06 maio 2010

Apêndice















Por Jorge Fernandes Isah

De certa forma, o mesmo sectarismo que Paulo apontou entre os coríntios, vemo-lo hoje. A Igreja está tão dividida, inclusive pelos que pregam unidade, pelos sem "placas" nem "nomes", pelos que se julgam filhos "exclusivos" de Deus, pelos que se consideram "libertos" mas estão presos ao pior farisaísmo existente ou ao liberalismo impossível, pela incredulidade, pelo abandono da fé, pela irracionalidade, pelo orgulho, pelo mundanismo, que já não se lembram mais do objetivo principal em meio a tantas outras finalidades secundárias e extrabíblicas: pregar o Evangelho de Cristo crucificado [1Co 2.2].

Perdemos tempo com "outros" evangelhos, e negligenciamos o que realmente importa. Com isso, não quero jogar para "debaixo do tapete" os problemas da igreja, muito menos pregar o ecumenismo. Longe de mim cometer estes pecados. Mas se ao invés de gastar o precioso tempo de que dispomos tentando "corrigir" os erros de outras igrejas e denominações, preocupássemos conosco e o corpo local, certamente estaríamos "salvando" a nós mesmos e aos nossos queridos... Um minuto! Não confunda uma frase hiperbólica com salvação de verdade, a qual apenas o nosso Senhor Jesus Cristo é capaz de realizar. Estou a dizer é que nos preocupamos em "salvar" os outros [pelo menos nos enganamos com essa idéia] quando, na verdade, o nosso objetivo é "revelar" o quanto estão errados e desviados do caminho; e assim nós mesmos acabamos nos desviando do caminho, substituindo o amor à proclamação do Reino pela acusação, pela denúncia improdutiva, mas que garante a autoexaltação e uma publicidade extra.

Em muitos casos, buscamos apropriar-nos da glória que não é nossa, mas de Cristo. E, por favor, não confundam essa declaração com a condenação à disciplina bíblica, pois a disciplina é atributo da igreja, do corpo local, e não de irmãos isolados que falam por si só, como se fossem a própria voz de Deus [estes, se forem eleitos, são alvos da disciplina divina].

Deus levantará, segundo a Sua santa vontade, irmãos que farão o trabalho apologético, defendendo a fé bíblica apontando o erro daqueles que são antievangelho, e mesmo dos cristãos que "deslizaram" em um princípio ou outro. Mas, infelizmente, o que acontece é que, de uma hora para a outra, a maioria se arrogou e arvorou apologista, e saiu "atirando" para todos os lados, como uma metralhadora descontrolada. No fundo, parece até que sentem um prazer mórbido quando se deparam com os desvios e heresias, quando deveriam chorar por ver o estado em que distos cristãos se encontram afastados e dissociados da verdade. Há porém um tom zombeteiro, cínico, perverso e doentio no ar, em que a mentira alcançou status superior à verdade, numa clara inversão de valores, mesmo por aqueles que se dizem guardiões da verdade. É que ela quase ou nunca aparece, como se apenas o revelar os erros fosse suficiente para corrigi-los.

Enquanto isso, sorrateiramente, o diabo planta dentro do corpo local suas heresias, mas como nossos olhos estão voltados para os erros alheios [de outras denominações e outros irmãos denominacionais, cuja disciplina não está ao nosso alcance, nem nos cabe exercê-la], permitimos que a nossa omissão e desleixo corrompa-nos também.

O pior é que muitos nem sequer participam do corpo local, acreditando num cristianismo solitário e individualista, numa clara rebeldia aos princípios bíblicos que dizem defender. No fundo se consideram superiores e melhores do que Cristo e a Igreja; e sentam-se confortavelmente em suas torres de vigilância, desprezando-os, ridicularizando-os, pois sequer passa-lhes pela cabeça submeter-se à autoridade do Senhor, mas agarrar-se a uma graça barata onde o único compromisso é consigo mesmo.

São "livres" para bater à vontade, contudo, esquecem-se de que, caso sejam eleitos, a mão disciplinadora de Deus está sobre eles. Se não forem, não há disciplina, mas a condenação eterna os aguarda.

A melhor forma de se pregar o Evangelho de Cristo é pregando o Evangelho de Cristo, e não combatendo o antievangelho. Qualquer um pode combater [pois nem mesmo argumentos precisa-se ter, apenas vontade, disposição], mas poucos são capacitados a viver o Evangelho, pois para isso é preciso ser convertido, regenerado e lavado no sangue de Cristo; ter o conhecimento, e sujeitar-se a Deus; andar na verdade, e não à cata desenfreada da mentira.
É mais fácil cuidar do mato do que do trigo.

A melhor forma de se lutar contra a fraude e a heresia é expondo a verdade: a sagrada Escritura. De nada adianta refutar a heresia se não se obedece aos mandamentos do Senhor, e assim fazendo, demonstrar não amá-lo [Jo 14.15] e,"em vão, porém, me honram, ensinando doutrinas que são mandamentos de homens" [Mc 7.7].

A melhor forma de se lutar contra a fraude e a heresia é não tentar reformar o irreformável, a espécie mais visível de um "cristianismo" acristão, onde o Senhor não está presente; sua palavra não é desfraldada mas fraudada; onde os interesses carnais são revestidos de uma espiritualidade falsa e oca. Temos de entender que a maior parte das igrejas não participa do Reino de Deus, mas são terrenos dominados pelo inimigo; e muitos que se arvoram a defensores da verdade querem distrair incautos e levá-los ao afastamento de Deus, com a proposta de se buscar desenfreadamente a mentira, expondo-se a mentira como a verdade automaticamente revelada, sem se aperceber de que outra mentira tomou o lugar da primeira, num círculo vicioso onde a verdade não tem lugar.

Portanto, é urgente que antes de se entrar numa "caça às bruxas", que se viva o Evangelho, testemunhando a Cristo nosso Senhor. E corrigindo individualmente, e no corpo local, tudo aquilo que não vai de encontro à Palavra, pela Palavra, ao invés da não-palavra.

Ou será possível conhecer algo pelo que ele não é? Como procurar destino num beco sem saída?

Antes, conhece-se a verdade pela verdade, e não pela não-verdade.

Cada um examine-se primeiro a si mesmo, para depois examinar o outro.

Nota: Este trecho é um excerto do artigo "Sustento Pastoral & O Corpo Local" publicado em 24.04.09, o qual reli, revisei, e considerei apropriado reproduzi-lo.

22 comentários:

  1. Graça e paz Jorge.
    Mais um excelente texto, parabéns!
    Concordo com você quando você diz que muitas vezes perdemos mais tempo em apontar erros que apontar a Verdade. Mas, existe algumas situações em que somos "forçados" apontar o erro em alguns lugares. Tem certas heresias em nosso meio que fica difícil não falar dela, às vezes somos levados, assim como Judas em sua epístola, a desviar do assunto proposto. Mas tenho que dar a mão à palmatória quando você diz que tem gente que vive a caça de erros nos outros e até parece que tem prazer em encontrar. Creio que precisamos de equilíbrio nessa área, mas sem nunca perder o foco principal que é anunciar a Jesus e esse crucificado.
    Fique na paz meu bom amigo!
    Pr. Silas

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  2. Caro

    Não é uma "rua sem saída." (Falo do estado da igreja visível atual).

    E isto eu posso ver logo pelo seu primeiro comentário que disse "De certa forma, o mesmo sectarismo que Paulo apontou entre os coríntios, vemo-lo hoje. A Igreja está tão dividida..."

    Ora..., se naquela época todos estes problemas já existiam e Deus protegeu sua verdadeira Igreja invisível e passados 2000 anos ela cresceu tanto, então é de se olhar positivamente para o futuro... pois Deus não mudou e vai sim promover o crescimento da sua Igreja conforme a Sua vontade, e não conforme a nossa fome de justiça e pressa com que as coisas se acertem.

    Gostei muito da sua reflexão.

    Sabe..., quando eu vejo alguns pregadores televisivos, e vejo algumas coisas mais próximas do meu olhar, etc... eu tenho aquele mesmo sentimento dos apóstolos "Senhor, podemos orar para que caia fogo do céu e os consuma a todos eles...?"

    E o Senhor pacientemente responde e eu parafraseio "cuida da tua vida que Deles eu cuido...".

    Nós não somos calvinistas?
    Não somos deterministas bíblicos?

    Ora... neste caso até mesmo estes pastores televisivos e as confusões que por hora a igreja visível passa, até mesmo estas coisas todas são parte do Decreto Eterno de Deus e Ele tem um propósito com isto tudo.

    De minha parte mandava prender todo mundo (e dê-lhe fogo do céu literal), mas vamos com calma... Deus ainda é Deus.

    Isto não me impede de refletir e escrever sobre os absurdos e desmandos da igreja visível, e o faço e converso sobre isto quando acho prudente, mas que é vero que não devemos focar demasiadamente nisto, eu acho que você está coberto de razão.

    Eles falam que 2 + 2 = 5.
    Eu vou no meu blog e nas minhas conversas e mostro pela escritura que "2 + 2 = 4".
    Eu nem cito o nome deles, me refiro a eles genericamente, mas coloco para os que estão ao meu alcance um outro olhar para o que a Escritura diz.

    Eles querem que a mentira se torne verdade depois de dita 1000 vezes.
    Pois então eu direi 1000 vezes a verdade (como eu a vejo na Escritura).

    A "fome de justiça" colocada em demasiada importância no coração, acaba trazendo angústia para a alma e infelicidade para o dia-a-dia.

    O nosso olhar fica até meio desfocado.
    Olhamos ao redor, olhamos os irmãos e só vemos coisas ruins.

    continua...

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  3. continuação...

    Mas existem também coisas boas ocorrendo.
    E se não estão, então devemos dobrar as mangas e fazê-las pelo menos no que estiver ao nosso alcance e principalmente dentro do contexto onde Deus nos colocou para sermos seus sacerdotes e soldados do Reino.

    E se alguém não perceber nenhum ministério para atuar, eu digo que na própria família encontramos muito espaço para exercer a nossa criatividade em sermos mensageiros do Senhor para os nossos filhos e esposa. (Falo de "mim mesmo").

    Antes eu queria ser um Billy Graan.
    Um mega pregador.
    Aquele que consertaria todos os problemas do mundo e da igreja.

    Um dia aprendi uma lição....

    Deus tem na sua oficina várias ferramentas.
    A chave de fenda grandona é o Billy Graan.
    Ela serve para coisas específicas, para parafusos e fendas grandes.

    Mas o Billy Graan para parafusos e fendas pequeninas, a chave de fenda Billy Graan não serve para nada. Ela simplesmente não dá conta do recado.

    Então Deus tem na sua oficina uma chave de fenda bem pequenina (daquelas para conserto de máquina de costura ou para ajuste de parafuso de clarinetas)... e então ele nos pega... e somos perfeitamente úteis.

    Entendeu a metáfora?

    Nós olhamos tudo pelo ótica do tamanho e pelo impacto produzido.

    Deus olha pela ótica da utilidade no Seu Plano.

    De quem é o mérito, da chave de fenda Billy Graan?
    Da chave de fenda pequenina Natan?

    Nenhuma realmente tem importância, mas o que importa é Deus que é quem usa as ferramentas.

    Quando entendi isto, aprendi, que pegar a minha filha no colo, orar com ela e ler uma folhinha da sua Bíblia ilustrada por dia, é tão importante quanto o Billy Graan pregando para multidões incontáveis.

    Ele alcançará pessoas que eu nunca terei acesso.

    Mas ele nunca será ouvido pela minha filha com o mesmo impacto que eu como pai tenho hoje sobre ela.

    Estou convicto que estamos exatamente onde Deus resolveu na eternidade que deveríamos estar exercendo os nossos ministérios.

    É só uma questão de calibrar o olhar e fazer o que está ao nosso alcance e do que for do tamanho da "bitola da nossa chave de fenda".

    Grande abraço!

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  4. No fundo acho que aqueles liberais adoçicados e os fundamentalistas/esnobes cínicos são só dois tipos de covardes, rs. Estava pensando sobre essas coisas nesses dias. Vejo que uma certa agressividade é importante para que elas entendam o que estamos falando, e possam vir a crer. É uma maneira de desafiá-las e de certa forma colocar-se próximo delas.

    Fique com Deus.

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  5. Olá Jorge, o texto não é seu mas poderia sê-lo.de fato, ao final do ano passado engagei-me em discussões em vários blogs, incluindo o seu, e meses depois, após conhecer melhor várias opiniões e em ue se fundamentavam, desisti de vezes de ler e até visitar dezenas de blogs e sites "cristãos". A minha opinião no início era mai sou menos essa: se alguém acha que alguém ( a, b ou c ) erra em algum ponto,mas atinge número "x" de pessoas, faça melhor o que acredita,o que acha que é mais certo, mostre os frutos certos e não perca tempo em jogar pedra nos outos e provocar mais tumulto e divisões e estranheza para os de fora. Boa parte da literatura "cristã" não ajudaria dez metros no caminhar de um novo convertido. Não seria melhor cada um orar, consolar, pregar, testemunhar, ter um relacionamento pessoal com o Senhor?

    Um abraço.

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  6. Pr. Silas,

    O irmão andava sumido... não se ausente por demais do meu minifúndio... eu e os leitores sentimos muito a sua falta.

    A minha crítica não vai à crítica pura e simples (rsrs). Mas para aqueles que têm o exclusivo desejo de criticar e vivem de fazê-lo. A crítica existe em vários aspectos da vida, e pode ser, até mesmo, subentendida. Por exemplo, quando afirmo a doutrina da Trindade, estou, ainda que indiretamente e sem intenção, criticando o unitarismo. Proclamar a verdade não implica em não revelar a mentira. Mas expor a mentira nem sempre representa defender a verdade. O opositor ao unitarismo pode ser cético, ateu, e ao criticar o unitarismo o faz com o único objetivo de criticar a existência de Deus.

    Por isso a verdade tem de ser proclamada, o que não quer dizer que não devamos combater as heresias e falácias doutrinárias. Proclamar o Evangelho é, ao meu ver, a única forma de combater o mal, além do quê, está-se educando o crente no caminho do Senhor, não apenas apontando o falso caminho, mas ensinando a trilhar o verdadeiro.

    Cristo o abençoe, meu amigo! Aos seus queridos e ministério, também.

    Forte abraço!

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  7. Natan,

    seu comentário já é um artigo, e em muitos pontos, infinitamente superior ao meu.

    A visão da soberania de Deus, ou seja, o calvinismo, tem de se refletir exatamente onde você aponta: aquilo que Deus tem reservado para nós como missão, e da qual, muitas vezes, negligenciamos, e até mesmo, desprezamos.

    Conversando certa vez com o meu pastor, sobre o crescimento da igreja; em dado momento, senti a sua angústia quanto ao chamado para o ministério. Ele estava em dúvida se Deus o queria mesmo ali, pois a igreja não crescia. A despeito do grande número de visitas, as pessoas não ficavam, voltavam duas, três vezes, e não mais. Eu lhe disse: "pastor, se há alguém que tem o chamado de Cristo para o pastoreio é o irmão. Não tenho dúvidas! Acontece que Ele, ao chamá-lo, não lhe garantiu que seria pastor de 500, 1.000, 5.000 ovelhas. Ele o chamou para pastorear, mas não garantiu que seria um rebanho enorme. Se Deus o chamou para pastorear 30, 10, 2 ovelhas, faça-o com o melhor que Deus lhe deu, com o mesmo amor pela igreja como se ela fosse grande e poderosa na terra... O chamado do irmão é para pastorear, sem a garantia numérica, mas com o resultado que Deus quer".

    Isto não quer dizer que devemos nos acomodar, e nos contentar com uma dúzia de irmãos. Sinceramente, fico a perguntar as vezes: "Senhor, o Seu evangelho é proclamado em nossa igreja, enquanto não o é na maioria das outras; por que então tem destinado tão poucos a ouvi-lo?".

    A resposta que recebo é a mesma de Paulo: "a minha graça te basta"; e esta é a Sua vontade, ao menos, por hora. E de que não devemos nos desviar do verdadeiro objetivo que é glorificá-lo no Corpo local, seja na pregação, no louvor, na oração, na comunhão com os irmãos, vivendo não um evangelho de fachada, mas Cristo; orando para que mais pessoas ouçam a Palavra, sem subterfúgios, sem maquilagens, sem acréscimos, sem diminuições, na pureza com que Cristo a proclamou, e os apóstolos também, pelo poder do Espírito Santo.

    Então, quando você toca na questão do Pai como o sacerdote do lar, como o pastor em sua casa, me remete à forma como Deus vai nos usar segundo o Seu santo propósito, não segundo aquilo que queremos. E é aí que o calvinismo entra, não como algo meramente conceitual, mas como algo prático que levará à completa submissão divina, crendo que, entre multidões ou em pequenos grupos (corpo local,) a Sua obra está a ser realizada infalivelmente, para a Sua glória. O calvinismo trará sempre a segurança de que Deus é infalível, assim como o Seu evangelho e obra.

    Calibremos então nossa visão, para que vejamos a glória de Cristo, e não a nossa.

    Mais uma vez, agradeço-o pelo ótimo comentário; e por Cristo nos unir no Seu amor, apesar da distância.

    Forte abraço!

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  8. Matheus,

    Não sou contra as críticas, nem mesmo as virulentas. Se fosse contra críticas, não leria a Bíblia, pois Deus usou Seus servos em todos os tempos para revelar a verdade e expor a mentira.

    Há de se entender que não existem campos neutros na vida. Como disse, ao se proclamar a verdade já encontramos embutida a crítica à mentira, pois elas se contrapõem, são excludentes. Proclamar o Evangelho é combater o engano, a falsidade, e toda mentira. Não sou contra críticas, e acho que podem ser reveladoras aos humildes (aqueles que estão dispostos a se humilhar por Cristo), para reavaliarem-se, autoexaminarem-se.

    De outra forma, não leria Paulo, Pedro, João, Judas, Tiago, e o próprio Senhor, que fazem duras críticas a muitos grupos infiltrados na igreja. Chegam a ordenar que apartemo-nos deles, que sacudamos a roupa para não levar nem a poeira do lugar onde eles estão; e o amor ao Evangelho, à verdade, não pode permitir que sejamos condescendentes com o erro e a mentira.

    Por exemplo, o meu texto é uma crítica, não direcionada a esta ou aquela pessoa, mas a uma espécie de "espírito" que domina alguns a buscarem incessantemente o erro alheio, apelando para o deboche e escracho, o que pode representar, e quase sempre representa, mascarar os próprios erros, jogá-los para debaixo do tapete e se autopromover. E esta é uma maneira do crente "descer a ladeira", afastar-se da verdade, pois está tão obcecado pela mentira, que não consegue ver nada além dela. E, muitas vezes, uma mentira é somente substituída por outra, e o círculo se fecha no engano.

    Agradeço a sua visita e comentário, esperando que o irmão volte outras vezes.

    Cristo o abençoe!

    Abraços.

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  9. Helvécio,

    o texto é meu sim, só que publicado em outro texto (um excerto, uma parte dele). Fiz alguns ajustes, para explicar melhor o que não ficou tão bem explicado anteriormente. Não seria ético nem moral mexer e reformar o que não me pertence, né?

    Você disse: "se alguém acha que alguém ( a, b ou c ) erra em algum ponto, mas atinge número "x" de pessoas, faça melhor o que acredita,o que acha que é mais certo, mostre os frutos certos e não perca tempo em jogar pedra nos outos e provocar mais tumulto e divisões e estranheza para os de fora".

    Sua visão é pragmática, está calcada nos resultados, mas... em quais resultados? Será que números, declarações nominais, pesquisas de opinião, e tantos outros métodos representam que determinada pessoa está na verdade? Ou seria proclamar o Evangelho assim como ele nos foi entregue? O comentário do Natan e o meu vão exatamente na contramão do que você disse à época e repete agora. Vejamos uma coisa: você crê que a verdade é absoluta, certo? Que não existe esse papo de verdade relativa. Ou se é verdade, ou não. A Bíblia é a verdade. Ponto final. O que não se concilia com ela, é mentira. Acredito que o Evangelho é o poder de Deus para salvar o homem de si mesmo, do pecado, da morte, da condenação. Quando se proclama que o resultado do Evangelho é a prosperidade material, você não acha que se está a pregar "outro" evangelho?

    Deus é soberano. Ponto. Outra verdade. Quando se proclama que o homem pode frustrar a vontade divina, não somente opondo-se mas anulando-a, não se está a pregar "outro" evangelho?

    Se um é verdade, o outro é mentira. E vice-versa. Apontar o erro é algo que Bíblia nos revela desde Adão. Denunciá-lo, também. Mas, sobretudo, ela nos mostra a verdade. Acontece que tudo não é verdade, como mostram os exemplos acima. O ponto então é: esta doutrina pregada por fulando é verdadeira? Está em conformidade com a Escritura? Ou não? Não é possível fazer "vistas grossas" ao erro somente porque fulano se diz cristão, ou porque determinada igreja incorporou o evangelicalismo. Os T.J's, kardecistas, católicos e os mórmons se consideram cristãos, mas o fato de dizerem sê-lo os torna de verdade? Não. Da mesma forma, fulano e beltrano podem se considerar e dizer cristãos, mas, será que são? O que determinará que sejam? São muitas coisas, mas, principalmente, se o que dizem é a doutrina de Cristo e dos apóstolos. Se a doutrina está fundamentada em Deus. Se está em conformidade com a Bíblia. Se anda segundo o Espírito. Onde há confusão, escândalo, heresias, no mínimo, precisa de uma reforma profunda, assim como Paulo exortou os Coríntios a fazê-lo. Porém, isso acontecerá se a igreja for igreja, o corpo de Cristo, e não somente uma instituição humana (no sentido de feita pela homem e para o homem), como a maioria que vemos por aí.

    Quanto ao fim do seu comentário, concordo plenamente: "Não seria melhor cada um orar, consolar, pregar, testemunhar, ter um relacionamento pessoal com o Senhor?".

    Acontece que isso somente é possível ao regenerado, aquele por quem Cristo morreu, que foi renascido pelo Espírito Santo.

    Grande abraço, meu amigo e irmão!

    Cristo o abençoe e aos seus queridos imensamente!

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  10. Jorge,

    Concordo contigo no tocante a termos demarcado o nosso objetivo: pregar o Evangelho. De fato, é perigoso resvalar para a amargura ao criticarmos os erros alheios - ainda que sejam grandes erros. É que podemos nos tornar ácidos, amargos, céticos (não no sentido literal, claro).

    Sinceramente, gostei muito dos comentários do Natan , com os quais concordo. Todos temos o nosso valor, o nosso ministério. E em cada particularidade daquilo que fazemos em prol do crescimento do Reino, somos importantes. Uns, Deus molda para conduzir grandes rebanhos, outros, apenas pequenos grupos. Todos, porém, têm o seu valor para Cristo. E penso, sinceramente, que Deus irá nos julgar segundo a capacidade que nos deu (salvo engano, Romanos 1 fala sobre isso).

    Como eu afirmei alhures, penso que o Reino crescerá na "exata medida em que foi urdido por Ele na eternidade". E para que isso aconteça, não devemos apenas esperar, mas fazer acontecer.

    Grande abraço a todos.

    Ricardo

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  11. Ricardo,

    a crítica é benéfica quando tem o objetivo de revelar a verdade e expor a mentira. Acontece que, na maioria das vezes, o objetivo de se criticar é fazer-se melhor, sobressair-se diante do outro. No fundo, é uma demonstração de orgulho e desamor, ao contrário de Paulo que exortava e criticava por amor aos eleitos. Esse é o foco: a crítica visa tirar a nuvem que cega os eleitos, pois os réprobos permanecerão cegados. Então, não vejo porquê me preocupar com a igreja tal, com o sistema tal, se na minha própria igreja Cristo e o Evangelho não são proclamados, e o nome do Senhor não é glorificado.

    É mais fácil apontar o erro nos outros do que reconhecê-los em nós mesmos.

    Porém, por amor ao Senhor, devemos nos autoexaminar diante da Escritura, e ver se estamos mesmo em acordo com ela. Somente diante da luz os erros serão visíveis, e possíveis de se corrigir.

    Quanto aos que têm compromisso com a mentira, oremos para que Deus preserve e opere nos Seus, tirando-os de lá, destinando-os ao corpo local onde o Seu nome seja honrado e glorificado, o Evangelho proclamado, e Sua obra realizada.

    Até porque, dizer que fulano é herege, que beltrano é filho do demônio, é chover no molhado; por suas obras saberemos a qual rebanho pertencem, se das ovelhas ou dos bodes.

    Grande abraço, meu amigo!

    Cristo o abençoe!

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  12. "Não sou contra as críticas, nem mesmo as virulentas. Se fosse contra críticas, não leria a Bíblia, pois Deus usou Seus servos em todos os tempos para revelar a verdade e expor a mentira"

    Aha. Entendi sim o que o senhor quis dizer. Eu mesmo admiro Cheung e até já agi de maneiras mais brutas e irônicas.

    "Até porque, dizer que fulano é herege, que beltrano é filho do demônio, é chover no molhado."

    Essa foi boa! Exatamente o que eu penso.

    Abraço.

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  13. Mateus,

    eu nem citei Cheung para não melindrar alguns menos afeitos ao seu estilo (rsrs). Concordo com praticamente tudo o que ele escreve, mas há as exceções, claro.

    Quanto a ser duro e bater sem dó, basta ler Mateus 23, e qualquer um poderá ver que Cristo não contemporizava nem amaciava com os mentirosos. Acho que Cheung, eu, ou você, podemos até repeti-lo, sem jamais ter a autoridade, perfeição e santidade que Ele tem.

    Na verdade, Paulo nos deu a melhor orientação: "Ao homem hereje, depois de uma e outra admoestação, evita-o, Sabendo que esse tal está pervertido, e peca, estando já em si mesmo condenado" (Tt 3.10-11).

    Mudando um pouco de assunto, achei legal você ter linkado o "Eliot, Cowper & Outros" ao "recomendados" do seu blog. Poesia é algo fantástico, especialmente quando glorifica a Deus.

    Grande abraço!

    Cristo o abençoe!

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  14. Ah, já que o senhor citou poesia, eu volto. Coloquei até num tweet o link do "Eliot, Cowper & Outros". Fiz um comentário lá em "O Adão Caído...Antes da Queda" não sei se não foi ou o senhor não chegou a ver. Mas eu acabei falando sobre Dostoievski e um certo existencialismo nele (por causa de uma coisa que o Roberto falou sobre Soren K.) De qualquer forma eu queria te perguntar se meu comment foi, se não eu repito rs.

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  15. Mateus,

    não recebi o seu comentário. Chequei, e não encontrei nenhum. Se puder, faça-o novamente. Fiquei curioso... (rsrs).

    Abraços.

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  16. Estava falando que F. Dostoievski também tem uma inclinação existencialista. Na conversão de Raskolnikov (Crime e Castigo) por exemplo, ele queria algo para crer, não se importando se era ou não verdade. Aí eu disse que existencialistas podem dizer coisas interessantes rs. Kierkegaard lembra um pouco o que Calvino diz sobre a identidade do homem depender de Deus para se definir. A maneira como ele se refere a Deus é estranha, no começo parece que ele considera o homem divino, mas não é bem isso, ele usa o termo <>. Mas eu nem sei se posso considerar S. K. cristão de verdade. Ele tem umas frases preciosas. Se puder veja se encontra algumas citações dele antes de comprar.

    Agora, sobre "Adão caído ... antes da Queda". Tinha dito que pra explicar a Queda não precisamos procurar algo no coração de Adão, mas Deus poderia fazê-lo cair, mesmo que em princípio Adão fosse perfeito.

    Perguntei também como o senhor interpreta esse texto:
    Eclesiastes 7:29 Eis aqui, o que tão-somente achei: que Deus fez ao homem reto, porém eles buscaram muitas astúcias.

    Ah. Falei que embora tenha começado a estudar Calvinismo há pouco tempo, me identifico com seu determinismo (seria supralapsariano né?). E que sou estudante do 3º ano do ensino médio.

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  17. Mateus,

    Li alguns livros do Dostoieviski, inclusive, Crime e Castigo. Lembro-me que a solução dele é moral, no sentido de que o crime levará à culpa, e à punição do culpado... se não me falha a memória.

    Quanto ao Soren, não posso falar nada, pois não o li. Espero fazê-lo, mas como tenho outras prioridades e pouco tempo, ele terá de esperar (rsrs).

    Quanto ao texto "Adão caído... antes da Queda", ele se deu por causa de um texto do Roberto Vargas que falava sobre o conhecimento de Deus. Na verdade, a questão central é: Adão era perfeito? E se era, em qual nível? Se perfeito, como foi possível cair para a imperfeição?

    As respostas estão mais ou menos no texto e nos comentários. Mas para ser bem claro, acredito que o casal do Éden foi a "jóia" da Criação, mas não eram perfeitos. Havia neles uma disposição para o mal, e bastou uma chance para não resistirem, e caírem. Se fossem perfeitos, não cairiam, assim como o Senhor Jesus não caiu. Porque é perfeito.

    Quanto ao texto de Eclesiastes, vejo da seguinte forma: Deus criou o homem sem pecados, no sentido de que, não havendo Lei, não há pecado. Quando o Senhor diz para não comerem do fruto da árvore do bem e do mal, passou a existir a Lei e a possibilidade de pecado; ao se transgredi-la, peca-se.

    Quando a serpente insufla o casal à obediência, em seus corações desejaram o fruto proibido, e o pecado já estava instalado. Restou-lhes pecar, e cumprir os propósitos divinos.

    Então, Salomão em Ecl 7.29 está a dizer o mesmo: Deus criou o homem reto, mas eles não suportaram obedecê-lO quando diante da Lei, e, por isso, cairam, ao desejar astutamente aquilo que não lhes era permitido ter (não somente o fruto, mas ser como Deus).

    Não sei se confundi mais do que esclareci; mas fique à vontade para perguntar. Tentarei formular a coisa toda de outro jeito, caso seja necessário.

    Fico feliz que seja tão novo e já tem no coração o desejo e disposição de compreender a verdade bíblica: o calvinismo. Também estudo o calvinismo há três anos, mais ou menos, levando-se em conta que tenho cinco anos de conversão.

    Sou supralapsariano, sim; e determinista bíblico também (de certa forma, todos os tipos de calvinismo são deterministas, uns mais, outros menos. No meu caso, sou o que se pode chamar de determinista radical... rsrs).

    Visitei o seu blog e gostei muito. Pena que você posta pouco. Acho que deveria fazê-lo com maior assiduídade; e sua lista de leituras é de alto nível. Assim como eu, com eles você aprenderá muito; pelo poder e pela graça de Deus.

    Se quiser conversar mais detalhadamente sobre algum assunto, contate-me pelo email dosty@monergismo.com

    Será uma honra.

    Grande abraço, meu irmão!

    Cristo o abençoe!

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  18. Olá meus irmãos, graça e paz.

    Estou passando para informar, que gostei demais deste espaço, pois é mais uma oportunidade de aprendizado. Como sempre falo: Aprendendo uns com os outros crescemos na graça e no conhecimento, do nosso Senhor Jesus Cristo.
    Gostaria também de divulgar o nosso Blog,

    “ Mensagem Edificante para Alma”
    http://josiel-dias.blogspot.com/

    Josiel Dias
    Conselho Missionário
    Congregacional
    Rio de Janeiro

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  19. Concordo plentamente, vejo isso na prática, temos sim que continuar a observar e "revelar" as locuras feita em node de Deus que apenas deturpam isso nunca se pode abandorar até porque a propria Biblia nos ensina a faze-lo, porem o que vejo é uma esquisofrenia geral, todos falando de todos 100% do tempo, ora, nossa mensagem primordial é a palvra vinda da cruz, e isto sim é o mais importante.
    Aproveito para falar que gostei muuuito do blog, tem me fortalecido em Cristo.
    Abraços

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  20. Josiel,

    desculpe-me a demora em responder, é que as coisas andam muito corridas.
    Obrigado pelo comentário e a força.
    Cristo o abençoe!
    Abraços.

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  21. Izabel,

    não é que eu seja contra a crítica, afinal ela é importante para crescermos, os erros serem apontados, e se volte ao caminho correto. Acontece que estamos tão preocupados em achar erros nos outros, que não vemos o que de bom está sendo feito, e nem mesmo nos autoavaliamos a fim de detectar e corrigir nossos próprios erros.

    Chego a achar que alguns se consideram muito espirituais em ficar batendo nos outros, mas a espiritualidade é muito mais do que isso, é criticar em amor visando a reconciliação do desviado, é ensinar e discipular os mais fracos na fé. Mas também há de se ter tempo de ver os próprios erros; pois enquanto somos dedicados a buscar o alheio, nossa vida esvai-se pelo ralo.

    Alegra-me saber que meus textos estão fortalecendo-a no Senhor. A Ele toda honra e glória eternamente.

    Cristo a abençoe imensamente!

    Abraços.

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  22. Saindo para almoçar fora com o pesoal aqui de casa,mas não poderia me furtar a
    juntar a minha voz a esse texto. Acima de tudo é o que cada um de nós tem de fazer, de fato deve ser esa a prioridade. Se cada um de nós fizer e vifer o que é certo, a verdade se manifestará com todos os seus benefícios. Prieiro nos concertamos diante de Deus, e quem já fez isso alguma vez, não sentiu o ufanismo de ser melhor do ue os outros, mas a dor de não ter feito isso antes e de desejar que os outros por si só façam o mesmo.

    Um grande abraço meu irmão e a todos aí. Trata-se de eum neologismo, mas as vezes é cabível, ser propositivo, abençoar e não amaldiçoar é preferencialmente mais eficaz. Aprender com o Senhor , ser tarido para falar e pronto a ouvir e a aprender e a mudar é realmente melhor.

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