Por Jorge Fernandes
Há alguns meses, venho pensando na questão da Igreja. Não falo da igreja nominal, a igreja apóstata, liberal, relativista, amoral, emergente, e antievangelho de Cristo. Não. Desses não há muito o que falar, estão no mundo, se refestelam nele, e não querem largar o osso de jeito nenhum; "são cegos condutores de cegos. Ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão na cova" (MT 15.14). Para eles, tudo não passa de visão; o que, para mim, é a falta dela, a cegueira completa, a escuridão total em que o homem natural se encontra, em conluio com a carne que os levará à perdição final (Gl 6.8); caso o Espírito Santo não lhes tire a venda e revele-lhes a luz do nosso Senhor Jesus Cristo, pois "agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito" (Rm 8.1).
Não, não é desses que desejo falar, mas da Igreja verdadeira, pela qual Cristo morreu. Vivemos momentos conturbados que, no mínimo, nos levam a uma espécie de indecisão, mesmo para os que procuram e querem servir a Deus. O mundo rejeitou definitivamente qualquer opção de ouvir e obedecer à sabedoria divina. Pelo contrário, tem prazer em se rebelar contra ela e tudo o que é de Deus. Desprezam a Escritura e a Sua Lei; zombam do Seu poder e glória; consideram-se sábios em sua arrogância, pretenção e devassidão, quando não passam de tolos e loucos porque "o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente" (1Co 2.14).
Há irmãos sinceros e que se esforçam em buscar o servir a Deus, ainda que nenhum de nós possa ser chamado de útil; "Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer" (Lc 17.10). Mas mesmo assim, muitas decisões são tomadas precipitadamente, e outras proteladas ao esquecimento. Deus nos deu a medida certa, o Espírito Santo, e cada um deve pedir a Ele sabedoria, entendimento e compreensão da Sua vontade (Tg 1.5), ao invés de gastá-lo com solicitações supérfluas e o regalo. O que mais carecemos nesse momento é de ter a mente de Cristo, e sermos guiados por ela, que é espiritual e discerne bem tudo, e por ninguém é discernida (1Co 2.15).
Sei que as dificuldades são muitas: estamos na carne, somos imperfeitos, incompreendidos, e temos um inimigo que se utiliza de armamento pesado contra nós, e encontra em nossa natureza pecaminosa o terreno propício para o ataque. Há lutas, perseguições e injustiças; e se olharmos a outros lugares (em especial o mundo islâmico e comunista), veremos crentes perdendo tudo: bens, família e a própria vida por amor a Cristo e Seu Evangelho. Diante desse quadro, e da possível perseguição aos crentes no Brasil, como agir? (a PLC 122 pode implantar uma ditadura gay no Brasil, onde Deus pode ser criticado, o Presidente pode ser criticado, qualquer um poderá ser criticado, somente os homossexuais não poderão sê-lo em sua impiedade).
Não importa o que eu penso ou qual é o desejo do meu coração. Não importa se o Júlio Severo autoexilou-se ou há pastores detidos por pregar a Palavra. É claro que fatos como esses nos pertubam, nos entristecem e, mesmo, nos causam indignação. Mas devemos ser guiados pelas emoções? Ou obedecer a Deus?
Eu mesmo me vejo numa cruzada "santa" contra todos os pecadores, contra todos os blasfemadores, contra todos aqueles que afrontam a Deus e Sua palavra. E me esqueço de que, um dia, por muitos anos, fui inimigo de Deus, blasfemei contra o meu Senhor, e rejeitei-O com o que de mais insano e doentio havia em mim. Mas pela Sua providência, Ele me amou eternamente, e me preservou de mim mesmo, guardando-me para o instante em que operou no meu coração, regenerou-me, colocando-me aos pés de Cristo, meu Senhor.
Por muitas vezes, me perguntei o que a Igreja estava esperando para agir. Porque mantemos um estado de inércia enquanto o mundo e o diabo querem nos destruir. Por alguns momentos, o meu calvinismo e o entendimento racional da soberania de Deus não desceu ao meu coração, e acreditei que devia tomar as rédeas da situação com as próprias mãos. Esqueci-me de que Deus é soberano sobre tudo e todos, e de que nem mesmo uma folha de árvore cai sem que Ele queira, o qual não precisa de defesa; e nem mesmo eu preciso de defesa, pois Deus cuida de mim de uma forma que jamais poderei fazê-lo, tanto ativamente me protegendo, como na provisão de Sua sabedoria (na escolha dos caminhos e atos pelos quais obedece-lO-ei).
Abre parêntese:
O conjunto de doutrinas bíblicas chamadas de calvinismo não servem apenas como deleite intelectual, nem como um mero conhecimento teórico, onde as generalidades se opõem à prática. Como princípio bíblico tem de ser aplicado em nossa vida diariamente e, por ele, refletir no que nos levará à obediência a Deus.
Fecha parêntese.
Então, o que devemos fazer? Protestar, ir às ruas, bloquear estradas, queimar pneus, estender faixas e fazer abaixo-assinados? Pode ser que sim. Mas sobretudo orar, para que Deus nos capacite a servi-lO.
Cristo nos deu dois mandamentos: "Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes" (Mc 12.30-31).
Portanto, devemos guiar-nos pela santa e bendita palavra de Deus, a qual nos exorta a crer que Deus é o único que opera em todo o universo, e de que em nada adianta opor-se à Sua vontade: "Não por força nem por violência, mas sim pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos" (Zc 4.6). Implica em que tudo acontecerá conforme a ação do Espírito de Deus, tanto o bem como o mal, sem que o homem possa intervir ou alterá-lo, sendo simplesmente instrumento do amor, justiça ou da ira de Deus.
Quem nos convence do pecado? Da inimizade com Deus? Do sacrifício salvífico de Cristo? De que somos justificados nEle? O Espírito! Quem nos revela a Verdade, nos faz santos, e nos conduz aos caminhos do Senhor? O Espírito! O qual nos leva à Palavra, nos forja e transforma à semelhança do Senhor Jesus. Seremos um dia ressuscitados? Teremos um corpo glorificado? Feito santos, sem pecado? Louvaremos a Deus eternamente? Pelo Espírito Santo é que somos novas criaturas em Cristo, e por Ele somos guiados a entender que não temos mais parte com o mundo, e de que as coisas velhas se passaram, eis que tudo se fez novo (2Co 5.17).
Não quero dizer que devemos esperar o próximo vôo à Marte mas que, antes de pegarmos em armas (aqui representam todo e qualquer método de defesa, ainda que retórico), urge que se pregue o Evangelho. Por que se como Igreja sofreremos (se essa for a vontade de Deus), que seja em obediência, pregando e testemunhando a Cristo. De que adianta a apologia sem Cristo? Não estaremos negando o que somos e voltando ao que éramos? Ou tememos padecer?... "no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo" (Jo 16.33). Paulo escrevendo a Timóteo diz: "Por isso sofro trabalhos e até prisões, como um malfeitor; mas a palavra de Deus não está presa. Portanto, tudo sofro por amor dos escolhidos, para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus com glória eterna. Palavra fiel é esta: que, se morrermos com ele, também com ele viveremos; Se sofrermos, também com ele reinaremos; se o negarmos, também ele nos negará; Se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo" (2Tm 2.10-13).
Podemos dizer que Paulo era um covarde? Que não se rebelar contra a injustiça e cruedade humanas tornava-o um acomodado? Pode-se questionar a inteligência de Paulo? E sua sabedoria? E fé? Não foi ele quem disse: "Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim" (Gl 2.20)?; e ainda: "E quero, irmãos, que saibais que as coisas que me aconteceram contribuíram para maior proveito do evangelho; De maneira que as minhas prisões em Cristo foram manifestas por toda a guarda pretoriana, e por todos os demais lugares; E muitos dos irmãos no Senhor, tomando ânimo com as minhas prisões, ousam falar a palavra mais confiadamente, sem temor" (Fp 1.12-14)?
O sofrimento do apóstolo não era por Cristo e o Evangelho?
Bem, alguns dirão que devo contextualizar o que Paulo disse com a sua época, já que agora as coisas são diferentes. Mas em quê? Se creio na infalível e inerrante palavra de Deus, se quero viver por ela, e se creio que o que era bom para os apóstolos é bom para mim, a Escritura não é suficiente para me convencer? Preciso me agarrar a uma corda imaginária enquanto me vejo cair? Não estarei usando os mesmos métodos do passado? De quando tinha por pai o diabo? Desculpas para encobrir meus erros, e não me fazer obediente a Deus? Ainda que disfarçadas, dissimuladas, de uma pretensa defesa da fé?
A única defesa verdadeira do cristão é pregar e viver o Evangelho de Cristo, e isso somente a Igreja pode fazer. Qualquer outro objetivo, desde a realização pessoal à mais tênue ignorância, não tem nada a ver com a Verdade, mas com aqueles que "pregam a Cristo por inveja e porfia" (Fp 1.15), que mesmo citando a Escritura o fazem em pecado, e para a própria condenação.
Assim como duas paralelas não se cruzam e estão equidistantes, a Igreja e o mundo jamais se convergem; e nada pode aproximá-los, pois não há ponto em comum... Ah, desculpe-me, existe uma similaridade: Cristo, ao morrer na cruz, salvou a Igreja e condenou o mundo.
Então, o que devemos fazer? Protestar, ir às ruas, bloquear estradas, queimar pneus, estender faixas e fazer abaixo-assinados? Pode ser que sim. Mas sobretudo orar, para que Deus nos capacite a servi-lO.
Cristo nos deu dois mandamentos: "Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes" (Mc 12.30-31).
Portanto, devemos guiar-nos pela santa e bendita palavra de Deus, a qual nos exorta a crer que Deus é o único que opera em todo o universo, e de que em nada adianta opor-se à Sua vontade: "Não por força nem por violência, mas sim pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos" (Zc 4.6). Implica em que tudo acontecerá conforme a ação do Espírito de Deus, tanto o bem como o mal, sem que o homem possa intervir ou alterá-lo, sendo simplesmente instrumento do amor, justiça ou da ira de Deus.
Quem nos convence do pecado? Da inimizade com Deus? Do sacrifício salvífico de Cristo? De que somos justificados nEle? O Espírito! Quem nos revela a Verdade, nos faz santos, e nos conduz aos caminhos do Senhor? O Espírito! O qual nos leva à Palavra, nos forja e transforma à semelhança do Senhor Jesus. Seremos um dia ressuscitados? Teremos um corpo glorificado? Feito santos, sem pecado? Louvaremos a Deus eternamente? Pelo Espírito Santo é que somos novas criaturas em Cristo, e por Ele somos guiados a entender que não temos mais parte com o mundo, e de que as coisas velhas se passaram, eis que tudo se fez novo (2Co 5.17).
Não quero dizer que devemos esperar o próximo vôo à Marte mas que, antes de pegarmos em armas (aqui representam todo e qualquer método de defesa, ainda que retórico), urge que se pregue o Evangelho. Por que se como Igreja sofreremos (se essa for a vontade de Deus), que seja em obediência, pregando e testemunhando a Cristo. De que adianta a apologia sem Cristo? Não estaremos negando o que somos e voltando ao que éramos? Ou tememos padecer?... "no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo" (Jo 16.33). Paulo escrevendo a Timóteo diz: "Por isso sofro trabalhos e até prisões, como um malfeitor; mas a palavra de Deus não está presa. Portanto, tudo sofro por amor dos escolhidos, para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus com glória eterna. Palavra fiel é esta: que, se morrermos com ele, também com ele viveremos; Se sofrermos, também com ele reinaremos; se o negarmos, também ele nos negará; Se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo" (2Tm 2.10-13).
Podemos dizer que Paulo era um covarde? Que não se rebelar contra a injustiça e cruedade humanas tornava-o um acomodado? Pode-se questionar a inteligência de Paulo? E sua sabedoria? E fé? Não foi ele quem disse: "Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim" (Gl 2.20)?; e ainda: "E quero, irmãos, que saibais que as coisas que me aconteceram contribuíram para maior proveito do evangelho; De maneira que as minhas prisões em Cristo foram manifestas por toda a guarda pretoriana, e por todos os demais lugares; E muitos dos irmãos no Senhor, tomando ânimo com as minhas prisões, ousam falar a palavra mais confiadamente, sem temor" (Fp 1.12-14)?
O sofrimento do apóstolo não era por Cristo e o Evangelho?
Bem, alguns dirão que devo contextualizar o que Paulo disse com a sua época, já que agora as coisas são diferentes. Mas em quê? Se creio na infalível e inerrante palavra de Deus, se quero viver por ela, e se creio que o que era bom para os apóstolos é bom para mim, a Escritura não é suficiente para me convencer? Preciso me agarrar a uma corda imaginária enquanto me vejo cair? Não estarei usando os mesmos métodos do passado? De quando tinha por pai o diabo? Desculpas para encobrir meus erros, e não me fazer obediente a Deus? Ainda que disfarçadas, dissimuladas, de uma pretensa defesa da fé?
A única defesa verdadeira do cristão é pregar e viver o Evangelho de Cristo, e isso somente a Igreja pode fazer. Qualquer outro objetivo, desde a realização pessoal à mais tênue ignorância, não tem nada a ver com a Verdade, mas com aqueles que "pregam a Cristo por inveja e porfia" (Fp 1.15), que mesmo citando a Escritura o fazem em pecado, e para a própria condenação.
Assim como duas paralelas não se cruzam e estão equidistantes, a Igreja e o mundo jamais se convergem; e nada pode aproximá-los, pois não há ponto em comum... Ah, desculpe-me, existe uma similaridade: Cristo, ao morrer na cruz, salvou a Igreja e condenou o mundo.
Concordo em gênero, número e grau!
ResponderExcluirHá irmãos teimosos na utopia da transformação do mundo. Mas "o mundo jaz no maligno". O Senhor não nos deu qualquer promessa de transformar o mundo, de liberta-lo do maligno. Os discípulos apenas foram referidos como os que "têm transtornado o mundo". Veja bem, "transtornado",não "transfor-mado". Uma letrinha faz muita diferença!
Deus continue a abençoa-lo.
Pr. Marcos,
ResponderExcluirÉ um prazer tê-lo pela primeira vez em meu blog, comentando, claro.
Na verdade, fui meio que contaminado pela pretensão de "conquistar" o mundo através das atitudes humanas ainda que revestidas de cristãs; da mobilização em prol dos "direitos cristãos" quando, na verdade, o nosso único direito é padecer por Cristo aqui; sendo que nossas obrigações são várias, e o Senhor deu-nas porque somos capazes de realizá-las pela Sua vontade e pelo Seu poder que opera em nós.
Então, vamos pregar e viver o Evangelho, sabendo que tudo e não apenas algumas coisas estão debaixo da providência e da soberania de Deus.
Creio que as igrejas têm de obedecer como corpo à cabeça, Cristo.
No mais, que o bom Deus o abençoe e a sua família.
Abraços.
PS: Aguardo a sua próxima visita a BH, em breve.
Caro Jorge
ResponderExcluirSou reconheço um dos "teimosos na utopia da transformação do mundo"...
Não me ofendi, fiquei até feliz.
O seu texto é muito bom.
O seu gosto por lindas ilustrações é notável.
Sobre o texto, achei muito bom quando mais ou menos dissestes que nós quando nos apropriamos das verdades do calvinismo meio que nos tornamos senhores do nossso destino.... risos.... é isto mesmo que ocorreu comigo, mas na realiade a mensagem do calvinismo, e você também lembrou disto, é que Deus é Deus, e não deixou de ser soberano. "Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus".
Sobre o mundo jazer no maligno... entendo que é uma verdade mas que merece algumas reflexões.
Na época em que o texto foi escrito, no início do Reino, era uma verdade bem mais latente esta frase.
A igreja estava em seu início, e generalizadamente o mundo estava sim de posse do maligno.
Mas sabemos também que assim como a pedra cortada não por mãos humanas o Reino de Deus inicia pequeno como grão de mostarda e vai crescendo até ser tantos quanto as areias do mar.
Então se malignidade fosse a cor preta, o mundo estava bem preto quando o apóstolo João escreveu estas palavras, e alguns pontos de luz começaram a brilhar pela pregação dos apóstolos e dos irmãos da igreja primitiva.
Mas a igreja verdadeira, mesmo para os pessimistas, vem crescendo pelo mundo todo, e hoje são milhões de pontos de luz no meio das trevas, e a promessa do Senhor é que serão tantos pontos de luz, que chegará o tempo em que um tentará falar ao outro do Senhor e o outro falará: "Não precisa me dizer pois eu já o conheço".
É uma doce utopia portanto.
Mas na verdade não é utopia, é fato, é vitória possível de ser alcançada.
A Bíblia não diz somente que é para pregar o evangelho, diz também que é para ensinar as nações.
E as nações ensinadas consequentemente transformarão o mundo.
"... porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar." Isaías 11.9
Finalmente quanto a palavra mundo, não pode ser generalizada.
Mundo significa em alguns momentos a perversidão dos pecadores, mas em outros significa a criação de Deus.
Misturar tudo significa loucura, pois veja que "o mundo jaz no maligno", mas também está dito "que Deus amou o mundo", logo então... (absurdo) dá para dizer que Deus amou o maligno?
Claro que não!
Então as coisas errada do mundo, o pecado, etc... destas devemos fugir.
Mas das coisas boas do mundo, e da criação de Deus, etc... destas devemos identificar tudo o que é puro e poderemos destrutar sem problemas. É o conselho do apóstolo Paulo em dizer que tudo que é puro e santo... é nosso por direito.
PS: Fiz várias considerações do nosso estudo sobre o Sermão das Oliveiras, o micro desligou de pronto e ao religar o arquivo estava deteriorado... uma pena, vou reescrever tudo e te mando mais para a frente.
Um grande abraço
Natan
"TODOS OS LIMITES DA TERRA se lembrarão, e se converterão ao Senhor; E TODAS AS FAMÍLIAS DAS NAÇÕES adorarão perante a tua face." Salmos 22.27
Este texto acima é para mim cristalino e soa sim como uma promessa do Senhor de que Ele através da atuação do seu Santo Espírito irá vivificar cada vez mais pecadores, e transformar o mundo.
Um grande abraço
Natan,
ResponderExcluirGosto realmente de fotografias, especialmente em preto e branco... sei lá, talvez tenha algo a ver com nostalgia, ou pelo fato de torcer para o Galo... (rsrsrs).
Na verdade, ao contrário do que pareço, aprecio muito a arte. Gosto de boa música, bons filmes, livros, quadros... não sou assim tão fundamentalista como pareço, ainda que eu pareça ser menos fundamentalista do que quero...
Quanto ao texto em si, o objetivo foi o de refutar a "militância cristã" no sentido político/social. Creio que se não pregarmos a Cristo crucificado como Paulo fazia, e não vivermos o Evangelho do nosso Senhor, a nossa militância será estritamente humana, voltada para o homem e pelo homem, ainda que "fantasiada" de cristianismo; e isso é estéril, pecado.
Foi contra isso que escrevi, pois, me vi agindo como um militante ideológico, estendendo faixas e bandeiras, gritando ordem de comandos e, em pouco tempo, já me via bloqueando ruas e protestando em passeata contra todo o tipo de pecadores.
Não sou sectário a ponto de não querer nada com o mundo. Trabalho, faço compras, estudo, vejo tv (raramente; e sempre os jogos do Atlético), ouço música clássica, rock, mpb, leio um ou outro livro secular, tenho amigos e familiares incrédulos. Mas tenho o dever de proclamar o Evangelho de Cristo e vivê-lo. O fato de vivê-lo por si só já me levará a influenciar o mundo, não intelectualmente, nem artisticamente, nem econômica/politicamente, mas a influência espiritual, moral, ética.
Lógico que cada um destes pontos influenciará a minha postura politica, artistica, etc, mas o meu objetivo não pode ser o de "usar a força" e impor o cristianismo na "marra" como católicos e alguns protestantes fizeram no passado (atualmente os islâmicos ainda se utilizam desse método, e por isso é a religião que mais cresce).
A obra é de Deus, e Ele operará conforme a Sua vontade.
As vezes, me deparo com muitos calvinistas que entendem a doutrina intelectualmente (eu mesmo sou um desses) mas não trazem-na para o cotidiano, para as suas próprias vidas, e não aplicam o princípio da soberania de Deus no mundo real. Parece que tudo é uma ficção, e na hora "H" sobra vontade e falta sabedoria.
Em relação à sua "utopia", ainda não tenho certeza se é mesmo uma utopia ou se você vê aquilo que Deus tem reservado para nós com a clareza do Espírito Santo, a qual eu e a maioria não temos. Pode ser... Mas como diz o velho ditado, é de grão em grão que a galinha enche o papo. Então que cada um de nós dê um passo após o outro, crendo que o nosso bom Deus opera em nós, e por Ele vivemos, nos movemos e existimos (At 17.28).
Forte abraço.
Amigo Jorge
ResponderExcluirVeja sua frase "...me deparo com muitos calvinistas que entendem a doutrina intelectualmente (eu mesmo sou um desses) mas não trazem-na para o cotidiano, para as suas próprias vidas, e não aplicam o princípio da soberania de Deus no mundo real."
Este é o ponto, se nós levarmos a influência da realidade espiritual que nos tocou pelo novo nascimento para o cotidiano da vida, seremos sal, seremos luz, seremos elementos transformadores da sociedade do mundo real.
Seremos melhores professores, advogados, políticos, atores, autores, atletas, seremos luz em todas as atividades culturais do mundo.
É justamente esta a "utopia", tornar a nossa experiência espiritual, e os nossos valores éticos e morais, como bases para qualquer construção artística e social.
Isto é transformar o mundo pela pregação da fé levada à prática do cotidiano.
Se nos omitimos, e nos fechamos nas igrejas, cultivando apenas o lado "espiritual" e aguardando ansiosamente a "iminete" volta do Senhor... nos tornamos sal num saco cheio de sal, ou seja, sem muita valia.
Uma pitada de sal num saco de sal não acrescenta quase nada.
Mas uma pitada de sal num pedaço de bife dá sabor ao mesmo.
O sal é para salvar a sociedade.
Sal insípido não serve para mais nada.
Ou o Senhor reconhe o servo... matando ele... risos...
Ou o Senhor manda perseguição como fez com a Igreja Primitiva, que confundiu também a vinda iminente do Senhor para vingar a hipocrisia legalista da época, com a vinda do Senhor na consumação dos séculos.
Com a perseguição, eles foram espalhados, e o sal então foi retirado do saco e espalhado por todo o império romano e ocorreu o quê...? Naquela mesma época o Novo Testamento diz que o Evangelho foi pregado em todo o mundo conhecido.
As igrejas visíveis (denominações) devem ser sal espalhado salgando e transformando eticamente o mundo.
As igrejas visíveis não devem ser um saco de sal fechado entre quatro paredes.
Sejamos sal e luz na igreja? Não!
Sejamos sal e luz fora da igreja.
Na igreja eu vou para oferecer adoração ao meu Deus.
Fora da igreja eu sou militante do Reino, espalhando a semente, sendo sal na minha rotina cotidiana, influenciando o mundo e seus valores na ética que eu creio.
Generalizando.... os calvinistas que não trazem a sua ética e experiência para o cotidiano, geralmente são amilenistas e entendem que o mundo irá de mal a pior e jaz no maligno.
Generalizando.... os arminianos que não trazem a sua ética e experiência para o cotidiano, geralmente são dispensacionalistas e entendem que o mundo está indo para a apostasia total que se consumará com a Grande Tribulação, de mal a pior portanto.
São ambos soldados que vão para a batalha espiritual já pensando na derrota, e consequentemente na vitória do maligno, cantando e chorando "... o mundo já no maligno...".
Eu digo: ... jazia!
Cristo morreu na cruz para resgatar todas as coisa para si, e mesmo que no princípio as forças do mal eram numerosas, etc... as portas do inferno não prevalecerão contra a igreja invisível, e dias virão num futuro distante que o mundo está tomado da Glória de Deus assim como as águas cobrem o mar.
Se todos acreditarem que o mundo jaz no maligno e que o mundo vai de mal a pior, isto é um deserviço para o Reino.
Sobre militância cristã político/social, sendo feita éticamente e pautada por princípios cristãos.... porque não?
Tudo que é lícito e bom é santo e é nosso por direito.
Se nenhum cristão fizer militância político/social para defender por exemplo o ensino do criacionismos nas escolas.... quem fará esta militância? Ninguém! Será feita uma outra militância contrária e num ambiente político totalmente dominado por ímpios uma vez que os cristão se recusem a serem políticos.
A obra sem dúvida é de Deus, mas eles nos usa como meios.
Deus mandou o dilúvio, mas mandou Noé construir a arca, a arca não foi feita diretamente pelas mãos de Deus.
Deus pelo seu Espírito Santo irá vivificar cada vez mais pecadores, e serão tantos bilhões quanto as estrelas do céu (Abraão não conseguiu contar), mas o trabalho de Evangelizar e de ensinar as Nações compete a nós (segundo a operação soberana de Deus em operar em nós tanto o querer quanto o efetuar).
Um grande abraço
Eu me empolgo com estes assuntos, e me alongo nos textos.
Desculpe
Natan
Um grande abraço
Natan
Grande Natan!
ResponderExcluirDesculpe-me a demora em respondê-lo, mas é que a semana foi de trabalho duro, e o tempo, curto.
Em relação aos textos longos, acho que é uma "doença" que tanto eu como você temos, pena de quem nos ler (se conseguir ler... rsrsrs).
Concordo com praticamente tudo o que você disse, mas insisto que a questão não é escatológica, mas de fé. Independente de ser amilenista, pré ou pós, o crente tem o DEVER e OBRIGAÇÃO de pregar o Evangelho de Cristo (Mt 28.19-20). E o que se vê, na verdade, são igrejas repletas de crentes nominais, que nada ou pouco se interessam com a Palavra, em cumpri-la, com a obra de Deus. O desinteresse não está diretamente ligado ao fatalismo escatológico, mas com a descrença, com a falta de fé dentro das igrejas. Como um incrédulo (ainda que "fantasiado" de crente) poderá compreender e entender a urgência da proclamação do Evangelho?
Em relação à militância cristã, não sou contra o crente participar dos movimentos político/sociais, porém, o cristianismo sem Cristo é falso cristianismo, não passa de pragmatismo, onde o homem busca a vitória para si mesmo, ainda que diga ser de Deus (normalmente um deus genérico, sem face, sem nome, "camaleônico").
Tem-se pregado e vivido o Evangelho de Cristo em todos os níveis da sociedade? Mesmo entre os ditos "cristãos"? A igreja, ao invés de ser luz e sal, não tem se aliado às trevas? Que têm penetrado na igreja, afastando-a do Evangelho de nosso Senhor?
É claro que as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja (com "I"), mas isso representa dizer que todas as denominações locais são alvos da graça de Deus?
O Evangelho é para indivíduos, ainda que pregado na coletividade para que o Senhor dali retire os Seus eleitos.
A minha esperança não é num mundo completamente cristianizado. A minha esperança e fé é saber que Deus, acima do que penso, imagino (ou do que sou incapaz de formular), fará a Sua obra e a concluirá soberanamente, salvando os Seus e implantando o Seu reino de graça. Seja com muitos, seja com poucos, seja com todos.
A minha motivação não é a expansão do Reino, a minha motivação é saber que Deus operou em mim, e operará naqueles que quiser, sejam muitos ou poucos; e que devo obedecê-lO na proclamação do Seu Evangelho, testemunhando-o através da minha vida.
Então, insisto: o fundamental não é a questão escatológica (ela pode se tornar um incentivo a mais) mas de fé, a qual apenas o Espírito Santo pode dar ao crente, ao nascido-de-novo.
No fim, o importante será se a palavra de Deus foi proclamada ou não, se a vivemos ou não. Pois a vitória de Deus é incontestável.
Abraços.
PS: Viu! Acabei empolgando-me também...