06 novembro 2023

Estudo sobre a Confissão de Fé Batista de 1689 - Aula 25: A verdade e fidelidade em Deus






 Jorge F. Isah



INTRODUÇÃO

Ouvimos falar de verdade constantemente, de que fulano falou a verdade, de que determinada frase é verdadeira, de aquela história é verdade, mas também da sua negação: de que isso é mentira, de que fulano é mentiroso, aquela história é falsa. Acontece que está em voga um conceito que se pressupõe verdadeiro quando afirma que não há verdade. A ironia é de que ele despreza e condenada qualquer conceito de verdade, a exceção é a própria afirmação, a sua base interna, de que não há verdade como verdade. Seria risível se não fosse trágico. Muitas pessoas declaram e repetem esse argumento como uma filosofia de vida, mas sua premissa é contraditória e falaciosa. Quando dizem não haver verdade alguma ou de que ela é algo completamente subjetivo, cabendo a cada um, segundo o seu bel-prazer, estabelecê-la e creditá-la, no sentido de que haverá apenas uma verdade pessoal e jamais universal ou objetiva, erram, contudo, ao validarem o seu próprio enunciado como verdadeiro, universal e objetivo. É o que se pode chamar de "samba-do-crioulo-doido", e um exclusivismo que são incapazes de reconhecer em "outras" verdades. Em linhas gerais, o que dizem é não haver verdade absoluta, quando querem que a sua afirmação seja, ela mesma e unicamente, uma verdade absoluta. Isso é o que se denominou chamar de pós-modernidade ou relativismo, onde as verdades podem ser adquiridas como frutas em feiras e descartadas do mesmo modo. Assim como um comprador gosta de maças vermelhas e grandes, outro comprador passará por elas sem qualquer desejo de comprá-las, preferindo frutas menos vistosas como a jaca, por exemplo. Ou seja, a verdade, assim como a fruta, se estabelecerá no indivíduo meramente pelo seu gosto ou predileção [como uma visão individual, onde só existe o "eu" presente], da mesma forma que poderá ser desprezada.

Do mesmo modo, afirmam não haver certo e errado, mas apenas uma verdade situacional, na qual determinado ato ou pensamento parecerá certo em dado momento e, por isso, será certo. O que buscam, ainda que inconscientemente é o caos social e moral, e muitos deles alcançam seus objetivos angariando a simpatia e concordância de outros, e, estilos de vida nitidamente destrutivos para a humanidade se estabelecem ou podem se estabelecer como verdadeiros simplesmente pela presunção ou estímulo de que sejam verdadeiros. O feminismo e o homossexualismo como fenômenos sociológicos, e o marxismo com político, se enquadram nesse sistema destrutivo de práticas anti-humanas [por humanidade, defino o homem como criado à imagem de Deus], onde as colunas-mestras são demolidas e em seu lugar colocadas varetas de mamonas incapazes de sustentar adequada e ordeiramente a sociedade. Não vou entrar na questão religiosa, como esse sistema sendo pecaminoso e a transgressão dos preceitos divinos. Basta verificar que a ausência de absolutos impossibilitaria a própria existência humana, e alegar a relatividade dos valores resulta apenas e simplesmente na baderna e caos, tanto moral como ético, levando a sociedade à destruição ou a sujeição ao totalitarismo.


Assistindo aos Três Patetas [The Three Stooges], em dado momento, Moe e Larry conversam à mesa:

Moe: Só imbecis têm certeza absoluta!

Larry, curioso: Tem certeza?

Moe respondeu, convicto: Claro!


Este trecho foi publicado na postagem "Mistério, Paradoxos e contradições aparentes - Parte 2", e recebi o seguinte comentário de um irmão, o Natan de Oliveira: "Até os Três Patetas sabem refutar o ceticismo...". Entendo que ele quis dizer "relativismo" ao invés de "ceticismo", mas o termo é também apropriado, já que a descrença na verdade absoluta é uma forma de ceticismo.

Mas o que vem a ser a verdade?

Segundo o Michaelis, é 1 Aquilo que é ou existe iniludivelmente. 2 Conformidade das coisas com o conceito que a mente forma delas. 3 Concepção clara de uma realidade. 4 Realidade, exatidão. 5 Sinceridade, boa-fé. 6 Princípio certo e verdadeiro; axioma. 7 Juízo ou proposição que não se pode negar racionalmente. 8 Conformidade do que se diz com o que se sente ou se pensa. 9 Máxima, sentença.

Para Platão, "Verdadeiro é o discurso que diz as coisas como são; falso é aquele que as diz como não são".

Já Aristóteles dizia: "Negar aquilo que é e afirmar aquilo que não é, é falso, enquanto afirmar o que é e negar o que não é, é a verdade".

Temos aqui uma relação entre o pensamento, a linguagem e o objeto como concepção de verdade, de forma que o objeto ou o ser é a medida ou a validação do pensamento ou discurso. Por exemplo, determinado objeto não é branco porque se afirma que ele seja, mas afirma-se como verdade que ele é branco porque é. O cão, por exemplo, tem características diferentes das de um gato, e que o fazem cão e o gato, gato. Não seria a minha afirmação de que um gato é um cão que o tornaria em cão, o que seria falso. Porém, o fato de eu apontar um cão e afirmá-lo como tal é que faz o que digo ser verdade. Em relação aos objetos visíveis, perceptíveis e sentidos essas distinções são fáceis de se verificar. É impossível que o mar seja um rio e vice-versa. Que uma árvore seja uma rocha, e assim por diante. O fato de alguns seres como peixes, aves e repteis se camuflarem e aparentarem ser outra coisa, não os torna nelas. Eles permanecem sendo o que são, a despeito da ilusão visual que provocam. Mas nas questões metafísicas há uma dificuldade maior em se estabelecer o que seja verdade ou não. Não que elas sejam menos reais do que os objetos visíveis, mas é que, dado a nossa limitação, temporalidade e finitude, elas têm menos sentido ontológico para nós.

Quando os proponentes do pós-modernismo ou relativismo dizem que não há verdade objetiva, eles estão a dizer que o mundo e a realidade e, porque não, eles mesmos, não passam de um delírio ou ilusão. Mas acredito que se perguntados sobre a existência de si mesmos, não a negariam. Se o fizerem, o melhor é dar-lhes as costas e não perder tempo em demovê-los da sua loucura.

HÁ UMA VERDADE?

Sim. Não a minha verdade, pessoal e intransferível, ou as verdades de cada um de nós, se contrapondo umas às outras de forma que, no final, não haja verdade alguma mas um amontoado de opiniões, sentimentos e provocações, muitas delas sem qualquer controle ou cabimento. A Bíblia afirma que o homem, no Éden, decaiu, estando sob o efeito devastador do pecado, de forma que a sua natureza agirá motivada por ele. O pecado é o que conduz o homem a negar a Deus, seus preceitos ou Lei e palavra, resultando na negação da verdade. Ficando mais fácil, dessa forma, ele dar vazão à iniquidade, intentando sentir-se à margem da verdade. O que o levará a lutar obstinadamente pela sua demolição, a fim de erigir um altar à mentira, o engano, à imoralidade e corrupção. Destruindo-se a verdade, destrói-se a moral, e está-se mais próximo de si mesmo, do ser decaído, podendo-se negar vergonhosamente como imagem daquele que o formou e, então, negar o próprio Deus. É um esquema maligno e perverso em que o homem busca uma liberdade em si mesmo, a qual é impossível de se obter, visto estar ele preso em sua própria mentira, assim como um pássaro está livre em uma gaiola. De certa forma, há uma liberdade, mas não seria a liberdade absoluta que ele supõe ter, e que somente é possível em Deus.

Este também é o motivo pelo qual se nega que a Bíblia seja a verdade. Negando a sua veracidade, nega-se o seu conteúdo, e a necessidade de aplicá-lo. Então, para eles, o pressuposto é de que não há o Deus bíblico, e, por conseguinte, não há a palavra infalível do Deus bíblico. Ao contrário, para nós, existe o pressuposto de que há apenas um Deus, o Deus bíblico, e de que sua palavra é a verdade. Mais do que nos ater ao conceito filosófico da verdade, resta-nos reconhecer pelo intelecto e pela fé que Deus é sempre verdadeiro e fiel. É o que Paulo diz: "Sempre seja Deus verdadeiro e todo o homem mentiroso" [Rm 3.4].


A VERACIDADE EM DEUS

Ora, se Deus é verdadeiro, há verdade em Deus, pois ele é toda a verdade, e a verdade somente pode proceder dele. Novamente o apóstolo diz que o homem é quem transforma a verdade de Deus em mentira, de tal forma que o seu coração possa estar cheio de imundície; não buscando o conhecimento de Deus, mas antes entregando-se a um sentimento perverso, para fazer coisas que não convém [Rm 1.25, 28]. No verso 29 em diante, ele descreve algumas dessas coisas, as quais ofendem a santidade divina e, por isso, quem as pratica está debaixo do seu juízo. Os homens conhecem o juízo divino, mas para manterem-se presos ao pecado, desejaram e optaram em negar a verdade, e, assim, negar o Deus vivo e verdadeiro; de forma que nem ele, nem o seu conhecimento, nem sua palavra sirvam de padrão máximo para o homem; e ele não repita o que está escrito: "Mas o Senhor Deus é a verdade; ele mesmo é o Deus vivo e o Rei eterno" [Jr 10.10]. Ora, ainda que o homem fale a verdade, e ele a falará, Deus é verdadeiro em seu ser, não havendo mentira nele. A verdade é essencial em Deus, de tal forma que se ele não fizer tudo conforme a verdade, nega-se a si mesmo, e não é Deus. Sem a verdade, Deus não seria Deus. E ele é Deus por ser a verdade.
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Notas: 1-Aula realizada na E.B.D. do Tabernáculo Batista Bíblic
2- No áudio deste estudo, faço uma análise dos seguintes textos bíblicos, complementando este texto: Jo 14.6, Gn 3.1-6 e Rm 1.22-32 
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ÁUDIO DA AULA 25:


11 comentários:

  1. Tenho em meus arquivos um vídeo do Rev. Nicodemus que é muito elucidativo. Ele fala das novas hermenêuticas, fala do filósofo francês Jacques Derrida e da praga do desconstrucionismo que acabou por desaguar no politicamente correto. Seu texto trás a minha memória esta questão, a de tentar destruir a verdade. Dessa maneira, creio eu, os arautos da morte tentam também destruir aquele que é a essência da verdade, Deus! Sempre que me deparo com estas questões, talvez por minha longa jornada nos bancos da igreja, a minha mente voltasse logo para o ponte de vista religioso e como não estudei filosofia à fundo não sei muito o que os filósofos falam sobre ela. O que sei é que existe uma única verdade e ela sempre prevalece.
    Em Cristo,
    Tom.

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  2. Tom,

    É isso mesmo! O objetivo dos rebeldes é um só: espalhar a descrença em Deus e, assim, não se sujeitar ao seu senhorio, que, ao meu ver, não está apenas sobre os que o têm como Senhor, mas está sobre todos que estão debaixo da sua autoridade, quer queiram ou não.

    Quando dizem não haver verdade universal e objetiva, o foco do ataque é Deus, sua autoridade e preceitos. De forma que o homem estará "livre" para pecar impunemente, ao ver deles, e agir como foras-da-lei. Só há um problema: nenhum deles levará a sua filosofia ao extremo de aceitarem passiva e pacificamente que se façam com eles o que fazem ou gastariam de fazer [se não fazem, há um freio moral, e ele é proveniente não de uma verdade subjetiva, mas objetiva e universal, dada pelo próprio Deus a todos].

    No fundo, há incoerência, fragilidade e muita tolice no que é proposto pelo relativismo. Ninguém em sã consciência se imaginaria vivendo em um mundo sem leis e regras, sem um padrão moral e de justiça.

    O que me leva a crer que eles mesmos pensam na ilusão/irrealidade, mas não conseguem viver nela [rsrs].

    Grande e forte abraço!

    Cristo o abençoe!

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  3. Acredito que você tenha entrado em contradição. De fato, é razoável que haja uma Verdade absoluta, mas também não podemos negar que haja verdades relativas, as quais são mais frequentes e úteis em seu contexto.

    Veja o caso dos exemplos que você ofereceu:

    Sobre dizer que algo é branco: As coisas não são brancas - ou de qualquer outra cor - elas apenas refletem um espectro de luz que ao entrar em contato com nossos olhos nossa mente interpreta como branco. Então, o ser branco é contingente, dependente de outros fatores. Ou seja, algo não é essencialmente branco. Logo, dizer "isso é branco" é também uma verdade relativa, dependente da luz, do frequência onda que uma determinada superfície é capaz de refletir e do modo que os sentidos captam essa onda. Mais correto seria dizer: "tal objeto reflete luz que minha mente interpreta e rotula como branco".

    Cão e gato: De fatos são diferentes, mas mesmo isso é uma verdade relativa, dependente de determinadas condições, pois ambos são feitos da mesmas estruturas básicas, sendo diferenciados apenas pelo modo que esses pequenos blocos são reorganizados. Se ambos, cão e gato, fossem reduzidos a essas diminutas partes, seriam impossíveis de se distinguir entre um e outro.

    Impossibilidade de que o mar seja um rio e vice-versa: Na verdade, o rio se torna mar, que se torna nuvem, que se torna chuva, que se torna rio, que se torna mar...

    Impossibilidade de uma árvore virar rocha: Fósseis, árvores petrificadas...

    (Note que estou considerando que uma Verdade Absoluta seja verdade em toda e qualquer situação, local ou momento, independentemente dos limites de nossas percepções.)

    Na verdade, mesmo entidades visíveis, objetos, apresentam problemas quanto sua classificação enquanto Verdade Absoluta. Poderíamos até mesmo ensaiar uma tentativa dizendo que tudo quanto existe é formado por partículas fundamentais, mas mesmo essa afirmação é feita com base no nosso conhecimento, o qual pode estar equivocado ou incompleto.

    Mesmo o conceito da existência do indivíduo (Cogito ergo sum)usualmente considerada como certa pode ser problematizada... Mas a nesse ponto a questão se torna especialmente complicada pois acaba por invadir o terreno da metafísica.

    No final, boa parte, talvez vez a grande maioria das verdades, é tão somente relativa. Verdades Absolutas são difíceis de serem alcançadas e sinceramente no momento não consigo pensar em algo que seja absolutamente verdadeiro que não possa ser de algum modo disputado. Repito que acredito haver sim uma Verdade Absoluta, embora não creia que a mesma seja algo tão corriqueiro ou claramente identificável.

    Quanto à passagem dos três patetas, interpreto-a como a admissão de que ninguém sabe nada, embora alguns pretendam o contrário. Também numa afirmação circular e aparente auto-contradição, Sócrates afirma "Só sei que nada sei".

    Espero poder ter contribuído de alguma forma.

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    1. Só se mantendo no anonimato para se ter coragem de escrever algo assim. (risos)

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    2. Anônimo,

      Que confusão o seu comentário. Você misturou alhos com bugalhos; fica até difícil responder-lhe, mas o teste que sugeri no meu texto vale para você: você se considera real ou irreal? Você existe verdadeiramente ou não? Se disser que existe, ótimo! Refaça o seu comentário a partir da realidade. Se disser que não, não perderei o meu tempo em responder-lhe, pois não se dialoga com um ser imaginário, ao menos, ainda não cheguei a esse ponto de doideira.

      Olha, Aristóteles explica muito bem a questão das categorias e classes, mas são coisas que até mesmo uma criança de 2 anos consegue perceber: a diferença de um cão para uma parede, e a diferença de um prato de espaguete para um bife. Você pode dizer que, ao comer o bife, está comendo capim ou farelo e não um pedaço de carne [seguindo o seu próprio raciocínio]. Mas o fato é que o bife não é capim, ainda que a vaca se alimente dele. Mas a vaca também não é capim, logo, o bife não pode ser capim. Viu como você confundiu a coisa toda?

      São os arroubos "imaginativos" dos relativistas. Por isso que não dá para levá-los a sério. Por isso, como o Natan disse, até os Três Patetas conseguem refutar um relativista.

      Cristo o abençoe!

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    3. Ednaldo,

      Esse anônimo ao menos é educado, ainda que tenha um pensamento descuidado. Ele nem mesmo se esforçou em entender a pilhéria do Moe e do Larry [talvez porque ele mesmo, o anônimo, seja um dos alvos da brincadeira dos Patetas], e chegou a uma interpretação [que é uma conclusão, e se opõe a ideia cética do relativismo] completamente diferente do que eles quiseram dizer. E esse é o problema da alegada "relatividade" da verdade. Se chega às conclusões mais descabidas, inadequadas e descuidadas por um certo orgulho intelectual de não reconhecer a realidade, e de que ela está coalhada de verdades, que nada têm de relativas. A relativização está apenas na cabeça de quem a quer assim; é quase patológico, uma obstinação.

      Outro ponto interessante é que o relativista considera válido todo ponto de vista, menos o que afirma uma verdade absoluta. Ou seja, em tese, não deveriam se importar quando ouvissem uma verdade absoluta, já que para eles, eu ou você afirmá-la continuaria sendo algo relativo. Não haveria motivos para sermos incomodados, mas, como são incoerentes e autocontraditórios...

      Por que será que eu não vejo relativistas comendo bolos de cocô ao invés de almôndegas de carne?...

      Porque o relativismo deles é meramente ideológico e nada prático, ou melhor, é impraticável.

      Grande e forte abraço!

      Cristo o abençoe!

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  4. Cara Jorge,

    Corrija-me por favor se eu estiver errado, mas uma Verdade Absoluta não é sempre verdadeira, a todo tempo, em qualquer lugar, independentemente de qualquer fator externo?

    Por exemplo, dizer 2+2 = 4 é sempre verdadeiro.

    Esse é o meu ponto de disputa.

    Do modo como vejo, as coisas estão sempre mudando. Hoje isto é um punhado de sementes, amanhã capim e depois de amanhã um boi. As coisas se transformam umas nas outras o tempo todo. Isso não é claro????

    Por isso considero que quando você afirma "isso é um bife" esteja enunciando uma verdade relativa. Afinal, um boi alimenta-se apenas de capim, de forma que "bife", "boi" e "capim" são estados transitórios da mesma coisa.

    Embora não possamos afirmar que o bife e capim sejam exatamente a mesma coisa, também não podemos dizer que sejam completamente diferentes. Na verdade, a diferença reside apena no modo como os "blocos" de constituição são organizados.

    Mesmo para coisas aparentemente distintas, surge a questão da perspectiva. Se você tomar um cão e uma parede, e aproximar sua visão até o nível subatômico, verá que as diferenças.

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  5. Favor desconsiderar minha mensagem anterior. Pensei melhor no assunto e acredito haver me enganado. Peço perdão por tomar seu tempo e agradeço pela atenção.

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  6. Gutenberg,

    sem problemas! O debate nunca é perda de tempo, a menos que não se queira debater e apenas "impor" a sua visão. Não sou versado em filosofia, na verdade, o assunto me interessa muito, mas sei das minhas limitações, mas há coisas que é facilmente percebida por qualquer um, sem precisar ficar "racionalizando" muito a questão. Como disse, um menino de 2, 3 anos sabe a diferença. Acontece que a racionalização muitas vezes é o desejo de se explicar o inexplicável e, aí, é que erramos feio.

    Volte sempre que quiser e puder, este espaço está aberto para você, ainda que eu não concorde com suas proposições.

    Abraço.

    Cristo o abençoe!

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  7. Jorge, maravilhoso o seu texto e, principalmente, suas respostas aos comentários. Na verdade, enquanto lia, lembrei-me de Aristóteles também. É grande a confusão deles, os relativistas, mas é tudo só ideológico mesmo.

    Abraços sempre afetuosos.

    Fábio.

    PS - Jorge, já leu o livro "Imposturas Intelectuais - o abuso da Ciência pelos filósofos pós-modernos", do Alan Sokal e Jean Bricmont. Vale a pena! Muito instigante.

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  8. Fábio,

    valeu pela visita.

    Não li o livro citado, mas como você indicou, acho que vou adquiri-lo. O título é interessante e instigante.

    Abraços.

    Cristo o abençoe!

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