02 julho 2011

Bate-papo com Esli Soares: direito de pecar e a secularização da igreja



Por Jorge Fernandes Isah

Novamente, postarei outro bate-papo por aqui. Desta vez, a "vítima" foi o Rev. Esli Soares, do blog "A cruz on-line!", com quem tenho sempre boas e edificantes conversas, a despeito de, ultimamente, estarmos ambos com falta de tempo, o que tem reduzido esse privilégio.

Nossa conversa se deu rapidamente, e muito do que foi conversado pode parecer "solto", precisando de mais explicações, as quais estamos dispostos a dar. Mas as conversas informais são assim mesmo, vamos falando e mudando de assunto sem muita cerimônia.

Como considerei os vários pontos do bate-papo importantes, decidi publicá-lo, não sem antes pedir autorização ao meu interlocutor, que gentilmente cedeu-me todos os direitos de publicação, inclusive o eventual lucro financeiro que advenha dela [rsrs].

Agradeço ao Esli, primeiramente, pela amizade, e pela gentileza em permitir a reprodução da nossa conversa.

Então, sem mais delongas, vamos ao que interessa! 

BATE-PAPO COM ESLI SOARES

Esli: Oi!
Eu: Dom Esli, tudo bem?
Esli: Graças a Deus! Ainda mais com a suspensão do kit gay.
Eu: É... mas vamos aguardar os próximos capítulos...
Esli: Sim,  claro! Tenho noção de que foi só uma suspensão, mas é o caso de agradecer ainda assim. Parece até que vivemos numa democracia...
Eu: É... O motivo é que não foi muito legal... Por causa do caso Palocci... Foi uma troca com o PT; uma barganha nada moral e ética.
Esli: Sim. Mas devemos fazer bons amigos das riquezas de origem iníquas... hehehhe.
Eu: Sei lá... Estava lendo 1Co 10, e Paulo diz que não se pode comer na mesa do Senhor e na mesa de Satanás. Então... Foi uma medida certa por um lado, e errada por outro. Mas ao menos os meninos não serão expostos a tanta imoralidade em tão tenra idade, ainda mais do que já são bombardeados pelas mídias.
Esli: Veja, devemos ir com calma, pois vivemos num tempo de grande tribulação. Estamos na antesala do trono de satanás.
Eu: Mais do que os apóstolos? Duvido!
Esli: Sem a menor dúvida! Eles tinham apenas a perseguição das espadas. Nós temos a espiritual. O inferno do tempo deles era mais imaturo, mais ingênuo, não sabiam o que estavam enfrentando... A luz dos apóstolos era firme e direta.
Eu: Não vejo dessa forma. Paulo sempre disse que a nossa luta não era contra a carne, mas contra as potestades, e ele entendia muito bem do que estava falando, muito mais do que nós entendemos.
Esli: Mas, lembre-se de que tudo isso era profético também. Enfim, cada tempo enfrenta a sua luta, e comparar não é lá muito sábio. Fiz isso para mostrar que temos de procurar as respostas na Bíblia, mas temos de ler bem mais do que na simplicidade do texto. É preciso conhecer a história, a geografia, a política, e a filosofia por traz de cada trecho; e desenterrar 2000 anos de tradições para, então, de posse da Verdade, termos a relevância que será natural.
Eu: Creio que o texto bíblico é mais simples do que isso... Senão apenas os acadêmicos a entenderiam.
Esli: Jorge, o texto nunca é simples. Ele nem pode ser simples, porque fala das grandezas de Deus.
Eu: Eu não disse que é; disse que não é tão complexo como você aponta, é mais simples do que isso...
Esli: Mas ele é eficiente, e na medida de que quem dele se aproxima, e o faz com devoção e humildade e zelo, encontrará as respostas. Não é preciso muita coisa, somente fé; e a verdadeira fé o fará buscar todos os recursos disponíveis.
Eu: Sabe, quando a gente “inflaciona” o texto bíblico com ciências humanas é que ele fica complicado, na verdade, ininteligível... É o mesmo que alguém querer caminhar sem dar um passo... não tem jeito.
Esli: Isso é verdade; mas lembre-se de que Deus escolheu nos falar assim, digo, especificamente para nós, que somos os filhos do tempo "Sola Scripturae”; não podemos desprezar tudo o q Deus nos deu... hummm... Acho que está na hora de começar a publicar textos sobre a Bíblia...
Eu: Sim. Claro. Eu mesmo gosto bastante de filosofia, mas evito misturar os conceitos filosóficos ao texto bíblico, na verdade, o texto bíblico me ajuda a entender filosofia.
Esli: Correto. Entendo você, mas o texto bíblico é filosófico.
Eu: Por isso fica mais fácil entender filosofia. E acho que assim contamino o mínimo possível a Escritura... [penso ser impossível não contaminá-la com nossos pressupostos].
Esli: Sim. Por isso devemos lutar para desenvolver uma cosmovisão redimida.
Eu: É verdade... Sim, mas como você vê a questão secular? De defender princípios seculares que não são bíblicos? O crente pode, ao mesmo tempo, defender o princípio bíblico na igreja e defender princípios seculares no mundo que se contrapõem à Bíblia? Isso seria uma cosmovisão redimida ou contemporizada?
Esli: Não, não pode haver mistura...
Eu: Mas, como você vê o crente, por exemplo, que considera o furto pecado, mas defende o direito do homem furtar? Vale para a prostituição, a mentira, a fraude, e tudo o mais que seja pecado. Pode um crente, em sã consciência, defender o direito ao pecado? Quem peca tem direito de pecar? Ou ele está cometendo uma exceção?... Uma distorção?... Uma rebelião à ordem natural?
Esli: Com muita tristeza eu li sobre tudo isso nessas últimas semanas...
Eu: Não quero nem entrar na questão de quem escreveu. Estou falando da ideia, do princípio. Provavelmente não é dele, deve ter lido isso em sites estrangeiros, liberais... Mas o que você pensa a respeito?
Esli: Sim, é provável... Veja, eu ainda continuo afirmando a verdade da Bíblia, e a falsidade do homem.
Eu: Sei. Mas eu queria algo mais prático. Por exemplo, eu sou juiz, e há uma lei que permite o aborto. Como cristão, sou contra o aborto, mas como representante da lei devo aprovar o aborto que aquela mulher quer cometer; o que valerá mais? A minha condição de cristão ou juiz? Se eu autorizar o aborto, não estarei negando os princípios cristãos? A Bíblia? E Cristo?
Esli: Sim,  estará! Como cristão você estará disposto a perder o cargo de juiz, e Deus o honrará nisso.
Eu: É assim que eu penso, também.
Esli: Mas se você tiver modos de evitar tomar essa decisão ou subterfúgios para não ter de desobedecer a lei humana, deve usá-los.
Eu: Não entendi. Como assim, não desobedecer as leis humanas? Se elas ferem o Evangelho, e se voltam contra ele, devo desobedecê-las.
Esli: Sim, a desobediência civil é moralmente correta. O que digo é que existem subterfúgios, por exemplo, não aceitar o cargo que trata dessas questões. Se declarar incapaz de julgar o caso, ou usar de ferramentas para resolver a questão a favor da lei de Deus. Sabe, precisamos usar a tesoura e não só a pedra.
Eu: É, mas há casos em que isso será difícil, quando não, impossível, então, creio que renunciar ao cargo é o dever do crente; se essa for a situação.
Esli: Não antes de tomar a decisão correta... hehehe... Impedir o aborto, e deixar que o inimigo se levante; isso é, não saia da posição, afinal a nossa luta não é contra a carne e nem o sangue.
Eu: Ah, sim! Resistir até o fim. Como está em Hebreus: não resististe até o sangue.
Esli: Isso! Olha, Deus usa até um ímpio para nos proteger.
Eu: É verdade. Mas não consigo entender como um cristão pode defender o direito do homem pecar. Isso está me incomodando... E me parece algo muito perigoso. Pois podemos ter atitudes cristãos e atitudes anticristãs que originalmente se conflitam com a consciência tranqüila de que estamos fazendo o certo mesmo agindo erradamente. É aí que entra a ética cristã, mas parece que muitos estão mais interessados em resguardar os seus próprios interesses do que em preservar a moral e a ética estabelecidas por Deus.
Esli: É um erro horroroso, e está apoiado em uma falácia gigantesca!
Eu: Até pensei em escrever algo sobre isso, mas achei que tenho coisas mais importantes para escrever... E, sinceramente, não quero polemizar. Mas alguém disse no Facebook que os gays devem ter os seus direitos assegurados, inclusive o de pecar, baseado em Rm 1, deixá-los à própria sorte e iniqüidade... Agora, me diga, esse é o outro lado, o lado extremo da questão, mas é justo que nós, cristãos, deixemos os outros pecarem, e até estimulemo-os ao pecado,  para a própria destruição deles? Enquanto se minimiza a questão, esse irmão [que é pastor nos EUA] defendeu que devemos deixar os ímpios pecarem, sofrerem na carne por seus desejos ilícitos... E veio com a desculpa de que se dois gays moram juntos, vivem juntos, etc, eles devem ter o mesmo direito de um casal, pois se alguém morrer ou ficar impossibilitado de administrar seus bens, o outro o fará por ele, em seu nome... Mas já há leis que dizem, por exemplo, que se eu quiser fazer uma procuração para alguém administrar os meus bens, caso eu me torne incapacitado ou morra... Não é preciso ser gay e estar "casado" para se ter esse direito. Qualquer um pode fazer em vida... Por que eles não fazem? Mas aí entra outra questão, a da imitação do natural, querendo que algo antinatural seja natural, seja visto naturalmente pela sociedade, ao desejarem se equiparar a um casal. Não é questão legal, é a rebelião contra a vontade de Deus, contra o natural, contra tudo que grita diante dos olhos deles que o estilo de suas vidas é antinatural...
Esli: Sim; só lembrando que aqui a pessoa em vida não pode legislar sobre os seus bens depois da morte.
Eu: Há testamento, para isso.
Esli: No mínimo 50% deve seguir as leis de sucessão. Testamento é coisa de americano, aqui não rola desse jeito.
Eu: Mas muitos gays não têm herdeiros, logo, podem destinar seus bens para quem quiser. Nem pais ou irmãos poderão ingerir em suas decisões em vida.  O problema é não se fazer um testamento e o suposto beneficiário quiser reivindicar a herança depois da morte do parceiro.
Esli: É. Concordo.
Eu: Mas falo é de lá mesmo, dos EUA, pois esse pastor mora lá.
Esli: Outra questão é que ninguém tem direito de pecar. Existe a possibilidade de perdão, mas direito de pecar não existe. Como o Estado é laico, ele apenas deve legislar para que a liberdade de cada um não interfira na do outro. Em se tratando dos gays, ele deve aplicar a lei com rigor a favor ou contra eles, sem considerá-los mais ou menos privilegiados que os demais mortais... Não criar leis especiais.
Eu: Outro problema é: Qual o critério para se saber a qual pecado o homem tem direito? Qual pecado deve-se defender e qual não se deve defender? E por qual critério?
Esli: Cria exeções... Nenhum pecado é legítimo para o homem; nenhum homem tem direito ao pecado.
Eu: Por que um gay pode e um pedófilo, não?
Esli: Por uma questão simples...
Eu: Ou um mentiroso, ou um ladrão?
Esli: Os gays têm liberdade, e se sua liberdade não interferir na vida de ninguém eles podem fazer o que quiserem, afinal o Estado é laico. O pedófilo, o mentiroso, ou o ladrão, sempre cometem um crime contra alguém e, por isso, e somente por isso, devem ser punidos pelo Estado.
Eu: Mas laicidade não é isenção nem neutralidade... O sexo está nas ruas, nos outdoors, e é algo que deveria ser privativo, ser mantido entre 4 paredes... Falo isso tanto para “héteros” como para “homos”; mas se defendo a postura homossexual de esfregar o pecado deles na minha cara, por que uma prostituta não pode? Por que um pedófilo não pode? Por que um ladrão não pode? Essa é a questão. Quando defendo o direito ao pecado, defendo o direito de qual pecado? Se de um, de todos, visto todos serem pecados diante de Deus? Logo, terei de reconhecer os outros, se reconheço apenas um deles. E isso não cabe ao cristão. Usar a justificativa de que existe o pecado para defendê-lo. A questão é que se os cristãos não defendem a moral e a relativizam, o que podemos esperar do mundo?
Esli: Sim, mas não mistura as coisas. Volto a dizer que o homossexualismo é errado moralmente, em se tratando o que a Bíblia diz, porém, nas relações particulares o Estado admite sua incapacidade de julgá-los sob o aspecto moral; então, não podemos misturar as coisas.
Eu: Não estou misturando as coisas. Veja bem, a questão é: um crente, mesmo vivendo num Estado secular ou laico, como queira [ainda que não exista Estado laico, o que existe é Estado anticristão ou antireligioso], deve defender o direito ao pecado? E quais os critérios para tal defesa? Até quando eu posso vestir-me de laicista para defender um princípio antibíblico? É essa a questão.
Esli: Não deve. Não deve nem mencionar tal idéia.
Eu: Ou seja, até que ponto um pecado pode me levar a defender outro pecado? Ou um estado de pecaminosidade pode me levar a defender o direito ao pecado? Não seria o nítido conflito entre luz e trevas, ao qual Paulo se refere em Coríntios? De que qual comunhão é possível entre o bem e o mal? Ao ponto que um cristão possa defender o direito ao mal? Mesmo que seja o mal para quem o pratica?
Esli: Está errado defender um Estado laico; está errado defender uma democracia; porém, o cristão tem de viver o hoje. Se o Estado é laico temos de saber como defender a nossa causa nessa situação. Se vivemos numa democracia temos de nos defender nos moldes possíveis dentro de um regime democrático.
Eu: Mas se os próprios cristãos defendem o direito ao pecado, e não é somente um, mas li opiniões favoráveis de vários [alguns faziam defesas apaixonadas] que esperar do Cristianismo? Nesses moldes, como cumprir o ide de ser sal e luz neste mundo caído?
Esli: É, ai é mau. Sempre tenho falado que não posso defender essa ordem natural do mundo capitalista e democrático, mas sempre me confundem, dizem que eu estou defendendo o comunismo... O Estado livre é o estado que permite e incentiva o pior pecado, o qual é  o homem se achar Deus; e em assim sendo, Deus mesmo os entregará a praticas repugnantes e torpes, em contra partida.
Eu: Os regimes de governo humanos são assim mesmo, uns piores dos que os outros. Por isso, penso que o dirigir-se pela Lei de Deus tornaria justa a sociedade; seria bom para todos, menos para os criminosos contumazes. O fato é que, no mundo atual, não há lugar para arrependimento, apenas para a ostentação degradante do pecado. E é isso que alguns de nós defendem por aí, ainda que digam que não. Mas se não estão defendendo esse direito, estão defendendo o quê? Penso que a pior torpeza não é a de quem a pratica, mas a daquele que vê o outro praticando e se cala ou bate palmas.
Esli: Quanto à aplicação da Lei de Deus, creio que isso não vai acontecer. É ai é que divergimos...
Eu: Mas posso defendê-la... O acontecer pertence ao Senhor.
Esli: Eu acho que devemos como Igreja, e não como força política. Nossa ação é na sociedade e a sociedade redimida vai pressionar o governo e esse vai fazer algumas coisas por pura pressão dos homens redimidos.
Eu: De certa maneira, foi o que aconteceu com o Kit Gay... São as regras do jogo político.
Esli: Devemos ser gratos, pois Deus nos protegerá nesses tempos de angústia.
Eu: Certamente. Mas outra questão é: se defendemos o direito ao pecado, é sinal de que não amamos o pecador. Pelo contrário, está nítido o nosso desprezo por ele.
Esli: Sim; como tenho sempre dito, se proibirem falar contra o homossexualismo, serei preso toda semana, se bem que eu raramente fale desse assunto.
Eu: Não precisa falar, mas não tem porque não falar. O fato é que, mesmo se não falar, alguém pode acusá-lo de homofóbico, de perseguidor de gays, e irá preso do mesmo jeito.
Esli: Por isso disse que serei preso toda semana. Será bom, pois os presos ouvirão o Evangelho e se converterão; sabendo que a população carcerária é cada vez maior, vamos tomar o Brasil para Cristo.
Eu: Por que a lei contempla o pecado, infelizmente! E a sociedade estimula os pecadores; estimula o conceito de pecado, para depois, quando é prejudicado por eles alegar injustiça e frouxidão do Estado. Mas se esquecem de que são os primeiros a defender a impiedade, como um salvoconduto para pecar livremente. Isso é comum entre os homens naturais, só faltava os cristãos defenderem-no também, agora, não falta mais [rsrs].
Esli: Hehehe... Sim, mas há 7.000 que não se dobraram a Baal.
Eu: Amém!... Meu irmão, terei de sair. Foi muito bom o papo!
Cristo o abençoe! 
EsliAmém!
Nota: Indico o texto do pr. Josafá Vasconcelos, "Decisão do STF: Direito de pecar?!"

28 comentários:

  1. Oi...eu sou o primeiro der novo ( nem li o texto-na conversa registrada ...toda...),mas estou com um olho no gato e outro no peixe...rs...rs..rs..

    Entrarei nos detalhes depois..são muitos...

    Um abraço.

    P.S. fiquei sem acessar o "post" anterior e o pessoal postou uns dez coments..você ter que entrar lá de novo...

    Um abraço irmão Jorge e Esli

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  2. Mas estão reclamando de que? da Demo cracia? a cracia do "demo" sópodeira dar isso que está aí...

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  3. Eu de novo...

    Quando o homem acerta é porque coincidiu com muito esforço como que Deus já dissera em Sua Palavra. Dessa forma o conhecimento humano ( científico atual, filosófico antigo, histórico, geográfico, linguístico, antropológico, etc ) não podem ser razoavelmente desprezados. Só não devemo sim inverter as coisas: como os godins da vida, igualar ou colocar o conhecimento construído pleos homens a frente ou acimado de Deus. Jonas foi engolido e cuspido pelo grande peixe, mas se a Bíblia registrasse co contrário, para mim, como crente no que Deus disse e diz, estará sempre de bom tamanho, assim como no caso do martelo que boiou nas águas no rio Jordão no livro de Reis.

    Gostei do inferno ( Satanás, demais demônios ) terem aprendido algo a mais e se especializado em tentar outras táticas. Concordo: Deus sabe tudo ( onisciente ) nós seres humanos e os anjos aprendemos a partir de experiências nossas ou da observação atenta dos outros.

    Um abraço mais uma vez irmão Jorge e demais.

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  4. Voltei...e espero não estar monopolizando o debate...gostei quando o reverendo Esli falou do perigo de não "inflacionar" o texto bíblico, mas sobre coisas "seculares" e coisas "de Deus", o esquema de São Tomas de Aquino, um grande modelo para a religiosidade católico-romana é que estabelece essa separação. O protestantismo e uma religião não bíblica como os islã por exemplo ( mas há muitas outras ) não estabelece essa separação. Portanto recliar esse esquema, ainda que intuitivamente seria um erro e um retrocesso histórico e prático. O grande desafio do cristão, do crente é não ser como os religiosos, os fariseus do temo de Jesus constituem um bom exemplo disso, ao admitir salvar um animal de valor no sábado e não a cura de uma pessoa. Na igreja evangélica, da reforma para cá, há um conscenso com forte estímulo e exortação bíblicas de que o crente nça deva usar de "duas medidas" e nem tão pouco "duas caras", estar adaptado a duas situações antagônicas. Em situações de conflito valem sempre os interesses e a vontade de Deus, pelo menos no limite do que se conhece. O desafio é grande, e em uma sociedade que aspire a democracia plena ou ainda em maturidade, a posição que representa a mais próxima da vontad e de Deus deve ser expostas e levadas a avante com negociações éticas e muita sabedoria e paciência.

    Um abraço mais uma vez.

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  5. Mais uma, e não volto até que uns duzentos tenham falado...rs...rs...rs...

    Não é um problema novo, encontramo-lo na Bíblia, teve até um rei que mando matar todos "os rapazes alegres" em Israel. Entretanto a nossa lição vem da experiência de Ló
    em Sodoma e Gomorra. Ló escolhera a melhor cidade da região, a que poderia proporcionar-lhe bons negócios e segurança material a toda a sua família. Ló demonstrou que já tinha aprendido a se adpatar, oferecendo as filhas para que os anjos não fossem abusados ( era costume abusar de estrangeiros desconhecidos, talvez para mostrar quem mandava no pedaço ), portnato negociar para sobreviver era algo a que Ló já tinha aprendido a pagar para não só sobreviver em terra estranha ( como a nossa ) ou até para viver bem muito bem. Lembre-se o destino final de Ló, elgou uma herança maldita ao povo de Israel. Outra situação é a do importante cidadão que bancou o túmulo de Jesus, José de Arimatéia, nesse caso um bom uso e uma justa estratégia para que a vontade de Deus se concretizasse.

    Exemplos nos faltam nas Escrituras, ainda que aparentemete haja "novidades" e novos desafios.

    É isso ai. Só volto bem depois. Um abraço irmãos.

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  6. Estou "cegueta" não é possivel...

    Corrigindo: "Exemplos NÂO nos faltam nas Escrituras....

    É isso aí.

    Já que voltei por força da "catigogafia", parabéns mais uma vez irmão Jorge pela excelente sacada do tema, mais uma vez.

    Um abraço.

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  7. Amigos,

    Tenho acompanhado esse post - melhor, esse blog - com interesse. Mas estou impossibilitado de comentar mais profundamente. Em breve escreverei um artigo que abordará essas questões apontadas nessa conversa e aí poderemos nos entender melhor.

    No mais na graça do Senhor, abraços.
    Esli Soares

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  8. Helvécio,

    obrigado pela visita e comentário.

    Esli,

    vamos aguardar o que você tem a dizer, melhor, a escrever...

    Abraços.

    Cristo os abençoe!

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  9. Alerta aos irmãos: cuidado com o que dizem nas conversas com o Jorge, pois suas palavras podem virar post... hehe.

    Brincadeiras a parte, gostei do que li. O Esli ta quase se convertendo à teonomia, só precisa de uma forcinha.

    Achei incoerente quando ele disse que devemos defender a Lei de Deus "como Igreja, e não como força política. Nossa ação é na sociedade e a sociedade redimida vai pressionar o governo e esse vai fazer algumas coisas por pura pressão dos homens redimidos." Ora, nós somos tanto igreja quando força política, pois fazemos parte da sociedade redimida.

    Abraços a todos.

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  10. Concordo com o rev Esli.

    NO enfrentamento da PLC 122, por exemplo, embora algumas igrejas e setores do cristianismo evangélico se achem acima dos demais, até por razões compreensívieis, desprezando todosos que não se alinham teologicamente consigo mesmo, a indentificação com o que Deu sdiz sobre o assunto é qu epossiblitou a mudança de postura com relação ao "Kit Gay", mais um exemplo. Só a conceitualmente uma sociedade, e a igreja cristã-evangélica é apenas uma paerte dela, mesmo "não sendo do mundo" permanece no mundo e dele sobrevive também como os demais ( o médico que nos trouxe ao mundopoderia ser ateu ou católico ou espírita, etc ; o encanador, o pedreira, o professor, o açogueiro, etc. ) nada mais natural que a igreja, os crentes, contribuam para esse mundo dando-lhe exatametne o que ele não tem, a luz da Palavra de Deus. Mas iso se dará através da guerra, da espada, do tiro? simplesmente dizendo que todos estção errados, que são todos burros? Ñão, certamente que não, as vezes sim e as vezes barganhando LEGITIMAMENTE, como José de Arimatéia exigindo ( ou algupem acha que ele só pediu? ) o cedendo túmulo para Jesus.

    P.S. : Quanto a comentários virarem postagens, quando eu discordo muito do irmão Jorge ( embora seja detalhes), eu dele e ele de mim, escrevo uma reflexão em meu blog, algo legítimo ( acho que le já fez isso aqui no Kálamos e nos outros blogs dele, não posso precisar, mas acho eu sim e isso é não só legítimo como salutar.

    Um abraço a todos.

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  11. Hehehe... eu vou jogar um balde de água fria nesse fogo todo!

    Amados, como eu já havia dito em outros lugares, eu me considero um teonomista – amo a lei de Deus, a ensino e estou disposto a morrer por ele. Mas faço distinção entre ela e a lei mosaica. Esta última é a aplicação da primeira em um contexto teocrata especifico que foi fechado ao ser inaugurada uma nova dispensação, a saber a Igreja.

    Embora haja apenas uma aliança, um pacto entre Deus e o homem, o qual atualmente ainda vigora, não há dúvida das diversas fases em que esse contrato e nem tão pouco das peculiaridades de cada uma delas. De forma sucinta, não vivemos mais na teocracia israelita, e não somos chamados a exercer aquele tipo de controle (político), nossa administração e pela força da loucura da pregação do Cristo crucificado.

    Como somos um segmento da sociedade civil e não há nenhuma recomendação bíblica para nos ausentarmos da vida cívica, ao contrario, somos diretamente orientados a orarmos pelas nossas autoridades, devemos exercer nossa cidadania, não meramente se esquivando da contenda e se isolando do resto do mundo – embora isso seja, em alguns casos, justificado, mesmo que isso nos leve a cadeias – mas sendo antes de tudo arautos do Rei aqui, exigindo a submissão da sociedade ao Senhor e sua Palavra, tanto diretamente, como exemplarmente e indiretamente.

    Isso é, anunciando a sentença divina para o impenitente e para o que subverte justo pelo injusto; vivendo exemplarmente como cidadão honesto e de caráter inquestionável e usando toda inteligência para promover a aproximação da sociedade diversa ao padrão do Reino, até por uma questão de preservação.

    Entendendo as variações na terminologia Igreja, há de se considerar que cada cidadão do Reino é Igreja e está sempre será uma força política tanto mais agora num contexto de democracia e participação direta. Entretanto como o termo versa também tanto em instituição como em corpo místico de Cristo, uma abordagem política será um erro, afinal democracia não é um conceito que se estabelece na autoridade bíblica, portanto não pode ser validado e conseqüentemente não pode ser utilizado, sob pena de se misturar o santo com o profano.

    Sendo prático, como instituição devemos nos manifestar como embaixada do Reino denunciando o crime e afirmando a sentença contra essa sociedade permissiva, como morador desse mundo cada um de nós (cristão) deve agir conforme a própria consciência (lembrando da influência remidora do E.S. no homem todo) de acordo com suas possibilidades tanto para anúncio da Verdade quanto para obediência dela, sabendo que se cada um de nós vivermos a Verdade seremos muito mais influentes.

    Em Cristo o Rei hoje e sempre.
    Esli Soares

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  12. Amado, Esli.

    Não posso deixar de comentar tal comentário seu: "não vivemos mais na teocracia israelita, e não somos chamados a exercer aquele tipo de controle (político), nossa administração e pela força da loucura da pregação do Cristo crucificado."

    Creio ser esse um dos grandes problemas da igreja brasileira: o achar que não deve se ntrometer nas questões políticar - dominar então, nem se cogita.

    Quando os teonomistas falam da importância da Lei de Deus hoje, eles o fazem partindo da seguinte pergunta: Se os cristãos fossem os legisladores do Estado (leia-se país), que tipo de leis vigorariam? Permitiria-se o homossexualismo? Mataria-se o homessexual? Toleraria-se o homessexualimo mas não lhe daria direitos? Com que idade fazer sexo seria considerado "estupro de vulnerável"? O homem que comete latrocínio (roubo seguido de morte) seria preso, seria condenado a pagar indenização pecuniária ou seria morto?

    Creio que a partir destas questões podemos compreender melhor a excelência que é buscarmos a lei de Deus para o mundo de hoje. Conforme disse o Jorge, devemos buscá-la, sabendo que depende apenas do tempo de Deus para vir ou não a acontecer.

    Grande abraço!

    Filipe Luiz C. Machado
    www.2timoteo316.blogspot.com

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  13. Tiago,

    será que alguém ainda conversará comigo, depois do seu alerta? [rsrs]

    Também não entendo esse negócio de de defender a Lei de Deus na igreja e defender a lei do homem ou do mundo na vida secular. Sem que percebam o erro, pessoas que pensam assim dividem-se entre ser e não ser crente. Ou não somos chamados a sermos crentes em tempo integral? Existe o crente que não o é em tempo integral?

    Grande abraço!

    Cristo o abençoe!

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  14. Filipe,

    a maioria dos crentes não quer pensar na questão pois já estão contaminados com a ideia de que se pode viver em duas frentes distintas sem precisar ser um, mas tendo duas faces diferentes.

    Como disse ao Tiago, o problema é que muitos não se consideram crentes em tempo integral, mas então, que tipo de crentes são?

    Com isso, não estou dizendo que não são crentes, mas estão enganados quando pensam que devem vestir a roupa de crentes na igreja e despir-se do "crente" fora dela [vide o episódio de Pedro e os judaízantes relatado por Paulo em Gálatas].

    Sei que amar a Lei de Deus e não defendê-la genericamente parece-me muito estranho. É como querer e não querer algo ao mesmo tempo, ou seja, impossível. Apesar do secularismo e humanismo entranhado até mesmo na maioria das igrejas, uma resposta bíblica é possível, ainda que a maioria dos irmãos estejam com seus princípios seriamente comprometidos, o que representará uma resposta igualmente comprometida.


    Mas vou deixar o Esli responder-lhe, já que a pergunta foi formulada a ele.

    Grande abraço!

    Cristo o abençoe!

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  15. Foi um bom diálogo, pois dele se emergiu resumidamente assuntos que textos dez vezes maiores não poderiam conter a longevidade que seria necessária para tais assuntos. Temas importantes demandam tempo. Gostaria de fazer algumas modestas análises. Eu discordaria do Jorge quando acredita que os tempos apostólicos eram mais alvos de perseguição do que os tempos atuais. A degradação moral regida sob a égide de satanás é pior a cada século. Quem sabe em decorrência das lutas as quais os portadores da Escritura foram submetidos, ou seja, em razão dessa graciosa responsabilidade, poderíamos revesti-las, as lutas de uma certa superioridade ou especificidade. Porém, acho que isso seria possível somente por essa via. Em análise geral, o mundo sucumbe de todas as formas possíveis, por todos os lados. Televisão, Internet, a politica que busca legitimar o pecado. Se nos dermos aos exemplos, excederíamos o limite permitido pelos administradores do blogspot.

    Discordaria da complexidade que o Esli reveste a interpretação de nossos tempos por meio da Escritura. De fato o texto é simples, porém quando dizemos simples, já estamos conclusivamente pressupondo a regeneração provida por Deus em razão da qual o texto se torna simples, ou seja, ele o é para os cristãos genuínos. O estudo daquilo que é chamado em hermenêutica de distanciamento cultural, linguístico, temporal, etc, é necessário para compreendemos textos nos quais tais características são visivelmente condicionadas. E acredito piamente que textos nos quais o evangelho como verdade espiritual nos é apresentado, tais distanciamentos no são irrelevantes. Onde a escritura nos revela alertas sobre o mundo pecaminoso, a luta espiritual na qual estamos imbuídos de pelejar, a verdade, a cruz, a redenção, a santificação, etc.. tais verdades serão cabalmente compreendidas por aqueles que já são transformados.

    Sobre o emprego da palavra filosofia eu sugeriria ter redobrada cautela. Se por filosofia entendermos a busca pela verdade, através da ausência de uma verdade absoluta, senão através da subjetividade daquele que busca a verdade inatingível, então de modo algum a Bíblia é filosófica. Como diria Karl Jaspers, sintetizando o propósito da filosofia, “Filosofia não se transforma em credo”. Ou seja, Filosofia não pode ser dogmatizada, qualidade essa das Escrituras; não falo de crenças autorizadas pela tradição de concílios, e sim que há inerentemente nela dogmas, crenças. Em outras palavras ele diz [Em filosofia] “a verdade não é estática e definitiva, mas movimento incessante, que penetra o infinito”. E olha que esse existencialista era cristão. Acho que ele é incisivo quando diz: “Jamais chegamos a possuir a verdade integral. Eu a nego quando vou ao extremo d afirmação, quando erijo o que sei em absoluto. Eu a nego também quando tento sistematiza-la em um todo, porque a verdade total não existe para o homem e porque essa ilusão o paralisa”. [Introdução ao pensamento filosófico, p. 141]

    continua..

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  16. O problema é que “filosofia” é uma palavra pejorativamente usada para delinear um saber, e se for nesse sentido que você Esli utilizou tal palavra, posso concordar com você, embora sugerindo a evitarmos tal emprego.

    Na questão na qual vocês tratam do possível dilema do cristão, entre obedecer a lei de Deus, ou a lei do direto de pecar, creio não haver subterfúgios pelo qual ser-se-ia possível eximir-se da escolha. Ou obedeceremos à Deus para violarmos a lei humana, ou obedecemos a lei humana para violarmos a lei santa de Deus. Creio que o que devemos caracterizar como situação difícil, seria o iminente perigo de sermos presos, tal como são mortos cristãos de Igrejas não-autorizadas em países comunistas. Essa coisa de Estado laico existe só para aqueles que a presumem no campo de sua ideia. As leis que favorecem o Gay violam tal laicidade, quer dizer, não é o caso dele, do Estado viola-la, é que ela não existe quando se leva isso as últimas consequências, pela análise do evangelho. Ou Ainda, a laicidade pode ser que exista entre estado e instituição eclesiástica, e não entre estado e Igreja invisível. A instituição eclesiástica pode, no sentido de que lhe é piossível permitir o homossexualismo. Isso jamais acontecerá com a Igreja invisível. Creio que seja isso que esteja acontecendo, um conflito dos que integram puramente a instituição, e promovem a adequação de leis como essa no seio da “igreja” e a igreja invisível que em momento algum se conformará com essa violação. O que torna o homossexualismo legal a vista o estado e dos ímpios, é a pratica recorrente. O homossexualismo é um pecado impregnado no mundo e é essa cotidianidade que o legaliza. Da mesma forma acontece em países europeus nos quais a prostituição é legal e profissional. É uma pratica recorrente vista no cotidiano que vai se legalizando pela rampa da popularidade. Isso vai acontecer com outros pecados aqui no Brasil. É esperar pra ver. Outra questão a ser compreendia é que o governo não julga comportamento moral subjetivo, ou seja, a moralidade que afeta a existencialidade. Roubar, matar, são pecados, na qualidade de que são intentados contra o próximo, chamados pelo governo de crimes. Essa dicotomia é facilmente levada em conta pelo estado. O Evangelho não faz essa dicotomia. Todas essas coisas são pecado a luz da palavra, só que o homossexualismo, como uma prática subjetiva, na qual o único envolvido é o praticante, é facilmente articulado pelo governo ímpio como escolha agradável. “Ele quer viver assim, lhe faz bem e é isso que importa”.

    Prova dessa sutileza, veja o que você disse Esli:

    “Sim, mas não mistura as coisas. Volto a dizer que o homossexualismo é errado moralmente, em se tratando o que a Bíblia diz, porém, nas relações particulares o Estado admite sua incapacidade de julgá-los sob o aspecto moral; então, não podemos misturar as coisas.”

    O Estado admite essa escolha moral porque o espaço vital comprometido é o próprio praticante. Isso não tem nada a ver com o Evangelho. Não devemos realmente misturar as coisas.


    continua..

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  17. Acredito sim na vigência da lei. Visto que nosso Deus é um, sua lei não poderia ser ramificar em leis distintas para tempos distintos. Tal como é Um o Nosso Deus [embora Trino] assim o é sua palavra. Suas exigências não são preteridas por outras, isso porque ele não pode revogar sua santidade ou tornar-se outro, cuja lei diferiria do outro que ele deixou de ser. Contudo, não posso deixar de concordar com parte dita pelo Esli. Por mais que nos fosse permitido por Deus legislar o País com a vara da justiça por meio da Palavra de Deus, não teríamos uma teocracia aos moldes da antiga aliança. Creio que não só a cerimônia expiatória foi banida em prol da Expiação Eterna de Cristo, mas sim, creio que existem leis de cerimoniais, de punição que se delimitaram a antiga aliança. Ao tempo em que creio na vigência da Lei, ao ponto de não crer que sob hipótese alguma deveremos acreditar num direito de pecar, regido por uma suposta laicidade, também creio que deve haver um ponto de adequação, através do qual a Igreja se impõe mesmo no governo, ao ponto de não crer que a solução seria uma utópica teocracia. Esse é um ponto sobre o qual gostaria de discutir com teonomistas. Se o governo não é teonomista, e, em vista da realidade que nos rodeia, não há uma maneira pela qual devemos erguer nosso protesto? A rejeição ao direito de pecar não é só defendido numa compreensão teonomista. Se tivermos uma bandeira sem o mastro desejado para erguê-la, como nos posicionaremos? Acho que o correto será erguemos nossa bandeira sobre o mastro que temos ao nosso dispor.
    Vamos pensando.

    Graça e Paz
    Mizael Reis

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  18. Amado Felipe,

    Concordo com vc, um dos principais problemas da Igreja {brasileira} é achar que não deve se intrometer nas questões políticas (sociais, jurídicas e etc). A Igreja precisa ser voz ativa na sociedade e o cristão pode (e deve) ocupar todos os espaços de liderança. Mas volto a dizer, não vivemos mais na teocracia israelita e não somos chamados a exercer aquele tipo de controle (político), nossa administração, isso é, a forma como exercermos controle e dominar a sociedade será pela força da loucura da pregação do Cristo crucificado e não por uma tentativa espúria e rebelde de recriar aqui um sacerdócio levítico aos moldes do de Samuel.

    Embora falar sobre realidade diversa seja meio bobo, levarei isso para ver até onde dar. Sendo os legisladores servos fieis de Deus e que não haveria restrições legais (alem das restrições divinas expressas da Bíblia) para o cumprimento das decisões desses, então teríamos essa tão sonhada teonomia. Pois bem, matem todos os adúlteros, os que se prostituem, os feiticeiros, gays e etc. Só não se esqueçam que a lei deve ser aplicada primeiro a si, assim os legisladores devem ser honestos o suficiente para punir eles mesmo. Se eles forem vc acha q alguém sobrará para aplicar a última pena? E o mais importante, como, nessa situação, exerceremos o perdão tão evidente nas atitudes e palavras de Jesus?

    Por enquanto,
    Esli Soares

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  19. Mizael,

    sei não... nunca fui apedrejado, espancado, tive de fugir descendo em um cesto pela amurada, tomei dezenas de chibatadasm naufraguei ou fui decapitado por falar de Jesus e o Evangelho, ao contrário de Paulo e milhares, milhões de nossos irmãos.

    Talvez um irmão num pais comunista ou islâmico tenha a mesma experiência que aqueles irmãos, da igreja primitiva, tiveram. A nossa liberdade no mundo ocidental é proporcional à incredulidade, de forma que temos uma parcela enorme de crentes nominais e dispostos a não sofrer nem um pouquinho. Bem, isso também acontecia por lá, mas numa escala muito menor. A nossa realidade está distante da perseguição que eles sofreram; digo isso porque não somos, até agora, afligidos diretamente por nossa fé, ainda que o mundo, e o pecado do mundo, nos aflija e nos cause muita tristeza.

    Na verdade, o que tem perseguido a igreja é a incredulidade [ou a igreja a tem perseguido], mas creio que num estado de perseguição real aos cristãos, esses serão os primeiros a debandar para o lado inimigo, e assim assumirem sua condição de descrença.

    Os relatos de cristãos torturados e mortos por sua fé em Cristo à época apostólica e imediatamente pós-apostólica somente encontra parâmetros na perseguição que cristãos sofrem nos países cujos governos são totalitários, como já disse.

    O foco da conversa com o Esli não foi propriamente teonômico, mas sobre o comportamento cristão, sobre a vida cristã. Seria possível um crente acreditar que o pecado é abominação a Deus e ainda assim defender o direito de pecar? Seja por qual motivo for? Acredito que esse irmão deveria refletir bem sobre em que realmente crê, pois ele está, no mínimo, sendo contraditório.

    Quem defende o direito ao pecado está obrigado a defender o direito a todos os pecados, pois se defende um tem-se de defender todos. Ou Deus o fez legislador para que possa dizer, através do seu critério pessoal, o que é ou não é pecado com "direito" assegurado? Ou seja, a objetividade da Lei pode ser anulada pela subjetividade do indíviduo, da igreja, ou do Estado?

    Há uma inversão de papeis e princípios, o que me leva a crer que crentes assim têm "vida dupla", quando somos chamados a sermos um com o nosso Senhor... sem a chance de tirarmos "férias" da condição de servos, em tempo integral, de Cristo.

    Como você disse, vamos meditando, sempre à luz da santa Palavra de Deus, prosseguindo em defendê-la e aplicá-la, sempre!

    Grande abraço!

    Cristo o abençoe!

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  20. Irmão Mizel Reis, imenso prazer em revê-lo ( ouví-lo, lê-lo ) mas seu aparte foi uma aula sobre o assunto. Devidamente esclarecedor o seu comentário. Um grande abraço.

    P.S: Pena você nunca mais ter voltado ao meu blog ao menos para me contradizer ( rs...rs...rs...).

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  21. Irmãos mais uma coisa, com o devido cuidado para não ser o chato entre os irmãos, é que na minha concepção não há quase limite para a criatividde maléfica e o desvio do homem separado de Deus ( até na igreja de Cristo, não a apenas instituicional há esse problema ).

    Pensem só: se a turma ceguinha da silva se dispõe, baseada no seu desconhecimento de Deus, no desejo incontido de construir um mundo condizente com a sua rebeldia ou pelo mneos grau de independêcia de Deus poderia dar o que diferente do que está acontecendo?

    Enquanto a igreja está no mundo, o numero de crentes mais fiéis ( e não ó isso, menos "oreiudo" ) mas porém sábios saberão sempre resistir efetivamente ( espernar qualquer um pode fazê-lo, até criança ) ao mal que efetivametne se propõe a dominar o mundo. O Brasil possui várias vulnerabilidades mas uma vantagem em relação a igreja evangélica norte-americana embora em boa dose seja subserviente a ela para o bem e para o mal. Mas há uma boa possibilidade: a matemática. Quanto mais pessoas íntimas de Deus e efetiva e potencialmetne capzes ( por isso ) de fazer alguma coisa o mal será detido, se não, pelos muitos pecados de nossa nação, reserva-se para o Brasil um tempo não tão distante de juízo. Aí o bicho vai pegar, como se diz.

    Um abraço pessoal!

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  22. Amigos (em especial ao Mizael),

    Concordo com muito de suas observações e agradeço a suas palavras.

    Continuo por perto, recobrando a força para me manifestar de forma mais concreta!

    Em Cristo, o Senhor de tudo e de todos, que apenas por pura misericórdia tolera tamanha oposição dos pecadores.

    Esli Soares

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  23. Olá meu amado irmão Jorge,

    Neste sentido, eu concordo plenamente com você. A luta se faz ferrenha, não pelo tempo, e sim pela legitimidade do Soldado de Cristo. As Trevas se dissipam mais rapidamente sob luz intensa. De fato, o testemunho vívido dos apóstolos, os comprometimentos inegociáveis com a Palavra, e o amor completo pelo Deus do Evangelho avançavam contra o inferno. Sem dúvida, faltam-nos, na igreja atual, aquele vigor, aquela fé, vida e temor. Tal como eles sofreram, muitos, como você disse em países comunistas padecem em semelhante luta. O ouro sobre o fogo se purifica. Uma igreja fiel imersa em luta redundará em batalha verdadeira, na linha de frente. Hoje não vemos batalha entre crentes e ímpios. Vemos pelo contrário a igreja cortejando com o mundo, um mundo no qual crente canta com ímpio, Igreja se diz ecumênica e tolera o pecado. Meu Deus!

    Sobre a teonomia, desculpe-me pela minha inserção. Mas penso que você argumentava sobre esse pressuposto, visto que és teonomista, e meu adendo, foi que, julgo ser possível nos opormos a esse direito de pecar levado a cabo por essa maldita lei, e sermos cristãos que protestam, mesmo sob regime governamental no qual César "comanda". Ou seja, acredito que, se não acontecer o que queríamos que acontecesse, um governo regido pela lei de Deus, que defendamos teonomicamente em nossos corações, a lei de Deus e sua vigência, a despeito de um governo iníquo que quer dar sinal verdade para o pecado.

    Sobre essa lei, pela qual até cristãos estão se dissimulando, com a qual estão defendendo o direito de pecar, tais pessoas estão se opondo a Deus, e digo novamente, cortejando com o mundo, entrando em acordo com suas exigências e negando a fé, negando a palavra e sua atemporalidade. Pecado é pecado para o nosso Deus e isso não tem nada a ver com governo, liberação de lei, revogação de lei, direito cívico ou cidadania. Tem a ver sim, com sua Santidade e o que ele exige dos homens em qualquer tempo, porque ele é Deus.
    Sobre este assunto, estou de pleno acordo com você, sob a exceção, receio eu, de que tal defesa pode e deve ser feita sem que se espere um governo teonomista, ou que se creia que tal defesa é condicional a existência desse tipo de governo.

    Vamos pensando meu amigo. É maravilhoso como textos como esse, mesmo discutidos informalmente de forma pretensiosa, são palavras que nos fazem pensar em prol daquilo que é verdadeiramente importante no reino de Deus, e sobre o que ele nos exige. Prossigamos amado, para a Glória de Deus.

    Graça e Paz
    Mizael Reis

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  24. Olá Helvécio,

    Visitarei seu site amado, e ainda nos debruçaremos em longas e enriquecedoras conversas.

    Graça e Paz
    Mizael Reis

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  25. Mizael,

    o que dizer? Apenas que concordo e assino embaixo o que disse, o que está se tornando redundante quando me refiro ao seus comentários [rsrs].

    Duas coisas:

    1) O aspecto do bate-papo com o Esli foi sobre a questão moral e ética cristãs, ainda que seja impossível dissociá-la da Lei de Deus, pois é ela que determina e estabelece o que vem a ser moral e ético. Como você disse, independente de qualquer motivação, o cristão tem o dever de defender a Lei, que é santa e perfeita e justa, e não o direito de se ir e de se viver contra ela. Isso é uma incoerência absurda, e uma contradição, pois a fé cristã, assim como o Evangelho, não podem ser fatiados; logo, devemos tê-la como unidade e integralidade, inclusive em seus aspectos morais e éticos.

    2) Como já disse, não sei bem onde, sou um teonomista convicto quanto à defesa da Lei, no sentido de que ela é a forma de governo perfeita e justa, mesmo para o incrédulo, desde que ele não seja um criminoso, e despreze-a. Para aqueles que são contumazes em desobedecer os princípios definidos na Lei, ela é realmente um flagelo, pois em seu caráter santo, condenará e punirá o malfeitor.

    Por isso, não entendo como a maioria dos crentes, pessoas que dizem amar a Deus, não amam a Lei, ou desejam apenas, de forma subjetiva, ver o seu "coração" governado por ela, sem que a sua vida seja; quando, mesmo os corações impenitentes devem temê-la, e assim ela cumprirá o papel de impedir e coibir a devassidão, impedindo o mal de campear impune.

    Para o criminoso, a Lei é um algoz, pois impedirá que ele se deleite com o pecado e não prejudique o próximo [o mesmo próximo que muitos dizem amar, mas se contradizem aos deixá-los sucumbir nas garras do mal], sendo punido justamente pelo crime cometido.

    Se a Lei será aplicada neste mundo [neste aspecto sou um teonomista inconvicto], realmente não sei, nem me cabe saber. O fato é que a defenderei com unhas e dentes por ser a forma de governo santa e justa, ainda que eu não veja a possibilidade prática de sua aplicação; mas isto não está reservado a mim conhecer, mas deixá-lo sob o governo de Deus.

    Seguindo o raciocínio de que pregaremos o Evangelho para um número grande de pessoas e poucas na verdade se converterão, mas mesmo assim continuamos pregando, entendo que o fato da Lei não vir a ser praticamente aplicada pelos governos mundanos, não pode ser o obstáculo para que eu não a defenda nem lute para a sua instauração.

    Por isso, novamente, me assustam os discursos contrários dos crentes, que, com o apelo ao pragmatismo, querem descartar ou restringir ao passado o que Deus estabeleceu como o seu conselho para o homem em todos os tempos.

    Abraços, meu irmão!

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  26. Jorge,

    Sim, estamos de acordo no assunto em pauta. Geralmente concordamos porque tratamos de assuntos sobre os quais temos uma mesma visão, ou seja, calvinismo, soteriologia, determinismo, supralapsarianismo, etc.

    Mas se discutirmos outros temas como escatologia, dons, e outras doutrinas secundárias, certamente divergiremos um pouco. rs

    Deus o abençõe.

    Graça e Paz
    Mizael Reis

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  27. Irmão,

    Mizael será sempre bem vindo ainda que discorde e apresente a sua posição e visão. assim como eu venho aqui e alugo os ouvidos dos irmãos, apareçam por lá. Quanto ao irmao Jorge meu grande incentivador desde o principio, é sempre convidado (sem precisar de convite ) mas entendo a sua falt a de tempo, devido a compromissos leg[itimos com a igreja, trabalho, família, contatos com muitos irmãos via outras redes sociais e empreendimentos pessoais como leituras, etc, mas claro gostaria muito que ele fosse lá ( os meus blogs e soltasse o verbo, concordando discordando, enfim no bol e legítimo exercício de se falar das coisaas de Deus. Afinal a boca fala do que o coraação se encontra de fato cheio. O cara do mundo fala muito apaixonadamente ( e concorda, discorda ) dos temas e assuntos que lhes aptecem, nós falamos de coisas relacioandas à bendita Palavra de Deus. Divergimos é verdade, mas falamos com amor e respeito por ela e do projeto de Deus para nós e demais seres humanos. Seria chato concordarmos até nos mais ínfimos detalhes, afinal temos uma certa "chatura" a defender e manter não é mesmo? É como certo grau masculinidade...rs...rs...rs...

    Abraços.

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  28. Olhando para a foto de ilustração do post (o rapaz olhando para o relógio) fiquei pensando qual deles seria o Esli e qual o Jorge?

    Quanto ao Esli dizer que diferencia a Lei de Deus da Lei de Moisés, pergunto se ele também diferencia o Apocalipse de João do Apocalipse de Jesus Cristo, e os Atos dos Apóstolos dos Atos do Espírito Santo.

    Ora, a Lei de Moisés é a própria Lei de Deus. Moisés não inventou a Lei, apenas a recebeu de Deus. E quando digo recebeu, não me refiro apenas às tábuas da Lei que lhe foram entregues no monte, mas a todos os mandamentos que constam no Pentateuco, afinal foi o próprio Espírito quem conduziu sua escrita.

    Sobre não vivermos numa teocracia israelita, concordo totalmente, mas devemos viver numa teocracia cristã, onde a Escritura seja a lei máxima.

    O Novo Testamento de fato revogou todos os preceitos cerimoniais, pois eles eram transitórios e apontavam para Cristo, mas os preceitos morais e civis não. Se estes tivessem sido revogados, significaria que estamos livres para matar, roubar, adulterar, blasfemar contra Deus, amaldiçoar os pais, desobedercer as autoridades, praticar a vingança, invadir a propriedade alheia, casar várias vezes, fazer sexo com animais, explorar os pobres, usar balanças enganosas, mentir, dar falso testemunho, etc... isso para citar uns poucos casos.

    Depois o Esli pergunta se alguém sobrará para aplicar a última pena caso os legisladores forem honestos o suficiente para punir eles mesmo. É claro que sim. Acaso nossa sociedade está tão corrompida assim que só existem adúlteros, homossexuais, assassinos, sequestradores, incestuosos, blasfemadores e amaldiçoadores dos pais? Tenho certeza que não. A maior parte da nossa sociedade ainda é composta por pessoas de bem, que são de fato depravadas, mas não chegam a cometer esses crimes hediondos.

    Firmeza na Rocha!

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