Jorge F. Isah
“E eis que uma mulher da cidade, uma pecadora, sabendo que ele estava à mesa em casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com ungüento;
E, estando por detrás, aos seus pés, chorando, começou a regar-lhe os pés com lágrimas, e enxugava-lhos com os cabelos da sua cabeça; e beijava-lhe os pés, e ungia-lhos com o unguento” (Lucas 7:37-38)
Devemos
entender uma coisa: Deus é Senhor de tudo e todos! Deus pode todas as coisas,
ainda que ele não faça todas as coisas, por causa da sua natureza. Por exemplo,
Deus não pode pecar. Nem fazer algo que não seja da sua vontade. Dentro de sua
soberania e todo poder, contudo, há algo que Deus não pode fazer, que é adorar.
Sim, meus irmãos, parece algo simplório e mesmo banal afirmar tal condição, de
tão óbvia. Mas ela é verdadeira, pois o Senhor não pode se autoadorar. Esta
prerrogativa nos cabe, exclusivamente a nós, e Ele se alegra e deleita na
verdadeira adoração, aquela realizada por seus filhos, em nome do Pai, do Filho
e do Espírito Santo; e quão grande honra temos em ser seus adoradores.
Já imaginaram como esse
privilégio é grandioso, santo e sublime? Somente o povo de Deus pode adorá-lo
e, infelizmente, muitos se recusam a fazê-lo, preocupados no culto a ídolos
mortos e imaginários, ou a se autoadorarem. Deus não o faz, porque a
autoadoração é, em si mesma, um engodo, repleto de vaidade, soberba e arrogância.
Estas características são típicas do pecador, jamais de Deus, o qual sendo
santo, justo e perfeito, em sua natureza, não poderia manifestá-las.
Mas ele não quer qualquer
tipo de adoração, ou que os seus adoradores o façam de qualquer maneira, a fim
de satisfazerem antes aos seus desejos íntimos e não a Deus. Em outro trecho
das Escrituras, nos é dito, pelo Senhor Jesus, que Deus procura adoradores que
o adorem em espírito e em verdade (João 4.23).
Entretanto, para sermos verdadeiros
adoradores é necessário humilhação e arrependimento, reconhecendo em Deus o
Senhor e Salvador; reconhecendo a nossa condição caída e imperfeita, dominada
pelo pecado e, rejeitando o seu domínio, nos entregarmos por completo à direção
e condução divinas. Onde havia pecados e conflitos, instala-se a paz e
esperança, na fé de que nada, nem ninguém, poderá nos tirar do caminho de vida.
Por isso, é fundamental que adoremos a Deus com o coração santo e verdadeiro, a
prova máxima de haver arrependimento e, sobretudo, gratidão pelo resgate precioso,
permeado pelo amor divino e eterno, mas igualmente doloroso e indigno do Filho:
o servo perfeito, na medida perfeita, do perfeito e sublime amor.
O amor que nos amou primeiro, para que pudéssemos então, e somente então, amá-lo como nos amou.
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