Por Jorge F. Isah
INTRODUÇÃO:
Finalmente, depois de muitas promessas, entraremos no que chamamos do estudo sobre os atributos divinos. Já pontuei algo sobre o assunto em outras aulas, e evitarei repetir-me. Contudo, para situarmo-nos quanto ao tema, farei um pequeno resumo do que já foi dito.
Primeiro, o significado da palavra atributo. O dicionário Michaelis diz que a palavra origina-se do latim “attributu” e indica aquilo que é próprio ou peculiar de alguém ou de alguma coisa. No caso específico de Deus, os seus atributos são aquelas características que o revelam como Deus. Algo que somente ele tem ou possuí e que o distingue de tudo o mais, fazendo-o único e incomparável. Podemos dizer que eles são as suas virtudes ou propriedades, de forma que compõem o ser divino; indicando o que lhe é próprio e que somente ele tem. Assim, eles não são algo que nós atribuímos ou damos a ele, mas aquilo que ele tem em si mesmo como essência e que nos de a conhecer, para que soubéssemos.
Segundo, sabemos que não podemos conhecer a Deus completamente, mas somente naquilo em que ele se revelou. Portanto os seus atributos nos revelam aquilo que ele é, não exaustivamente, pois não podemos conhecê-lo exaustivamente, sendo Deus perfeito e absoluto; mas ele nos deu a conhecer no que nos revelou, de forma que são visíveis em suas obras de criação, providência e redenção. Logo os atributos não são algo que se acrescenta a Deus, mas aquilo que ele revelou de si mesmo.
Primeiro, o significado da palavra atributo. O dicionário Michaelis diz que a palavra origina-se do latim “attributu” e indica aquilo que é próprio ou peculiar de alguém ou de alguma coisa. No caso específico de Deus, os seus atributos são aquelas características que o revelam como Deus. Algo que somente ele tem ou possuí e que o distingue de tudo o mais, fazendo-o único e incomparável. Podemos dizer que eles são as suas virtudes ou propriedades, de forma que compõem o ser divino; indicando o que lhe é próprio e que somente ele tem. Assim, eles não são algo que nós atribuímos ou damos a ele, mas aquilo que ele tem em si mesmo como essência e que nos de a conhecer, para que soubéssemos.
Segundo, sabemos que não podemos conhecer a Deus completamente, mas somente naquilo em que ele se revelou. Portanto os seus atributos nos revelam aquilo que ele é, não exaustivamente, pois não podemos conhecê-lo exaustivamente, sendo Deus perfeito e absoluto; mas ele nos deu a conhecer no que nos revelou, de forma que são visíveis em suas obras de criação, providência e redenção. Logo os atributos não são algo que se acrescenta a Deus, mas aquilo que ele revelou de si mesmo.
Terceiro, Deus não pode ser precisado com exatidão por ninguém, a não ser por si mesmo, como se autodefiniu: “Eu sou o que Sou”. E também não pode ser conhecido perfeitamente, mas é-nos possível dar uma descrição, uma descrição parcial, baseada naquilo que conhecemos dele, e que pode ser conhecido. Portanto, Deus é incompreensível, mas é cognoscível.
Quarto, Deus é uma unidade em seu ser, e os seus atributos não são partes na sua composição, porque ele não é composto de partes como nós. Os atributos de Deus são o próprio Deus, são a sua essência, o que o torna Deus.
Quinto, os atributos nos revelam o caráter divino, revelando-nos quem ele é, como age, e como se relaciona com a criação. Mas nunca à margem da Escritura, a única fonte pela qual são-nos dadas informações corretas e verdadeiras a seu respeito.
CLASSIFICAÇÃO DOS ATRIBUTOS DE DEUS
Até mesmo na classificação dos atributos divinos conhecidos, e por ele revelados, o homem encontra dificuldades. Não há consenso sobre a melhor forma de divisões, e alguns termos são inadequados em si mesmos, revelando as dificuldades inerentes à imperfeição humana, revelando a nossa incapacidade, mesmo naquilo que está diante dos olhos, mas que é incrivelmente maravilhoso, muito acima do que podemos descrever e entender.
Foram formuladas várias classes na história da igreja, e as principais são:
a) Atributos Naturais e Morais – Há uma aparente distinção entre um e outro, mas, o fato é que todos os atributos são naturais em Deus. Tanto a sua autoexistência, infinitude e perfeição quanto sua misericórdia, bondade e justiça são compõem o seu ser.
b) Atributos Absolutos e Relativos – Segundo Berkhof “Os primeiros pertencem à essência de Deus, considerada em si mesma, ao passo que os últimos pertencem à essência divina, considerada em relação à Sua criação”. Parece que há uma ideia neste conceito de que se possa conhecer a Deus à parte da sua relação com a criação. Embora existindo eternamente em Deus, fazendo parte do seu ser, todas as suas qualidades têm a ver com o mundo que ele criou, em algum aspecto ou modo. Exemplos da primeira categoria: autoexistência, eternidade e imensidão. Da segunda, onipresença e onisciência.
c) Atributos Imanentes [intransitivos] e Emanentes [transitivos] – Os primeiros são aqueles que não operam nem se projetam fora da essência divina [eternidade, p.ex], enquanto os segundos expõem e produzem efeitos externos [justiça, p. ex]. Porém se os atributos fossem estritamente imanentes, o seu conhecimento seria impossível, o que leva a crer que eles são, ao mesmo tempo, imanentes e transitivos.
b) Atributos Absolutos e Relativos – Segundo Berkhof “Os primeiros pertencem à essência de Deus, considerada em si mesma, ao passo que os últimos pertencem à essência divina, considerada em relação à Sua criação”. Parece que há uma ideia neste conceito de que se possa conhecer a Deus à parte da sua relação com a criação. Embora existindo eternamente em Deus, fazendo parte do seu ser, todas as suas qualidades têm a ver com o mundo que ele criou, em algum aspecto ou modo. Exemplos da primeira categoria: autoexistência, eternidade e imensidão. Da segunda, onipresença e onisciência.
c) Atributos Imanentes [intransitivos] e Emanentes [transitivos] – Os primeiros são aqueles que não operam nem se projetam fora da essência divina [eternidade, p.ex], enquanto os segundos expõem e produzem efeitos externos [justiça, p. ex]. Porém se os atributos fossem estritamente imanentes, o seu conhecimento seria impossível, o que leva a crer que eles são, ao mesmo tempo, imanentes e transitivos.
d) Atributos Comunicáveis e Incomunicáveis – A classificação mais comumente utilizada e aceita é esta. Já falamos dela anteriormente, e a detalharemos mais a partir desta aula. Os incomunicáveis revelam Deus como o ser absoluto, onde não se encontram qualquer analogia no ser humano, portanto, não podem ser-nos comunicados. Os primeiros são aqueles que, de alguma forma, foram-nos transmitidos por Deus, e têm a ver com a sua pessoalidade, com a forma como ele se relaciona com a criação, apontando para o Deus revelado, que se deu a conhecer na Escritura. Contudo, entendo que todos os atributos divinos, a despeito das classificações, são-nos sempre reveladas, e, portanto, possíveis de se conhecer, mesmo as que não participam e não nos foram transmitidas por Deus.
OPINIÃO
Penso que no decorrer da história da Igreja muitos irmãos tentaram e, ainda tentam, descrever satisfatoriamente o ser de Deus. Contudo, esbarramos na nossa imperfeição e incapacidade, diante da majestade, poder, glória e sabedoria do Senhor. Alguns equívocos e erros acabam originando-se dessa empreitada humana, o que é normal; mas creio que o maior de todos os erros, o qual pode comprometer completamente a aproximação [ainda que nos mantenhamos “anos-luz” do ser divino] é buscarmos explicações à parte de Deus. Somente nele encontraremos a verdade. Somente nele encontraremos as respostas às perguntas que sequer formulamos ainda. Nele, há a realidade, o fato, de forma que qualquer tentativa de entendimento à margem da sua revelação nos colocará em uma posição de frustração, muitas vezes, e de tropeços e desvios, na maioria delas. Apenas Deus pode nos mostrar quem ele é, como é, e age no universo.
O homem, em sua miserável condição, não pode crer-se mais inteligente do que aquele que criou a inteligência humana; nem mais sábio do que o criador da sabedoria humana; ou mais racional do que quem criou a razão humana. Em todos os aspectos, o homem é muito, mas muito [numa proporção abissal], inferior a Deus. Portanto, temos de compreender que há uma limitação natural do homem [penso, determinada e estabelecida pelo próprio Deus] que o incapacita de, até mesmo naquilo em que Deus se fez revelar, chegar ao entendimento exaustivo do Absoluto.
Mas em momento algum é-nos dado o direito de desanimar ou desfalecer. Antes temos o dever de buscá-lo e entendê-lo, ou falharemos em nossa missão a qual é glorificá-lo e honrá-lo com a nossa mente e vida. Devemos, sobretudo, viver o que dele conhecemos para não sermos acusados de omissão ou desobediência.
E ainda que a questão dos atributos divinos seja uma discussão em que há elementos contradizentes, o fato é que Deus nos revelou algo de si mesmo, e nos capacitou a entender o que revelou, ainda que a “perfeição limitada” [1] do que se deu a conhecer seja quase intransponível para o homem. Mas mesmo o pouco pode ser muito, se aplicado conforme o Espírito Santo tem nos mostrado e, que, às vezes, insistimos em não seguir, buscando um caminho próprio, pessoal e autônomo, que nos levará cada vez mais a uma distância insegura. A nos afastar perigosamente dele; quando reputamos nos relacionar com Deus, e estamos a relacionarmos solitária e inutilmente conosco mesmo, ou quando muito, com outros de nossos pares.
ATRIBUTOS INCOMUNICÁVEIS
São os que distinguem Deus, salientando o ser absoluto de Deus, tanto no que ele é como no que ele faz ou em sua forma de agir. Esses aspectos são a sua marca distintiva, tornando-o inigualável, não havendo ninguém como ele; o que o faz o possuidor exclusivo desses atributos e, por isso, eles não podem ser transferidos aos seres humanos, pois, como seres finitos e imperfeitos podem possuir a infinitude e perfeição? Ou seja, em nossas personalidades não há qualquer traço deles e, portanto, eles acabam por nos distinguir de Deus, revelando-o como tal, e revelando a nossa humanidade.
Um ponto que eu gostaria de tocar é de que mesmo Deus sendo absoluto, e, em princípio, podendo fazer qualquer coisa, pois é autossuficiente em si mesmo, independente em si mesmo, e Senhor de si mesmo, estando livre de todas as imperfeições, contudo, não livre para realizar qualquer coisa que vá de encontro à sua natureza. Deus não pode negar a si mesmo, logo, não pode fazer algo que vá contra a sua natureza. Por exemplo, Deus não pode pecar, pois é santo. Nem pode ser finito ou temporal, pois é infinito e eterno.
Na próxima aula estudaremos quatro atributos incomunicáveis de Deus: a autoexistência, independência, unidade e imutabilidade.
Até lá!
_______________________________ Notas: [1] Uso a expressão “perfeição limitada” referindo-me à Escritura Sagrada, pois a mesma é perfeita no sentido de não conter erros, incongruências e incoerências, mas limitada diante da vastidão infinita do ser divino.
[2] Aula realizada na E.B.D. do Tabernáculo Batista Bíblico
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[2] Aula realizada na E.B.D. do Tabernáculo Batista Bíblico
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ÁUDIO DA AULA 16:
Que dizer? Parabéns de novo meu irmão...nada a acrescentar...
ResponderExcluirUm abraço!
Helvécio,
ResponderExcluirvaleu, meu irmão!
Abração!
Cristo o abencoe!
Realmente, uma benção! É um mergulho, dentro do possível, no oceano divino.
ResponderExcluirMas, Jorge, enquanto lia, lembrei-me daquelas discussões sobre a humanidade de Deus presente em Jesus desde a eternidade. Logo, a humanidade é um atributo de Deus, não? Um atributo comunicável e transferível a nós, entretanto, nossa humanidade foi corrompida pelo pecado. Assim, somente em Jesus poderemos resgatar a nossa humanidade, porque Jesus é o ser humano perfeito. Não que venhamos a ser perfeitos nesta medida, pois nem Adão o era. Mas temos um padrão de humanidade elevado em Cristo, que é o nosso alvo.
Enfim, deveríamos considerar a humanidade como um atributo divino. Já encontrou aluns desses autores tratando da humanidade como atributo divino? Eu não. Mas creio que você vai abrir um apêndice para tratar desse assunto de novo ou, pelo menos, expor como atributo, que, me parece, é o lugar em que entra o assunto.
Aguardo a próxima aula.
Fábio.
Fábio,
ResponderExcluirentendo que a humanidade é um atributo divino, no sentido de que, aquilo que recebemos como "Imago Dei" somente pode ser o que compõe a essência do homem [não o homem completo, pois Deus é Espírito e não tem corpo], mas a nossa alma e espírito, ou seja, as nossas características racionais, emocionais, morais, etc, foram sopradas pelo Senhor no barro, e são elas que nos dão a vida, pois são a vida.
É claro que com a Queda, o pecado veio desorganizar e comprometer o "Imago Dei", de forma que o homem natural teve os seus "atributos divinos" [aquilo que Deus compartilhou de Si no homem] anulados [em alguns casos] e distorcidos [em outros]. Exemplo do primeiro, a santidade [onde não há pecado, há santidade]; exemplo do segundo, o senso moral [que mesmo no homem caído é possível, em alguns aspectos, ainda que no todo o homem natural seja imoral].
Como você disse, somente em Jesus o homem pode resgatar a verdadeira humanidade, porque ele é o homem perfeito [o que Adão jamais foi].
Em algumas aulas, as primeiras sobre o capítulo 2, eu abordei rapidamente a questão, talvez não nos textos, mas nos áudios. Não sei se entrarei na questão da humanidade como atributo divino, talvez aborde-o rapidamente quando falar dos atributos comunicáveis... não sei. As aulas têm sido mais longas do que esperava, e se for abordar tudo o que vem pela minha mente, acho que não terminarei a C.F.B. 1689 antes dos próximos 20 anos [rsrs].
Penso que o importante é dar o "chute inicial" e que os irmãos busquem pesquisar e enriquecer o pouco que eu tenho compartilhado. Na EBD não é possível uma abordagem exaustiva, e nem mesmo é necessário. O mais importante é que eles compreendam os ensino básicos para se tornarem cristãos mais firmes e que não se deixem iludir com a primeira bobagem que alguém diz com ares de sabedoria. E possam aplicar os ensinamentos em seu relacionamento diário com o Senhor, e na realização da obra de Deus.
Gosto de desafios, mas nem sempre eles são bons para os outros também [rsrs].
Grande e forte abraço meu amigo e irmão!
Cristo o abençoe!
Verdade, verdade, entendo. Reafirmo que as aulas estão sendo muito boas para mim. Tenho crescido, aprendido e rememorado pontos importantes para o meu relacionamento com Deus. Obrigado, Jorge, pelas aulas.
ResponderExcluirAbraços sempre afetuosos.
Fábio.
Fábio,
ResponderExcluirsou eu quem tem de agradecê-lo, por suas visitas e comentários. Sei que se tem alguém a aprender aqui sou eu, e sou grato a Deus por estar me ensinando através dos seus servos que viveram em todos os tempos, mas também por aqueles que vivem e com os quais posso compreender a magnitude e esplendor do ser divino. E, certamente, um desses irmãos é você, com quem tenho aprendido muito mais do que ensinado, e, vai ver, você nem percebeu [rsrs]. E nem sempre é preciso dar "uma aula" formal para se ser um ótimo professor.
Outro abraço afetuoso e fraterno ao irmão.