Por Jorge Fernandes Isah
Explorei em vários textos os argumentos bíblicos acerca do amor de Deus. Pode-se lê-los Aqui, Aqui, Aqui e Aqui, dentre outros. Mas muitos não se convenceram da não existência do amor genérico, nem de que os réprobos estão eternamente privados do amor divino. [1]
Para os que consideram indistintamente o amor de Deus por suas criaturas, pergunto-lhes:
1) Deus amou ou ainda ama satanás e os anjos caídos?
2) Se, em algum momento, Deus os amou, sendo um dos seus atributos a imutabilidade, como explicar que Ele agora os odeia? E, porque não lhes deu a chance de arrependimento ao invés de lançá-los, inexoravelmente, no lago de fogo? [2]
3) Ou será que, desde o princípio, os odiou assim como odiou a Esaú antes mesmo dele fazer o mal?
Podemos refletir da seguinte forma:
1) Se Deus amou ao diabo antes [quando ainda era um querubim de luz], e agora o odeia, tanto que criou o Inferno para ele e seus demônios, onde serão atormentados por toda a eternidade [há de se entender que Deus será Aquele que executará o castigo prometido a eles e aos pecadores inconversos], podemos afirmar seguramente que Deus é mutável. Contudo, esse ensino é antibíblico, e, em momento algum, é validado pelas Escrituras.
2) Ao passo que, se Deus, desde antes da fundação do mundo, criou satanás com o nítido propósito de ser o que ele é, a Sua ira já estava sobre ele [muito antes dele existir], então, podemos afirmar seguramente que Deus é imutável, conforme todo o ensinamento bíblico assevera.
O que nos leva às conclusões:
1) Crer na possibilidade de Deus mudar a Sua disposição mental, de ontem amar e hoje odiar ou vice-versa, implicará na descrença da Escritura ou, no mínimo, a deficiência em sua leitura. Quem assim considera a Deus está em oposição à Sua palavra [ainda que transparecendo certa piedade], e a sua atitude é antibíblica.
2) O que crê na imutabilidade divina tem a sua consciência norteada pelas Escrituras, portanto, ela é bíblica.
3) Todo aquele que apelar ao amor fora das Escrituras, o faz antibiblicamente.
4) O que se conformar ao ensino escriturístico do amor, o faz biblicamente.
5) Quem descartar o ódio divino como uma manifestação da Sua justiça e providência, age antibiblicamente.
6) Quem o aceitar como a manifestação da justiça e providência divinas, age biblicamente.
Resta-nos uma última pergunta:
Quem você é?
Um cristão bíblico?
Ou suas premissas são antibiblicas, calcadas no humanismo?
Notas: [1] Uma boa discussão sobre o assunto foi travada no Tempora Mores, postado pelo presbítero Solano Portela.
[2] Vejam bem, em momento algum, questiono ou questionei qualquer decisão de Deus. Compreendo a Sua soberania [o que implica na independência e liberdade completa em Suas decisões] como algo mais que legítimo, algo fundamental e indispensável à ordem do universo, como reflexo da Sua autoridade e poder sobre tudo e todos sem distinção, quer se aceite ou não. Chego a dizer que se Ele, em Seu poder, me destinasse ao fogo eterno, ainda assim eu aceitaria a decisão como fruto da Sua sabedoria, santidade, justiça, perfeição, e amor para com os eleitos.
Portanto, essas perguntas são voltadas exatamente para aqueles que, a despeito de certa reverência e piedade, vivem a questionar exatamente aquilo que Deus revelou e nos deu a conhecer na sua palavra. Aceito as Escrituras assim como Ele a revelou, como palavra santa, inspirada, infalível, inerrante; pelo convencimento e entendimento dados pelo Espírito Santo, os quais, ainda que não me aprazem como pecador, reconheço e amo-a como a fiel mensagem divina aos Seus filhos e herdeiros em Cristo.
Leio seus textos e eles são muito racionais e lógicos, quase chegam a convencer a gente, quando não convence.
ResponderExcluirMais uma vez você escreveu apelando para o racional, mas seria Deus racional como você coloca? E mesmo na imutabilidade de Deus ele não poderia determinar o amor ao pecador e a condenação do mesmo pecador ao mesmo tempo? Não seria como o pai que castiga o filho mesmo amando o filho?
Outra coisa, não é muito pesado você dizer que uma pessoa é não é cristã biblica só por não concordar com a idéia que Deus odeia o pecador?
Uma frase chamou a atenção:
ResponderExcluir"Ao passo que, se Deus, desde antes da fundação do mundo, criou satanás com o nítido propósito de ser o que ele é"
Vc quer dizer que Deus criou Lucifer não para ser um anjo de luz mas um anjo das trevas? É isso?
Matheus,
ResponderExcluirDeus é racional. A prova está no próprio universo criado, o qual funciona a partir de leis rígidas e imutáveis estabelecidas por Deus. Do contrário, Deus seria um ser de "arroubos", movido por impulsos, sem se preocupar com a ordem das coisas, fazendo-as de qualquer jeito, sem objetivar o fim desejado. Como um Deus assim poderia ser chamado de perfeito, justo e santo?
Outro exemplo da racionalidade divina é a Sua revelação especial: a Bíblia. Em sua coerência e unidade totais não encontramos nenhum vestígio de irracionalidade, incoerência e contradição.
Assim, não é possível que Deus ame e odeie ao mesmo tempo. Seria o mesmo que chamar o Senhor de esquizofrênico, instável, mutável. E essas afirmações são típidas do homem, jamais do Todo-Poderoso.
Os que Deus amou eternamente, resgatou-os eternamente, pelo sacrifício de Cristo, o qual foi determinado antes da fundação do mundo. Da mesma forma, os que não amou eternamente, reservou-os à condenação, a estarem sob a Sua ira.
O exemplo que você usa não serve para explicar ou exemplificar a relação entre Deus e os réprobos. Ela serve sim, para a relação entre Deus e os eleitos, pois Ele usará da disciplina, do castigo, para corrigir Seus filhos, e tão somente eles. O castigo sobre os réprobos vem na forma de punição pura e simplesmente, enquanto aos eleitos ele virá como meio de educação, de santificação.
O cristão bíblico não tem de escolher o que lhe agrada na Bíblia e descartar o que não lhe agrada. Se Deus está falando claramente ao crente, cabe a ele, em humildade e reverência aceitar aquilo que foi proferido pelo Senhor.
O que vejo são muitos cristãos tão preocupados em preservar sua liberdade, autonomia, e mesmo uma condição que o permita seguir em pecado, ao invés de temer e tremer diante da ira de Deus. Eles se escoram num pretenso amor para continuarem em sua trajetória de rebeldia contra Deus.
A esses, não há como chamá-los de cristãos bíblicos; podem ser cristãos nominais ou qualquer outro nome que se dê, mas jamais serão cristãos bíblicos.
Como disse no texto, não aceitar o amor e a ira de Deus expressos na Escritura é desprezar o próprio Deus e a Sua revelação especial.
Obrigado por sua visita.
Abraços.
Anônimo,
ResponderExcluirO que disse é isso mesmo. Se Deus é Todo-Poderoso, Senhor de todas as coisas, e tudo foi criado por Ele, em Sua soberania, não podemos aceitar que satanás, o pecado, o mal sejam autocriados ou criados por outra "força", visto não haver nada que possa se opor a Deus, como um inimigo a medir forças com Ele.
A questão é muito simples: nada nem ninguém está acima e mesmo no nível de Deus. Logo, para que satanás se tornasse no que é, das duas uma:
1) Ou Deus o fez com esse propósito, ou
2) O mal que existiu (teoricamente) antes do diabo é autocriado, e uma força confrontadora a Deus.
Se como a Bíblia afirma, não há outro Deus, e de que Ele criou tudo, absolutamente tudo, mesmo o mal, o pecado, o diabo, a árvore do Bem e do Mal no Éden... ou seja, todas as coisas surgiram pelo eterno decreto divino, pelo poder de Deus pois, antes de se criar tudo, não havia nada.
Como Pedro disse, a morte de Cristo na cruz foi determinada por Deus, planejada por Ele; por que satanás, a Queda, o pecado, as doenças, as tragédias, etc, não seriam?
O problema é que as pessoas querem um deus ao seu padrão, um deus que se pareça com eles, que seja sentimentalóide, débil, inseguro; que se surpreenda como nós, e que não controle nada como nós.
Acontece que Deus não é assim. Os vários nomes que lhE são dados na Escritura demonstram o Seu poder absoluto sobre tudo e todos, demonstram que Ele controla cada célula do meu corpo e cada átomo no universo. É o que o Senhor Jesus afirma, quando diz que nem um pardal morre e nem um fio cai de nossas cabeças sem que Deus queira. Isso é controle total, nos mínimos detalhes.
O que nos leva às perguntas: seria satanás um rebelde sem causa? E, como ele tomou contato com o mal, visto ser um anjo de luz, sendo que não havia o mal? É possível que ele criasse algo tão poderoso à revelia de Deus?
Pense. E não responda prontamente. Procure as respostas na Bíblia. Ela as tem.
Abraços.
Amado e muito estimado amigo Jorge
ResponderExcluirMui respeitosamente venho traçar algumas linhas discordando do vosso entendimento... risos...
Falo especificamente da questão (a nossa velha "briga") de que na sua hipótese a imutabilidade de Deus impede que ele ame e odeie ao mesmo tempo, ou mesmo que ame num tempo e passe a odiar noutro.
Antes de falar da imutabilidade de Deus, falemos do amor e do ódio ao mesmo tempo (quando os alvos são diferentes aspectos).
Cito dois exemplos para sua meditação e ponderação racional:
A Bíblia afirma que antes do novo nascimento, nós éramos pecadores miseráveis e FILHOS DA IRA, logo a meu ver, esta ira reflete o ódio de Deus para conosco em função do aspecto pecado, uma vez que do ponto de visto do aspecto salvação, já éramos eleitos amados desde a fundação do mundo. Mas o texto me parece claro que éramos FILHOS DA IRA por natureza.
“... todos nós também andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos POR NATUREZA filhos da ira, como os outros também.” Efésios 2.3
Assim neste primeiro exemplo acima, Deus sentia ira (ódio) por mim quando eu ainda não era nascido de novo, mas ao mesmo tempo sendo eu um escolhido seu desde a eternidade, era também ao mesmo tempo fruto do seu amor salvífico, uma vez que ele já conduzia a história, inclusive o pecado, para me trazer salvação no tempo certo.
O segundo exemplo é o texto:
"Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece." João 3.36
O texto acima, a meu ver está ensinando esta possibilidade (amor e ódio simultaneamente quando diferentes aspectos são analisados), uma vez que após o novo nascimento passamos a ter a vida eterna e somos alvos do seu amor, mas também dá para se perceber que antes do novo nascimento, quando ainda não críamos no Filho, a ira de Deus sobre nós permanecia.
Note que éramos amados (antes do novo nascimento) uma vez que Deus já sabia que éramos vasos feitos para honra, mas estávamos ao mesmo tempo debaixo da sua ira que permanecia sobre nós, uma vez que ainda éramos por natureza filhos da ira.
continuo a seguir...
continuando...
ResponderExcluirAinda falando sobre amor e ódio simultâneos, eu lhe pergunto, quando Deus salva ele está amando ou odiando?
Eu entendo que esteja amando.
Vejamos o texto abaixo:
“Porque para isto trabalhamos e lutamos, pois esperamos no Deus vivo, que é o Salvador de todos os homens; principalmente dos fiéis.” 1 Timóteo 4.10
Assim Deus é salvador de todos os homens, no sentido de salvá-los de serem tão malévolos quanto suas naturezas permitem, a isto chamamos de Graça comum, ou de Graça inibidora.
Neste caso, quando Deus está salvando, trata-se de estar atuando pela Graça Comum, logo não é especificamente apenas justiça como costumas argumentar, mas o próprio texto bíblico diz que Deus salva genericamente a todos os homens (pela graça comum, não pela salvação eterna).
Fica aqui então o argumento de que Graça Comum é uma forma de salvação, logo uma forma de amor.
Mas o texto continua, e sabemos então que Deus também é salvador dos fiéis, ou seja, daqueles a quem é dado fé, fé dada imerecidamente, a isto chamamos de Graça salvadora.
Uma (a salvação pela Graça Comum voltada a todos os homens) inibe os homens de serem tão maus quanto poderiam ser, a outra (a Graça salvadora que se dá pela conversão voltada somente aos fiéis) dá ao homem um novo nascimento e lhe dá ferramentas para resistir ao pecado e deixar de ser seu escravo.
Agora que já tratei do amor e do ódio, voltemos a questão da imutabilidade de Deus.
Como pode um Deus imutável amar e odiar ao mesmo tempo?
Não seria mais correto dizer que ou ele ama eternamente e imutavelmente, ou então odeia eternamente e imutavelmente?
Não seria mais correto dizer que ele não pode oscilar entre amor e ódio?
Pois bem, primeiro quero que me envies os textos bíblicos nos quais você baseia o seu argumento de imutabilidade. (Estou aguardando)
Antecipo que a imutabilidade (de difícil compreensão) está falando dos decretos eternos de Deus.
Deus vê tudo ao mesmo tempo como se passado, presente e futuro fosse uma coisa só.
E o que ele vê são os seus decretos que são sim imutáveis.
Mas dentro da cronologia dos seus decretos, num momento ele ama, noutro se ira, noutro rejeita, noutro salva, noutro converte, noutro endurece, etc...
Isto não significa que Ele esteja oscilando ou que seja mutável.
Significa apenas que seus decretos são imutáveis e assim a imutabilidade de Deus está caracterizada.
Ele não fará hoje coisa diferente do que Ele já planejou na eternidade, não precisará fazê-lo pois o seu Plano Eterno é perfeito.
Grande abraço.
PS:
Eu também achei um pouco demais (só um pouquinho) a sua afirmação quando diz "Quem assim considera a Deus está em oposição à Sua palavra [ainda que transparecendo certa piedade], e a sua atitude é antibíblica."
Mas entendo quando falas de Deus mudar a sua diposição mental, na realidade eu também não falo que Deus "MUDE", mas sim que imutavelmente num momento ele já havia decretado consigo mesmo que estaria amando, e noutro momento ele já havia decretado consigo mesmo que imutavelmente estaria odiando, e pior (o que ainda não consegui convencê-lo), noutro momento sem "mudar", ele já havia decretado consigo mesmo que imutavelmente estaria amando e odiando ao mesmo tempo.
Senti falta no seu texto das referências bíblicas.
No corte do texto, nunca deixe fora as referência bíblicas.
Tenho o hábito de contar o número de versículos que cada reflexão minha contém, e se conto menos do que cinco, fico com a consciência pesada e começo a achar que estou caindo na tentação de mais filosofar do que falar da Palavra de Deus. E filosofar demais é vaidade, mas falar demais da Palavra é sempre oportuno.
"Atentei para todas as obras que se fazem debaixo do sol, e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento." Eclesiastes 1.14
"Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina." 2 Timóteo 4.2
Natan,
ResponderExcluirSua argumentação como um todo é convincente, e nem mesmo sei se poderei entendê-la, quanto mais responder-lhe.
Precisarei de tempo para digerir suas posições. Algumas, me simpatizo; outras, tendo a rejeitar. Mas não quero ser leviano e precipitado ao proferir algo sem cuidado, sem primeiro refletir sobre as questões apontadas.
Talvez demore um pouco a responder-lhe, mas o farei, ainda que seja para concordar consigo.
De cara, queria explicar alguns pontos:
1) Não inclui no texto referências bíblicas porque elas estão presentes nos 4 textos que indiquei no primeiro parágrafo, e nos quais a minha posição foi firmada. Mas, de qualquer forma, concordo com o seu puxão de orelhas, texto bíblico sem referências bíblicas é o mesmo que parto sem filho...
2) Quanto ao ser bíblico ou não, todos nós, que nos consideramos cristãos bíblicos, vez ou outra fomos ou ainda somos antibíblicos. Em um ponto ou outro provavelmente não estamos de acordo com a Escritura. O fato de sermos eleitos e filhos de Deus não nos dá a infabilidade de Deus, muito menos a Sua perfeição intelectual e espiritual. O que não quer dizer que não somos eleitos, filhos e co-herdeiros das bênçãos celestiais em Cristo.
Ainda assim, ao meu ver, quem considera a possibilidade de Deus amar e odiar ao mesmo tempo a mesma pessoa, me parece uma atitude não-bíblica, mas em momento algum disse que ele não seria um crente.
O texto foi especialmente escrito tendo-se em vista não aquele que tem temor a Deus, mas aos impenitentes, aos liberais que, em suas autocontemporizações, relativizam os atributos divinos a fim de permanecerem arraigados ao pecado.
Deus é absoluto, assim como o Seu caráter; e como Tiago disse, no qual não há sombra de variação.
Se pareci afirmar que uma atitude não-bíblica implica na não conversão ou não-eleição de quem a tem, perdoe-me; não foi a intenção. Se assim fosse, eu mesmo estaria incluído nessa lista, visto já ter acreditado tanto no livre-arbítrio como em outras distorções.
3) De tudo o que o irmão disse, o que tenho mais dificuldade de aceitar e conciliar com o texto bíblico é a sua afirmação de que Deus é imutável porque está inserido em Seu decreto. Isso vale dizer que Ele está "preso" a ele, e por isso é imutável, porque o decreto é imutável.
Para mim, há uma inversão de valores. O decreto eterno de Deus é imutável porque Deus é eterno e imutável, e não o contrário.
Mas caminharemos passo a passo em suas colocações até chegar a essa parte, que já reprovo antecipadamente.
No mais, agradeço muito a Deus por nossa amizade, por nossas divergências pois elas têm nos tornado mais estudiosos da palavra, ao mesmo tempo em que tem nos dado paciência e o desejo de discutir mesmo pontos conflitantes em amor, fruto da Sua obra em nossas vidas, cujo objetivo é conformar-nos à imagem do nosso Senhor Jesus Cristo.
Grande abraço ao irmão e amigo.
PS: Aguarde o próximo "round".
Aguardarei o próximo "round" com ansiedade.
ResponderExcluirMe avise quando publicar aqui o comentário das suas considerações.
Já lhe antecipo que serei um "osso duro de roer"...
Esta sua de Deus estar "preso" aos seus decretos e isto soar estranho para você... é bom que pense mais a respeito.
Como subsídio segue uma outra pergunta análoga.
Deus está "preso" ao fato de que ele já predestinou para salvação antes da fundação do mundo? Será que ele não pode mudar de opinião e eleger alguém que tenha "esquecido" ou que deseje agora e não antes eleger?
É claro que responderás que ele não está preso quanto a predestinação... então por que me perguntas ou segures que ele estaria "preso" aos seus decretos?
Ele não está preso a nada, os seus decretos e a Sua Palavra, são inseparáveis dele mesmo e fazem parte dele mesmo.
Dá para separar a Palavra de Deus de Deus como se fossem coisas distintas?
Ou uma é manifestação do que o outro é em essência?
Como Deus é imutável, os seus decretos eternos não carecem de ajustes, logo ele não está "preso" a eles nem mesmo retoricamente pois sendo um decreto perfeito, ele não se sente preso, mas sim realizado, pois a escritura diz que viu Deus o que tinha feito, e viu que era muito bom.
Os seus decretos são eternos, imutáveis, bons, mesmo que nós humanos não saibamos explicar como que um decreto perfeito e bom, inclui estupros, guerras, mortes e injustiças.
Deixarei minha munição de maior calibre para replicar os seus argumentos futuros... risos...
Sabe, "discutindo" com você eu também sou edificado e cresço no conhecimento bíblico.
Grande abraço e aguardando... que você se recupere dos diretos de direito que já lhe mandei e que parecem tê-lo jogado temporariamente às cordas para recuperar o fôlego... há, há, há, há....
Fica na paz, meu grande a amado amigo.
Matheus,
ResponderExcluiralgo que talvez não deixei claro em minha primeira resposta é que uma visão não-racional de Deus implicará necessariamente numa visão de um deus irracional, contraditório e absurdo. Isso já é mais do que meio caminho andado para a descrença, o ceticismo. Mais ou menos o que os teólogos liberais e heréticos como Schleiermaker, Ritschl, Bultmann, e mais recentemente, Brian Mclaren, propuseram: a negação da verdade, a palavra, através da qual Cristo nos é revelado como o Deus Filho encarnado.
Da mesma forma, não confundir racionalidade com racionalismo. Racionalidade é, entre outras coisas, a capacidade de se conhecer e entender o universo racional, criado pelo Deus racional segundo os princípios e critério da ordem reguladora estabelecidos por Ele. É a capacidade de discernir as propriedades de todas as coisas, e, podemos estendê-la ao entendimento e conhecimento bíblico. O Espírito Santo usará a nossa capacidade de raciocínio, do ponto de vista espiritual, mas também lógico, para revelar a verdade, e tudo aquilo que Deus nos deu conhecer de Si mesmo, de nós e do mundo. Aqui a razão será o instrumento divino para nos levar ao conhecimento da Sua revelação.
Em contrapartida, o racionalismo seria a capacidade da mente humana de entender tudo independentemente, de forma autônoma, à parte da revelação especial, a Bíblia, utilizando-se da razão para estabelecer a verdade. Aqui, a razão não apreende e é levada ao conhecimento da verdade, mas ela própria estabelece o que venha a ser a verdade.
No mundo pós-moderno, o irracionalismo, a confusão e a desordem, acenderam ao mais alto grau de racionalismo: o absolutismo da mentira.
Natan,
ResponderExcluirdiante da complexidade de suas considerações, não tive outra alternativa a não ser discuti-las em forma de texto, em três postagens distintas a serem feitas no blog.
Creio que assim ficará melhor tanto para mim como para você expor mais claramente nossos pontos.
Então, talvez, a partir de amanhã, já estará na página principal do blog a primeira parte da minha resposta às suas ponderações.
Até lá!
Cristo o abençoe!
Forte abraço.