiridor, que está em jogo, porque nós não somos dos que retrocedem, mas seguimos adorando o Deus revelado nas Sagradas Escrituras.
Jorge, estava precisando ouvir estas tuas palavras. Você agora saiu do lugar de professor, de expositor de verdades bíblicas da Confissão e falou como quem fala daquilo que o próprio coração está cheio! Escreveu, meu amigo, cheio de fé! Mais um conjunto de parágrafos que me abençoam profundamente. Soli Deo Gloria!
Obrigado, querido.
Abraços sempre afetuosos.
Fábio.
"Mas JEOVÁ está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra." - Habacuque 2:20
ResponderExcluir"E, também, quis uma abordagem menos agressiva e contundente sobre o assunto, provavelmente porque, alguma coisa em mim também tem mudado sobre o assunto, ainda que eu considere que, no geral, penso do mesmo jeito que antes."
ResponderExcluirSeria maturidade?
Fábio,
ResponderExcluiré impossível não falar daquele que nos amou eternamente e, por nós, se entregou, para nos resgatar deste mundo mal, de uma vida má. Por isso, cada vez mais, me interessam os aspectos reais e práticos ao invés de discussões teóricas infindáveis. Não que eu não as faça, nem as considere desprezíveis, mas é que devemos tratar no ensino do que pode realmente fazer diferença na vida das pessoas, de que Deus é bom e o homem mau, por isso, este tem de se arrepender imediatamente da sua condição de homem mau diante do Deus bom, e, daí em diante, honrá-lo e glorificá-lo.
Há discussões que se devem fazer em seminários, nos fóruns, em blogs, e reuniões específicas, e que não teriam sentido para todas as pessoas. Porém, há o que é geral e necessário para todos os homens; então, penso que se deve dar maior atenção a ela.
Os inquiridores sempre existirão, assim como os blasfemadores também, e sabemos que apenas pela vontade divina eles sairão dessa condição pecaminosa. Na maioria das vezes eles não são sinceros em suas posições, mas querem apenas os holofotes e mostrar o quanto são superiores; não existe o desejo real pela verdade [e falo de cadeira, pois antes da minha conversão eu era um deles]. A esses, não se tem muito o que dizer, a não ser, arrependa-se! Mas há os que são sinceros e têm dúvidas sinceras, com eles podemos dialogar um pouco mais, ainda que a mensagem seja a mesma: arrependa-se, do contrário, terá um lugar assegurado no inferno!
Como um irmão sempre diz, prossigamos em salgar o mundo.
Abração!
Ednaldo,
ResponderExcluiré verdade: quem é o homem para inquirir ou questionar a Deus? Somente um tolo pode agir assim. E o profeta Habacuque mostrou como o homem pode ser sábio: calando-se diante de Deus.
Quanto à maturidade, penso que sim. Mas tem gente que pode achar que é frouxidão... aquela história do bife martelado muitas vezes até amaciar [rsrs]... Porém creio firmemente que a obra do Senhor está em processo de execução em minha vida, de forma que, ainda que eu mesmo não perceba, ele está me fazendo semelhante ao seu Filho Amado. E, no final-das-contas, nada mais importa além disso.
Grande e forte abraço, meu irmão!
Cristo o abençoe!
Jorge,
ResponderExcluirAcredito que, se há possibilidade de alguém turvar-se do sentido de seu artigo no qual você diz defender o determinismo bíblico, seria por suas palavras transcritas abaixo:
"Mas, pergunto, o que tem a ver as tragédias e dores do mundo com Deus? Não seria essa a culpa do próprio homem?"
Segundo cremos, ambas as premissas [a primeira num sentido afirmativo] são verdadeiras e não são antitéticas. Deus é tanto responsável pelas tragédias quanto o homem é culpado por elas. Num sentido soberano Deus é responsável por determinar a queda e o mundo que dela se segue. Noutro sentido o homem é culpado pela ação pela qual as consequencias da queda se concretizaram, sendo Deus a causa remota daquilo que o homem é a causa direta.
O homem peca por sua vontade e é culpado pelos seus pecados. Deus determinou isso.
Grande Mizael!
ResponderExcluirAndava sumido...
Primeiro, o objetivo deste texto não é defender o determinismo bíblico, mas afirmar o que a Bíblia diz sobre Deus, de que ele é bom, e a sua bondade dura para sempre. Ao contrário de Deus, nós somos maus, no sentido de que, ao depender apenas de nós, jamais seremos bons. Precisamos então da graça e misericórdia divinas para sairmos da velha condição de maus para nos tornamos em novas criaturas, as quais serão boas, na medida em que Deus nos fizer semelhantes ao seu Filho Amado. A bondade não é algo inerente ao homem como atributo, ainda que ela seja "vislumbrada" e manifestada pelo homem, mas sempre como um reflexo do ser de Deus.
Quanto ao mal e a injustiça, não adianta nada querer imputá-la a Deus, pois nós somos os culpados, e os únicos culpados. Entendo a sua distinção, e penso como você, mas preferi, desta vez, ater-me ao homem como agente do mal, de forma que se não houvesse o pecado e a queda, nem a maldade nem a injustiça existiriam.
Novamente, não estou dizendo que haja uma "união de forças" entre o Criador e as criaturas, mas é que ultimamente tenho ouvido e lido muita gente acusar o Senhor de mau e injusto quando estão apenas tentando apaziguar suas consciências más. Penso que no próximo post, ainda sobre a bondade de Deus, esclarecerei melhor esta questão.
Sua frase final é sucinta e verdadeira. Para uma mente analítica como a sua, é uma vitória sintética [rsrs].
Grande abraço, meu irmão!
Cristo o abençoe!
Explicar a autoria do mal pelas óticas da metafísica e da realidade última não me parece ser argumentar contra o óbvio.
ResponderExcluirAcho Agostinho brilhante, mas a proposta dele é que me parece tal argumentação contra o óbvio.
Que óbvio? Deus é o autor do mal.
Seja por ação, ou omissão, ou ausência do bem, o que for... O mal não vem à existência sozinho e de forma independente do decreto divino.
Isto é uma afirmação e não acusação.
Acusar é apontar alguém como culpado de algo.
Deus não é culpado de nada pois por definição Ele é santo.
Nem existe lei que se aplique para incriminá-lo de algo.
Ele mesmo na escritura afirma que Ele é o criador (autor) do mal.
Alguns para aliviar dizem que é o mal desgraças, enchentes, etc...
Mas isto alivia de alguma forma a mente humanista?
Um Deus que envia um tsunami (um mal) e mata 350 mil pessoas de uma só vez se tornou mais "bonzinho"?
Ele mesmo afirma que ninguém faz e diz e acontece sem que antes Deus o tenha determinado.
Logo não há problemas em reafirmar o que a Escritura afirma.
A chamada dicotomização entre metafísica e realidade é assim posta para se apresentar como a melhor explicação para o quebra-cabeça (a meu ver).
Que é um assunto para certos públicos... Concordo (mesmo que reconhecendo que estou errado), mas o faço por conveniência (um erro sem dúvida, que ainda não aprendi a superar).
Todavia, nem com isto a Bíblia concorda, pois ela nos ensina que devemos pregar "todo o evangelho" e não só as partes mais "palatáveis" dele.
E a Palavra de Deus foi escrita para ser lida por todos os que desejarem.
Mas eu respeito a opinião dos senhores.
Entretando prefiro o Jorge quando escreve mais "imaturamente".
Maturidade as vezes pode ser usada para dizer em outras palavras que somos mais hipócritas e politicamente corretos.
Seja o nosso falar sim sim e não não.
Deus é o autor do mal? Sim.
O homem é o autor do pecado? Sim.
Deus é culpado pelo mal? Não.
O homem é culpado pelo seu pecado? Sim.
Etc. etc. etc...
Viva Vincent Cheug, Viva o Jorge "imaturo". Viva, viva, viva!!!
Os "maduros" me dão sono e não me falam a verdade como ela é, o que torna o meu fardo mais pesado na busca da mesma. E eles acham que estão me preservando das "realidades profundas".
Aplicar o direito humano (onde Deus seria culpado por ser o "mandante" ou autor intelectual) é uma tolice sem tamanho e ferramenta usada na nossa cabeça pelo diabo para nos fazer balançar.
O direito (legislação) humano não se aplica a Deus.
Nenhuma legislação se aplica a Deus.
Ele pode passar o sinal vermelho, estacionar em local proibido, pode matar, tornar a dar vida, pode criar um surdo, um mudo, pode enviar um espírito de mentira para o coração de um profeta, pode engravidar uma mulher noiva de um homem, ele pode enviar Jesus ao deserto para ser tentado pelo diabo, pode exaltar um impio, e fazer sofrer um justo, pode enriquecer um perverso e afundar em dívidas um piedoso, Ele pode tudo, e tudo isto pode sem deixar de ser Santo, Justo e Bom.
Afirmar isto não é acusar ninguém.
Como Ele faz isto? (Sem deixar de ser santo...).
Eu não sei......
Mas eu não estou acusando Deus de nada, e que prefiro o Jorge mais "imaturo" é um fato que eu não nego.
Natan,
ResponderExcluira crítica do Fábio é pelo fato de nós dois fazermos uma distinção que para ele não existe. Ou seja, ele é ainda mais radical do que você e eu [rsrs].
Sobre imaturidade e maturidade, bem, como disse ao Ednaldo, podem considerar-me mais prudente ou apenas que fui acometido de frouxidão... E, quando escrevi o texto, sabia que poderia receber a pecha de um ou de outro, e como a minha intenção não foi escrever o que eu não queria escrever, e acabei por escrever o que quis escrever, dei-me por satisfeito.
É uma abordagem de um ângulo um pouco diferente, não tão diferente como você parece entender. Todos os elementos do que sempre pensei estão lá, sem tirar nem pôr, apenas eu descrevi a coisa toda a partir da responsabilidade do homem, dando uma ênfase a este particular, o qual quer porque quer se ver livre dela, e, por isso, acusa Deus de culpado pelo mal e o pecado, quando, no aspecto imediato da realidade, é o próprio homem o culpado de todo o mal e injustiça.
Haverá ainda duas postagens sobre o tema, e espero que as coisas fiquem mais claras por aqui.
Abração!