14 novembro 2016

Esboço de Sermão em Salmos 93.1-4: "O Senhor Reina!"



Jorge F. Isah





1)  INTRODUÇÃO:

-      A primeiro afirmação que o salmista nos faz é a de que o “Senhor reina”!
-      Não há qualquer questionamento em relação à existência divina; isto é visto e pautado como um fato pelo escritor; ao reinar, ele existe; existe porque reina e reina porque existe.
-      Da mesma forma, não há qualquer tentativa de provar ou defender a existência de Deus; o salmista tem, por princípio, fundamento e pressuposto, o fato de que Deus existe, como verdade absoluta e insofismável.
-      Nenhum outro autor ou texto da Escritura se preocupa com esta questão. Todos partem da afirmação ou assertiva de que Deus existe; isto é um fato, não uma hipótese ou possibilidade.
-      No primeiro verso de Gênesis pode-se já, de início, perceber, entender, e crer, nessa constatação, pois está escrito:
“No princípio criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1)
-      Nela está contida a preexistência divina antes de ele criar tudo o que há pelo seu poder.
-      O irmão consegue imaginar como Deus é poderoso, criativo e perfeito?
-      Se vislumbrarmos uma pétala de flor (algo visível ao homem), em sua beleza, fragilidade, pequenez e exclusividade, assim como o poder, esplendor e grandiosidade de uma estrela, é impossível não se maravilhar com o poder, diversidade e perfeição de tudo aquilo ao qual Deus fez, criou, por sua exclusiva vontade.
-      Existem outros componentes como o amor, a providência e a sabedoria divina em todas as criaturas, que refletem em maior ou menor grau a sua maravilhosa engenhosidade como designer.
-      Por mais que o homem seja criativo (e ele é, como reflexo do próprio atributo divino que nos foi imputado), nada se compara ao mundo pensando e colocado em prática pelo Senhor.
-      E esse é um fato, uma certeza, porque o homem traz dentro de si a imagem divina ou “Imago dei” (Gn 1.16-27) Mesmo corrompida pelo pecado, essa imagem está viva no homem, gritando dentro dele; e ela não se cala, pois a própria luta de alguns em negá-la se converte na prova de que é necessário apagar aquilo que de mais vivo há no homem para que ele possa se manter morto. A negação de Deus se converte na melhor forma de suicidio espiritual, na morte, no aniquilamento de si mesmo, a fim de encobrir as impressões divinas deixadas no ser humano.
-      O homem, por mais cético que seja, e por mais que permaneça em sua intransigente teimosia, jamais poderá, sinceramente, destruir a imagem de Deus sem aniquilar-se a si mesmo, e em seu lugar colocar um “monstro”, alimentado pelo pecado.

2)  QUEM É O SENHOR?

-      Em um mundo onde há uma profusão de deuses (criados à imagem e semelhança do homem caído); a época do salmista não era diferente, e em meio a tantos ídolos ele afirma categoricamente: o Senhor reina!
-      Mas, quem é esse Senhor?
-      Ele não é feito de barro, madeira, metal, nem esculpido pelas mãos humanas. Ele é Espírito, e como tal, não pode ser simbolizado por formas daquilo que vemos, pois ele não pode ser visto por olhos naturais.
-      Diferente dos deuses pagãos (sejam hindus, gregos, romanos, ou de outra cultura qualquer), ele não está circunscrito aos mares, ao fogo, à terra ou ao ar. Nem mesmo às estrelas.
-      Ele não é um Deus limitado, que precisa ser carregado, que está preso em um lugar, um elemento ou esfera da criação, como os falsos deuses. Ele é infinito, onipresente, e, portanto, está em todos os lugares.
-      O Senhor não é um Deus impessoal, que criou o universo e todas as coisas para abandoná-las, como um espectador assistindo a história passar diante de si passivamente. Não. O Senhor é o Deus ativo, por quem tudo veio a existir, e sem o qual nada existiria e subsistiria. Ele governa plantas, animais, homens, os elementos, os astros, e toda a sua criação, sem que nada aconteça alheio à sua vontadee ordem.
-      Muito menos um Deus fraco, impotente, sujeito à vontade de suas criaturas, incapaz de controlar a sua própria criação; um Deus de mãos atadas.
-      O salmista descreve, em seus poucos versos, o Deus Todo-Poderoso, Senhor de tudo e de todos, ao qual ninguém pode resistir.
-      Sua vontade é soberana, e seu reino é eterno.

3)  REINO ETERNO E IMUTÁVEL:

-      A Bíblia afirma que Deus é um, subsistindo na forma de três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo (Mt 3.13-17).
-      Não faremos um estudo sobre a Trindade, não é este o tema do Salmo, mas é preciso que o Senhor seja identificado como tal, como ele é.
-      Novamente, voltemos à afirmação inicial do salmista: Ele reina!
-      Ao contrário de tantos reis e monarcas que são alçados e destituídos dos seus tronos, Deus reina; ele não reinou apenas, em um tempo remoto, ou reinará em um futuro distante, mas ele reina! O verbo está na sua forma intransitiva, indicando não necessitar de complementos, sendo, em si mesmo, completo, pronto, acabado.
-      Por isso, podemos afirmar que o seu reino é imutável; o seu reinado é indestrutível.
-      O seu reino existe porque ele o criou, por seu poder e vontade absoluta,  suprema.  Não existe qualquer condição para o seu reinado, a não ser o fato de ele ser o rei, o soberano pleno.
-      O seu reino não está circunscrito a uma região, país ou determinada área, povo ou etnia, mas sobre tudo e todos indistintamente.
-      O seu reino existe para refletir a sua glória, a glória eterna que possui.
-      O Senhor é rei eterno, ninguém o entronizou, assim como ninguém o destituirá. Ele está revestido de majestade, da glória que sempre teve consigo e da qual não pode se separar.
-      Assim, o seu poder é eterno e inerente ao seu ser eterno, não é algo que lhe foi dado e que lhe pode ser tomado; não é algo de que se arrependa ou despreze, porque ele é assim, e assim será.
-      Sendo ele imutável, também é imutável o seu poder, glória, reino e majestade. Tudo é intocado e intocável, pois não há nada maior do que o Senhor.
-      Da mesma forma, o seu eterno decreto, ou seja, a sua vontade soberana e imutável não transige, nem pode ser abalada. Ela está firmada nele, e como uma rocha é indestrutível.

4)  CRISTO: O SENHOR VÍSIVEL

-      Existe uma ideia equivocada de que Deus é Senhor apenas daqueles que se convertem a ele, mas a verdade é que a Biblia nos revela Deus como aquele que governa, rege, todas as criaturas, sem que nenhuma delas escape ou fuja do seu poder.
-      Muitos se recusam a reconhecer o seu senhorio, como se o fato de eu não gostar de azul pudesse mudar a cor do céu.
-      Por isso, Paulo nos diz, àcerca de Cristo: ler Filipenses 2. 5-11
-      O fato de não aceitar o senhorio de Cristo, não o impede de ser Senhor, pois ele é, a despeito da minha rebeldia e insensatez, Senhor!.
-      Então, Quando lemos o relato de que todo joelho se dobrará diante de Cristo, e toda língua confessará que ele é Senhor, não há margem para ninguém, nem mesmo o diabo e seus anjos, estarem fora dessa lista, não estarem subordinados a Cristo.
-      Se ao passo em que o crente regenerado o faz por amor e gratidão, os ímpios o farão pelo irresistível poder divino de sujeitar todos debaixo do seu poder, da sua autoridade; não haverá como satanás e seus servos não se curvarem e se sujeitarem ao senhorio de Cristo.
-      Nem há como discutir o fato de ele ser a expressa imagem de Deus, o Deus revelado, visível.
-      Mas nada disso acontece porque nos aproximamos dele, o amamos primeiro, então, Deus, em reciprocidade, reconhecendo o nosso esforço e aceitação, nos ama e se aproxima de nós. Não. Foi ele quem nos amou primeiro, eternamente, e por causa do seu amor é que o amamos (1Jo 4.19).
-      Cristo, pelo poder de sua palavra, mantém todas as coisas em ordem, ainda que para nós, em nossa arrogância e tolice, consideremo-nas caóticas e frágeis (Hb 1.1-3)
-      E é nesta palavra que Estamos firmados. Em Cristo, o verbo eterno, existimos, vivemos, nos movemos, para a sua glória.
-      Ler João 1.1-5

5)  CONCLUSÃO:

-      Este Salmo aponta diretamente para Cristo. Na verdade, toda a Escritura aponta para ele. Ao ponto em que, creio, o Pai e o Espírito Santo se alegram e são glorificados quando o Filho é glorificado; ao passo em que, caso o Filho não o seja, nem o Pai e o Espírito o serão.
-      Ele nos liga, de maneira sobrenatural, maravilhosa, a Deus; pois sendo Deus, se humilhou e assumiu a forma humana, fazendo-se um de nós, para nos tornar agradáveis ao Pai.
-      Portanto, como está escrito: tudo é por Cristo, para Cristo e em Cristo (Rm 11.36)
-      Glória eterna ao Rei dos reis e Senhor dos senhores!

12 outubro 2016

O dia em que Cristo me fez! - Parte 2



Jorge F. Isah


Hoje é um dia muito especial, na verdade, o dia mais importante de toda a minha vida: o da minha conversão! Sim, não há nada mais importante do que você reconhecer a sua miséria, nudez e perdição ao depositar a sua confiança em si mesmo, em uma ideologia, no dinheiro, na ciência, na razão, no prazer, ou em qualquer outra coisa que não seja Jesus Cristo¹.

Não desprezo quanto a essas e outras coisas, mas havemos de colocá-las em seu devido lugar; se são importantes, em muitas medidas o são, contudo, não devem jamais serem vistas como a razão, a motivação da existência, a qual, diga-se de passagem, é efêmera, fugaz, como a Escritura diz: um sopro, uma neblina que se dissipa. 

A verdade é que muitas pessoas depositam toda uma vida (não importam quantos anos sejam) em algo que sequer a satisfaz a maior parte do tempo; na maioria dos casos, não mais do que momentos, instantes, logo perdidos.
Ao descobrir a minha miséria e incapacidade de, por mim mesmo, satisfazer-me, Cristo foi gracioso e misericordioso em se revelar a mim, como o único prazer e desejo digno dos homens. Ao encontrá-lo, todo o sentido da minha vida mudou, houve uma guinada de 180 graus, e pude então, a partir desse momento, desfrutar da paz, da alegria e do gozo somente possíveis nele e em mais ninguém. 

Portanto, desejo que você leia o texto que escrevi, há alguns anos, sobre esse momento especialíssimo acontecido em minha vida, e que significa não somente o significado da presente vida, mas a certeza, esperança, de eternidade ao lado do bom Deus. O texto em questão é "O dia em que Cristo me fez!" (clique no título, e será remetido ao texto). 

Cristo o(a) abençoe ricamente!

Soli Deo Gloria!

PS: 1 - Ao dizer isso, não me refiro a Cristo como alguns unitaristas o fazem, como se ele fosse uma única pessoa a manifestar-se na figura do Pai e do Espírito Santo, não! Cristo é a Segunda Pessoa da Triunidade, coexistindo eternamente com o Pai e o Espírito, respectivamente, a Primeira e a Terceira Pessoas da Triunidade. Como Deus é Espírito, coube ao Senhor se manifestar em carne, sendo a expressa imagem de Deus, e revelar a divindade do único Deus, ao Seu povo. 

2 - A estrela é o Senhor Jesus, não eu. Conto o meu testemunho como forma de glorificá-lo, e servir de instrumento para que outros também o conheçam, como eu o conheço, pela sua graça, e, exclusivamente, por ela.  

13 setembro 2016

Esboço de pregação em Salmos 91.10-13: "A preservação do crente"



Jorge Fernandes Isah 



“Nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda.
Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos.
Eles te sustentarão nas suas mãos, para que não tropeces com o teu pé em pedra.
Pisarás o leão e a cobra; calcarás aos pés o filho do leão e a serpente.” (Sl 91.10-13)


INTRODUÇÃO

- Este trecho é a continuidade do verso 9.

- Se Deus é o nosso refúgio e habitação, nenhum mal nos sucederá ou acometerá.

- No entanto, a qual “mal” o salmista se refere?

- Ora, a inimizade com Deus é o mal supremo, o mal dos males, de onde procedem todas as outras malignidades, uma vez que o Senhor é o Bem Supremo e não tolera qualquer mal, desde o mais ínfimo até o mais grave.

- O mal, como Agostinho escreveu, é a ausência do bem.

- Portanto, a origem de todos os males advém de um único mal: a recusa do bem; a rejeição a Deus.



O MAL PRODUZIDO NO/PELO HOMEM

- Por causa da Queda, no Éden, a transgressão de Adão e Eva, o mal está em nós.

- Ele nos levará à destruição.

- A perda da saúde, a velhice e as doenças são consequências do pecado, os frutos podres colhidos na árvore do mal, daquilo que há em nós e nos destruirá, em definitive, mais dia, menos dia.

- O objetivo final é a morte física, a última morte na existência humana.

- Já que o homem está morto espiritualmente desde o seu nascimento.

- O pecado é o que mantém o homem em constante estado de malignidade.

- É o que diz a Escritura em João 8.24:

“Por isso vos disse que morrereis em vossos pecados, porque se não crerdes que eu sou, morrereis em vossos pecados.”


- E em Romanos 7.5:

“Porque, quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, que são pela lei, operavam em nossos membros para darem fruto para a morte”



O MAL COMO OBRA DO DIABO

- Satanás foi o primeiro proponente do mal, ao se rebelar nos céus, juntamente com os seus anjos.

- Assim, o mal tem sempre uma ligação direta com ele (o seu idealizador), seus anjos ou seus servos (agentes humanos).

- Em João 8.44, o Senhor Jesus nos diz que o diabo somente produz o mal (não há qualquer centelha de bondade; ele é todo mal); e como inimigo da humanidade quer destruí-la, ainda que ofereça prazeres voláteis e ilusórios, como um veneno inodoro e insípido, ou uma droga, porém, mortal (questiona-se muito se as drogas matam, do ponto de vista físico. A próprio sociedade, com seus hospitais e cemitérios, prova-o. Do ponto de vista espiritual, é uma morte certa).

- Em Atos 10.38 encontramos a afirmação de que existem certos homens oprimidos pelo diabo.

- Em Efésios 6.11, lemos que Satanás arma ciladas para os homens.

- Em 1Pedro 5.8, constata-se que ele está ao nosso derredor, como um adversário, pronto a tragar os descuidados e iludíveis.



DEUS USA O MAL PARA O NOSSO BEM

- O mal existe; é um fato.

- Os homens não estão imunes a ele, até mesmo porque há o mal em seus corações.

- Contudo, Deus usa o mal para proveito do crente, não no sentido de deleite, satisfação ou gozo, mas no sentido pedagógico, santificando-o à maioria das vezes e livrando-o do mal, tanto o circunstancial como o absoluto.

- Cristo veio para nos dar vida, e vida abundante. Não são os bens, as riquezas, belezas e os deleites do mundo, mas uma vida plena e satisfeita em Deus. Sendo ele a vida, se estamos nele, também seremos cheios, completos, da sua vida; e nada nos faltará, ainda que não tenhamos o conforto e a abastança que consideramos carnalmente “meritórias” para nós.

- Se entendermos que tudo procede de Deus, e de que nada nos pode ser dado sem que a sua vontade seja manifesta, parafraseando Jó, se recebemos de Deus o bem, não receberemos também o mal?

- Acontece que o mal tem um caráter decretivo, dentro da sabedoria, perfeição e santidade divinas, e ele não produz o mal, pois não o pode fazer, mas as suas criaturas encarregam-se, livremente, de produzir aquilo que, dentro do seu decreto eterno (o qual é igualmente santo e perfeito), ele estabeleceu para a sua glória.

- O caso de José, relatado em Gênesis 50.19-21, é uma dessas situações:

“E José lhes disse: Não temais; porventura estou eu em lugar de Deus?
Vós bem intentastes mal contra mim; porém Deus o intentou para bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida.
Agora, pois, não temais; eu vos sustentarei a vós e a vossos filhos. Assim os consolou, e falou segundo o coração deles”

- Assim como aconteceu com Jesus, descrito em Atos 4.25-28:

“Que disseste pela boca de Davi, teu servo: Por que bramaram os gentios, e os povos pensaram coisas vãs?
Levantaram-se os reis da terra,E os príncipes se ajuntaram à uma,Contra o Senhor e contra o seu Ungido.
Porque verdadeiramente contra o teu santo Filho Jesus, que tu ungiste, se ajuntaram, não só Herodes, mas Pôncio Pilatos, com os gentios e os povos de Israel;
Para fazerem tudo o que a tua mão e o teu conselho tinham anteriormente determinado que se havia de fazer.”

- E também nos é revelado em Hebreus 12.6-8:

“Porque o Senhor corrige o que ama, E açoita a qualquer que recebe por filho.
Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija?
Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos.”

- Deus usa de toda a instrumentalização da criação para nos preservar do mal.

- Isso não significa nos afastar dele, do mal, mas não deixa que o o mal nos destrua ou domine sobre nossas vidas.

- O mal nos espreita nas pequenas ou grandes coisas da vida, mas Deus nos assegura a proteção, por intermédio dos seus mensageiros, os anjos, ou por sua ação direta na Criação.



CONCLUSÃO

- Em suma, por maiores adversidades que o crente passe, Deus nos preserva do pior dos males: a inimizade consigo.

- Ele nos preserva de sucumbir às nossas debilidades.

- Por mais que nos espreite, e até nos traga algum dano, neste mundo (as perseguições, calúnias, dores e morte), o mal não produzirá mais do que a fé, disciplina, santidade e, o mais importante, a comunhão com o nosso Senhor, pode gerar: uma vida abundante e gloriosa; porque somos alvos do amor eterno de Deus.

30 agosto 2016

Esboço de pregação em Salmos 91.9: "O Senhor é a nossa morada"



Jorge Fernandes Isah


INTRODUÇÃO

-       O salmista se dirige a Deus, novamente.
 - Ele repete, afirmando, que Deus é o seu refúgio.
-      Remete-nos às mensagens anteriores: Não tememos porque o Senhor é uma Fortaleza inabalável, e nele estamos seguros.
-      Mas, o que é um refúgio?
-      É o local para onde se foge ou corre para se escaper de um perigo.
-      Por exemplo, em uma batalha, sempre há a preocupação de se seconder do inimigo, de maneira que ele não nos veja e possa nos atingir com suas armas. Por isso, procura-se proteção, buscar um local onde ele, o inimigo, não possa nos alcançar ou atingir.
-      Buscamos amparo, abrigo.
 

ONDE ESTÁ O NOSSO REFÚGIO?
ISAÍAS 32.1-2
-      Temos a descrição do Reino de Cristo, o qual é justo, santo e pacífico, porque o Rei assim o é.
-      O profeta afirma que haverá um Rei, e ela nos remete ao Cristo, o qual é o nosso refúgio e esconderijo contra as vicissitudes da vida, contra nós mesmos, contra o reino das trevas.
-      Nele encontramos Descanso, proteção e paz.
-      Somos confortados e descansamos em sua sombra.
-      Somos saciados em nossa sede por segurança e paz.
-      O pecado como uma aflição e perigo da alma.
-      Cristo nos recolheu e nos ajuntou como povo, tirando-nos do lugar de perigo e destruição no qual estávamos; e, como família, tornando-nos confiantes e seguros, protegidos no seu amor infinito.
-      Ele é a grande Rocha na qual os sedentos por paz se refugiarão. 


O JURAMENTO DE QUEM PROMETE

HEBREUS 6.13-19
-      Quando Deus promote, ele cumpre.
-      Não há variação em Deus, pois ele é imutável.
-      Assim, suas promessas são eternas e imutáveis.
-      Ele abençoando, seremos abençoados. Ele multiplicando, seremos multiplicados em suas bênçãos.
-      Infinita é a sua misericórdia, bondade, graça e bênçãos.
-      O conselho ou plano e a promessa de Deus são as duas coisas imutáveis na vida do crente
-      Por isso ele é o nosso refúgio.
-      Devemos confiar, pois ele jurou, pelo seu nome, que cumprirá todas as promessas.
-      Contudo, fica a pergunta: devemos correr para Deus apenas quando as coisas apertam? Nos momentos de angústia e perigo?
-      Quando o mal se avizinha prontamente para nos tragar ou derrubar?
-      Porém, se estamos no Senhor, os perigos podem nos rodear, nos fustigar, nos ameaçar, mas estaremos seguros de que não seremos tocados.
-      Novamente é nos trago a ideia do temor; de não temer pois confiamos em quem é poderoso para nos guardar.
-      Pois corremos porque tememos.
-      Fugimos porque o perigo é muito maior do que nós, e pode nos destruir.
-      Contudo, há alguém maior do que Deus? Não!!!
-      Se estamos nele, não tememos, nem precisamos correr, pois já estamos no refúgio inexpugnável que é o próprio Deus.
-      Mesmo em meio as aflições, angustias e perseguições, mesmo diante da morte, confiamos, e não tememos.
-      Não foi o que o Senhor nos disse?


A ENTREGA TOTAL

LUCAS 22.41-43
-      O refúgio não significa o ato de Deus nos livrar, para depois corrermos como loucos ao encontro do perigo, novamente.
-      E não há perigo maior do que viver em um local inseguro, onde poderemos ser destruidos a qualquer momento.
-      O tolo acredita estar seguro, entregando-se ao pecado, aos vícios, como se nada pudesse lhe acontecer.
-      Se ele não buscar o refúgio verdadeiro, em Deus, sucumbirá à sua prepotência e loucura. Pois o pecado, no momento exato, cobrar-lhe-á o pagamento, o salário, devido: a morte!
-      E Cristo está diante de uma séria e gravíssima ameaça: a morte!
-      Em sua angustia, ele pede ao Pai para afastar dele o cálice de seu próprio sangue a ser derramado.
-      Porém, ele concluiu: “Todavia não se faça a minha vontade, mas a tua” (v.42).
-      Cristo se entregou ao Pai, ao Conselho eterno traçado pela Trindade, disposto a, mesmo na maior dor e sofrimento, ser obediente, e não temer, não se acovardar, nem abandonar a sua missão.
-      Isso é entrega total!! E a obediência perfeita!!
-      Sem murmurações; sem acusações; sem ofensas (como as proferidas pela mulher de Jó); sem vitimismo; sem revolta e desobediência.
-      Cristo não foi isolado da sua missão, nem a abandonou.
-      Então, entregando-se nas mãos do Pai, é visitado por um anjo do céu, que o fortalecia.
-      O consolo e o fortalecimento chegou na hora mais amarga, no momento do sofrimento mais agudo.
-      Cristo cumpriu o seu encargo, seguro de que o Pai guardava o seu espírito. 


QUER DIZER QUE AS PROMESSAS DE DEUS PODEM SE CUMPRIR OU NÃO?

    - Pensar assim é um equívoco. Deus cumprirá sempre as suas promessas, mas onde está escrito que não passaremos por tribulações e lutas?
-      Muitas vezes acontece de não termos as orações atendidas.
-      Pedimos por alguém doente, viciado, ou em constante perigo (como os missionários, por exemplo), e, no fim, não há livramento para eles.
-      Sucumbem ao sofrimento, à tortura, à morte.
-      Quer dizer que Deus falhou? Jamais!!
-      Estes homens e mulheres, se conhecem a Deus, e fazem dele o seu esconderijo, são preservados até a morte, e mesmo na morte.
-      Porque é o Senhor quem nos preserva e guarda, especialmente daquele dia ruim, o dia em que todos, sem exceção, estaremos diante do  seu Tribunal. 
          No entanto, o nosso Advogado dirá “inocente!”; porque foi ele mesmo a pagar a pena que não podíamos pagar, livrando-no0s da sentença, tornando-nos livres da condenação. Não é uma possibilidade, mas uma certeza de que, de fato, ele nos lavou pelo seu sangue e nos fez mais alvos do que a neve.



CONCLUSÃO

JOÃO 14.1-3
-      Cristo nos levará para as moradas celestiais.
-      Preparadas eternamente por Deus para aqueles que amou, buscou e guardou, para os co-herdeiros de seu Filho Amado.
-      Pelo sacrifício de Cristo, movido pelo seu amor, temos um lugar, uma habitação em Deus. Não é apenas um lugar onde o encontraremos, mas já o temos encontrado, aqui, porque ele nos buscou, nos achando em inimizade para com ele, nos resgatou da morte, levando-nos para um lugar de bonança, de paz perfeita e eternal, assim como Adão e Eva experimentaram no Éden, antes da Queda, da revelião dos injustos contra o Criador.
-      Mas, mesmo tendo esperança no porvir, já presenciamos o refúgio, o porto seguro, o esconderijo, no qual o Senhor nos recolheu, acolheu, nos aguardou, e nos trata como filhos: Nele!
-      O nosso lugar está preparado, a nossa morada está pronta, e o Senhor, em sua graça e misericórdia e amor, nos guia e conduz, em verdade, para o lugar onde Cristo nos espera.
-     Onde, finalmente, o veremos face a face, para sua glória, no cumprimento das suas promessas, e para a nosso eterno gozo.