17 outubro 2013
21 setembro 2013
13 setembro 2013
Como ler livros, e fugir da desonestidade intelectual
Por Jorge Fernandes Isah
A edição de que disponho não é a da "É realizações", mas uma antiga, da
extinta "Agir", cujo título é "A Arte de Ler", e não a literalização do
título em inglês: "How to read a book".
Como não há, no momento,
outra edição além da publicada pela "É realizações", coloquei a capa e o
link para a editora, a fim de que os interessados comprem-no [até,
porque, as edições antigas somente podem ser adquiridas em sebos, como
eu fiz, e, muitas vezes, por um preço absurdo].
A atual edição tem mais de 400 páginas, enquanto a minha dispõe de quase 300. Não houve acréscimo, ao que parece, mas uma redisposição editorial do texto.
A atual edição tem mais de 400 páginas, enquanto a minha dispõe de quase 300. Não houve acréscimo, ao que parece, mas uma redisposição editorial do texto.
Quanto ao livro, é o seguinte:
ao começar a leitura, constatei o que já sabia e que vivia tentando não
me lembrar: eu não sei ler um livro! Para quem tem um blog de livros,
isso é uma realidade dura e trágica. Mas era o que eu percebia a cada
frase ou texto que me apresentava incompreensível. É claro que, como há
péssimos leitores, também há os péssimos autores. Aqueles que aparentam
ser intelectuais, mas não passam de enganadores. Escrevem frases
enigmáticas, misteriosas, complexas, que o único intuito de não serem
inteligíveis, pois, na verdade, não sabem a mínima do que estão falando,
e preferem mesmo enganar. São os "picaretas", que aparentam
sofisticação e hermetismo, quando não passam de ignorantes, iletrados e
fraudadores.
Mas há aqueles autores que estão degraus acima da
nossa compreensão, não porque eles são desonestos, mas porque nós é que
deixamos a honestidade de lado, ao considerarmo-nos capazes de
compreender o que escrevem, quando não somos. Nesse caso, a fraude se
torna no próprio leitor. Quantas vezes nos deparamos com um texto
complexo, e simplesmente o abandonamos, considerando-o chato ou pedante?
Sempre temos uma desculpa para a própria ignorância e má-leitura,
infelizmente. E a culpa não é do autor, nesse caso; mas a transferimos a
ele, indevidamente.
Fato é que, ao iniciar o livro do Adler, percebi-me não um leitor mediano, a quem o autor dirige a sua obra, mas abaixo do mediano. Sempre evitei livros técnicos, um pouco por preguiça, outro tanto por ignorância. E sempre considerei suficiente entender um pouco do livro, mesmo que esse pouco fosse muito pouco mesmo. As vezes, nos contentamos em apreender nada e a considerar o aprendizado como qualquer coisa que vem à mente. Passamos de leitores a reescritores, dizemos aquilo que o autor não disse como se fosse ele dizendo. Em todos esses casos, eu, você, e em quem mais a carapuça servir, agimos desonestamente.
Ainda não cheguei ao ponto em que Adler revelará, por completo, como fazer uma boa leitura, mas estou ansioso[1]. Até mesmo porque quero ler melhor, e, na verdade, abandonar as fileiras do analfabetismo funcional. O que seria bom se, até muitos chamados intelectuais, refletissem e vissem como são maus-leitores, muitos, como eu, no analfabetismo.
Interessante que, ao dizer à minha esposa que eu era um leitor ruim, ela disse: se você é mau-leitor, o que eu sou, então?... Bem, não me consolou em nada, mas me deu a certeza de que estamos num período negro na intelectualidade, e isso tudo reflete-se na sociedade, onde um ex-presidente, semianalfabeto, se gaba de não gostar de ler, e temos cada vez mais leitores preguiçosos, que consideram possível o conhecimento por osmose, aumentando a legião de palpiteiros e "chutadores", aqueles que atiram para todos os lados sem ter alvo algum.
Pelo pouco que li, algo em torno de 60 páginas, "Como ler livros" ou a "A arte de ler", é leitura fundamental. Agora, fica a pergunta: não se sabendo ler, é possível aprender a ler, lendo? [rsrs]... Descubra, por si mesmo.
Fato é que, ao iniciar o livro do Adler, percebi-me não um leitor mediano, a quem o autor dirige a sua obra, mas abaixo do mediano. Sempre evitei livros técnicos, um pouco por preguiça, outro tanto por ignorância. E sempre considerei suficiente entender um pouco do livro, mesmo que esse pouco fosse muito pouco mesmo. As vezes, nos contentamos em apreender nada e a considerar o aprendizado como qualquer coisa que vem à mente. Passamos de leitores a reescritores, dizemos aquilo que o autor não disse como se fosse ele dizendo. Em todos esses casos, eu, você, e em quem mais a carapuça servir, agimos desonestamente.
Ainda não cheguei ao ponto em que Adler revelará, por completo, como fazer uma boa leitura, mas estou ansioso[1]. Até mesmo porque quero ler melhor, e, na verdade, abandonar as fileiras do analfabetismo funcional. O que seria bom se, até muitos chamados intelectuais, refletissem e vissem como são maus-leitores, muitos, como eu, no analfabetismo.
Interessante que, ao dizer à minha esposa que eu era um leitor ruim, ela disse: se você é mau-leitor, o que eu sou, então?... Bem, não me consolou em nada, mas me deu a certeza de que estamos num período negro na intelectualidade, e isso tudo reflete-se na sociedade, onde um ex-presidente, semianalfabeto, se gaba de não gostar de ler, e temos cada vez mais leitores preguiçosos, que consideram possível o conhecimento por osmose, aumentando a legião de palpiteiros e "chutadores", aqueles que atiram para todos os lados sem ter alvo algum.
Pelo pouco que li, algo em torno de 60 páginas, "Como ler livros" ou a "A arte de ler", é leitura fundamental. Agora, fica a pergunta: não se sabendo ler, é possível aprender a ler, lendo? [rsrs]... Descubra, por si mesmo.
Notas: 1- Com isso,
não estou dizendo que a "A Arte de Ler" é um manual infalível, e que
todos passarão a ler conforme as técnicas ali expostas. Não é isso! Mais
do que ensinar como fazer, ele nos mostra o que não devemos fazer
enquanto bons leitores. A partir daí, pode-se traçar um "roteiro' de
como se obter o melhor de uma leitura, pois há várias, não se podendo
ler da mesma maneira uma obra de ficção [que está pronta e acabada, nos
dando todo o caminho a percorrer] e uma de não-ficção, em que temos de
preencher as "lacunas" deixadas pelo autor. É claro que as "dicas" nos
guiarão a meditar nos objetivos, métodos e o porquê de se ler determinado livro, o que vale dizer que não há um padrão único ao qual todos devem seguir para "aprender a ler". Porém, há um mínimo a se saber, e, sem ele, não se caminhará muito nesse conhecimento.
26 agosto 2013
Confissão de Fé Batista de 1689 - aula 51: Objeções ao sustento pastoral
1)
"Apenas os Levitas tinham o direito de serem sustentados pelo restante
do povo de Israel, porque a tribo de Levi, na qual estavam todos os
levitas, não receberam parte da terra de Israel, dada por Deus. Logo,
eles não tinham onde plantar, caçar, etc, especialmente porque ficavam
por conta dos cuidados no Templo. Como não há mais levitas, desde a
època apostólica, não há porque sustentar qualquer ministério em nossos
dias. Esse padrão foi extinto, e não houve continuidade na igreja
primitiva".
Resposta: 1Co 9:1-16:
Interessante como
Paulo se utiliza de vários princípios do Antigo Testamento para validar o
sustento do seu ministério. Ao contrário daqueles que fazem uma
"separação" entre o AT e o NT, Paulo fundamenta-se e se
baseia no AT para validar um princípio que era negligenciado pela Igreja
de Corinto, o desprezo que tinham para com ele e Barnabé, de forma que
eles, corintios sustentavam os demais apóstolos [ao menos é o que parece
afirmar o apóstolo, no verso 12], excluindo-o. Justamente ele que foi
quem plantou aquela igreja, discipulou-a, e contribuiu como nenhum outro
para o seu crescimento. Portanto, essa ideia de que os Testamentos, em
algum sentido, se anulam, é falsa e equivocada, pois o próprio Paulo se
encarrega de lançar por terra essa distorção ao fazer uso do AT para defender-se diante dos corintios como alguém que também era
merecedor do seu cuidado e do zelo.
2) "Paulo diz que ele tinha o direito de ser sustentado,
mas de que abriu mão desse direito, portanto, o ministro do evangelho
também deve fazê-lo".
Resposta: Mais do que
simplesmente negar o auxílio que porventura os corintios pudessem
dar-lhe, Paulo diz que a negligência deles para com ele não o impediu de
continuar pregando, discipulando e encaminhando-os nas santas veredas
de Cristo, pois Deus havia suprido as suas necessidades através de
outras igrejas. Paulo novamente confirma que o seu ministério é tão
apostólico como o dos demais apóstolos, e a prova era de que Deus havia
suprido as suas necessidades por mãos de outros irmãos [V. 9-10]. Ele
assevera ainda mais fortemente essa questão após citar Dt 25.4, dizendo
que o referido verso fala exatamente deles, e por causa deles foi escrito.
Ora, o fato de Paulo abrir mão desse direito, e temos que ele o faz para
não pôr impedimento ao seu ministério junto aos corintios [v.12], anula
o dever da igreja de sustentá-los? Certamente que não, e é sobre isso que o
apóstolo disserta, levando a igreja a refletir: "Se nós vos semeamos as
coisas espirituais, será muito que de vós recolhamos as carnais?" [V
11]. Entendo que a irrefutabilidade desse questionamento, em si mesma, é
mais do que suficiente para anular qualquer afirmação de que a igreja
não tem o dever de sustentar o seu pastor.
3) "O ministério pastoral é espiritual e não pode ser
comparado a um trabalho assalariado, como se Deus tivesse empregados e a
igreja fosse uma empresa".
Resposta: A tolice
de tal afirmação é tão gritante, e reivindica uma alta espiritualidade
que, contudo, não passa de uma apelativa falsa espiritualidade, na qual
os seus proponentes não se enquadram, no de serem espiritualmente
elevados e prescindirem o próprio sustento, mas de, por não serem
capacitados ao ministério, desejar que os ministros vivam de "vento",
como a minha avó dizia. Pois bem, Paulo, talvez apercebendo-se de que
alguém poderia questioná-lo da mesma forma, já lançou o seu veredito
sobre os que assim pensam: se lhe damos as coisas espirituais, não
podemos tomar-lhes as carnais? Ora, o que é mais importante? O dinheiro
guardado em um cofre, na carteira, despendido com gastos muitas vezes
supérfluos, ou usá-lo na propagação do evangelho, no trabalho do
discipulado, nos meios necessários para que a mensagem de Cristo se
espalhe pelo mundo? Ou seja, o que sou incapaz de fazer, que não tenho
por dom, não me impede contudo de poder ajudar aos que o tem, e assim também sou
participante na difusão do evangelho. Paulo diz que o fato dos corintios
não o sustentarem, e a Barnabé, não tem implicações pecuniárias, visto
que sustentavam outros ministros, mas por desprezarem-no; eles não
consideravam o trabalho de Paulo digno de ser mantido, conservado,
estimulado. A origem do não sustento da igreja de Corinto baseava-se no fato de que o
ministério de Paulo, para eles, era sem importância, o que os tornava
ainda mais culpados diante do apóstolo e de Deus, agora por ingratidão. Não era questão financeira, pois os coríntios sustentavam a outros, em detrimento daquele que plantou a igreja entre eles, mas sobretudo os amava e continuava a guiá-los nos santos caminhos de Cristo.
Paulo sentencia no verso 14, "assim ordenou também o
Senhor aos que anunciam o Evangelho, que vivam do evangelho".
Primeiramente, Paulo cita a Cristo, o próprio Senhor, o qual ordenou: "
Digno é obreiro do seu salário" [Mt 10.10, Lc 10.7].
É possível abstrair daqui uma série de conceitos, e
há aqueles que dirão que a palavra "vivam" não tem relação material, mas
apenas espiritual. Bem, qualquer um que não experimentou somente o viver
imaterial não pode defender tamanha sandice. O homem é um ser completo,
total, e suprimir a parte material dele dizendo que o evangelho, em si
mesmo, será capaz de alimentá-lo e vesti-lo, por exemplo, sem que alguém
disponha de recursos para isso, é teoria das trevas, planejada no
inferno, para destruir não somente a igreja, mas a autoridade de Cristo e da sua palavra.
Por fim, penso que aquele que não dizima nem se preocupa
com o sustento do ministério do seu pastor ou de outros obreiros na
proclamação do Evangelho não ama verdadeiramente a igreja, nem Cristo,
pois ele morreu por ela, e mais ninguém.
Assim como ao final do estudo sobre o dízimo, que será a próxima pauta destes estudos, gostaria de perguntar: Por que não dizimar?
Essa é uma questão que não se cala...
Notas: 1 - No áudio, desta aula, entra-se um melhor desenvolvimento da questão, e outras implicações são nele abordados;
2 - Aula realizada na EBD do Tabernáculo Batista Bíblico;
3 - Baixe esta aula em aula 47c.mp3
Notas: 1 - No áudio, desta aula, entra-se um melhor desenvolvimento da questão, e outras implicações são nele abordados;
2 - Aula realizada na EBD do Tabernáculo Batista Bíblico;
3 - Baixe esta aula em aula 47c.mp3
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