04 março 2010

Pecado Não É Múltipla Escolha!

 















Por Jorge Fernandes Isah

Não tenho por hábito transcrever diálogos pessoais, mas recebi o pedido de ajuda de um irmão. Orei, e respondi-lhe. Alguns dias depois, escreveu-me aflito por cair novamente no pecado. Eis suas palavras:

“Preciso de uma mudança, eu não quero servir Jesus desse jeito, com pecado; eu lembro da passagem que fala de Acã e seu pecado escondido fez o arraial de Deus regredir. Eu faço a obra de Deus, prego, evangelizo, mas peco. Por favor, me ajude eu preciso restaurar o temor que eu tinha no meu primeiro amor, o medo de pecar é algo que eu já perdi, mas quero recuperar isso”.

A minha segunda resposta:

É difícil ajudá-lo a distância, sem conhecê-lo. Mas se esta é a vontade de Deus, que assim seja.

O ideal é que você tivesse um irmão maduro na fé, alguém que pudesse auxiliá-lo, como lhe disse, alguém com o qual convivesse, que estivesse próximo. Preferencialmente, procurando o auxílio do seu pastor. Sei como são essas coisas de timidez, pois também sou tímido, e não gosto de me expor. Mas você tem de entender que, no caso da Igreja, como membro do Corpo, faz o Corpo sofrer, ainda que os irmãos não saibam. Pois Cristo, como a cabeça, sabe. Paulo descreveu a situação assim: “de maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele" [1Co 12.26].

Depois que lhe escrevi, tenho orado por sua vida e pedido a Deus que o liberte desse vício e pecado, e meditado na sua situação. Como contei, fui viciado em pornografia e sexo por muitos anos, até a minha conversão, e sei como esses pecados nos controlam e dominam. No início, quando da conversão, há uma parada abrupta em nosso comportamento pecaminoso, é como se não houvesse nenhum desejo e vontade em pecar. Acontece que a nova natureza em Cristo faz com que a natureza carnal fique adormecida. Nessa fase, somos apenas de Cristo, queremos ir aos cultos, fazer evangelismo, ler a Bíblia, orar e falar de Jesus para todas as pessoas de uma forma inimaginável, quase compulsiva.

Então progressivamente perdemos esse "furor" inicial, e acontece da nossa antiga natureza ressurgir pouco a pouco. Começamos a ouvir músicas seculares, a ver tv, cinema, e tantas outras atividades tal qual antigamente. Voltamos aos antigos amigos, e consideramos que somos fortes o suficiente para enfrentar o mundo. Paulo foi claro ao nos alertar: Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia” [1Co 10.12]. Logo, começamos a olhar para as mulheres com um olhar diferente, quase como no passado, e sentimos desejos de ver o que é proibido, e de atentar para o proibido. O pecado nos atrai novamente, e somos atraídos por ele. Então, meu irmão, só há duas opções:

1) Nos rendemos ao pecado, e pecamos, ainda que depois venha o arrependimento.

2) Resistimos ao pecado, mesmo sabendo que Deus é misericordioso para nos perdoar.

O problema não é o pecado em si, ele é conseqüência do nosso relacionamento com Deus, ou da falta dele. Naquele momento, Deus é menor do que o desejo de pecar. Naquele momento, o pecado [seja qual for] é o meu deus. A questão é: amo o Senhor verdadeiramente a ponto de considerar não pecar, e não pecar quando tentado? Ou o meu amor é insuficiente para resistir ao pecado? [lembrando-me do novo-nascimento, a velha natureza estava soterrada, inativa, pela nova natureza. O que precisamos fazer é soterrar novamente a antiga natureza, e com ela, as práticas pecaminosas].

O mais importante é não gastar tempo ouvindo a própria voz. Ela lhe trará uma gama de ilusórias desculpas, que podem trazer alívio momentâneo, mas jamais o curará. De uma forma ainda pior, poderá cauterizá-lo e colocá-lo em uma posição de acomodação ao pecado. Ouça a voz de Deus, o qual fala pela Escritura Sagrada. Não canse de repetir para si mesmo: pornografia é pecado! E, ao crente, somente há uma forma de se relacionar com o pecado: rejeitando-o, derrotando-o, impedindo-o de se levantar da sarjeta, do monturo.

Não se engane com as mentiras que diz e já tem preparado para a ocasião, elas somente o manterão escravizado. Antes não rejeite a verdade, e se lance humildemente aos pés do Senhor. Diante dEle não há como nos exaltarmos e pecarmos [a tentativa soberba do homem em se sobrepor a Deus, de se exaltar acima dEle, como se isso fosse possível]. Diante dEle estaremos sempre humilhados, submissos, e em posição de não-pecado, não-autoglorificação, de não-rebeldia, mas de submissão, negação a si mesmo, de reconhecimento da nudez, pobreza, cegueira e iniqüidade humanas; e necessitados da Sua graça e sustento físico-espiritual. Como João o Batista disse: "É necessário que ele cresça e que eu diminua” [Jo 3.30].

Não deixe a mentira tomar conta da sua mente, e dizer que você é o que jamais foi. Leia e medite na verdade, a Bíblia, através da qual Deus nos fala e nos ensina a trilhar os caminhos santos para os quais Cristo nos chamou, capacitando-nos pelo poder do Espírito Santo.

Por que não devo pecar? Por que é uma ordem? Ou por que o meu amor a Deus é tamanho que não transgredirei a Sua ordem? Veja bem, não pecarei não porque estou com medo da punição [se fosse assim, ninguém pecaria], mas não pecarei porque amo ao Senhor de tal forma que o meu amor não me permitirá ceder ao pecado. Se o meu coração estiver cheio, repleto de Deus, não haverá lugar para pecar. Como digo sempre: onde há amor, não há pecado. Onde há pecado, não há amor.

A masturbação, especificamente, não é um pecado instantâneo. Ela não acontece por um impulso incontrolável, por um "repente", como se diz aqui em Minas. Ela é progressiva, um processo. Primeiro você se entrega ao deleite de olhar ou imaginar formas femininas, depois não se contenta apenas em imaginar, mas há a cobiça, o desejo de realizar algo com aquele corpo, por fim, como não é possível fazê-lo, você se rende ao alívio imediato, para não ficar mais pensando e sofrendo por não tê-lo, e por pensar e sofrer com o que pensa. Mesmo sabendo que é pecado, mesmo sabendo que desagrada a Deus, mesmo sabendo que será levado a pecar novamente, a sensação é por demais agradável; mesmo sendo escravizante, ainda assim, é algo incontrolável quando se peca a primeira, a segunda vez, quando não se refreia, peca-se por desordem. Pelo coração não estar acomodado, em conformidade com a santidade. Entra-se em um círculo vicioso... e, somente Deus para nos tirar dele.

Não vejo saída a não ser a oração, a mortificação da carne [o jejum é uma arma poderosa], afastando-se de tudo o que o remete à lascívia, à cobiça, ao prazer ilícito. Exteriormente somos "fisgados", mas o problema está no interior, no coração. Como o Senhor Jesus disse, é dele que procedem todos os males [Mt 15.17-18]. Porém, um coração cheio do amor por Deus será um coração vitorioso na luta contra o pecado.

Pedro diz: "Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e
piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou pela sua glória e virtude; pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo. E vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência, e à ciência a temperança, e à temperança a paciência, e à paciência a piedade, e à piedade o amor fraternal, e ao amor fraternal a caridade. Pois aquele em quem não há estas coisas é cego, nada vendo ao longe, havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados. Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis. Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo" [2Pe 1.3-11].

Em outras palavras, o apóstolo está dizendo ao crente: você é um eleito de Deus, resgatado da condenação por Cristo, feito co-herdeiro em Cristo, participante da glória e da graça de Deus em Cristo, portanto, viva como um eleito, não como um ímpio!

Pedro está nos exortando a viver segundo o chamado que Deus nos deu. Somos eleitos, então vivamos com tal, e não como o pecador que antes éramos.

No seu caso, posso fazer muito pouco ou nada além de ouvi-lo, de exortá-lo, de orar por você. Está em suas mãos resistir ao pecado e levar uma vida santa diante de Deus.

Novamente, voltemos a Pedro: "Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios, e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo; como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância; mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver; porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo" [1Pe 1.13-16].

Pedro reafirma aqui o que disse anteriormente: você é um eleito, viva como tal; não se entregue às práticas dos gentios e incrédulos, que antes fazia. Porque o chamado de Deus para o Seu povo é o chamado à santidade.

Paulo também diz: "E, se Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito vive por causa da justiça... De maneira que, irmãos, somos devedores, não à carne para viver segundo a carne. Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis. Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus esses são filhos de Deus... Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte todo o dia; somos reputados como ovelhas para o matadouro. Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou. Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor" [Rm 8.6-39].

Viva no Espírito, no amor do Senhor, e você morrerá todo dia para a carne. Não é fácil, mas não há outro caminho. Arrependa-se, coloque-se nas mãos do Senhor integralmente, viva o Evangelho de Cristo, viva por meio dEle, para Ele, e, certamente, Deus o libertará desse pecado. Na verdade, você já foi libertado pelo sacrifício do Senhor na cruz, assuma então a sua condição de eleito, e viva como um crente, como um servo guiado pelo Senhor, buscando-o, sujeitando-se, humilhando-se, glorificando-o, através do poder do Espírito Santo e da Palavra; pois o único antídoto contra o pecado é a santidade. Desejar mais do que qualquer outra coisa ser como é o nosso Senhor: santo!
 
Ore, ajoelhe, clame a Deus, implore, se humilhe diante dEle, arrependa-se com o que de mais intenso e verdadeiro haja dentro de você, e, certamente, odiará o pecado e amará cada vez mais a Deus.

Continuarei orando por sua vida, para que Cristo o liberte, dando-lhe discernimento e sabedoria para enfrentar essas tentações. Como disse anteriormente, a tentação ainda não é o pecado, mas quando passamos por ela sem resistência, o pecado invariavelmente acontecerá. A tentação é a chance que se tem de não pecar, o último recurso antes do desfecho final: a queda!

Escreva quando quiser e precisar.

PS: Acho que seria bom você pensar, pelo menos por enquanto, em afastar-se das pregações. Continue a evangelizar, a falar de Jesus para as pessoas; a orar, ler as Escrituras, meditar nelas. Buscar literatura de qualidade que o ajude a combater o pecado. Mas não considero, biblicamente, qualquer possibilidade de você se manter em algum ministério, seja a pregação, o louvor, ou qualquer outro, enquanto estiver rendendo-se ao pecado. Não seria correto para com Deus nem a igreja. Você disse que se converteu este ano, portanto, muito pouco tempo para assumir certas funções no Corpo local. Como Paulo diz, o neófito [novo na fé] não deve assumir liderança, "para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo" [1Tm 3.6]. Talvez o seu problema esteja aí. Mas é algo que apenas você poderá responder, então, pergunte a si mesmo sinceramente: por que estou no ministério? O que me motiva a exercê-lo?
Quem sabe, Deus já não esteja dando a resposta?

25 fevereiro 2010

Cura Bíblica ou Placebo Psicológico?
















Por Jorge Fernandes Isah

Lendo o livro do Dr. Jay Adams, "Manual do Conselheiro Cristão"1, percebi que ele bate repetidamente na mesma tecla: de que à parte da Escritura é impossível qualquer mudança ou cura espiritual.

O homem poderá se debater e se bater com diversas metodologias, desde as pretensamente mais científicas até as não-científicas; porém, sem que se creia nas orientações da Bíblia, a mudança mais radical, o novo nascimento, é inatingível; visto essa condição somente ser possível pelo poder do Espírito Santo o qual nos predispõe, transformando a antiga natureza em uma nova natureza, para que sejamos capazes de seguir o Seu norteamento.

Desta forma o não-crente somente terá uma esperança viva e verdadeira se, pela operação divina, converter-se à fé no Evangelho de Cristo. De outra forma, andará em círculos, amenizando aqui e acolá seus problemas, que "volta e meia" retornarão, sem que haja uma solução. São placebos sem nenhuma eficácia, o mesmo que tomar comprimidos de açúcar (que podem matar ao invés de curar, se a pessoa for diabética, p.ex).

Outra posição do Dr. Adams é a da necessidade de confrontação com o cliente (a utilização do termo se dá pelo fato do autor não ver o aconselhado como paciente). Enquanto ele não souber claramente qual é o seu problema, e esse problema não for tratado através do arrependimento e do perdão (sobretudo o arrependimento diante de Deus para receber o Seu perdão); confrotado pela sua natureza caída e a de seus semelhantes (a impiedade humana) diante da graça divina, esse homem será um homem sem esperança.

Ao contrário, se tiver a mente de Cristo, e for inundado por ela, aprenderá a viver uma vida relativamente desprovida de raízes neste mundo, e isso será uma imensa alegria, pois viverá como se peregrino e estrangeiro fosse. Como definiu o autor: "Toda mudança prometida por Deus é possível. Toda qualidade requerida por Deus, da parte de Seus filhos remidos, pode ser atingida. Deus supriu cada recurso para tanto necessário... sua pátria está nos céus (FP 3.20), e, por isso, há esperança de alegre mudança no aconselhado pela graça de Deus"2.

A mudança na crença do que é o homem a partir de conceitos "mascarados" pelo próprio homem, como a sua bondade inerente, a sua animalidade inerente, a sua irresponsabilidade inerente, a relatividade das relações e da moral, tornam em infrutíferas, perniciosas e catastróficas a metodologia humana para se tratar os desvios e os problemas espirituais (inorgânicos). A abordagem não-cristã é inútil e apenas escravizará o "doente" numa espécie de redoma que o próprio método o direcionará e aprisionará.

Por exemplo, existe a abordagem do conhecimento do especialista (freudianismo) em que o aconselhamento somente deve acontecer por métodos e técnicas apropriadas (segundo eles). Nela os problemas são resultados dos eventos externos ocorridos na vida do cliente, o que retira do cliente qualquer responsabilidade, pois os fatores que o levaram ao problema decorrem das ações de outras pessoas. Interessante que esse método tende a "inocentar" o cliente e a culpabilizar quem vive ao seu redor. E, assim, o indivíduo vive num círculo vicioso onde a culpa dos seus problemas se deve à socialização deficiente, onde o cliente sempre será a vítima, e as outras pessoas com quem conviveu em seu passado ou mesmo no presente, são os criminosos. E isso determinou-lhe uma consciência rígida (superego), a qual se encontra em conflito com os seus desejos normais (id), levando-o às dificuldades, à sua não adaptabilidade, gerando os vários e duradouros conflitos da vida.

Portanto, o perito terá de desfazer aquilo que os outros fizeram, reverter esse quadro pela psicanálise, retrocedendo ao passado do cliente, fazendo-o reviver pessoas e situações desagradáveis, a fim de torná-las, durante as sessões, agradáveis, reestruturando o sistema de valores do aconselhado. Esse método é longo e está envolto em um emaranhado de especialização que torna o psicanalista em uma espécie de "super-homem" com todos os poderes sobre o cliente. Ele cria uma dependência e um vínculo que impedem o paciente até mesmo de decidir sobre si mesmo, pois muitos são internados por ordens desses mesmos peritos, que controlarão a sua vontade e desejos tornando-os em corpos sem almas.

Da mesma forma, ainda que o padrão seja diferente, o behaviorismo de Skinner, se posiciona como a escola de modificação comportamental baseada no empirísmo. Para eles, o homem é apenas um animal, e, por isso, produto do seu meio ambiente. Novamente, temos uma causação externa ao cliente. Ele não é culpado por seu comportamento nocivo, o qual é somente consequência do seu convívio social.

Para Skinner, falar ao menos em responsabilidade é uma insensatez. "A solução aventada por Skinner consiste em descobrir cientificamente as contingências relacionadas à conduta 'deficiente' (todos os julgamentos de valores fazem parte da mitologia), para então, com base nos informes obtidos, reagrupar as contingências ambientais, a fim de reprogramar as reações do paciente. Isso é feito mediante o uso de recompensas e controles que provoquem a aversão"3. Em outras palavras, seria o mesmo que domesticar o homem como se domestica um cão selvagem, treinando-o para fazer exatamente o que o "dono" quer. Porém, ao meu ver, os animais foram criados por Deus para servirem ao homem; e, especificamente neste caso, o que vemos é o homem no mesmo nível dos animais, servindo a um grupo elitista que se considera como um semi-deus. Desta forma, o método utilizado não é o da confrontação bíblica, mas o da manipulação, ao qual muitos aconselhadores cristãos se submeteram (p.ex., Dobson).

Para ele, o homem é tão destituído de valor quanto qualquer animal; e assim, podem fazer do homem qualquer tipo humano desejado, começando pela manipulação genética e então estabelecendo as contingências ambientais desejadas. O objetivo é o de criar rebanhos, como gado. Mas, mesmo entre peritos tão obstinados, não há unidade, e determinar o que quer que fosse seria impossível, visto não haver valores fixos, nem padrões, pois tudo é relativo, está a ser descoberto ou mesmo pode não ser o desejado.

Da mesma forma outras abordagens seguem o mesmo padrão de controlar, dominar e aprisionar os clientes aos seus métodos. Não há desejo real de libertá-los.

Sem o uso das Escrituras, sem a conversão, sem o arrependimento, sem que o Espírito Santo atue no homem, sem a santificação, sem a confrontação bíblica, sem que a criança seja ensinada nos caminhos do Senhor, todos esses métodos se tornam em uma louca prisão, onde o cliente não obtém cura, e necessita constantemente estar "conectado" ao especialista e sua metodologia, sem que muitas vezes se saiba exatamente o que ele tem, nem como "curá-lo".

Uma boa dica de série televisiva é Monk, cujo personagem sofre de transtorno compulsivo, o chamado "toc", e se mete em hilárias situações (ainda que a série faça da psicanalise uma "válvula de escape"; de onde o personagem não consegue escapar, e se mantém completamente dependente, preso ao método).
Há outras como Criminal Mind e Lie To Me (nitidamente adeptas do método de Skinner) que abordam o homem a partir do seu comportamento. Em última análise, eles sempre poderão solucionar os casos criminosos baseados na personalidade, no seu passado, e em suas relações. Acontece que sendo o próprio homem quem investigará esses elementos, assegurar que ele os compreenderá e solucionará é impossível. Como séries policiais, elas não se propõem a garantir a cura do cliente (nem estão preocupadas com esse aspecto), mas apenas descobri-lo, revelando-lhe a identidade através dos crimes. Mesmo que o objetivo seja minimamente alcançável, tenho dúvidas da sua eficácia.

Outra interessante série no campo psicológico voltada para os animais é o Encantador de Cães, ainda que esteja fundida a uma crença holística (espiritualista panteísta), mas que também analiza os comportamentos dos humanos, no caso, os donos, a partir do mesmo princípio em que os animais são examinados.

Voltando ao Dr. Adams, ele se posiciona frontalmente contra os métodos anticristãos, os quais, perpassados por técnicas esotéricas, obscuras, não revelam a verdade do paciente, nem o colocam em contato com a realidade, sua e do mundo em que vive. Pelo contrário, eles o transportam para um mundo paralelo, onde não há solução, apenas contemporização e uma cura intangível. 

Com o alicerce sólido [a Escritura] o crente poderá erguer uma metodologia cristã coerente com o alicerce; enquanto o incrédulo sempre distorcerá esses aspectos com seus pecados e sua posição não-cristã de vida. Porém, o conselheiro cristão poderá trazer à luz a verdade obscurecidamente refletida pelo incrédulo a partir dos princípios e metodologia bíblicos. Ele jamais deverá buscar e incorporar a esses princípios e metodologia elementos alheios e antibíblicos. Técnicas que aparentemente são eficazes somente o distanciarão ainda mais da eficiência escriturística.

Infelizmente o eclético e o cristão "moderno" (diga-se pragmático e liberal) partem da premissa de que não existe base bíblica que sirva de alicerce, e, invariavelmente, pegarão tudo de que dispoem à mão para tentar construir algo que funcione, mas que ao final, será apenas um trabalho sem efeitos reais e verdadeiros.

Na ânsia de se obter resultados a qualquer custo, esquece-se de que há somente um caminho que o assegurará: a sabedoria e o conhecimento bíblico com o qual o homem é transformado à imagem de Cristo. Em sua rebeldia, o que o homem faz é afastar-se de Deus, e buscar em si mesmo o deus (in)capaz de curá-lo.

O crente não pode agir como alguém que ao final não tem nada, quando Deus lhe deu tudo, tanto o alicerce como os materiais a fim de construir um sistema bíblico.

O pressuposto principal é o da inspiração divina da Escritura, a qual tem o poder de:

1) Ensinar, estabelecendo normas de fé e de vida.

2) Repreender, mostrando de modo convincente aos crentes que errarem, como e de que forma estão vivendo no erro.

3) Corrigir, endireitar novamente a partir das Escrituras a fim de que o crente se firme outra vez.

4) Disciplinar na justiça, pois as Escrituras permanecem operando em nós, estruturando-nos na disciplina diária, conduzindo-nos à piedade.

Esses quatro usos das Escrituras delimitam quatro atividades básicas do aconselhamento bíblico:

1) Atividade aquilatadora, o crente, alicerçado na Bíblia, não encontra dificuldade alguma em fazer juízo sobre as questões. Por exemplo, a Bíblia diz que o homossexualismo é pecado. Para o crente, a questão está resolvida.

2)Atividade convencedora, na qual a Palavra revelará o padrão divino de santidade a fim de que haja arrependimento do aconselhado, e não uma busca infrutífera por um alívio. Condutas pecaminosas sempre trarão consequências danosas às vidas das pessoas; logo, o conselheiro, ao invés de minimizar ou contemporizar o pecado, deve mostrá-lo, levando o cliente à convicção de sua rebeldia. Somente a ação do Espírito Santo mediante a Palavra poderá ajudar o aconselhado a buscar o "reino de Deus e a Sua justiça", através da qual ele experimentará o verdadeiro alívio e a verdadeira felicidade.

3)Atividade Transformadora - As escrituras, eminentemente práticas, levarão o crente não somente a reconhecer o seu pecado, mas a como ser restaurado, recuperado do pecado. A Bíblia deve ser usada de modo prático, da forma como Deus tencionou que fosse empregada.

4)Atividade Extruturadora - O discipulado através da disciplina no ensino regular e ordenado da Palavra, pela Palavra, tornará o crente habilitado para toda a boa obra; porque não há nada que o homem de Deus não esteja adequadamente preparado pelas Escrituras.

Portanto, a metodologia a ser aplicada no aconselhamento não pode ser o ajuntamento e colagem de toda espécie de coisas à Bíblia, e sim, usarmos os recursos do conhecimento divino no aconselhamento, através do estudo árduo e contínuo das Escrituras.

É preciso conhecer os problemas humanos, e descobrir as respostas dadas por Deus. E o único método é através do estudo e ensino das Escrituras.

Para completar, o aconselhamento cristão é uma prerrogativa de qualquer crente, mas, sobretudo, ele tem de vir sob a autoridade investida por Cristo e a Igreja; portanto, segundo Adams, é função primordial dos pastores, os quais são preparados escrituristicamente para tal, e outorgados por Deus e a Igreja para cumprirem essa missão, como vocação especial. 

Infelizmente, do último século para cá, o aconselhamento tem sido adotado secularmente por profissionais da área médica; e os médicos devem se ocupar exclusivamente com os problemas orgânicos, ou seja, com a saúde física do homem. Assim, "não há lugar, no esquema bíblico, para o psiquiatra como médico de especialidade separada. Essa casta, que a si mesmo se nomeou, veio à existência ante a expansão do guarda-chuva médico a fim de incluir as doenças inorgânicas (qualquer que seja o seu sentido)"4.

Ao investirem-se de prerrogativas as quais não lhe cabem, como as do psicólogo e psiquíatra, eles deixam de cumprir verdadeiramente a sua missão para tornarem-se em ministros seculares, metade médico (uma parte insignificante) e metade sacerdote secular (uma parte avantajada), corrompendo todo o objetivo do aconselhamento e, por conseguinte, da medicina. Até porque muitos vêem o aconselhamento como uma forma de não-aconselhamento, relativista, em que o aconselhado é estimulado a falar ao invés de ouvir, onde não se busca o resultado objetivo (no caso do crente, a santificar-se e amoldar a sua imagem à de Cristo).

A função do conselheiro é a de, com sabedoria e ensinamento bíblico, orientar o aconselhado a abandonar as práticas que lhe são nocivas, notadamente as práticas anti-cristãs, e pecaminosas.

Nota: 1 - "Manual do Conselheiro Cristão" - Dr. Jay Adams - Ed. Fiel 
2 - Idem - pg. 40
3 - Idem - pg. 85
4 - Idem - pg. 22

18 fevereiro 2010

deus, não é Deus











Por Jorge Fernandes Isah

Deus é Deus. Não importa o que eu pense, nem se penso. Ele continua Deus. Não importa o que eu faça, nem o que não faça. Ele é Deus. Não importa o que creia, nem o que não creia. Ele permanece, e sempre será Deus. É uma afirmação simplista? Sim. Mas nela está contida uma verdade absoluta: Deus não é outra coisa a não ser Deus. Ainda que eu me aventure a rotulá-lo ou redefini-lo, nada o fará deixar de ser o que é: “eu sou o que sou” [Ex 3.14].

Nem a fé, nem o ceticismo. Nem as boas obras, nem as más. Nem a morte, nem a vida. Nem o bem, nem o mal. Ou qualquer outra coisa que eu seja ou produza. Ainda que o universo não existisse, Deus é Deus. Imutável, Todo-Poderoso, Soberano, Perfeito, Justo e Santo.

Então se dirá: como sabe essas coisas? Como saber que Deus é Deus? Não dependerá daquilo que apreendo dEle, de como o vejo e me relaciono? Deus não depende de mim?

A verdade é que todas as criaturas têm um relacionamento com Deus. Seja a matéria ou a anti-matéria, seja o físico ou o espiritual, seja forma ou amorfa, viva ou morta, certa ou errada, possível ou impossível, verdadeira ou falsa. Tudo se relaciona com Deus, pois Ele é o criador de todas as coisas, e nada pode vir à existência sem que Ele determine que exista, nem mesmo os pensamentos, nem mesmo o que não pensamos; “porque todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” [Jo 1.3].

Ele não depende em nada de nós.

Até mesmo o que não existe se relaciona com Ele, pois por sua vontade não o trouxe a existência. Nada pode autoexistir ou surgir sem que Ele queira, pois seu plano é certo e infalível. Como está escrito: “Sabei que o Senhor é Deus; foi ele que nos fez, e não nós a nós mesmos” [Sl 100.3].

[Apenas como uma hipótese ou uma hipérbole, o não-relacionamento é uma forma de relacionamento].

Os réprobos relacionam-se com Deus, rejeitando-o, desprezando-o, blasfemando, opondo-se, pecando e cultivando a impiedade como afronta à Sua santidade. Não importa se consciente ou inconsciente, se voluntário ou involuntário, tencionando fazê-lo ou não, se por dolo ou distração, se livre ou obrigado, o fato é que todo pecado, e por conseguinte toda criatura, tem um relacionamento com o Criador: O Senhor olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus. Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos: não há quem faça o bem, não há sequer um” [Sl 14.3]. E isto vale também para satanás e seus anjos.

Ao final, todos têm um relacionamento com Deus, independente de se querer ou não; independe da vontade, pois tudo no universo está sujeito a Ele, contido e limitado pelo Seu poder: pois o Seu “reino é um reino eterno; o teu domínio dura em todas as gerações” [Sl 145.19]. Foi o que Paulo também disse: “Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração” [At 17.28].

A dependência seja em qual nível for revelará o tratamento que Deus dispensa e a forma como nos portamos diante dEle. Nada acontece por acaso, nem cairá no esquecimento, porque o “Senhor guarda a todos os que o amam; mas todos os ímpios serão destruídos” [Sl 145.20]; ainda que faça o sol se levantar sobre maus e bons, e a chuva descer sobre justos e injustos [Mt 5.45]. O que me leva a concluir que o Senhor tem um relacionamento pessoal com cada uma de Suas criaturas, tanto as eleitas como as réprobas, pois até mesmo estas cumprem o Seu propósito eterno, segundo os Seus desígnios, de criar “até o ímpio para o dia mal” [Pv 16.4].

Contudo o relacionamento ou dependência de Deus não significa conhecimento, saber quem Ele verdadeiramente é. Apenas aqueles que são predestinados e chamados para serem conforme a imagem de seu Filho, para que “ele seja o primogênito entre muitos irmãos” [Rm 28.29], podem conhecê-lo. Não digo reconhecê-lo por algumas particularidades, pelos indícios que a criação nos revela da Sua majestade, pela impossibilidade de haver o acaso e a aleatoriedade na vida, mas pelo que é, e nos revelou de Si mesmo.

Em linhas gerais, Deus se revelará apenas a quem quiser, pois não é um exercício do quanto podemos conhecê-lo, mas do quanto quer que saibamos. Ainda que não seja a essência do versículo, ele pode muito bem ser aplicado nesta situação: “assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus que se compadece” [Rm 9.16]. Ele é misericordioso até mesmo em Se revelar, e isso é simplesmente fantástico: a forma como o Todo-Poderoso quis se mostrar. Porém se não for por Ele, não o será. Se não for pela regeneração da mente natural, o homem não o conhecerá. Se não for através da revelação especial, o que se apreende será apenas uma concepção incompleta, não elucidativa, errônea, ao ponto em que não passará de uma mera criação humana, transformando em lenda ou ficção o que é real e verdadeiro.

Estará evidenciada a incapacidade do homem, por si só, de conhecê-lo. E ela não poderá ser corrigida se não for pelas mãos de Deus. Se Ele não transformar o barro dando-lhe vida, o novo-nascimento, nada feito. “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus... Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo” [Jo 3.3, 7].

Pois os regenerados, as ovelhas, serão apartadas dos bodes; aquelas à direita, e estes à esquerda. Então o Senhor dirá aos que estiverem à sua direita: "Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo" [Mt 25.34]. E dirá também aos que estiverem à sua esquerda: "Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos" [Mt 25.41].

As ovelhas não são bodes, nem os bodes, ovelhas. E Cristo não os confunde; antes criou-os separados, com propósitos distintos, com o fim de ser glorificado; e naquele dia, todos verão a Sua obra concluida. E ela passa necessariamente pela regeneração dos pecadores, aqueles que receberam a Sua misericórdia e não nasceram do sangue, “nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” [Jo 1.13], o qual ordenou que assim fosse, antes da fundação dos séculos, para a nossa glória também. Porque o que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiu ao coração do homem, é o que Ele preparou e reservou aos que o amam. Revelando-as pelo seu Espírito; “porque ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus” [Rm 2.11]

Tais coisas são reveladas através da Bíblia Sagrada, a própria voz do Senhor falando aos nossos ouvidos. Mostrando-nos o que Ele é, o que somos, as promessas que nos são reservadas, na esperança de que se cumprirão infalivelmente, porque assim nos diz, e assim será. Como escrevi certa vez, não há silêncio nas Escrituras. Jamais Deus se calará àqueles que tiveram seus ouvidos abertos, a mente aberta, o coração de pedra transformado em carne; pois somente Ele é capaz de dar vida ao defunto, tirando-o das trevas e levando-o para a luz, Jesus Cristo, o qual "eu vi, e tenho testificado que este é o Filho de Deus"[Jo 1.34].

Porque Deus estará sempre a se revelar ao Seu povo, para que o conhecimento seja entre Pai e filhos, através do Unigênito, Cristo, em cujas mãos estão todas as coisas, e nas quais fomos entregues, porque ouvimos a Sua voz e Ele nos conhece, e nos deu a Sua vida para que jamais pereçamos, como ovelhas desgarradas levadas ao aprisco pelo Pastor [Jo 10.27-28].

Como está escrito: “Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido” [Jo 10.14].

Sem Cristo e o Evangelho, o conhecimento de Deus é impossível! E se tem apenas o deus que se quer, e no qual estupidamente se acredita.

E esse deus, não é Deus!


16 fevereiro 2010

Resultado do Último Sorteio de Livros & Nova Promoção


NOVO SORTEIO

No próximo mês de Março serão sorteados pelos blogs Internautas Cristãos, Kálamos e Voltemos ao Evangelho, os seguintes livros: 

Kit 1: "Com Vergonha do Evangelho" - John MacArthur Jr. - Ed. Fiel














Kit 2: "Questões Últimas" - Vincent Cheung - Ed. Monergismo














Kit 3: "O Papado e o Dogma de Maria" - Hernandes Dias Lopes - Ed. Hagnos














Kit 4: "Deus é o Evangelho" - John Piper - Ed. Fiel














Kit 5: "As Crônicas de Nárnia - Volume Único" - C. S. Lewis - Ed. Martins Fontes














Maiores detalhes e inscrição para o sorteio AQUI.


Resultado do Último Sorteio:


Os ganhadores da promoção "Sorteio de Livros" organizada pelo site Internautas Cristãos, pelo blog Kálamos e Voltemos ao Evangelho, no mês de Fevereiro/2010 foram:

KIT 1 - "Sermões em Efésios", de João Calvino - Gabriela Brandalise - PR;
KIT 2 - "Piedade com Contentamento", de Vincent Cheung - Rubner Rodrigues Durais -SP;
KIT 3 - "Por Que os Homens São Salvos?", de Charles H. Spurgeon - Camila E. Chagas Augusto -MG;
KIT 4 - "Os Dez Mandamentos", de Arthur Pink - Ana Gabriela da Conceição - RJ.

Os contemplados terão o prazo de 05 (cinco) dias utéis para manifestar o interesse de receber os livros, enviando-nos nome e endereço completo com CEP. Os livros serão enviados no prazo de 10 a 15 dias após a resposta dos ganhadores, pela ECT, em encomenda normal. Caso o ganhador não se manifeste no prazo indicado, novo sorteio será realizado a fim de destinar o prêmio a outro participante.

Aos contemplados, parabéns e boa leitura!

Tiago Knox - Internautas Cristãos
Jorge Fernandes Isah - Kálamos
Vinícius Pimentel - Voltemos ao Evangelho

11 fevereiro 2010

Castelos de Areia Demolidos

















Por Jorge Fernandes Isah

Como prometido em um comentário da postagem anterior, apresentarei um esquema que, de certa forma, sintetiza os pensamentos em "Dupla predestinação, o Barro 'decaído' e a Arbitrariedade de Deus" , e muitas outras reflexões neste blog. Gosto muito de síntese, apesar de praticamente todas as minhas ruminações serem analíticas. 

O objetivo não é explicar tudo, até porque não considero tudo explicável, havendo coisas que não nos foi revelada por Deus e que permanecerão um mistério até aquele glorioso dia, quando não será necessário perguntar nada.  Mas naquilo que nos foi revelado, não temos que temer conhecê-lo.

Então, vamos ao esquema!

1) Deus é soberano e autoridade sobre toda a Sua criação, inclusive, o homem [o que desagradará os proponentes de todos os sistemas humanistas, que veem o homem como autônomo e livre em relação a Deus]. "Conhecidas são a Deus, desde o princípio do mundo, todas as suas obras" [At.15.18].

2) Deus preordenou tudo no universo, inclusive o mal e o pecado, até mesmo as nossas mínimas atitudes e pensamentos. Nada está livre do poder de Deus, pois se assim estivesse, Deus não seria o Todo-Poderoso [Is 44.6-7, 45.5-7].  Novamente os sistemas humanistas ruem diante da Palavra; porque, em sua insignificância, o homem é livre apenas para cumprir o eterno decreto de Deus, o qual é a manifestação da Sua perfeita e santa vontade.

3) O fato do homem não ser livre, não exclui a sua responsabilidade sobre os seus atos. O homem é responsável não porque é livre, mas porque praticou esses atos e, ao executá-los, tornou-se responsável por eles, e o único culpado e réu; pois "A alma que pecar, essa morrerá... na sua transgressão com que transgrediu, e no seu pecado com que pecou, neles morrerá" [Ez 18.20, 24]. 

4) Responsabilidade não pressupõe liberdade humana [livre-arbítrio ou autonomia], mas autoridade divina, a qual foi estabelecida pela Lei Moral [a primeira delas promulgada no Éden:"De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás" (Gn 2.16-17)] .

5) Deus é justo. Não há padrão de justiça superior a Ele [Sl 11.7].

6) Deus é santo. Não há padrão de santidade superior a Ele [Sl 145.17, Is 43.15].

7) Deus é Todo-Poderoso. Não há poder superior a Ele [Ap 1.8]. Como o profeta disse: "
A quem, pois, fareis semelhante a Deus, ou com que o comparareis?" [Is 40.18].

8) Deus não está sujeito à Sua criação, nem mesmo à Lei Moral. Ela é para as Suas criaturas, portanto, aplicam-se somente a elas. Não se pode aplicar a Lei Moral a Deus, porque ela está no nível da criação, não do Criador.

9) Deus não peca exatamente pelo mesmo princípio de autoridade máxima; e do pecado ser criação, logo, ele está no nível da criação, não do Criador. Nada pode sujeitá-lO, antes o Senhor é quem sujeitou todas as coisas conforme a Sua bendita vontade [Fp 3.21].  

Abro um parênteses para reafirmar que o homem faz parte da criação, logo está no nível da criação e sujeito à vontade divina. Não há a menor hipótese do homem, ainda que precariamente, ainda que minimante, ainda que se sinta ilusória e fraudulosamente investido de algum poder, frustrar o plano divino. Antes, o homem é nada perante Ele, "e todos os moradores da terra são reputados em nada, e segundo a sua vontade ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem possa estorvar a sua mão, e lhe diga: Que fazes?" [Dn 4.35].

Ainda que certos conceitos sejam “duros” demais mesmo para calvinistas, não me importou ou interessou amaciá-los, nem também enrijecê-los, porém cabe-nos aceitá-los como Deus os revelou e encontram-se registrados nas Sagradas Escrituras.

A Bíblia demole o humanismo... e os humanistas, como os castelos de areia são destruídos na praia.

27 janeiro 2010

Não Há Silêncio Na Escritura













Por Jorge Fernandes Isah

Tenho me arriscado a escrever sobre alguns assuntos que até pouco tempo sequer tinha a menor idéia. Isso se deve especialmente à renovação da minha mente pelo Espírito Santo, e  a leitura das Escrituras. Mas não há como rejeitar aquilo que os santos de todos os tempos escreveram e ainda escrevem, seja em livros, artigos, pregações ou postagens em sites e blogs. Pretender ser uma mente "neutra", partindo-se do zero é pura prepotência e soberba, além de ser uma conclusão estúpida e enganosa em si mesma. Não tenho problemas em assumir o que sou, e o que tenho sido é fruto da ação de Deus através da instrumentalização do corpo de Cristo, capacitado pelo próprio Deus a auxiliar os membros no conhecimento e entendimento da verdade. Isto não quer dizer perfeição nem infabilidade, mas um processo lento em que, mesmo na imperfeição e vivendo com a natureza pecaminosa, o Senhor vai-me afastando cada vez mais de mim, e me colocando cada vez mais próximo de Cristo.  E, de forma alguma, ninguém pode dizer que o conhecimento adquirido ou a ignorância cultivada é fruto exclusivamente de si mesmo. Mas esta é apenas uma introdução, não o assunto deste texto. 

Dito isso, abordarei mais um tema do qual não domino, mas tenho o entendimento suficiente para considerá-lo verdadeiro: o pressuposicionalismo bíblico. 

Interessante que alheio à metodologia humanista de se avaliar e colocar o texto bíblico à prova da razão e da ciência, as pressuposições interpretativas serão a base para a exegese; ou seja, nenhum estudioso interpretará as Escrituras sem pressuposições, e a afirmação de que existe uma "neutralidade" no estudo não passará de uma grande farsa.

A questão é: ou se interpreta a Bíblia através das pressuposições sobrenaturais, ou a fazemos através das pressuposições racionalistas e liberais. Delas dependerá o caminho a ser tomado. O que significará utilizar de pressuposição interpretativa crente e ortodoxa ou incrédula e liberal.

Na verdade o incrédulo baseará o seu estudo a partir da incredulidade; enquanto o crente baseará o seu estudo a partir da crença bíblica.

Defender uma isenção ou neutralidade é sempre uma forma de engano,  de se autoenganar, tendo-se em vista a impossibilidade de interpretação a partido do nada, da neutralidade, pois, sem se partir de algum ponto específico é impossível se chegar a algum lugar.

Porém, isso não quer dizer que as nossas crenças se sobreporão à Bíblia, que se chegará diante dela com tudo ajeitado, esperando apenas a confirmação, a qual implicará, muitas vezes, em conspurcação, em distorção do texto bíblico. Ao contrário a Escritura deve avaliar e validar se todas as nossas crenças estão, de fato, concordantes com a revelação proposicional de Deus. O incrédulo e liberal utilizará a sua fé não-sobrenatural e irracional, ancorado em falsas premissas, a deduzir que tudo deve partir e ser explicado pelo homem. Deus é simplesmente descartado do método, revelando o quanto o discurso racionalista não passa de um embuste irracional, tendencioso e desonesto de se interpretar a realidade escriturística.

Então podemos dizer que a interpretação bíblica estará respaldada pela fé, que estará sustentada por suposições ortodoxas. Temos, por assim dizer, um círculo vicioso, certo? Errado. Simplesmente porque assim como Deus pode ressuscitar um cadáver e soprar vida numa alma morta [o que os liberais terão uma infinidade de desculpas e justificativas no mínimo absurdas e estapafúrdias para não reconhecer a sobrenaturalidade bíblica e reafirmar a sua incredulidade], assim também Ele pode transformar nossas pressuposições. E isso acontece infalivelmente na regeneração, no novo-nascimento, quando o Espírito Santo reorientará as pressuposições do homem em relação à Bíblia. Já que o homem caído, o homem natural, encontra-se no estado de rebeldia contra Deus e a Sua palavra, sendo-lhe impossível concebê-la como a fidedigna revelação divina. Somente após o novo-nascimento ele estará em disposição intelectual para aceitá-la e sujeitar-se a ela pela renovação da mente, tornando-a semelhante à mente de Cristo.

Ainda que o seu entendimento inicial seja limitado, e algumas das suas antigas pressuposições ainda permaneçam nos detalhes, à medida que a palavra for-lhe revelada, ele estará crescendo na graça, deixando de tomar leite para comer carne, amadurecendo-se, santificando-se, progredindo no entendimento da Bíblia e da Fé que foi uma vez dada aos santos.

Logo a tarefa interpretativa deve estar pautada por pressuposições teológicas [pressuposicionalismo], fundamentadas na ortodoxia cristã, ao invés de se recriar novas ortodoxias [ou seriam heterodoxias?] a cada geração que, na verdade, têm como único objetivo demolir a fé bíblica e disseminar o ceticismo iluminista. Faz-se necessário apelar constantemente à Bíblia, "a Palavra santa e viva de Deus, que nos reorienta e que refina as nossas pressuposições e proporciona um entendimento cada vez maior da revelação escrita de Deus, dentro dos limites da ortodoxia cristã"1.

Mesmo sendo possível aos exegetas discordarem ou se contraporem à infalibilidade bíblica [de chegarem à conclusão da não infalibilidade do texto sagrado], o problema estará na abordagem "científica" que os levará a compreender o método humano como infalível, mesmo que substituído por outro, e por outro, e mais outro, e tantos quanto forem necessários para que a ciência sempre seja o argumento final de todo o processo interpretativo [excluíndo-se qualquer hipótese de sobrenaturalidade bíblica], levando-a ao extremo de ser o dogma principal da crença naturalista: a fé cega na ciência; o que implicará sempre no silêncio de Deus para eles, quando o Senhor está a falar ativa e diretamente em toda a Escritura.

O próprio fato de tê-las diante de nós é a prova cabal da sua infalibilidade, "e qualquer outra conclusão de uma, assim chamada, exegese 'objetiva' é categoricamente equivocada - e enganosa"
2.

A imperfeição humana e o seu estado caído são provas da impossibilidade de se obter a "precisão científica" tão decantada e idolatrada pelos estudiosos, mas que no fundo, não passa de uma tentativa insignificante e frustrada de se "avaliar" a revelação especial, além de ser uma afronta a Deus.

O único padrão válido para a interpretação bíblica e seus aspectos históricos, éticos, artísticos, etc é o da Bíblia, a qual é a voz do próprio Deus. Portanto, infalível. Assim o método interpretativo levará, se bíblico, ao conhecimento da verdade; se extrabíblico ou não-bíblico, ao aprofundamento cada vez maior no engano. O que me leva a concluir a completa e total impossibilidade do homem natural conhecer a Deus a parte da revelação escriturística, sem que o Espírito Santo opere em sua mente regenerando-a.

Em linhas gerais, todo o esforço interpretativo do homem não-bíblico somente o afastará mais da verdade; enrijecendo-lhe a mente ao ponto em que todo o seu esforço "científico" o levará mais ao abandono e ao não-conhecimento de Deus. Ele terá uma idéia do que venha a ser o Todo-Poderoso, porém  será uma imagem tão distorcida que nem mesmo o mais eficiente espelho esférico poderá reproduzir.

Na verdade, enquanto muitos acreditam enganosamente no silêncio de Deus,  Ele estará sempre a falar.

Porque não há silêncio na Escritura. 

Nota: 1- "Infalibilidade e Interpretação", de  Rousas John Rushdoony & P. Andrew Sandlin - Editora Monergismo - pg. 61
2- idem - pg. 75
 

21 janeiro 2010

Cristianismo AntiCristão






















Por Jorge Fernandes Isah

Há um empenho quase generalizado de se propagar a idéia de que todos os caminhos levam a Deus. De que qualquer religião praticada com sinceridade é aceita por Deus. De que qualquer forma de devoção, ritual ou religiosidade pode agradá-lO. Seria o mesmo que confundir um maestro com um condutor de trem, um golfista com um cavador de buracos, um domador de leões com um exterminador de insetos. Essa falácia está presente em todas as religiões, especialmente entre os deístas e politeístas. No caso do teísmo, onde essa falsa idéia deveria ser rejeitada, infelizmente tem ganhado corpo e achado guarita. Tanto o judaísmo, como o cristianismo, e o islamismo estão sendo contaminados pela premissa de que, em princípio, tudo é possível ao homem no satisfazer a Deus. Esquecem-se contudo de que Ele explicitou claramente o que lhe apraz: a sujeição do homem a Cristo, e o senhorio de Cristo sobre o homem. Mas isso está sendo cada vez mais desprezado e ridicularizado entre aqueles que se dizem cristãos. E o que poderia levar a tamanho engano e disparate?

Há de se analisar que existem apenas duas religiões: a divina e a humanista. Uma se contrapõe à outra, e, infelizmente, alguns crentes e denominações cristãs têm se apegado a parte da verdade, como se ela pudesse ser fatiada e cada pedaço viver coerentemente sem o todo. Então, com o pedaço na mão e a partir dele, constrói-se um sistema falacioso e corrupto em que essa partícula verdadeira é soterrada por camadas e camadas de entulhos, ao ponto em que não se é possível mais identificá-la, ou ganhou uma conotação tão espúria e degradada, unida ao paganismo e ao sincretismo, que se acaba por formatar uma cosmovisão pluralista, inconsistente e, sobretudo, anticristã. Partindo-se do princípio de que o mundo tem e pode ser entendido por ele mesmo, de que a resposta está ao alcance dos dedos sem a necessidade da sabedoria divina para explicá-lo. Em linhas gerais, prega-se a autosuficiência e o autoconhecimento, bem ao estilo gnóstico de se interpretar o mundo através de um sistema subjetivo, quase sentimental, em que a maior virtude é a dúvida, disfarçada de falsa sabedoria. É a maneira sutil de apanhar os tolos numa espécie de piedade e nobreza, onde há apenas autocomiseração, a fim de mantê-lo domesticado pelo pecado.

A intenção é claramente uma só: através da ontologia, da epistemologia, da ética e da teleologia criar-se um conjunto uniforme que se oponha ao cristianismo ortodoxo; operando a partir do ponto de vista relativista, pragmático e imanentista, colocando o homem como o ser supremo, o centro do universo, quando ele nada mais é do que o bobo da corte.

Desta forma a religião humanista (e nela está contido o arminianismo e todas as outras formas e concepções em que o homem tenta desesperadamente usurpar o trono de Deus; alguns conscientes, outros nem tanto) subverte algo do cristianismo para moldar a idéia de que todas as concepções são legítimas, de que todos os caminhos são aceitáveis, vistos que eles ensinam e se preocupam apenas com o bem-estar do homem; então, a cosmovisão que proclama o estado de depravação e iniqüidade do mesmo homem e a completa soberania de Deus tem de ser combatida a fim de se resguardar a integridade da criatura.

Logo, não há lugar para a ortodoxia cristã, nem para Deus como o ser supremo, justo e santo, que irá julgar esse mesmo homem; não há chance de salvação além dele mesmo, e muitos consideram desnecessária a própria salvação na toda poderosa e suficiente super-humanidade.

Por isso, entre os cristãos, criou-se a imagem de um deus paspalhão, um sentimentalóide tosco e tolo que acaba por se sujeitar ao padrão estabelecido pelo homem, e do qual o próprio homem desconhece quais serão as suas conseqüências, mas de uma forma estúpida, arvora-se uma tranquilidade bovina. Esse deus não é reconhecido na Escritura, nem em momento algum é visto ou descrito por ela; por isso eles têm a necessidade de, primeiro, relativizar e desqualificar o texto bíblico como a fiel palavra de Deus; colocando-a somente como mais um manual ético-moral entre tantos outros criados pela mente humana. Inclui-se a destruição de qualquer aspecto sobrenatural e histórico em suas páginas, e a revelação divina nada mais é do que "contos da carochinha" ou alegorias extraídas da nossa capacidade criativa. E assim o homem estará pronto a exercer a sua credulidade em qualquer coisa e em qualquer um; imitando a si mesmo num exercício de não-convicção-não-fundamentada na revelação especial e racional do Deus vivo.

No mundo subjetivo, onde as "verdades" são mutáveis e adaptáveis à corrupção, qualquer defesa do cristianismo bíblico deve ser combatida. Por isso o empenho em erradicar algo tão divisor, sectário e que define claramente o caráter de cada decisão e ação, julgando-a à luz da Palavra, anunciando-a verdadeira ou revelando-a enganosa. 

Por isso o Estado, com a falsa premissa de ser laico, torna-se antireligioso, mas não o suficiente para impedir que "técnicas" religiosas se convertam em métodos "científicos" aplicados à satisfação humana. A prova está na aceitação pacífica da yoga, da acupultura, da ecologia (o culto pagão da deusa "Gaia") , e tantas outras “técnicas” holísticas como o padrão aceitável de espiritualidade humana, aparentemente neutra, aparentemente inofensiva, mas que em seu cerne contém apenas destruição. Ao financiá-las e propagandeá-las o que se tem é a subversão “pacífica” dos valores cristãos, através da implementação e institucionalização de formas religiosas inclusivas e não-conservadoras. É como colocar o gato, o rato e o cão na mesma caixa e esperar que vivam pacificamente, sustentando-se apenas com a idéia de que o outro é ele mesmo, e vice-versa.

Como o Cristianismo proclama a necessidade do novo-nascimento, da regeneração, da santificação, ao ponto em que o homem espiritual derrote o homem carnal e seja semelhante ao nosso Senhor Jesus Cristo, e por Ele seja reconhecido como tal, nada mais funcional do que fazer todos acreditarem que a fonte salobra é algo fresca e pura, e assim, ninguém jamais saberá a diferença entre o líquido que mata e aquele capaz de dar vida. 

Portanto todas as formas que possam se fundir ao humanismo são aceitas, exceto o Cristianismo Bíblico, ortodoxo e histórico, o qual não é antropocêntrico, mas teocêntrico; e por isso, deve ser destruído, já que em seu escopo não existe a menor possibilidade de comunhão entre luz e trevas.  

17 janeiro 2010

Ponto de Fuga
















Por Jorge Fernandes Isah

Ano novo começado, já as portas de se vencer o janeiro, e estou a me perguntar: o que nos aguardará nos próximos onze meses e alguns dias? Em que condições a igreja evangélica deixará o país ao fim-do-ano? Será que a expansão numérica dos evangélicos no Brasil tem-se refletido em luz, ou "tudo continua como dantes no quartel do Abrantes"? Com os evangélicos não fazendo diferença, nem salgando o mundo?

Quais mudanças serão percebidas na sociedade? Ela terá refletida a sabedoria e santidade bíblicas? Terá se tornado moral e eticamente aprovada? A defender a vida e os princípios estabelecidos por Deus em Sua palavra? 

Ou a expansão numérica servirá apenas para aproximar a igreja cada vez mais do padrão do mundo (através da invasão de incrédulos e suas perversões no seio da igreja; e o que é pior, a aceitação passiva por parte daqueles que se dizem cristãos e defensores da fé bíblica)? A interagir e se fundir com o secular de tal forma que não se distingue o aparentemente santo do profano?

Até que ponto, o triunfalismo e o otimismo com as possibilidades de um Brasil evangelizado é realidade ou ficção? Especialmente quando se sabe que a maior parte das pregações têm sido antibíblicas e não-cristãs? É possível se pregar o antievangelho e ainda assim evangelizar em moldes verdadeiramente cristãos? Ou estamos a misturar as coisas, sem saber o que fazemos, guiados por egos inflados, por doutrinas espúrias, com o objetivo de saciar a sanha indolente das criaturas? Sem glorificar o Criador e Senhor?

Há muito tempo se ouve a frase: o Brasil para Cristo! Mas o que pregamos é Cristo crucificado, ressurreto e que está à destra do Pai governando o mundo, ou o anticristo?

Até que ponto, igrejas preocupadas com atividades sociais, de lazer, empresariais, mercadológicas, envoltas pelo pragmatismo e a busca de resultados estatísticos e financeiros podem estar comprometidas com Deus e Sua palavra, ao ponto em que ela transborde e seja impossível não proclamá-la?

Até que ponto, as igrejas estão preocupadas em pregar o arrependimento? E, assim, somente assim, reconhecendo-se nu e miserável o homem poderá quedar-se submisso diante do Deus Todo-Poderoso, santo e justo? Pois sem arrependimento não há novo-nascimento, e sem novo-nascimento como será possível ver o reino dos céus?

Até que ponto, um povo obstinado em rejeitar a Deus pode ser chamado de cristão? Como está escrito: “Feriste-os, e não lhes doeu; consumiste-os, e não quiseram receber a correção; endureceram as suas faces mais do que uma rocha; não quiseram voltar” [Jr 5.3].

Até que ponto, o Evangelho estará soterrado pelo humanismo? E se tornará irreconhecível como a mensagem do Deus Vivo?

Até que ponto, continuaremos assentados confortavelmente em nossas poltronas sem clamar, interceder e orar pelas almas escravizadas do pecado? E por milhões cegados pelo deus deste mundo?

Até que ponto, todo o nosso entendimento e rigor doutrinários estarão realmente a serviço do Reino de Cristo?

Até que ponto, satisfaz o que temos e não o que damos?

Até que ponto, continuaremos soldados na caserna, enquanto a guerra se desenvolve no campo?

Até que ponto, ser cristão é não ser cristão?

O compromisso dos que são de Cristo é seguir os passos do Mestre, para que se dê muitos frutos, senão, será cortado e lançado "onde o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga" [Mc 9.48]

Quantas vezes é preciso ser vomitado? Por não ser frio nem quente, mas morno? Julgando-se rico, quando se é desgraçado, miserável, pobre, cego e nu? 

“Sê pois zeloso, e arrepende-te” [Ap 3.19].


16 janeiro 2010

Resultado do Último "Sorteio de Livros" e Nova Promoção























Resultado do Último Sorteio:

Os ganhadores da promoção "Sorteio de Livros" organizada pelo site Internautas Cristãos, pelo blog Kálamos e Voltemos ao Evangelho, foram:

1) Kit 1 - "A Soberania Banida" - André Leonardo Venâncio - SP;

2) Kit 2 - "Sansão e Sua Fé" - Reginaldo Santinoni - SP;

3) Kit 3 - "O Peregrino" - Judson Milhomem Silva - PI;

4) Kit 4 - "A Peregrina" - Michelle Ramos Barbosa - PE;

5) Kit 5 - "Nascido de Novo" - Josué Macário dos Santos - PR.

Aos contemplados, parabéns e boa leitura!


    Nova Promoção:

As inscrições já iniciaram, e vão até o dia 14 de Fevereiro de 2010. Serão sorteados 4 kits, assim mais pessoas têm chances de ganhar. Veja os livros que serão sorteados:


KIT 1 - "Sermões em Efésios", de João Calvino - Editora Monergismo







KIT 2 - "Piedade com Contentamento", de Vincent Cheung - Editora Monergismo 








KIT 3 - "Por Que os Homens São Salvos?", de Charles H. Spurgeon - Editora Monergismo









KIT 4 - "Os Dez Mandamentos", de Arthur Pink - Editora Monergismo