19 abril 2011

Livro do Mês: A Soberania Banida

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A RUÍNA DO LIVRE-ARBÍTRIO

                                 Escrito e narrado por Jorge Fernandes Isah

Fiz uma primeira leitura do livro em 2008, quando já era calvinista... bem, um calvinista ainda inconsistente, mas posso garantir que a partir das refutações de Wright ao arminianismo, paganismo e ao humanismo, não ficaram dúvidas, nem pedra sobre pedra. Então, vi-me seduzido a novamente ler o livro. Não sem antes fazer a pergunta: "Por que reler 'A Soberania Banida'?"... Não foi difícil relacionar alguns motivos:

1- Grandes livros devem ser lidos e relidos.
2- A Soberania Banida é um grande livro, cujo tema é pouco divulgado e cujo material é escasso em português [Há de se ressaltar o esforço da Editora Monergismo em publicar obras sobre o assunto, em especial, as de Gordon Clark e Vincent Cheung].
3- Quando da primeira leitura, ainda caminhava meio que titubeante pelo Calvinismo, pois até pouco tempo antes era um amyraldiano sem saber, crendo ser calvinista. Então, provavelmente, muito do que li ficou perdido ou sequer foi visto por meus olhos limitados quanto à doutrina da graça.
4- Queria, e quero, avaliar o pensamento do Wright com o de Clark e Cheung, e ver até que ponto eles são semelhantes ou conflitantes.
5- A oportunidade de detalhar melhor aqui no blog o livro, o que não pude fazer na primeira leitura [o livro estava fora de catálogo, e peguei-o emprestado; fiz uma leitura rápida, para não "prender" muito o exemplar em minhas mãos]. 
6- Acho que este título merece ser mais conhecido e divulgado, e oro para que Deus me capacite a analisá-lo em alguns dos seus detalhes, sem tirar o desejo de quem porventura queira lê-lo. Ou seja, não ser explícito por demais e acabar por revelar mais da leitura do que deveria.

Entrando propriamente no cerne do livro, ele combate a falsa idéia de que o homem tem alguma influência em sua salvação, de tal forma que ela se tornaria uma obra humanamente meritória. E sua relevância está exatamente em não deixar que o homem, em momento algum, pense que isso possa ser possível; usurpando de Deus a honra, glória e louvor por toda a obra de salvação, desde quando a decretou na eternidade até a sua realização e consumação no tempo. Wright ressalta a impossibilidade de haver cooperação entre Deus e o homem, de maneira que somente um ou outro é o autor da salvação... Como o homem não pode salvar a si mesmo, e acredito que nem queira fazê-lo, a conclusão é de que todo o planejamento, execução e resultado podem ser creditados exclusivamente a Deus.

Em relação ao arminianismo, há de se dizer que, além de sua posição nitidamente antibíblica, ele foi uma espécie de irmão "univitelino" tanto do Iluminismo como do Racionalismo, gerando dessa depravação doutrinária/ideológica o liberalismo cristão e um sem número de apostasias e heresias; os seus filhos bastardos, a partir da formação do que se pode chamar a "tríade do Mal". Historicamente nenhum movimento esteve ligado a tantas distorções e corrupções do Evangelho quanto o arminianismo, e o que se pode perceber é sua influência autônoma em todas as formas de degeneração do Cristianismo bíblico criadas pelo homem natural. Entre várias  delas podemos citar como descendência direta o Universalismo, o Unitarismo [ao pender vergonhosamente para o Arianismo], o Reavivalismo de Finney e seu abominável evangelismo de resultados, pragmático, sentimentalóide, e avesso à doutrina e a razão. Muitas seitas têm em comum com o arminianismo o mesmo princípio: a suposta liberdade e poder da criatura de frustrar os desígnios do Criador.

Wright demole, ponto a ponto, os argumentos arminianos, os quais são provados inconsistentes e falsos, cujos princípios servem apenas à vontade autônoma do homem [o desejo em tê-la independente de Deus], capaz de se sobrepor e se impor até mesmo sobre a vontade divina. Para eles, é possível Deus ser Todo-Poderoso, soberano, controlar todas as coisas e, ainda assim, o homem ser livre e capacitado a ter em suas mãos as decisões de maneira totalmente livre, podendo até mesmo aprisionar "Deus" em suas vontades, anulando-o, como se o placebo pudesse, em sua inatividade e ineficácia, controlar, determinar e administrar a cura em sua neutralidade indeterminada.

Nesse quadro, onde fica a graça salvadora de Deus? Se é pela graça que somos salvos, seria possível ela estar sujeita ao livre-arbítrio humano? E como esse suposto livre-arbítrio se relacionaria com a natureza pecaminosa e a Queda? Estaria ele dissociado delas? Ao ver do arminiano, isso é possível, porém, ilógico e insustentável, especialmente quando a Bíblia nos revela que todos estamos debaixo do pecado, não promovemos o bem mas o mal, e não queremos nada com Deus, não ao ponto de nos arrepender da nossa iniquidade e sujeitar-nos ao senhorio de Cristo espontaneamente. Na verdade, o homem natural quer um Deus submisso e sujeito, uma espécie de “deus da lâmpada”, um gênio das mil e uma noites sempre disposto a realizar os desejos das suas criaturas,  numa obediência lacaíca, carnal e tola.

O fato é que, se Deus não operar em nós a regeneração, o novo-nascimento, chamando-nos eficazmente a reconhecer a obra de Cristo como suficiente e única para a salvação e justificação do ímpio, nada feito! Permaneceremos mortos em nossos pecados e iniquidades, distantes de Deus, longe da sua graça, sem a menor vontade de arredar um centímetro em direção ao seu trono de glória; refestelando-nos no pecado como porcos na lama.

Em quase todos os aspectos, o pensamento de Wright está em acordo com o de Clark e um pouco menos com o de Cheung, [provavelmente por McGregor e Gordon serem presbiterianos ao contrário de Vincent; e aí reside a necessidade daqueles subscreverem a C.F.W. enquanto este não] o que o torna em calvinista no sentido pleno da palavra, pois não se encontram presentes no livro as comumentes expressões antinomia, paradoxo ou mistério, para explicar algum princípio bíblico que não se queira reconhecer baseado na Escritura, a fim de não causar "mal-estar" entre leitores e ouvintes mais suscetíveis à verdade. Normalmente paradoxo ou mistério é utilizado para respaldar algum conceito humanista e enfraquecer ou desqualificar um princípio bíblico, a não ser no caso especifício da "graça comum", a qual o autor parece dar algum crédito, assim como a maioria dos calvinistas, mesmo que não se encontrem evidências para ela, ao contrário, a razão indica a sua inexistência como princípio revelado por Deus. Porém, reconheço que Wright não detalha o que venha a ser "graça comum", revelando, talvez, a sua irrelevância doutrinária.

O livro é um excelente tratado sobre a "soberania divina x livre-arbítrio" [quem considera possível uma união de forças entre elas está completamente enganado, pois são conceitos antagônicos e rivais], e os argumentos e princípios bíblicos são reveladores de que Deus é 100% soberano e o homem não é livre para fazer escolhas autônomas à parte do Criador, como se houvesse chance desse homem ser, de alguma forma, livre de Deus. Nada no universo é livre de Deus; portanto, o homem é livre apenas para pecar conforme a sua natureza iníqua.

Um capítulo deveras interessante é o que Wright destina a análise dos supostos "versículos arminianos" na Bíblia. Escolhendo aqueles usados pelos autonomistas para defenderem suas posições [a partir da descontextualização], o autor, partindo-se do pressuposto de que não há contradição na Bíblia, e de que é impossível se afirmar um sistema e o outro ao mesmo tempo, ou propor uma simbiose entre eles [o que chamou de "calminianismo"], assegurou que o versículo em si pode não ensinar qualquer doutrina distintivamente calvinista, mas o ponto a ser estabelecido é que os arminianos não têm qualquer base para citá-los em seu favor.

Desta forma, provado que os supostos "versículos arminianos" não ensinam o arminianismo, livres de preconceito, poderiam explorar a possibilidade de realmente haver versículos na Bíblia que tornam inevitável o conceito calvinista da salvação.

Os versículos são agrupados tematicamente da seguinte forma:
1) Sobre o livre-arbítrio;
2) O termo vontade;
3) Escolhas humanas;
4) Ordens;
5) Convites;
6) A utilização do termo "livre-arbítrio" em algumas versões da Bíblia;
7) E, mais detidamente, nos únicos dois versículos "obviamente arminianos", ironicamente assim chamados por Wright, demonstram não haver nada de arminianismo neles.

Há a indicação do livro de John Owen "The Death of Death in the Death of Christ", publicado pela Banner of Truth, e disponível no Brasil resumidamente com o título "Por Quem Cristo Morreu?", publicado pela Editora PES.

Qualquer arminiano que ler esse capítulo em especial [desde que não se endureça a ponto de não ver a verdade, apegando-se tolamente à mentira], se certificará da fraqueza e verá desmoronar a sua interpretação quanto ao "arminianismo bíblico". Ele até poderá não aceitar a doutrina calvinista da salvação, mas não haverá como continuar proclamando a teoria antibíblica do arminianismo e o seu mote principal: o livre-arbítrio.

O autor aborda ainda a questão do determismo bíblico, da responsabilidade x liberdade, e do suposto dilema "Deus e o mal", prato-cheio para humanistas ignorantes e cristãos igualmente mal-informados.

Ao final do último capítulo, Wright esboça 5 razões para não se aderir à teoria do livre-arbítrio a partir das 5 máximas dos próprios "livre-arbitriristas".

Creio que, por isso, muitos decidem fugir de livros tão reveladores como "A Soberania Banida", contando-se com exposições frágeis, conflituosas, incoerentes e irracionais de autores não comprometidos com a verdade ou que apenas se enganam, iludidos pela mentira.

Notas: 1- Ao final de cada capítulo há uma lista de leitura adicional; infelizmente, em sua esmagadora maioria, não disponível em português.
2- "A Soberania Banida", escrito por R. K. McGregor Wright, e publicado pela Editora Cultura Cristã
3- Todos os meus comentários ao livro podem ser lidos AQUI
4- Na seção "Textos Selecionados", em "Cristologia & Soberania de Deus" e "Apologética & Outros", pode-se encontrar vários artigos em que abordo as questões da impossibilidade do "livre-arbítrio" e também sobre "responsabilidade x liberdade".
5- Avaliação do livro: [*****] Excelente!

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33 comentários:

  1. Irmãos,

    desculpe-me se alguns nomes em inglês não foram lidos corretamente na narração [e do chinês também]. Houve o fato engraçado de começar a pronunciar o nome do autor em português e depois terminá-lo em inglês [rsrs]... Coisas de principiante além da ignorância da língua bretã.

    Bem, fica o aviso: não se assustem![rsrs].

    Cristo o(a) abençoe!

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  2. Jorge, como você já sabe, este livro de Wright é um dos meus preferidos juntamente com o de John Owen e o de Lutero (Nascido Escravo).
    Um abraço.

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  3. Eric,

    seu gosto para literatura cristã é muito bom.

    "A Soberania Banida" é um livro que não deveria ser desprezado pelos cristãos, que parecem estar mais preparados para o "leite aguado" do que para o alimento sólido.

    E este livro é alimento para ser mastigado e digerido lentamente.

    Grande abraço, meu irmão!

    Cristo o abençoe!

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  4. Olá irmão Jorge,

    Não li o livro em questão, se tiver tempo o lerei mesmo discordando de antemão, não por preconceito ou temosia e nem por achar que seja inútil as colocações do autor, não se trata disso, desconfio até de autores que, digamos se alinhem as minhas idéias.Bem a minha observação, nesse momento, cuidadosa pelo auto nível do seu blog e das suas abordagens, com cuidado de não comentar algo inútil e inadequado, é que embora salutar o nosso esforço em descrever a realidade que envolva o homem e Deus, sempre haver[a algo contradotório na tentativa de cobrir toda a verdade. As origens das heresias, erros e desvios apontados pelo autor e listados pelo irmão são reais para os dois lados da moeda. Se analizarmos quem constituia os cristãos que se envolveram em defesa dos dois lados das questões constituiam uma elite afortunada intelectualmente nas suas referidas épocas e bem diferentes portanto de Pedro,Paulo e dos primeiros discípulos. O esforço racional que faziam tecendo não poucas controvérsias cobria a lacuna do sobrenatural em suas vidas, não sei se me entende. Falaremos sobre isso talvez pessoalmente. Um abraço e parabéns pela sua contribuição a temas importantes.

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  5. Helvécio,

    Analisar os postulados de cada um dos lados é necessário para se ver onde há acertos e erros. Mas entendo o que quis dizer, pois se você tem o pressuposto firmado no livre-arbítrio, de antemão já assegurou que qualquer argumento contrário será rechaçado. Acontece que para arminianos convictos mas que não temam ser questionados em seus pressupostos, aconselharia sobremaneira o livro.
    A questão é que tudo o que tem sido discutido na história da igreja não pode ser desprezada. O próprio Paulo, Pedro, João, Tiago e Judas estiveram envolvidos com heresias na igreja e as rechaçaram, revelando seus erros e antibiblicidade.
    Querer uma pureza de mente no homem caído é impossível. Mesmo regenerados e servos do Senhor estão sujeitos a erros e equívocos, como o que Paulo apontou em Pedro, descrito em Gálastas.
    A questão é: o livre-arbítrio existe? Mas, primeiramente, deve-se perguntar: o que é o livre-arbítrio? O fato é que a maioria concorda com algo que desconhece, considerando o livre-arbítrio algo próximo à vontade, o que nada tem a ver.
    Acho que você faz uma distinção entre sobrenaturalidade e racionalidade como se a razão não pudesse aceitar ou compreender o sobrenatural. Dessa forma, toda a revelação especial seria frustrada; o fato é que sem a ação do Espírito Santo os pressupostos humanos se manterão em rebeldia contra Deus, sendo impossível reconhecer a verdade, ainda que a vejam irrefutável.
    Mas vamos marcar um encontro, tomar um café e bater um pouco nossas cabeças [rsrs].

    Grande abraço, meu irmão!

    Cristo o abençoe!

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  6. Espero sim nos reencontrarmos...nenhuma reparação a abordagem ou ao tema abordado pelo autor e reitero mais uma vez um nível de excelência das abordagens. Sabe aquele programa que você gostava de assistir, acho que na TV Horizonte, a alguns anos?Deveria criá-lo na web e você mesmo conduzí-lo. Pense nisso. Acho que seria um sucesso. Eu gostaria de vê-lo. Tecnicamente é possível fazermos. Não faço distinção entre o natural e o sobrenatural ( quem fazia isso é Tomas de Aquino ) o que eu acho é que quando há uma carência de um o outro preenche a lacuna e vice-versa, anda-se com uma das pernas ou uma mais que outra.Dai derivam boa parte dos desvios, para um lado ou para o outro. E a questão nem pé o livre-arbítrio sobre o qual históricamente já falamos. Aliás bem entendendido ele não é desculpa pra não se crer no Evangelho, ao contrario. Mas aí há outros desdobramentos, e esses é que constituem o "x" da
    questão. Um abraço mais uma vez.

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  7. Os argumentos de Wright são bem coerentes. Quando relemos seu livro, percebemos que sempre deixamos passar algo da vez anterior. Com certeza, a "trilogia" Wright, Owen e Lutero fornecerá razões suficientes para ratificar uma doutrina já algum tempo chamada Calvinista. Para concluir a leitura, teologia sistemática de Vincent Cheung (simples e direto ao ponto). Acredito que ninguém estará obrigado a mudar sua forma de pensar (nós pensamos da forma que Deus nos mostra), mas pelo menos o impulso de pesquisar e questionar-se é enriquecedor a manutenção ativa da nossa fé.

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  8. Helvécio,

    o que eu disse é que se a razão, a mente, não pode compreender o sobrenatural, então o sobrenatural é ininteligível, e assim, a Bíblia, onde há vários relatos sobrenaturais, sendo ela mesmo sobrenatural pois é a revelação de Deus, seria ininteligível também.
    Fato é que em seus pressupostos centrais o livre-arbítrio é autocontraditório, além de não haver respaldo bíblico. Ele é conflitante com a soberania de Deus, quer se queira aceitar ou não. Além da confusão que todo mundo faz entre livre-arbítrio e vontade, sendo que o livre-arbítrio é a possibilidade impossível de uma escolha livre de influências, neutra... e fica a pergunta: pode-se partir da neutralidade para se fazer uma escolha? Eis a questão.

    Abraços renovados.

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  9. Eric,

    mais do que simplesmente coerentes, os argumentos dos autores citados são coerentes com a Bíblia. Este é o ponto! Creio ser possível a coerência em qualquer cosmovisão, ou melhor, dentro dela. Um terrorista que explode a si e a outros em nome de Alá, por exemplo, estaria sendo coerente dentro da sua cosmovisão islâmica [falo sem conhecer o islamismo em sua essência, mas pelo histórico da religião, eles sempre estiveram envolvidos em práticas assassinas e destrutivas], porém a cosmovisão é falsa, pois não reflete o caráter de Deus, nem o conhecimento de Deus, nem a revelação de Deus... seus pressupostos são falsos, e o homem-bomba apenas encontrará coerência dentro do seu sistema, enquanto o Cristianismo é coerente em tudo, como a revelação de Deus ao homem.
    Por isso os autores citados e tantos outros usados pelo Espírito Santo são coerentes biblicamente, e por isso, devemos reconhecê-los como tal, lendo-os e estudando-os; sabendo que naquilo em que estão de acordo com a Escritura é verdadeiro e absoluto.

    Abraços.

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  10. Jorge,
    Muito bem dito. Assino embaixo rsrsrs... Obviamente coerentes com a Bíblia, pois este é o ponto que nos interessa, que é verdadeiro, que nos alimenta, por isso que a lemos, que gastamos somas (rsrsrs) em dinheiro para adquirir livros doutrinários e os indicamos a nossos irmãos. Realmente, poderia ter escrito a frase mais completa possível. Obrigado por acrescentá-la. ;)
    Um abraço, meu irmão.

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  11. Eric,

    como se diz, você levanta e eu chuto, ou vice-versa [rsrs]. O Corpo é isso, um auxiliando o outro na edificação e conhecimento do Senhor.

    Abração!

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  12. Graça e paz Jorge.
    Gostei muito de ler e ouvir o seu artigo essa forma de "escrita" nos aproxima muito do autor, apesar da distância (rs).
    O livro do John Owen eu tenho a muito tempo e foi um dos primeiros a me dar uma boa base sobre predestinação; e por pregar sobre esse assunto quase fui expulso da Igreja Batista que pastoreava a quinze anos atrás, pois muitos diziam que eu estava pregando e ensinando heresia (tem diácono que é uma bênção), mas por não conseguirem me dobrar e muito menos provar que eu estava errado em minha teologia me deixaram em paz. Mas no início foi luta, mas Deus me deu vitória.
    Mas uma vez, parabéns pelo artigo, que o Senhor continue lhe abençoando cada dia mais principalmente agora utilizando a voz.
    Fique na Paz!
    Pr. Silas (seu amigo e adimirador)

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  13. Pr. Silas,

    acho que já lhe contei a história do meu pastor, Luiz Carlos Tibúrcio, ele foi retirado do seu ministério na Igreja Batista por pregar biblicamente [ele raramente se utiliza de definições acadêmicas ou autores acadêmicos, pregando exclusivamente a partir da Escritura]. Isso acontece por ignorância da Bíblia mesmo, pela resignação à mesma ignorância, e um outro tanto por teimosia e rebeldia. Mas mesmo o arminiano quando fala da soberania de Deus, não pode deixar de ser bíblico, com o risco de se tornar blasfemo [o que muitos acabam por assumir o risco].
    E como o irmão disse, Deus dá a graça, aqui ou lá, para a sua glória.
    Ah, meu irmão! Deixa disso! Se tem alguém que tem de admirar o outro aqui sou eu, pois o irmão é comissionado [encarregado] por Deus a cuidar do seu rebanho, e esse é, ao meu ver, o maior de todos os dons que ele dá generosamente.
    Cristo o abençoe imensamente em tudo, também.
    Grande e forte abraço, meu amigo e irmão!

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  14. O que significa ser um amyraldiano?

    Muito estranha esta frase: "Nada no universo é livre de Deus; portanto, o homem é livre apenas para pecar conforme a sua natureza iníqua."

    Afinal nem para pecar o homem é livre, falo pela ótica da soberania.

    Sim o livro é muito bom e merece ser relido.

    Grande abraço!

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  15. Natan,

    amyraldiano é o "quase" calvinista; o "Denorex", lembra da propaganda? Aquele que parece mas não é. Amyraldiano é aquele que acredita nos em quase todos os 5 pontos do calvinismo, exceção à expiação limitada. Para eles, Deus providenciou a salvação para todos, logo, a morte de Cristo na cruz foi possível universalmente, dependendo agora do "gajo" aceitá-la ou não. Vejo como um arminianismo disfarçado, pois o fato de não se reconhecer esse ponto implicará na supressão de alguns outros.

    Sobre a frase que escrevi, eu quis dizer que o homem é livre para pecar conforme a sua natureza pecaminosa, no sentido de que ele se inclinará livremente ao pecado sempre que estiver diante dele, pois sua natureza o impulsionará a pecar. É claro que a natureza do homem foi determinada eternamente por Deus, não discuto isso. Porém, a liberdade que o homem tem, dentro dela, é de pecar e jamais não pecar. Com isso não quis dizer que o homem caído pode escolher não pecar, o que disse é que ele sempre será "livre" para pecar. Será que deu para entender ou piorei as coisas? [rsrs].

    Grande e forte abraço, meu irmão!

    Cristo o abençoe!

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  16. Piorou... há, há, há...

    Entre o pecado x e o pecado y, mesmo assim o pecador não é livre para pecar o pecado que acha que deve.

    Deus não pode ser surpreendido em sua total onisciência, logo o pecador irá pecar exatamente aquilo que Deus determinou na eternidade ou exatamente aquilo que Deus anteviu na eternidade (dá no mesmo).

    Logo ninguém é livre para pecar como achar que deve, todos pecam conforme aquilo que onisciência de Deus já estabeleceu.

    Mas eu entendo o que você quer dizer.
    Foi só implicância... risos...
    Os caras vivem lhe elogiando, e eu faço o contrário para não lhe subir para a cabeça... risos...

    A soberania coloca em xeque a fé do cristão quando coloca a soberania x mal x santidade divina.

    Não vou ser explícito pois não quero escandalizar ninguém, além disto já sabes o que eu penso a respeito.

    Abraço!

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  17. Natan,

    Eu imaginei que a coisa tivesse ficado pior mesmo... mas como postei o comentário sem relê-lo pois estava meio que atarefado no trabalho, pude fazê-lo agora e... puxa, piorou! [rsrs].

    Concordo com o que disse em relação ao pecado, e é o que creio; mas quando disse que o homem era livre para pecar eu não disse em pecados específicos, mas no ato pecaminoso em si, a "livre" disposição de sempre pecar, não importando o tipo de pecado. Como está escrito: Não há justo, nem um sequer... todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.

    Quanto à soberania de Deus, pensamos igual também... Em relação à implicância, nos conhecemos há 3 anos, e sei do que é capaz [rsrs].

    Assim como espero saiba ser um amigo querido [assim espero, que saiba], juntamente com todos os seus familiares.

    Abração!

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  18. Graça e paz, Ir. Jorge! Há quanto tempo, hein? Estava sumido do seu blog...

    Bem, eu sou mais ou menos na linha do seu pastor: apego-me mais à Bíblia na minha defesa das doutrinas da graça. Para mim, o que o Livro Santo afirma sobre o tema é categórico, peremptório, definitivo. Mas, claro, não desprezo bons autores: depois de ler o seu 'post' aqui, fiquei com muita vontade de ler "A Soberania Banida". Vou reservar um dinheirinho para comprá-lo.

    Abs!

    Vanderson M. da Silva.

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  19. Vanderson,

    Andamos sumidos, um do outro [rsrs].

    As últimas duas semanas foram de lascar, e estou aproveitando o feriadão para colocar algumas coisas pessoais em dia, textos, comentários e leituras, inclusive, do "Polemista Reformado".
    Sobre o "Soberania", o objetivo do meu post foi exatamente esse, trazer aos irmãos o desejo de ler o Wright. Então, deixa de comer pipoca e tomar Coca-cola e economiza uns trocados para comprar o livro.
    Também sou como o meu pastor e você, a Bíblia acima de tudo e sobre tudo o que é escrito ou pensado. Qualquer conceito filosófico ou teológico que se construa sem que a premissa seja a Escritura inerrante, infalível e divinamente inspirada, é falacioso em si mesmo.
    Grande e forte abraço, meu irmão!
    Cristo o abençoe!

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  20. Escrevi três coments, dois se perderam por problemas webianos e um era só algumas poucas palavras e um abraço. Sobre o Livro encontrei dois preços: R$47,00 e R$9,90...gostei mais do segundo, deve ser melhor. No caso com menos de um sanduba o irmão poderá comprar o livro, ou comprar o livro comer o sanduba e beber a coca-cola.

    Um abraço a todos.

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  21. Caro Jorge,

    Li um outro comentário encontrado na web, de fato uma resenha bem feita, salvei no meu computador.

    Estou no momento no primeiro capítulo, bem escrito, linguagem agradável, idéias bem colocadas e que para o nosso caso fazem parte de um universo de exemplos que, no nosso caso, faz parte do nosso campo de visão e ao qual somos sensíveis. Estou separando o exemplos, as inferências e que situação se relacionam as observações.

    Um abraço.

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  22. Helvécio,

    deixa de ser cruel e dá o link de onde você encontrou o livro a R$ 9,90... vou comprar uma dúzia deles [rsrs].

    Deixa também o link do outro comentário... será que foi no arminianos.com que você leu? [rsrs]

    Li sua última postagem no "Pregador". Muito boa. Sabe que não concordo com uma coisa ou outra, mas você raciocina muito bem, e deixa pensar também. O que é ótimo.

    Grande abraço!

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  23. Achei que você tinha me boicotado em seu blog meu querido irmão...brincadeira... sabe tem hora que sou extremante cuidadoso em fazer alguma reparação ao calvinismo ( você dever ter visto que o elogio, o calvinismo e dou umas "pancadinhas" ) para não confundir um pensamento com as pessoas, pois para mim o encontro, o novo-nascimento, não encontra nenhum rival nem mesmo em nenhum alinhamento teológico-protestante-evangélico-cristão. Pra mim há apenas: nascidos- de-novo e crentes de proveta. o "A Soberania Banida" por 9,90 pode ser encontrado no Mercado Livre, e o Livro - A Soberania De Deus Na História - Mcdowell, por 22 reais. Já o comentário não é de um "arminiano" está em http://www.comunidadecristademaringa.org/artigos/Soberania_de_Deus_versus_autonomia_humana.pdf

    Obrigado por ter ido mais uma vez ao pregador lido alguma coisa minha. Se você não for ler o que eu escrevo acabo parando de escrever alguma coisa. Nosso Deus o abençôe rica e abundantemente meu irmão.

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  24. O Helvécio já deve ter comprado o livro, pois não aparece mais no "Mercado Livre"... e estava mesmo a R$ 9,90... uma barganha.
    Quem se interessar em tê-lo por um preço mais em conta do que o vendido pela Cultura Cristã pode acessar a "Estante Virtual", saí por, em média, R$ 34,00. O link é http://www.estantevirtual.com.br/q/A-Soberania-Banida
    Abraços.

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  25. Jorge,

    De fato, o Livro é maravilhoso. É sistemático, claro, e, sobretudo irrefutavelmente bíblico e apologético. É indispensável para arminianos que conhecem uma caricatura do calvinismo e que por julgá-lo inconsistente devido a sua rasa compreensão de nossa teologia, tentam objetá-lo por meio de fracos argumentos. Após lê-lo, ou o arminiano vai recorrer ao sentimentalismo, que é uma de suas armas mais usadas, “Deus não pode isso, porque disso e mais isso...”, ou, ele descerá ao nível – e é isso que a maioria faz – de abrir concessões nos textos bíblicos, as quais sequer existem nos textos, dos quais verte o calvinismo; a menos que seja colocado lá, por meio de uma hipotética possibilidade, divagada pela mente fantástica de um arminiano.

    Lembro-me de quando o li pela primeira vez. Foi tão bom que comecei a segunda leitura logo em seguida.

    Creio que, o que o torna num libelo calvinista é a forma como Wright procura andar pela vereda das Escrituras, sem se preocupar, como você disse, com os paradoxos, colocados por reformados que sempre hesitam em escrever sobre o tema, tornando-o um “campo movediço” até entre os próprios calvinistas. Wright, tal como Owen são autores, cujas obras devem ser lidas por todos os que almejam compreender a contento, o Calvinismo ao ponto de poderem declarar a máxima de Warfield: “O calvinismo é o evangelho em sua autêntica e única expressão”.

    Graça e Paz
    Mizael Reis

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  26. Querido irmão Jorge,

    Estou por volta da página 29, após prefácio, introdução,etc, etc, etc... O livro é excelente na citação dos fatos, registros históricos e torna-se obrigatório para um estudo do desenvolvimento do pensamento teológico oficial no protestantismo, pré-reforma, reforma e pós-reforma protestante. É muito difícil encontrar algo para fazer uma análise diferente do autor sem conhecer profundamente o que ele conhece e cita, mesmo porque não é aí que reside ( se houver de fato ) algo a ser criticado e refutado.
    Porém ninguém escreve um livro, ou seja um "post" sem ter em mente o que quer convencer aos outros ( e nós sabemos muito bem disso, por que escrevemos e você melhor do que eu ) desse modo toda a longa argumentação e contribuição ao estudo e análise é apenas um meio de demolir as defesas de quem pensa de modo contrário. Pode ser que a própria contribuição histórica e registrativa do livro possa ser algo contra o que defende. Mas é um livro obrigatório pela excelência de conteúdo e de reflexão sobre o assunto. Uma grande obra para estudo e não só em defesa sutil de algum ponto particularmente calvinista. Mas não é para qualquer um. Um abraço e parabéns pela análise em seu blog.

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  27. Mizael,

    será que não dá para você me autorizar a substituir a minha resenha sobre o livro pela sua? [rsrs]

    Ótimo, como sempre, meu irmão! Comentário sem retoques.

    Grande e forte abraço!

    Cristo o abençoe!

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  28. Helvécio,

    quer dizer que foi você mesmo o privilegiado por comprar "A Soberania..." por aquela pechincha? R$ 9,90... que inveja! [rsrs]

    Vá lendo, e nos falamos, ok!

    Abraços.

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  29. Depois da defesa do irmão Mizael Reis que nunca mais altercou comigo ( o que seria um prazer pela sua inteligência ) terei que a custa de muito esforço ( pois não me interessa de fato transformar os nobres irmãos em ex-calvinistas, isso para mim de fato não é nem de longe o mais importante,o mais importante ao meu ver é amarem e esperarem no Senhor de todos nós ) em listar ( claro em tese ) os erros do autor de um livro que de um modo ou de outro é muito bom no que se propõe. Mas só para pensar: nenhum autor de nenhum livro redescobre alguma coisa enquanto o escreve, mas o livro é uma defesa trabalhada do que já crê, valendo igualmente para calvinista e arminianos e assemelhados...rs...rs...r...

    Um abraço.

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  30. Ainda sobre o assunto, há também um ótimo livro de A. W. Pink sobre a soberania divina. Ouvi dizer que a versão portuguesa é resumida em relação ao original, procede? Li a edição em castelhano, completa, "La Soberania de Dios". O original em inglês pode ser acessado aqui: http://www.reformed.org/books/pink/

    Fica aí a dica.

    Vanderson M. da Silva.

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  31. Vanderson,

    ótima dica para quem lê em inglês, pois se a versão resumida da Fiel já é boa [ao que sei, faltou um ou dois capítulos e os apêndices] imagina o original?

    Pink é um dos autores de que mais gosto, e sua história deveria ser lida por todos, pois ele foi justamente rejeitado em seu ministério pastoral por causa do calvinismo... além de ser supralapsariano... o que, me parece, foi um dos pontos que a Ed. Fiel não quis deixar claro na condensação, suprimindo um dos anexos.

    Quem puder confirmar ou desmentir...

    Abraços.

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  32. Helvécio,

    Leia com imparcialidade, despindo-se de seus pressupostos e siga os conselhos de Wright na leitura das passagens, exercitando sua mente cedendo às implicações propostas pelo livro. Mesmo que você não se renda a teologia reformada, se renderá em afirmar que combatia o que desconhecia.

    Não mais dialogamos pela inoportunidade das circunstancias. Nada, além disso. Esse, talvez seja um tema a nos unir, novamente, aos laços dialogais da teologia.

    Graça e Paz
    Mizael Reis

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  33. Querido irmão Mizael,

    É um prazer, revê-lo, relê-lo,mas não desconheço a teologia reformada, confesso apenas que tinha em minha mente que pós internet, os ânimos se exaltaram enormemente trazendo a superfície uma distância maior do que havia e até um mau trato com pessoas que crêem no mesmo Deus mas compreendem por razões compreensíveis de forma diferente.Isso me surpreendeu confesso. Se não me engano, você mesmo teve que testemunhar a favor de irmãos da sua antiga igreja,por que alguém insinuou que eles não seriam salvos. A minha posição não é contra a teologia reformada ou a irmãos calvinistas, referem-se a consenquências práticas, mas não me coloco acima das experiências individuais e como juiz. Talvez se pudesse faria mais estrago do que reparos. Um abraço querido.

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