Por Martyn Lloyd-Jones
Esta bem-aventurança leva-nos a sentir como um nada; e tornamo-nos "humildes de espírito" e sentimo-nos verdadeiramente desamparados. Qualquer indivíduo que imagine ser capaz de viver a vida cristã somente com as próprias forças, exatamente por isso está proclamando que não é crente. Quando realmente percebemos aquilo que deveríamos fazer, inevitavelmente nos tornamos "humildes de espírito". Por sua vez, isso conduz a pessoa ao segundo estágio, no qual, tendo percebido a sua própria natureza pecaminosa, tendo notado a sua incapacidade, devido ao pecado que nela habita, e tendo visto o pecado até nas suas melhores ações, pensamentos e desejos, tal pessoa lamenta-se chorando, e clama, à semelhança do grande apóstolo: "Desventurado homem que sou! quem me livrará do corpo desta morte?" Entretanto, reitero que encontramos aqui algo ainda mais perscrutador, isto é, "Bem-aventurados os mansos".
Ora, por qual motivo as coisas são assim? Porque estamos chegando a um ponto em que começamos a ficar preocupados com as outras pessoas. Deixe-me colocar a questão como segue. Posso ver a minha própria nulidade e desamparo face a face com as exigências do Evangelho e com a lei de Deus. Ao mostrar-me honesto comigo mesmo, tomo consciência do pecado e da maldade que em mim existem, e isso me puxa para baixo. Dessa maneira, preparo-me para enfrentar ambas essas coisas. Não obstante, muito mais difícil ainda é permitir que outras pessoas digam coisas dessa natureza a meu respeito! Instintivamente, sinto-me ressentido. Todos nós preferimos condenar-nos a nós mesmos, e não que outras pessoas nos condenem. Talvez eu assevere sobre mim mesmo que sou um pecador, mas é devido a um puro instinto que não gosto que alguém me chame de pecador. Ora, esse é justamente o princípio espiritual introduzido por esta bem-aventurança. Até agora, eu vinha examinando a mim mesmo. Doravante, porém, outras pessoas passaram a olhar para mim, e eu passei a ver-me em certo relacionamento para com elas, e elas começaram a tomar atitudes a meu respeito. Como é que eu reajo diante dessas coisas? Essa é precisamente a questão ventilada por esta bem-aventurança. Penso que você concordará que isso é mais humilhante e aviltante do que qualquer coisa que fora antes ressaltada. Consiste em permitir que outros indivíduos dirijam os seus holofotes na minha direção, ao invés de eu mesmo fazê-lo.
Do livro Estudos no Sermão do Monte, Ed. Fiel
Esta bem-aventurança leva-nos a sentir como um nada; e tornamo-nos "humildes de espírito" e sentimo-nos verdadeiramente desamparados. Qualquer indivíduo que imagine ser capaz de viver a vida cristã somente com as próprias forças, exatamente por isso está proclamando que não é crente. Quando realmente percebemos aquilo que deveríamos fazer, inevitavelmente nos tornamos "humildes de espírito". Por sua vez, isso conduz a pessoa ao segundo estágio, no qual, tendo percebido a sua própria natureza pecaminosa, tendo notado a sua incapacidade, devido ao pecado que nela habita, e tendo visto o pecado até nas suas melhores ações, pensamentos e desejos, tal pessoa lamenta-se chorando, e clama, à semelhança do grande apóstolo: "Desventurado homem que sou! quem me livrará do corpo desta morte?" Entretanto, reitero que encontramos aqui algo ainda mais perscrutador, isto é, "Bem-aventurados os mansos".
Ora, por qual motivo as coisas são assim? Porque estamos chegando a um ponto em que começamos a ficar preocupados com as outras pessoas. Deixe-me colocar a questão como segue. Posso ver a minha própria nulidade e desamparo face a face com as exigências do Evangelho e com a lei de Deus. Ao mostrar-me honesto comigo mesmo, tomo consciência do pecado e da maldade que em mim existem, e isso me puxa para baixo. Dessa maneira, preparo-me para enfrentar ambas essas coisas. Não obstante, muito mais difícil ainda é permitir que outras pessoas digam coisas dessa natureza a meu respeito! Instintivamente, sinto-me ressentido. Todos nós preferimos condenar-nos a nós mesmos, e não que outras pessoas nos condenem. Talvez eu assevere sobre mim mesmo que sou um pecador, mas é devido a um puro instinto que não gosto que alguém me chame de pecador. Ora, esse é justamente o princípio espiritual introduzido por esta bem-aventurança. Até agora, eu vinha examinando a mim mesmo. Doravante, porém, outras pessoas passaram a olhar para mim, e eu passei a ver-me em certo relacionamento para com elas, e elas começaram a tomar atitudes a meu respeito. Como é que eu reajo diante dessas coisas? Essa é precisamente a questão ventilada por esta bem-aventurança. Penso que você concordará que isso é mais humilhante e aviltante do que qualquer coisa que fora antes ressaltada. Consiste em permitir que outros indivíduos dirijam os seus holofotes na minha direção, ao invés de eu mesmo fazê-lo.
Do livro Estudos no Sermão do Monte, Ed. Fiel
Parabéns pelo blog, Jorge.
ResponderExcluirJá o incluí na minha lista de links. =]
Big abraço e ótima semana.
Bom amado! Grande texto de Jones, ao expor a situaçao do homem quanto ao pecado e tambem por colocar a distancia que ele quer viver desse estigma. Creio que esse é uma atitude de orgulho contínua que mora no pecador até que se arrependa!
ResponderExcluirUm grande abraço! Só nao é legal ve-lo ao lado de Boff, Gondim e Cia... mas fazer o que né?!
Irmão Ricardo, obrigado pelo comentário. A questão é que o crente tem de se humilhar diante de Deus, e mesmo diante dos homens. Mas numa sociedade onde o individualismo, o egoísmo e o orgulho estão estampados em todos os "outdoors" da vida, e, influenciado por isso (pela falta de uma conversão real ou compreensão do seu discipulado em Cristo), o crente não faz uma coisa nem outra, e o que vemos são cristãos cada vez mais arrogantes e soberbos, testemunhando em nada uma vida cristã. E se ser cristão é ser semelhante a Cristo, o qual veio ao mundo como servo, para servir, devemos obedecê-lO e segui-lO como o bom e único Senhor.
ResponderExcluirAbraços.
Jorge Fernandes