Por Jorge Fernandes Isah
A edição de que disponho não é a da "É realizações", mas uma antiga, da
extinta "Agir", cujo título é "A Arte de Ler", e não a literalização do
título em inglês: "How to read a book".
Como não há, no momento,
outra edição além da publicada pela "É realizações", coloquei a capa e o
link para a editora, a fim de que os interessados comprem-no [até,
porque, as edições antigas somente podem ser adquiridas em sebos, como
eu fiz, e, muitas vezes, por um preço absurdo].
A atual edição tem mais de 400 páginas, enquanto a minha dispõe de quase 300. Não houve acréscimo, ao que parece, mas uma redisposição editorial do texto.
A atual edição tem mais de 400 páginas, enquanto a minha dispõe de quase 300. Não houve acréscimo, ao que parece, mas uma redisposição editorial do texto.
Quanto ao livro, é o seguinte:
ao começar a leitura, constatei o que já sabia e que vivia tentando não
me lembrar: eu não sei ler um livro! Para quem tem um blog de livros,
isso é uma realidade dura e trágica. Mas era o que eu percebia a cada
frase ou texto que me apresentava incompreensível. É claro que, como há
péssimos leitores, também há os péssimos autores. Aqueles que aparentam
ser intelectuais, mas não passam de enganadores. Escrevem frases
enigmáticas, misteriosas, complexas, que o único intuito de não serem
inteligíveis, pois, na verdade, não sabem a mínima do que estão falando,
e preferem mesmo enganar. São os "picaretas", que aparentam
sofisticação e hermetismo, quando não passam de ignorantes, iletrados e
fraudadores.
Mas há aqueles autores que estão degraus acima da
nossa compreensão, não porque eles são desonestos, mas porque nós é que
deixamos a honestidade de lado, ao considerarmo-nos capazes de
compreender o que escrevem, quando não somos. Nesse caso, a fraude se
torna no próprio leitor. Quantas vezes nos deparamos com um texto
complexo, e simplesmente o abandonamos, considerando-o chato ou pedante?
Sempre temos uma desculpa para a própria ignorância e má-leitura,
infelizmente. E a culpa não é do autor, nesse caso; mas a transferimos a
ele, indevidamente.
Fato é que, ao iniciar o livro do Adler, percebi-me não um leitor mediano, a quem o autor dirige a sua obra, mas abaixo do mediano. Sempre evitei livros técnicos, um pouco por preguiça, outro tanto por ignorância. E sempre considerei suficiente entender um pouco do livro, mesmo que esse pouco fosse muito pouco mesmo. As vezes, nos contentamos em apreender nada e a considerar o aprendizado como qualquer coisa que vem à mente. Passamos de leitores a reescritores, dizemos aquilo que o autor não disse como se fosse ele dizendo. Em todos esses casos, eu, você, e em quem mais a carapuça servir, agimos desonestamente.
Ainda não cheguei ao ponto em que Adler revelará, por completo, como fazer uma boa leitura, mas estou ansioso[1]. Até mesmo porque quero ler melhor, e, na verdade, abandonar as fileiras do analfabetismo funcional. O que seria bom se, até muitos chamados intelectuais, refletissem e vissem como são maus-leitores, muitos, como eu, no analfabetismo.
Interessante que, ao dizer à minha esposa que eu era um leitor ruim, ela disse: se você é mau-leitor, o que eu sou, então?... Bem, não me consolou em nada, mas me deu a certeza de que estamos num período negro na intelectualidade, e isso tudo reflete-se na sociedade, onde um ex-presidente, semianalfabeto, se gaba de não gostar de ler, e temos cada vez mais leitores preguiçosos, que consideram possível o conhecimento por osmose, aumentando a legião de palpiteiros e "chutadores", aqueles que atiram para todos os lados sem ter alvo algum.
Pelo pouco que li, algo em torno de 60 páginas, "Como ler livros" ou a "A arte de ler", é leitura fundamental. Agora, fica a pergunta: não se sabendo ler, é possível aprender a ler, lendo? [rsrs]... Descubra, por si mesmo.
Fato é que, ao iniciar o livro do Adler, percebi-me não um leitor mediano, a quem o autor dirige a sua obra, mas abaixo do mediano. Sempre evitei livros técnicos, um pouco por preguiça, outro tanto por ignorância. E sempre considerei suficiente entender um pouco do livro, mesmo que esse pouco fosse muito pouco mesmo. As vezes, nos contentamos em apreender nada e a considerar o aprendizado como qualquer coisa que vem à mente. Passamos de leitores a reescritores, dizemos aquilo que o autor não disse como se fosse ele dizendo. Em todos esses casos, eu, você, e em quem mais a carapuça servir, agimos desonestamente.
Ainda não cheguei ao ponto em que Adler revelará, por completo, como fazer uma boa leitura, mas estou ansioso[1]. Até mesmo porque quero ler melhor, e, na verdade, abandonar as fileiras do analfabetismo funcional. O que seria bom se, até muitos chamados intelectuais, refletissem e vissem como são maus-leitores, muitos, como eu, no analfabetismo.
Interessante que, ao dizer à minha esposa que eu era um leitor ruim, ela disse: se você é mau-leitor, o que eu sou, então?... Bem, não me consolou em nada, mas me deu a certeza de que estamos num período negro na intelectualidade, e isso tudo reflete-se na sociedade, onde um ex-presidente, semianalfabeto, se gaba de não gostar de ler, e temos cada vez mais leitores preguiçosos, que consideram possível o conhecimento por osmose, aumentando a legião de palpiteiros e "chutadores", aqueles que atiram para todos os lados sem ter alvo algum.
Pelo pouco que li, algo em torno de 60 páginas, "Como ler livros" ou a "A arte de ler", é leitura fundamental. Agora, fica a pergunta: não se sabendo ler, é possível aprender a ler, lendo? [rsrs]... Descubra, por si mesmo.
Notas: 1- Com isso,
não estou dizendo que a "A Arte de Ler" é um manual infalível, e que
todos passarão a ler conforme as técnicas ali expostas. Não é isso! Mais
do que ensinar como fazer, ele nos mostra o que não devemos fazer
enquanto bons leitores. A partir daí, pode-se traçar um "roteiro' de
como se obter o melhor de uma leitura, pois há várias, não se podendo
ler da mesma maneira uma obra de ficção [que está pronta e acabada, nos
dando todo o caminho a percorrer] e uma de não-ficção, em que temos de
preencher as "lacunas" deixadas pelo autor. É claro que as "dicas" nos
guiarão a meditar nos objetivos, métodos e o porquê de se ler determinado livro, o que vale dizer que não há um padrão único ao qual todos devem seguir para "aprender a ler". Porém, há um mínimo a se saber, e, sem ele, não se caminhará muito nesse conhecimento.
Interessante...
ResponderExcluirLeia o livro e me envie pelo correio...
Eu vou lê-lo então.
E depois eu devolvo o mesmo igualmente pelo correio.
Se não for pedir demais... risos...
Abraço!
Natan (respondendo a este e ao outro comentário, na postagem anterior),
ResponderExcluirestou-lhe devendo uma resenha, é verdade. Mas sou daqueles que podem atrasar o pagamento mas nunca deixam de pagar. Esta semana estarei mais tranquilo,com menos trabalho e prometo escrever - lhe.
Quanto ao livro, fique tranquilo, pois tenho uma boa notícia para você. Amanhã, explico-lhe melhor, por email.
Grande abraço.